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História Lobos do Norte - Prólogo


Escrita por: LightB

Notas do Autor


Hey Pessoas!!*
Então, se você já passou por essa historia antes, ia ser apenas um projeto rápido, oneshot, mas acabei desenvolvendo um ideia longa sobre isso e estou trabalhando em mais capítulos, já escrevi o prólogo, como podem ver, mas não tenho a minima previsão de quando voltarei a postar o próximo capitulo...
Então não esperem por atualizações tão cedo.

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Lobos do Norte - Prólogo

Lobos do Norte

~LightB

Prólogo

Era uma Vez...

Em um mundo governado por dois reis, reinos distantes e inimigos desde que o homem pode se lembrar, um castelo de vidro em meio as cristalinas águas do Sul, um castelo de Cinzas em meio as gélidas montanhas do Norte.

No coração nortenho, a região montanhosa, repleta de florestas, fortaleza construída para ser impenetrável, de altos muros, pedras cinzentas e solidas, erguido a centenas de anos pelo primeiro Rei do Norte, um marco da conquista dos homens sob as criaturas da noite.

Altas bandeiras açoitadas pelo forte vento de outono, o brasão cinza prateado sobre o fundo negro brilhava na pouca luminosidade da manhã, um soldado solitário a cavalo durante uma nevasca noturna, o símbolo dos reis do Norte, os Snow.

Nas estradas oficiais, sempre tão vazias e perigosas, uma simples família percorria seu caminho às pressas, vindos do Sul, das terras quentes e ensolaradas, haviam viajado dias a fio, sem longas pausas para descanso, não podiam correr o risco de serem pegos, havia muito em jogo, muito a se perder caso algo os acontecesse na perigosa jornada.

A mulher dos cabelos castanhos aninhava em seus braços um pequeno e frágil bebê, dos olhos estranhamente claros, tão azuis quanto as águas cristalinas do Sul, os curtos fios de cabelo negro de sua pequena cabeça estavam bagunçados pelo tempo sem pentear, a pele, tão clara como a neve mais limpa e tão bela como porcelana, não se podia dizer haver nascido alguma criança tão bela em inúmeros anos.

A escuridão começava a desaparecer e a família se apressava ainda mais em sua jornada, as estradas reais eram tão perigosas com a luz do sol quanto a luz da lua.

No ponto em que estavam, na divisa entre Sul e Norte, não haviam Reis ou mesmo lei alguma, aquela era uma terra de ninguém e ao mesmo tempo de todos, ladrões e mercenários, prostitutas e feiticeiros, pessoas as quais jamais seriam permitidas nas terras sulistas ou nortenhas, as quais se aproveitaram da vastidão de ambos os reinos e se apoderaram do território mais frágil.

A carroça na qual estavam desacelerou quando adentraram uma vila, pequena e asquerosa, não havia riqueza ali, casas amontoadas, tão próximas umas às outras que seria impossível distinguir a divisão, as pessoas se vestiam em trapos antigos, sujos e remendados, tinham olhares famintos e expressões sofridas.

O homem segurou fortemente a rédea, preparado para comandar o cavalo a correr em qualquer momento necessário, a mulher apertou protetoramente a frágil garotinha em seus braços, temendo que algo pudesse vir a lhe acontecer.

Por onde passavam os olhares os seguiam, pessoas começaram a se aglomerar nas ruas, assistindo sua passagem com curiosidade e alguns até mesmo demonstravam certo receio, famílias do Sul jamais viajavam por aquelas estradas, jamais iam para o Norte.

A desconfiança era nada mais do que natural.

Logo haviam atravessado a vila, sem nem um tipo de interrupção ou ameaça, começavam a relaxar as posturas rígidas ao atingirem certa distância, até que ouviram o trote de um cavalo, rápido e alto, em pouco tempo o cavaleiro os havia alcançado, fazendo sinal para que parassem.

O medo atingiu seus corações quando puseram seus olhos no estranho homem, após tanto cuidado nos longos dias de viajem tudo seria posto a perder logo após atingirem a tão almejada segurança das terras nortenhas, o homem apertou fortemente a rédea, ele não iria desapontar seu mestre.

-Vejo que estão viajando ao Norte meus amigos - o cavaleiro havia desmontado de seu cavalo pouco a frente da carroça, agora se aproximava - poucos sulistas se arriscam por esse caminho.

O homem vestia couro negro, uma grossa capa de pele de algum animal e botas altas, carregava uma espada em cada lado do corpo, era possível ver uma adaga atada ao peito e pelo que Killian suspeitava, a capa devia esconder outras armas.

-Estamos buscando abrigo no Norte, o Sul não é mais seguro como costumava - o homem ainda apertava as rédeas, se forçou a não olhar para sua espada estrategicamente escondida sob seu banco, se necessário fosse ele sabia ser rápido o suficiente para pega-la antes que o Mercenário pudesse reagir.

-Sim eu soube que está havendo uma espécie de rebelião - o mercenário sorriu brevemente, desviou seu olhar para a mulher e a criança, parecia curioso - não devia usar essa rota para chegar ao Norte, não quando se preza pela segurança de sua família.

Killian olhou rapidamente para o lado, um breve desviar de olhos para sua esposa, esta era sem dúvida uma palavra que ele tinha dificuldades em aceitar, nunca imaginou um dia estar casado, havia jurado sua vida ao rei, abdicado do direito de ter uma família, ao menos a rainha havia escolhido uma serva com certa beleza e encanto.

            -Este é o caminho mais rápido, também o único em que posso usar a carroça - seu olhar voltou ao mercenário que ainda olhava para a criança, Killian não sabia dizer exatamente, mas parecia que o homem a sua frente analisava o rosto da menina, como se de alguma maneira a conhecesse, o que era impossível, poucas pessoas haviam visto a pequena em seu primeiro ano de vida e um mercenário com toda certeza não seria uma delas.

            -Absolutamente certo meu amigo - o homem de vestes negras sorriu, havia uma certa nobreza em suas palavras e na maneira em que se portava, aquele bandido lhe lembrava dos jovens lordes do Sul - e é claro que uma escolta em sua perigosa jornada será mais do que necessária, pelo preço certo posso ser vosso guerreiro.

            Ellen soltou o ar que prendia desde o momento em que os olhos do bandido recaíram sobre a bebe em seus braços, sua mente vagava rapidamente entre diversos pensamentos, iria ele reconhece-la? Não, isso não seria possível, mas algo a incomodava ainda mais do que essa possibilidade, aquele homem vestido em couro negro e capa de pelagem acinzentada lhe era familiar, algo em seus traços fortes do rosto, ou talvez a postura de cavaleiro, quem seria ele?

            -Não posso pagar-lhe por uma escolta - Killian encarou o jovem a sua frente, a postura ereta e as roupas de aparência cara davam-lhe um ar nobre, devia possuir pouco mais de dezenove anos mas as espadas afiadas atadas a seu quadril mostravam sua experiência em batalha, jamais se deve deixar que a lâmina perca o corte, essa pode ser a diferença entre a vitória e a morte.

            O jovem mercenário sorriu, um sorriso presunçoso, balançou levemente a cabeça, negando a mentira óbvia do homem a sua frente, desviou seus olhos até abaixo do banco da carroça e voltou a ver o brilho de uma lamina levemente dourada, isso devido aos raros mineiros das montanhas ao leste do reino dos Stone, as espadas da guarda real e da família do rei possuíam a mesma lâmina dourada, e é claro que alguns nobres sulistas também possuíam a honra de portar uma lâmina tão rara quanto aquela, desde que possuíssem riquezas para compra-las.

            Aço de fênix, como era chamado pelos estudiosos e entediantes mestres dos livros, a mais afiada das lâminas conhecidas, mais perigosa que as laminas feéricas do Norte, ou mesmo as espadas encantadas das terras sem Rei, uma fortuna para ser produzida e outra para ser adquirida, lembrava-se de brincar com a lamina de seu pai em sua infância, e de usa-la para tirar a pele de um lobo na adolescência, quase nunca precisava ser afiada e atravessaria uma couraça com a mesma facilidade que cortaria o ar.

            Apenas aquela lâmina podia, sozinha, pagar por todos os mercenários da vila da fronteira, e o cavaleiro, bem, ele deduziu por sua postura impecável e formalidade exagerada que aquele homem havia de ser um cavaleiro, ainda insistia em dizer que não podia pagar por seus serviços.

            James voltou seus olhos para a família a sua frente, os analisando mais atentamente, era impossível que eles não fossem de total confiança do rei, aquela criança era exatamente como se recordava da pequena princesa a dois meses atrás, na última vez que serviu ao seu rei e esteve ante sua presença e também da rainha, que carregava a pequena criança em seus braços.

            Seu olhar se fixou no cavaleiro, aquele homem devia se tratar de um membro da guarda real, o mercenário sentiu vontade de rir, justo quando pretendia ir ao Norte buscar trabalho lhe aparecia uma oportunidade como aquela, os deuses lhe deviam estar sorrindo pela primeira vez em anos.

            -Cobrarei um preço justo cavaleiro - James sorriu ao ver os olhos do homem a sua frente se arregalarem e aquela foi a prova que lhe faltava para ter certeza de quem eram - tenho certeza que Vossa Graça lhes deu riquezas o suficiente para uma vida de conforto, o melhor para nossa pequena princesa.

            A mulher soltou um curto e agudo grito, assustando a pequena menina dos cabelos tão negros em seus braços, que até o momento dormia pacificamente, sem nem ao menos se dar conta de toda tensão ao seu redor.

            O choro foi ouvido segundos após, a mulher em choque nada fez, o que levou o homem a gentilmente tomar a criança de seus braços e aninha-la contra seu grosso casaco, tentando de alguma forma acalmar a pequena criaturinha que se pôs a chorar mais fortemente.

            O mercenário se irritou, aqueles dois jamais haviam lidado com uma criança, era óbvio a qualquer pessoa que os visse, mal sabiam segura-la, quanto mais acalma-la, ele balançou a cabeça negativamente, incomodado com o choro insistente e agudo.

            Nyssa e Damon deviam estar completamente desesperados para mandar a princesa com aqueles dois inexperientes, a situação no Sul parecia estar pior do que os rumores da fronteira indicavam, se não, por qual motivo haviam mandado a princesa as escondidas para o Norte? Ainda mais sem nenhum tipo de proteção aparente.

            O choro se prolongou por mais um longo e torturante minuto, Ellen havia se recuperado e agora tomava a menina em seus braços, a balançando de um lado a outro, tentando aconchega-la em seu peito, sem nenhum sucesso, Killian percebeu que a mulher começava a se irritar e estava prestes a voltar a pegar a pequena quando notou a aproximação do mercenário.

            Puxou a espada escondida em baixo do banco e ficou em pé na carroça, apontando a lamina em direção ao homem que parou de andar, saltou para o chão e aproximou a lâmina do pescoço do rapaz, agora podia ver que a diferença de altura entre eles era quase nula, o jovem a sua frente era alto e forte, seria uma luta interessante, mas ele era o capitão da guarda do Rei, jamais perderia para um simples mercenário.

         -Não busco por uma luta, Sor - James ergueu ambas as mãos, simbolizando sua intenção de paz e sorrindo ao olhar para a lâmina, havia anos que não colocava os olhos em uma daquelas douras e brilhantes espadas sulistas - penso que devo me apresentar propriamente, meu nome é James Bouvyr, filho renegado do Lorde Gerrard.

            Killian baixou a espada de uma única vez, soltando lentamente a respiração que prendia, fitou o mercenário a sua frente, analisou os traços de seu rosto e constatou que realmente havia uma grande semelhança com o velho Lorde, mas em nada se parecia com o garotinho que um dia havia visto acompanhar seu pai a reuniões com o Rei.

            Ellen por outro lado se encontrava parada, fitando o homem descaradamente, lembrava-se de quando Lorde James havia sido deserdado e expulso das terras do senhor seu pai, aquele havia sido o maior escândalo em anos, talvez décadas, o garoto possuía pouco mais de 15 anos e matou um cavaleiro com o dobro de sua altura e também idade, tudo por que o homem havia tentado agarrar sua irmã mais nova.

            Cinco anos haviam se passado, ninguém jamais voltou a falar sobre o ocorrido, um pedido do idoso Lorde Gerrard, o qual o Senhor vosso Rei acatou e estendeu a todos em seu reino, Ellen sabia que James era como um cavaleiro especial do Senhor Damon, o rei parecia ter certo apresso pelo jovem e vez ou outra atribuía-lhe longas e complicadas missões, nas quais sempre obtinha sucesso.

            Lorde James era um mercenário a serviço do seu Rei, era possivelmente o único homem no qual poderiam confiar na jornada a qual enfrentavam, o único que seria capaz de proteger a princesa nos longos anos que a esperavam no Norte.

            Isto considerando que ninguém viesse a descobrir quem ela realmente era durante a estadia indefinida no reino gelado que se estendia a seu redor.

            A princesa parou de chorar e Ellen baixou seu olhar em direção ao pequeno e adorável ser em seus braços, os olhos azuis cristalinos como de sua mãe fitavam o mercenário a sua frente eu um sorriso brotou em seus pequenos lábios, Lorde James sorriu para a criança e naquele instante uma paz estranha se instalou no ambiente.

            -Acredito que aceitaremos a escolta – Killian soltou quebrando o silêncio que se estendia, voltou a guardar a espada embaixo do banco e estendeu a mão ao jovem mercenário a sua frente.

            -Feliz em servir meu Rei – James aceitou o cumprimento e os homens apertaram os antebraços um do outro no comum cumprimento de soldados, afinal ele mesmo havia durante anos sido escudeiro do rei e sido treinado para ser um de seus soldados.

            Ao longe o som do uivar de um lobo despertou o sentido de todos, a noite se aproximava e a jornada estava longe de encontrar um fim. Killian voltou a subir na carroça enquanto sua esposa aninhava a pequena, balançando-a levemente para que voltasse a dormir.

            Apertou a rédea em suas mãos enluvadas e chicoteou os cavalos com a mesma, dando a eles a ordem de voltarem a seu trote mediano, com um solavanco a carroça passou a se movimentar e pelo canto do olho pode ver James montando em seu próprio animal e o esporeando para trotar a frente da carroça, olhos atentos e mãos sempre próximas do cabo das espadas.

            Uma longa jornada ainda se estendia a frente deles, a velocidade reduzida que seguiam graças a estrada ruim e a carroça duplicava o tempo de viagem, mas agora o medo não apunhalava tão fortemente em seus peitos, os deuses pareciam sorrir a eles e essa esperança acalentou suas almas no frio que caia juntamente da noite.

        


Notas Finais


Se vocês leram as notas iniciais já sabem, se não leram, bem, não tenho previsão para atualizar então nem esperem nada tão rápido, okay?
Agradeço a compreensão.


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