A L I C E
Após a noite desastrosa com Christopher, afirmando por durante oito horas que não havia enviado fotos íntimas para desconhecidos e estar com uma dor horrível na virilha por ter batido ela na ponta de cômoda, eu parecia um zumbi no colégio. Tinha ido dormir por volta de umas três da manhã, amanheci com olheiras daquele jeito.
Quando entrei na sala, devidamente com óculos escuros e quase desabando na cadeira, chamei a atenção de alguns alunos e que viraram pra discretamente para ver a desgraça alheia.
Senti meu rosto queimando, uma sensação como se os alunos soubessem o que eu aprontei na noite anterior.
A professora deliciosa-futuraesposa-dlç entrou com seu olhar sexy e saia lápis, e eu despertei por um momento, mas meu cansaço físico e mental era difícil demais para suportar.
- Bom dia, alunos! – Entrou com seu sorriso encantador. – Eu tenho uma grande novidade, teremos uma nova aluna hoje! Ela veio de intercâmbio da Europa, eu garanto que gostaram muito dela! – Interessante...
Ela passou uma atividade enquanto a tal menina não chegava, mas admito que eu tirei um cochilinho bom ali. Eu estava com tanto sono que aquela carteira era como uma cama King Size edição limitada.
Foi quando eu ouvi um estrondo e notei que era a professora batendo na mesa com a caneta de ferro dela, insuportável por sinal, como inventa algo como isso? Para deixarem alunos deficiente auditivos?
Quando ela comprou a caneta, entusiasmada como se fosse um brinquedo na mão de uma criança, ela já veio mostra para qual afinidade serviria aquele instrumento do capeta.
- A nova colega de vocês já está lá fora esperando pra ser apresentada. Terei a colaboração e todos ou querem levar uma advertência de presente para o pai e a mãe de você? – Os sorrisos amarelos de nós alunos não enganava ninguém, era a realidade, éramos a turma do capeta.
A menina entrou na sala, bem timidamente e a professora lhe deu um olhar acolhedor provavelmente para que pudesse logo entre e ela retornar as suas atividades.
Quando ela chegou até ao lado da mesa da professora, que se encontrava no meio da sala a frente das cadeiras dos alunos, meu coração perdeu uma batida. Era uma das criaturas mais lindas que havia visto...
- Olá - a menina era muito angelical, tinha cabelos loiros tão lindos e cacheado, parecia um anjinho. Ela falava como se quisesse se esconder de baixo da mesa, eu não sabia o que falava, somente via aqueles lindos lábios se mexendo.
Quando ela terminou de falar, provavelmente sobre sua idade, sonhos e de onde vinha, como sempre faziam os alunos falar, ela olhou para todos em volta procurando algum lugar, os meninos estavam afoitos esperando que ela os escolhessem, até que ela viu que eu era a única menina sem par e resolveu andar em minha direção pra não ter que tolerar olhares calientes para ela. Coitada, não me conhecia.
- Oi - sorri para ela.
- Hey - disse acenando tímida.
- Espero que não se importe, mas não sou a mais inteligente da sala.
- Ah. - Sorriu - somos duas então.
- Desculpa, eu me distrai, nem ouvi qual o seu nome.
- Rose - falou sentando na carteira dupla.
- Combina com você - olhei para suas coxas magrinhas e lindas até ela notar que eu estava olhando e então disfarcei. - Adorei sua saia, aonde comprou? - Eu toquei na bainha, passando a mão levemente na sua coxa.
- Ah, eu que fiz! - Deu um sorriso de orelha a orelha, feliz com o elogio.
- Jura? Além de linda, é talentosa? - Seu rosto ficou muito vermelho, por um momento pensei que tivesse passando mal, mas depois voltou a o normal.
Fizemos nossas atividades e conversamos sobre ela. Era norueguesa, de família rica, daquelas que tem brasão, 17 anos e namorava com um menino de família muito rica também e velhos companheiros da família dela. Iriam se casar daqui há um ano, após o intercâmbio. Triste, tão linda e já prometida. Mas ela parecia feliz ao falar dele e disse que estava muuuito ansiosa com o casamento.
Eu não me imaginava casando, gostava da minha liberdade, principalmente sendo tão nova. Eu ainda iria dar muito antes de casar, desculpa, mas não sou hipócrita, nem me faço se santa, gosto de sentimentos, mas pra haver sentimentos, não precisa de um contrato enfiado no meio disso. O casamento era isso, só um papel, só um contrato.
Depois determinar as aulas do primeiro turno, fomos ao intervalo lanchar, ela disse que antes teria que ir a secretaria, então me despedi e fui comer. A cantina estava lotada, era um saco isso, você tem que esperar séculos até chegar sua vez.
Depois de pegar minha comida, procurava a mesa vazia e comia refletindo em coisas como a vida e a morte.
- Ai meu Deus, Alice! Finalmente te achei - olhei para cima vendo um Richard ofegante.
- Fui acusada de matar alguém? Só pode ser isso pra me importunar enquanto estou comendo.
- Também fiquei preocupado com você, obrigado. Vim saber o que aconteceu ontem.
- Meu padrasto me viu me masturbando, eu bati a virilha na cômoda e passei a nova afirmando que não tinha enviado nudes a um desconhecido.
- Nossa, seu padrasto pega pesado - falou sentando na minha frente.
- Muito!
- Ouvi boatos que a norueguesa competidora internacional de matemática começou um intercâmbio aqui, demais, né? - Falou entusiasmado e eu o olhei por cima dos meus óculos imaginário.
- Ela me disse que não era tão inteligente assim.
- Você já a conheceu? - Falou ainda mais entusiasmado.
- Conheci sim, ela é da minha sala, mas por que você está nesse fogo todo?
- É que eu gosto de matemática, queria trocar algumas ideias com ela - eu sabia bem o que ele queria.
- Se pretende mais, lhe avisarei que já está comprometida, vai casar próximo ano. A família dela tem brasão, você sabia? Nem pensei que essas coisas ainda existiam.
- Que legal! E não, não estou interessado em algo a mais que um bom papo sobre matemática. Mas vem cá, ela não é muito nova pra casar? Até minha irmã tem amantes ainda e a menina vai casar!
Wtf, como assim amantes? Ela não podia ter amantes!!!!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.