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História Lonely rebel - Capítulo 5 - Apaixonada


Escrita por: caitvistar

Notas do Autor


🌻 lele:

E aqui estou eu com o último capítulo que faltava postar, finalmente virá coisa nova por aí uaaaa apenas aguardem o comeback da solitária rebelde e sua namorada, cuidarei de tudo com carinho, prometo

Preparam-se para mais... ok, não darei spoilers, vcs vão ter que ver 🐱

Boa leitura! ♡

Capítulo 5 - Capítulo 5 - Apaixonada


Capítulo 5: Apaixonada



O clima era desconfortável dentro do veículo. Os pais de Chaeryoung trocavam poucas palavras, a maioria agressivas, e a mais jovem não sentia o mínimo interesse em abrir a boca. Como sempre, sentia-se acre. Havia odiado a ideia de se mudar, ainda mais para um bairro esquisito como aquele.

O seu pai tinha algumas dívidas pendentes com um importante político de outra cidade, e para tomar tempo, a família inteira precisou ir para uma cidade menor. Chaeryoung não tinha uma vida incrível na cidade onde morava, mas era a sua zona de conforto. Tudo o que conhecia. Gostaria de que sua opinião ao menos fosse levada em conta. Mas como sempre, mesmo após os protestos e a raiva que Chaeryoung demonstrou com a notícia, de nada adiantou. 

Uma nova vida começava para si. Longe de pessoas que sequer era próxima. Longe do quarto onde as paredes foram as únicas que ouviram sua tristeza, seus pequenos momentos de felicidade, seus sonhos, suas raras esperanças. 

Cansada de reclamar, Chaeryoung descansava com um semblante meio irritado, meio melancólico, na janela do banco de trás. 

O semblante agridoce estremeceu ao deparar-se com algo. 

Alguém.

Era uma garota que parecia ser apenas um pouco mais velha que si. Usava um short jeans rasgado, uma regata preta de gola alta que parecia ser bem velha, com algumas palavras em inglês nas quais Chaeryoung não conseguiu ler. Notou também os desenhos escuros nos braços desnudos, chamando a atenção de Chaeryoung, que nunca em sua vida cogitou fazer algo tão errado quanto uma tatuagem. 

A jovem tinha algo em mãos, que a Lee não conseguiu distinguir, também, pois o carro logo afastou-se da visão da jovem que caminhava quase invisível. 

Chaeryoung sentiu um arrepio percorrer sua nuca. Estava assustada e intimidada. 

Shin Ryunjin não era como ela esperava, mas não teve dúvidas de que se tratava dela. A solitária rebelde. 





                     [...]

Chaeryoung estava impaciente pra chegar em sua rua. Sua manhã havia sido extremamente chata, apesar de estar tomada pelos sentimentos doces de saber que, nos arredores da escola, estaria Ryunjin. Todavia, de pouco adiantava se não poderia ir até ela. 

Apesar de sentir medo que ass pessoas descubram seus sentimentos pela mais velha, não era isso que a influenciava a não ir até a Shin, mas a sua própria timidez e falta de tato em como adentrar o seu espaço. Ryunjin parecia gostar de si, mas perto dela, ainda sentia-se pequena, como se a outra fosse intocável. Também não conseguia fugir de seu grupo, e foi ali que percebeu a sua mania de estar sempre atrás delas. Como nunca conseguia entrar no assunto. Caminhar lado a lado. Parecia que algo as separava mas, tão desesperada por companhia e aceitação de garotas "poderosas", acabou se conformando com aquela melancólica realidade. 

Mas agora… parecia que não valia a pena. Nenhum pouco. Afinal, dali a alguns passos, havia alguém que gostava dela de verdade. E que Chaeryoung também gostava de verdade, por mais louco que pudesse ser. 

"Estarei te esperando em frente a casa vazia ao lado da sua, depois da escola. Aliás, você estava linda hoje, quis ter dar um abraço assim que te vi. 

Um beijo. 

E é bom que você saiba quem é, hein?"

Chaeryoung encontrou a carta dentro do seu caderno, após o intervalo. Guardou o bilhete rapidamente no menor bolso da sua mochila, sabendo que, caso visse o papel, Irene tomaria da sua mão e leria contra a sua vontade. 

O sorriso que não conseguia retirar de seu rosto também a entregaria, e não queria que nenhuma palavra infeliz de Irene como "deve ser uma pegadinha, não se iluda tão fácil", estragasse aquele momento. 

Desde então, Chaeryoung aguardava com expectativa o final das aulas. 

Esperava dentro do carro, sendo possível sentir o cheiro do perfume doce que passou após um banho rápido no vestiário da escola. Já que pelo visto não iria ter tempo de passar em casa antes. Mas não se preocupava muito com isso, tudo o que sua mente conseguia pensar era que estaria com Ryunjin dali a alguns minutos. 

Quando chegou na porta de sua casa, avisou ao motorista que precisaria passar na casa de uma amiga que morava ali perto e que avisasse a sua mãe. O homem tentou protestar, mas Chaeryoung respondeu rápido e interrompendo, dizendo que não haveria problema algum. O dirigiu um último sorriso forçado e saiu do carro, um pouco insegura com o vento agridoce do meio dia. Olhou em volta e não avistou Ryunjin. 

Observou atrás de si com discrição,  esperando o momento em que o homem adentraria o portão de sua casa. Foram dois minutos que pareceram durar uma eternidade. Quando notou o caminho livre e a rua vazia de pessoas que estariam almoçando ou no trabalho, sentiu o seu coração acelerar, doce. 

O corpo da garota que usava uma calça jeans rasgada na altura da perna e nos joelhos, e uma blusa preta de um ombro só, deixando visível suas tatuagens com um significado que Chaeryoung desconhecia, surgiu à direta da casa a frente da de Chaeryoung no primeiro passo que essa deu. 

Enquanto se aproximava da mais velha, o olhar de Ryunjin não a abandonou nenhum minuto, como se aguardasse com expectativa o momento em que Chaeryoung estaria em seus braços. E, honrando aquele sentimento, não hesitou em tomar a sua mão assim que ela esteve perto o suficiente, a levando com cuidado até a abertura da casa onde as duas estavam em frente, ficando entre a entrada abandonada e um corredor vazio. 

Quando os seus lábios foram tomados, Chaeryoung não hesitou, respondendo de maneira tão urgente quanto Ryunjin. As duas se completavam com sincronicidade, como se estivessem esperado por aquele momento a manhã inteira. Chaeryoung ainda estava se acostumando com a sensação de alguém tão perto de si, a sua boca sendo explorada de uma forma que aconteceu apenas nos seus sonhos mais fantasiosos. Mas quando sentia o seu corpo envolvida pela outra, os estalos cuidadosos e a língua que parecia natural de tudo o que desejava, não tinha insegurança ou dúvida. Era o tipo de coisa certa que a gente não planeja viver, mas acontece naturalmente, colorindo a vida d'uma forma inesperada; Chaeryoung não sabia que precisava de Ryunjin até estar com ela. 

Sorriu quando as mãos que mantinham-se na sua cintura, se tornaram mais frouxas e Ryunjin moveu a cabeça e selou um beijo no nariz de Chaeryoung, depois no seu rosto, testa e, por último, em sua mão após levantar delicadamente o braço da mesma. Então a beijou uma última vez, e Chaeryoung notou como Ryunjin parecia beijá-la sob cada movimento dos lábios, como se desejasse sentir cada minúcia da textura dos lábios entrelaçados; a pele que abraça a outra. 

A Lee percebia porque se sentia da mesma forma. Se pudesse, permaneceria para sempre com a sensação da presença de Ryunjin em sua pele, como um remédio para todas as suas dores. Uma felicidade que sentia apenas ao seu lado, em seus braços, sob sua existência.

Após os lábios deixarem um ao outro, Ryunjin a abraçou por um tempo, mantendo a mão nos fios da outra e viajando pela macieza destes. 

– Como foi a aula hoje? – indagou a Shin, sem soltá-la. 

– Normal… Eu acho. Nada nunca me interessa demais. Tudo perde o sentido quando eu aprendo o conteúdo.

Ryunjin iria respondê-la, mas Chaeryoung lembrou de falar, um pouco desajeitada:

– Ma-mas eu… senti sua falta. Quis ir onde você estava. Mas… não quis incomodar.

– Você jamais incomoda. – confessa, descansando o queixo em seu cabelo – Mas não precisa se preocupar com isso. Eu diria preferir que não fique solitária como eu, mas pessoas que andam com você… me pergunto se vale a pena. O importante é você saber que estou ao seu lado, Chaeryoung. A todo momento. 

– Eu digo a mesma coisa. – responde, tentando abandonar a sua timidez e indo um pouco para trás, podendo assim mergulhar nos olhos mais verdadeiros que já contemplou. – Não há mais motivos para dizerem que você é solitária. Eu… estou aqui agora. 

Ryunjin sorriu e fez um singelo carinho em sua bochecha, selando os lábios logo em seguida. Permaneceu um tempo ali, sentindo o toque de um sentimento que parecia infinito. 

Ao se separarem, a Shin declarou:

– O que acha de conhecer o meu trabalho agora?

Aquelas palavras fizeram Chaeryoung, de primeira, corar. E ela nunca admitiria, mas talvez, tenha ficado um pouco interessada naquela ideia. Mas não demorou nadinha até entender que Ryunjin não se referia aos boatos sobre si, mas sim, sobre a verdade. 

                     [...]

 

O lugar era próximo a rua das duas jovens, apenas uns dez minutos de distância. Entretanto, o estabelecimento parecia escondido do restante do mundo. Uma rua à esquerda do final da rua onde ambas moravam. 

Após muitos passos, encontrava-se um portão grande, branco e enferrujado. Chaeryoung nunca havia se deparado com ele antes.

Ryunjin sacou uma chave de sua calça jeans e destrancou a fechadura facilmente, provavelmente pela força do hábito. Chaeryoung observava os seus atos com mais atenção do que realmente precisava. Ela parecia tão bonita em cada gesto… A Lee não conseguia parar de notar. Seu encanto conseguia predominar ainda mais que a curiosidade sobre o que as esperava atrás do portão.

Após destrancar o objeto, Ryunjin tomou a mão da Lee, as duas seguindo na direção de uma entrada transparente e, ao lado, uma entrada maior e da cor preta, repleta de grafites incríveis. O coração de Chaeryoung tornou-se aquecido por um momento, afinal, estava conhecendo mais do mundo da Shin, e a cada descoberta, esta parecia um alguém mais maravilhoso que Chaeryoung poderia ter um dia imaginado.

Era possível ouvir uma música vindo de algum lugar, algo que se parecia bastante com rock. Com certeza alguma banda que a Lee não conhecia, na qual não se importaria caso Ryunjin apresentasse para si algum dia. 

Várias ideias se passaram na mente da jovem antes que a porta fosse aberta. Mas, sem dúvidas, ela não pensava que alguma coisa além da própria ocupação da pessoa de quem gostava, fosse chamar a sua atenção. Todavia, no instante em que adentrou o local e a música tornou-se mais clara, o que a surpreendeu, foram as pessoas.

Umas quinze pessoas, todas espalhadas em diferentes espaços do local. Algumas conversavam próximo a vitrola que trazia a música, comentando sobre a que tocava agora ou simplesmente dançando com a cabeça. Outras pareciam esperar enquanto liam livros ou revistas, e uma jovem que não conhecia, tirava poeira do que pareciam algumas macas brancas, acinzentadas pelo tempo. 

Chaeryoung não sabia se estava surpresa pelo vestuário onde cada um deixava explícito suas inúmeras tatuagens, ou a presença do diretor e de sua professora, esses que conversavam em uma mesa enquanto bebiam algo. 

Uma risada baixa, para que apenas esta ouvisse, tirou Chaeryoung de seus devaneios.

 – Você tá com uma cara engraçada. – comenta Ryunjin, observando-a com carinho. – Não precisa ficar com medo. Todo mundo aqui é confiável. Vem comigo. 

Chaeryoung não conseguia deixar de observar os outros ao seu redor enquanto caminhava com a outra até uma porta branca, mas ao perceber que os olhares também pareciam prestar atenção em si, sentiu-se envergonhada e apenas seguiu Ryunjin.

Porém, assim que abriram a porta, outra cena surpreendeu Chaeryoung, que corou ao dar de cara com duas mulheres se agarrando no cubículo que não parecia ter sido criado para esse tipo de coisa. 

– Que diabo é isso Seulgi?! – ouviu a Shin gritar com impaciência, e Chaeryoung riu quando Ryunjin tapou os seus dois olhos. – Já basta você vir vagabundar todo dia aqui, vai usar meu estúdio pra… enfim, vá embora! Você também! E se continuar assim, nem precisa voltar mais!

– Aff' mano. Você já foi mais educada. Poderia ter esperado mais um pouco… – respondeu uma voz que a Lee imaginou ser dessa Seulgi, e um risinho baixo de uma das protagonistas da pegação. 

– Vaza daqui Seulgi!

Após bufarem, as duas intrusas saíram do local e, posteriormente alguns passos, as mãos de Ryunjin abandonaram os olhos da mais jovem. 

Chaeryoung sorriu ao observá-la parecendo um pouco impaciente, enquanto procurava alguns objetos que a Lee, aquela altura do campeonato, já imaginava pra que serviam. 

– Daqui a pouco vou precisar guardar tudo em outro lugar. Imagina se acontece alguma coisa com meus equipamentos? – Ryunjin murmura.

– Quer ajuda?

– Pode ser. Valeu. Pode pegar essa caixinha pra mim? – apontou para o objeto com palavras numa língua que a Lee não conhecia. 

– Claro. 

– Desculpa por aquelas duas. Prometo que não vai acontecer de novo. E se acontecer, elas não ficar vivas depois pra contar história. – diz, as duas já indo em direção a porta. 

– Tudo bem. Achei engraçado. – responde a Lee, acompanhada de uma risadinha.

Ryunjin também sorri e, antes que abrissem a porta, a deposita um selar demorado e carinhoso nos lábios. Pois afinal, o resto daquela tarde seria ocupada para a Shin. 

                     




Todas as pessoas no local pareciam combinar perfeitamente com aquele clima punk. Com exceção da jovem que varria alguns minutos atrás, e agora estava sentada em uma mesa com a tal Seulgi e outras duas garotas. As conversas e comentários com vozes mais altas do que Chaeryoung costumava ouvir, eram constantes, mas por algum motivo, aquela bagunça e rostos desconhecidos não a incomodava. 

Permaneceu quieta a grande maioria do tempo, entretanto, não se sentia excluída ou com o desejo de ir embora dali, como sentia-se quando encontrava os amigos de seus pais ou nas raras vezes que Irene a convidava para alguma festa.

Talvez o fato de Ryunjin, vez ou outra, voltar o olhar para si com um sorriso na alma de seus olhos, ajudasse para que ela se sentisse em casa. Observá-la trabalhando também era divertido. A Lee nunca fora interessada por arte, ainda que de vez em quando alguma obra trouxesse a tona profundezas que ela procurava esconder – mas observar Ryunjin desenhar na pele das pessoas, com uma concentração e resultados precisos e belos, a deixava cheia de encanto. 

Como estava num local próximo donde a Shin tatuava um rosto envolvido entre pétalas de rosas, nas costas de um homem que a jovem não conhecia, podia observar o desenho formando-se. E não precisaria olhar duas vezes para perceber que Ryunjin era o tipo de artista que pincelava com os saberes mais precisos de sua alma extraordinária. 

– Então você está com ela? – ouviu uma voz que conhecia indagar, e pela primeira vez, sentiu um sutil desconforto. 

Era a primeira vez que precisaria dizer em voz alta, aquilo que só o seu coração e Ryunjin sabiam. Quem perguntara fora a sua professora, a mesma que Chaeryoung descobriu carregar o desenho de asas onde choviam algumas lágrimas. A tatuagem encontrava-se próximo ao coração da mulher. 

– Isso não é assunto que uma professora deva se preocupar. – responde, incomodada em ser questionada daquela forma. 

– Aqui eu não sou sua professora, Chaeryoung. Aliás, com exceção da Ryunjin e, talvez de Chaeyeon, ninguém é o mesmo que você conhece lá fora. – responde, olhando Chaeryoung de cima abaixo. – Eu nunca pensei que você seria o tipo de garota que ela escolheria.

A Lee percebeu um riso amargo vindo por parte da outra, e se sentiu um pouco angustiada e preocupada. Será que sua professora…

– E qual seria o tipo de certo pra ela? Você? – pergunta, a olhando de forma afrontosa. 

Por alguns segundos, odiou a mulher por demonstrar querer roubar o que pra si tornara-se mais precioso.

– Tentando intimidar a menina da Ryunjin? – Chaeryoung tomou um susto quando Seulgi sentou-se ao seu lado, arrastando-se num banco. – Você precisa superar esse seu fetiche pela Shin, ô Hyunjung. É uma perda de tempo. Mas se quiser aliviar a carência, tô aqui viu? – declarou, a direcionando uma piscadela lenta e charmosa.

– Eu não preciso que falem por mim. – a Lee responde, agitada em ser o tópico da conversa. E ainda mais insatisfeita ao constatar que aquela professora intrometida gostava mesmo de Ryunjin.

A jovem pensou se teria menos chances de perder a Shin caso fizesse uma tatuagem. Um pensamento fugaz.

– Credo, como tu é chata. – Seulgi responde, rindo da mal criação da Lee. – Nunca dá pra entender a Ryunjin mesmo. Mas se ela gosta de você, com certeza deve ter uma boa razão. Não liga pra Hyunjung, ela é só mais uma da lista das que mulheres dessa cidade que gostam da Ryunjin. Mas bom, você… é a única da lista de Ryunjin, se eu bem conheço ela. 

O coração da Lee aqueceu um pouco ao ouvir aquilo, e optou por manter-se em silêncio, voltando a observar a namorada. Ouviu que Hyunjung e Seulgi trocavam algumas farpas, mas não prestou atenção. Percebeu como a Shin desprendia sua atenção do homem apenas quando direcionava o olhar a Lee, como se para dizer: "eu estou aqui, então não se sinta sozinha. "

Entretanto aquele cuidado não chegava a ser tão necessário. Chaeryoung poderia passar o dia inteiro ali, contemplando a forma como Ryunjin passava os seus dias. 

                   








– Ei. – Seulgi se aproximou de si, teimando em ser a única que ainda não havia saído do local. – Você é da escola daquela menina lá, a Bae Irene?

Seulgi sussurrava, e quando Ryunjin finalmente terminou de guardar os equipamentos do estúdio e pôs o braço envolta do ombro de Chaeryoung, esta entendeu o porquê do sussurro. 

– Eu também estudo com ela. Por que não pergunta pra mim?

Seulgi corou de decepção.

– Mas tu enche o saco, né, Ryunjin? Tchau. Foi bom te conhecer, é…?

A mais nova das três demorou um tempo para perceber que a outra falava consigo. 

– Chaeryoung… – murmurou, olhando pros próprios pés.

– Chaeryoung. Beleza. Fui!

Ao levantar os olhos e observar ela indo até a saída, não surpreendeu-se quando Seulgi trajou um espesso moletom e desfez o penteado de outrora. Ela fizera como todos os que entraram ali e saíram.

– Por que ela falou da Irene? – indagou a Lee, não conseguindo esconder sua curiosidade. 

– Ela gosta dela. – responde, dando um lento beijo no cabelo de Chaeryoung e começando os seus passos até fora do estúdio. – Se conhecem a um tempo. Mas a Irene gosta de fingir que não se importa. Uma hora a Seulgi cansou, mas pena que não como deveria…

– Espera… o que?! – exclamou Chaeryoung, chocada. 

– Isso mesmo que você ouviu. Não deveria se surpreender. Esta cidade está cheia de pessoas quebradas, Chaeryoung. Pouca gente é o que a gente observa em público. Eu… – interrompe-se por um minuto. O vento da noite é melancólico, e Chaeryoung sente-se triste por saber que precisaria ficar longe de Ryunjin nas próximas horas. – Fico feliz de poder estar aqui de verdade. Ao seu lado. E não uma pessoa que vive de máscaras. 

– Eu também.

A mais jovem resolve parar, antes que finalmente entrassem a rua onde moravam. Girou os pés e, delicadamente, pôs os seus dois braços envolta da cintura de Ryunjin, repousando a cabeça em seu coração. Sorriu quando ela retribuiu o seu abraço. Temeu acordar a qualquer momento. 

– Promete que nunca vai me abandonar? – indaga Chaeryoung, sem afrouxar o abraço. Queria morar ali. Naquele cheiro. Naquela pessoa. 

– Eu não gosto de promessas. – responde, a voz suave. – Mas isso eu posso te prometer.

              

      

                   Sexta-feira, 20:40.


– Você está diferente. – observa a mãe da jovem, e esta demora a perceber que as palavras são destinadas a si.

O pouco que sua mãe conversava a mesa costumavam ser pequenas reclamações e singelas grosserias ao seu pai. Esse que falava menos ainda. Pareciam estar presos em um mundo branco e chato, no qual Chaeryoung não sabia e não tinha interesse em adentrar. 

– Eu não entendo o que queira dizer, mamãe. – responde, cortando a comida com rapidez.

– Você não fica murmurando por aí. Acorda mais cedo. Se arruma ainda mais, se é que isso é possível… e não parece mais se importar em como isso não adianta. – termina, olhando para Chaeryoung daquela forma amarga que sempre fazia a mais nova sentir-se a pessoa menos amada do mundo. – Apenas não apareça grávida por aí. 

Aquelas palavras foram como um soco no estômago. Então sua mãe percebeu como ela estava apaixonada… mas da maneira mais fria possível. Chaeryoung odiou que a sua felicidade fosse pintada daquela forma na mente egocêntrica da mãe. 

Entretanto, não a respondeu. Era incapaz de negar os seus sentimentos por Ryunjin, então o melhor que poderia fazer, seria o silêncio. Ao não responder sua mãe, o vazio voltou a mesa de jantar. Aquela sombra de falta de familiaridade entre os três que era quase palpável, uma parte da família tão viva quanto a conexão entre as pessoas daquela mesa. 

Mas agora era diferente. 

Chaeryoung não se sentia mais sozinha. Ela sabia que, além daquela sombra, havia uma pessoa que estava ali consigo. 

Por vezes, estar apaixonada por Shin Ryunjin, intimidava a jovem. Ela temia o futuro, e temia o que poderia acontecer com a relação das duas. Temia a resposta externa. Temia estar afrontando Deus. 

Mas naquele momento, sentiu orgulho de seus sentimentos. Chaeryoung encontrara  o amor. Isso não havia preço. E ela tinha certeza quanto ao fato de que Ryunjin era única para si. Provavelmente nunca haveria outra pessoa, e ela tampouco o desejava. 

Lutaria para estar com Ryunjin. E independente de suas inseguranças, não abaixaria a cabeça para o mundo ou seus medos. Poucos encontram o que ela tinha achado, e com muita sorte. Iria valorizá-lo até o fim de sua vida. 







A madrugada de sábado chegaria dali a duas horas. Entretanto, Chaeryoung não mergulhava em pensamentos enquanto abraçava o seu travesseiro. Pensou em Irene, e em como ela era egoísta e cruel de vez em quando, parecendo uma pessoa tão fechada quanto os seus pais. E ela… havia tido algo com aquela garota? 

Durante a madrugada, também relembrou como, todas as sextas, Chaeryoung tinha esperança de que a Bae a chamasse para fazer algo, afinal, ela era sua única amiga. Mas isso dificilmente acontecia, e o dia da semana que poderia ser divertido, era apenas outras horas solitárias, talvez um tanto mais notavelmente melancólica. 

Mas naquele fim de semana em especial, cada contraste exibia tons não antes vistos. Sobre Irene: ela continuava sendo alguém que fazia Chaeryoung sentir-se menor, mas dessa vez, não sabia bem a que ponto conhecia a pessoa que desejou ser por tanto tempo. Sequer sabia se ainda o desejava. Afinal, a última coisa que Chaeryoung gostaria de ser, seria a pessoa que finge não se importar.

Poderia ouvir o cantar dos grilos, sempre a zombarem de seu cortante abandono. Mas naquele dia, o canto destes pareciam tímidos e hesitantes, como se sentissem culpados. Eles não eram ruins, talvez apenas ainda não soubessem que Chaeryoung poderia amar. 

Aquela noite não soava solitária, e a única coisa que apertava o coração de Chaeryoung aquele momento, era a saudade. Porque o espaço-tempo tornava-se mais extenso quando Ryunjin não estava a alguns passos de distância. 

Mas sabia que ela estava próximai. E onde quer que estivesse, quando fosse para os braços e morar no coração de outro alguém, o faria com a garota que sorria ao olhar para o céu estrelado sob sua janela. 

Uma inspiração repentina soprou em seu peito. Tentou rejeitá-la no mesmo instante, pois não desejava ser inconveniente. Sentia medo de ser rejeitada, precisava confessar. Mas sabia que não havia chance daquilo acontecer.

Sentou em sua cama com um impulso empolgado e começou a balançar as pernas para a frente e para trás, pensando naquilo. Seu coração batia rápido. A expectativa era agridoce. Porém, de qualquer jeito, teria bons resultados no final. Pois ainda que fosse mandada de volta pra casa, a reencontraria, e o seu coração apaixonado poderia ser feliz novamente. 

Com uma considerável hesitação, procurou alguma coisa no guarda-roupa. Tentou achar algo bonito mas não se preocupou tanto, pois o seu maior receio aquele momento era o horário. Vestiu apressadamente um vestido róseo, penteou o cabelo e, para a sua sorte, ainda restava um pouco da maquiagem que usou no jantar. 

Pensou em pular da janela a partir dali mas, antes disso, teve uma ideia. Precisou abrir o guarda-roupa novamente. Era uma decisão súbita, mas não pensou duas vezes antes de procurar o suéter amarelo jamais usada por si, no fundo do guarda-roupa, provavelmente um dos únicos objetos que cuidou tanto na vida. 

Guardou a roupa numa pequena bolsa e, antes que decidisse, sentiu o coração apertar com o estalo de seus pés no chão da rua. Mas era tarde demais pra se arrepender. 

Olhou rapidamente para a casa onde morava, imaginando toda a ignorância de seus pais sobre onde estaria agora.

Mas fora rápido. O seu coração estava focado aquele momento, sonhando com o instante onde, na noite, encontraria o seu amor. 

Quando começou a caminhar, sentiu a insegurança ir se acalmando. Uma realidade negativa sobre Ryunjin era algo intrínseco aos seus medos. Quanto mais a se aproximava e, dessa forma, da realidade – sentia-se segura, como se não houvesse nada tão certo quanto o seu destino aquele momento. 

Alguns singelos minutos depois, ao aproximar-se ainda mais de seu destino, ouviu o abafado som de uma única música tocando em meio ao silêncio da rua melancólica. Era distinto das músicas de rock que ouvira mais cedo, no estúdio. Uma música romântica, ainda que o inglês de Chaeryoung fosse mínimo, conseguia entender algumas frases. 

Encostou a cabeça na porta e fechou os olhos, pensando em como se sentia sublime e feliz com a existência de Ryunjin, ainda mais tão perto de si. Um tanto para si.

But you brighten up for me all of my days
With a love so sweet in so many ways

Chaeryoung sorriu ao entender um pouco da letra. 

Com o coração cheio de emoções, dúvidas e expectativas, bateu na porta devagar. 

Pouquíssimo tempo depois, a música parou de tocar. Preocupou-se com a possibilidade de Ryunjin desconfiar ser alguém que ela não iria desejar receber. 

– Sou eu. – murmurou, na esperança de ser ouvida mesmo detrás da porta. 

O seu coração errou algumas batidas quando ouviu o som da porta ser destrancada. 

– Chaeryoung? – indagou a outra, surpresa, mas com um sorriso disfarçado estampando os seus lábios. Olhou para os lados e tomando sua mão, a levou para dentro. – Você não pode ficar aí fora. Entra.

Chaeryoung sentiu aquele pequeno desconforto ao adentrar uma casa que não era a sua, mas a sensação fora apaziguada quando, assim que trancou a porta novamente, dois braços a cingiram por trás. 

– É hora de criança estar dormindo, sabia? – declara, massageando a mão da Lee em seguida. 

– Eu não sou uma criança. – reclama, um pouco incomodada por Ryunjin expressar os dois anos de diferença entre as duas. Sentia-se mais distante da Shin com isso. Tudo o que ela não desejava. – Senti a sua falta. Eu não conseguiria dormir, de qualquer forma. 

Chaeryoung girou o corpo e deixou com que seus olhos mergulhassem nos da outra. Sentiu um arrepio ao notar a forma como Ryunjin observava a sua boca, para pouco tempo depois descansar tocar nesta com os dedos, como se quisesse sentir a textura dos lábios com aqueles. Chaeryoung fechou os olhos, na intenção de sentir ainda mais os singelos toques, como se assim pudesse alcançar completamente, tudo o que era Ryunjin. 

– Gosto de você, Chaeryoung. – ela declara, aquecendo o coração da Lee, que ouvia com carinho e atenção. – Você é o meu mundo inteiro. Sabe disso? 

Chaeryoung ia responder-lhe que sabia por sentir-se da mesma forma, mas antes que conseguisse sequer chegar ao fôlego da fala, pôde sentir as intensas batidas em seu coração quando, repentinamente, Ryunjin levou os lábios aos seus. 

Retribuiu no mesmo segundo. Era tudo o que desejava, afinal. Ryunjin mantinha as duas mãos no seu rosto de forma possessiva, como se, caso a soltasse, Chaeryoung pudesse sumir dali a qualquer momento. O beijo fora profundo, e a medida que a língua adentrava mais e mais a sua boca, os arrepios pareciam ser a única coisa que a Lee podia sentir em seu corpo, além do imenso desejo de estar com Ryunjin. 

Ambas sentiam-se eufóricas, como se cada segundo perdido pudesse significar o fim para as duas. Como se fosse inevitável, Ryunjin levou a outra até o sofá da sala e deitou ao seu lado, mantendo um braço abaixo de suas costas, e outro em seu sua bochecha. Os seus lábios desceram até o pescoço de Chaeryoung, passando por ali com intensidade e delicadeza, preenchendo com precisão cada minúcia de pele. 

A outra não pôde evitar um suspiro baixo, e pôs as mãos nos ombros desnudos da mesma, desejando sentir mais de sua pele. Permitiu com que suas mãos fossem até a sua clavícula e o seu coração, mordendo o lábio com a satisfação de sentir a pele de Ryunjin – era uma sensação pura e sôfrega, um equilíbrio que acelerava o seu coração. Enquanto suas mãos tateavam cada região, não pôde deixar de notar quando as mãos repousaram sob sua coxa esquerda. Ryunjin o fazia enquanto ainda beijavam-se, e parecia não haver espaço para fôlego ou palavras ali. Pareciam declarar-se através dos toques.

As mãos da Shin passeavam com familiaridade sob as coxas da outra, as apertando vez ou outra, permitindo-se beijá-la ainda mais intensamente ao ouvir os suspiros de Chaeryoung. Apertava a parte superior de sua perna com força e carinho, enquanto sua boca variava entre os lábios, o pescoço e colo de Chaeryoung. Beijou o último uma última vez, demoradamemte, enquanto suas duas mãos apertavam os dois lados da cintura da outra. Continuou com as mãos ao pressionarem a cintura de Chaeryeong. E, por fim, beijou-a profundamente. 

Então a mais velha descansou a cabeça em seu peito, sorrindo ao notar o coração acelerado da outra e a forma como parecia tentar recuperar o fôlego. Entretanto, nada declarou, optando apenas por abraçar sua cintura com carinho. 

– Eu tava pensando em você. – declarou.

– Eu… fico feliz. Não gostaria de pensar que estava pensando em outra pessoa enquanto ouvia aquela música. – responde, um meio sorriso iluminando seu rosto. 

– Outra pessoa? – Ryunjin sorri – O meu coração é todo seu, Chaeryoung. 

A mais jovem sorri e inicia um lento cafuné em Ryunjin. 

– E você é o meu amor, Ryunjin.

                   




                       01:40, sábado

– O meu pai me deu isso quando completei dez anos. Ele dizia que iria me aquecer quando eu me sentisse triste. – confessou, suas mãos levando a bolsa aberta até a Shin. – Foram as únicas palavras doces que alguém me disse até eu conhecer você. Nunca consegui usar, tive medo de estragar, e era grande demais pra minha idade. Ele sequer notou isso… mas ainda assim, é importante pra mim. 

Ryunjin esperou. 

– Você me deu o seu livro favorito, então quero que fique com isso. Para que lembre nas noites frias que… nunca mais vai estar sozinha. E de-desculpa se eu soar brega, não sou boa com palavras…

Ryunjin sorri enquanto a olha nos olhos, tirando o suéter de sua bolsa com delicadeza. 

– Obrigada. – declara. – Não vou esquecer disso. Espera um pouquinho, eu vou guardar e volto logo. 

A mais jovem assentiu, aproveitando pra finalmente dar um gole no chocolate quente preparado para si. Olhou em volta e não sentiu a falta de familiaridade de poucas horas atrás. Sentia-se segura ao esperar por ela, e um certo pensamento a fizera corar. Sorriu timidamente, pensando se um dia como o que sua mente sonhava poderia realmente chegar. Ah… Chaeryoung seria a pessoa mais feliz do mundo caso isso acontecesse. 

Uma música tocava na vitrola de Ryunjin, e a Lee achou engraçado como ela poderia ser romântica certas vezes. Muito mais que os príncipes de conto de fadas que conhecia. 

A música uma canção cantada por uma voz masculina. Chaeryoung tentou identificar a letra, mas não conseguia entender mais do que algumas palavras, e sentou-se insatisfeita por provavelmente não ser inteligente como Ryunjin. 

– O que essa música diz? – indagou assim que a Shin voltou a sentar ao seu lado, essa que também tinha uma xícara nas mãos. 

– É uma música de amor. Todas dizem basicamente a mesma coisa. 

– Então… por que você ouve?

– Porque elas me fazem lembrar você de diferentes formas, ainda  que digam sempre a mesma coisa.

Ao ouvir aquelas palavras, o familiar sorriso que estava sempre ali entre as duas, acompanha Chaeryoung quando essa decide se reconstar em Ryunjin, esta que se inclina no sofá e deixa com que seus braços aconcheguem a Lee. 

– Ryunjin… o que você costuma fazer nas sextas?

A outra pensa um pouco antes de responder. 

– As sextas não fazem muita diferença pra mim. Eu faço o que eu desejar todos os dias. 

– Então o que você faz todos os dias?

– Quer mesmo saber?

– Sim! – responde, ansiosa por saber mais da outra. 

– Eu gosto de sair de trem de vez em quando. Ir para novos lugares, observar as pessoas. As vezes e também procuro algum lugar pra fazer grafite, faço isso toda semana. 

– Então isso não é um boato…

– É. – a Shin sorri, fazendo a outra rir quando a deposita um beijo estalado na bochecha. – Por que seria? É uma coisa boa. Eu também gosto de ler, estudar novas formas de desenho… entre outras coisas. Eu gostaria de ser tão extraordinária quanto você espera, mas acho que a única coisa que me torna tão diferente, são as pessoas que me atacam apenas por eu não ser como elas. 

– Ryunjin… você é melhor do que eu esperava. Aliás, acho que você é a melhor coisa do mundo. 

– Não. Talvez eu seja a do seu mundo, amor. Mas eu só sou eu mesma. Apenas não me escondo. As pessoas que não estão acostumadas com ver a verdade… enfim, isso não importa. E você?

– O que faço nas sextas? – responde, temendo que Ryunjin note o quanto ela ficou vermelha ao ser chamada de amor.

– Pode ser. 

– As vezes saio com Irene. Umas festas horríveis… sabe, álcool, e Seulgi's em toda parte. 

As duas riem naquele momento, relembrando o momento de mais cedo. Como se aproximaram ao inclinar-sem para rir, Ryunjin abraçou a cabeça da outra, o sorriso risonho ainda em seu rosto.

– Já fui em algumas dessas. As vezes é legal. A música, a liberdade… mas não acho que seja o tipo de lugar para se estar o tempo todo. É como fugir da realidade, pode chegar um momento em que você não vai saber quando voltar. 

– Era tudo o que eu mais queria… – pensa Chaeryoung, sentindo-se melancólica. – Esquecer de tudo. O que eu sou, o que eu vivo… eu sentia que nem pra isso eu servia. Que as pessoas sequer me queriam por perto. Tudo doía o dobro. 

Repentinamente, os seus lábios curvam-se num sorriso doce. 

– Mas tudo mudou, Ryunjin. Tudo. Nada é o mesmo, desde que eu te vi aquela noite, no parque. Agora… tudo o que eu quero, todos os dias, é estar com você. Por mais que a minha realidade ainda doa. Eu quero aguentá-la. Ainda que doa as vezes, é a melhor realidade que eu poderia ter.


Notas Finais


🌻:
Obrigada a quem leu até aqui e até a próxima ;)


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