História Long Fic Jungkook - Paper Hearts - Alivio...

 Depois do que pareceu uma eternidade, Choi Kang Su parou o carro no estacionamento do prédio onde eu moro com os meninos do Bangtan. Fiquei parada em silencio, a mão parada na maçaneta da porta sem abri-la, estou olhando para fora com o olhar perdido. Observei o segurança sair do automóvel, dar a volta no mesmo e abrir a porta do carro pra mim. Saio do veiculo evitando contato visual. Por alguma razão eu me sentia exausta.

- Obrigado. – Murmurei, caminhando em direção ao elevador.

- Vou acompanhá-la até o apartamento. – anunciou ele gentilmente, seguindo-me de perto.

Eu só percebi que estava tremendo quando tentei colocar a chave do apartamento na porta e as deixei cair por que não consegui encaixá-las no buraco. Pacientemente o segurança as apanhou e abriu a porta.

- Pode entrar. – o segurança segurou a porta para que eu estrasse antes de me devolver o chaveiro. – Eu estarei aqui fora até os rapazes entrarem.

- Obrigado. – murmurei mais uma vez.

Ele fez uma pequena mesura. Retribui e fechei a porta em seguida.

Meus pés me levaram no automático até o quarto. Me joguei na cama, com sapatos e tudo e sem mesmo acender a luz, fiquei sentada ali, finalmente me dando conta da enormidade do que havia acontecido.

Ah, merda! Jungkook irá surtar.

Para me distrair da ansiedade que se manifesta em meu estômago tento ouvir alguma música. Solto um suspiro ao colocar os fones do celular, a escolha da música é óbvia. Tomorrow. Além de ser minha canção favorita dos meninos, sempre que eu tinha momentos difíceis era aquela música que eu ouvia, eu sentia como se aquela letra fosse um desabafo da minha própria vida. Sinto a melodia e as vozes soando em meu ouvido me envolverem como um macio tecido de veludo e não tenho noção de quanto tempo fiquei ali sentada no escuro me deleitando nos versos antes de cair no sono.

Jungkook POV´s

Jungkook estava ensaiando junto com os outros membros quando uma Staff da empresa disse a ele para ir até a sala de reuniões da empresa. Surpreso, ele trocou um olhar com os outros membros e se dirigiu até a sétimo andar. Sentados na mesa estavam, o CEO, Bang Si-Hyuk, o manager, Sejin e um terceiro homem que ele desconhecia.

- Sente-se Jungkook. – o CEO indicou uma cadeira.

Jungkook fez uma pequena mesura aos presentes, e então se sentou na cadeira indicada, aguardando em silencio.

- Jungkook, este é Im Jeong Ah, produtor executivo da MBC (Munhwa Broadcasting Corporation). – o CEO os apresentou.

- Prazer. – disse o homem, estendendo a mão.

- O prazer é meu. – Jungkook retribuiu o cumprimento.

- Se lembra quando dissemos que propostas surgiriam após o anúncio do seu relacionamento? – Sejin perguntou. Jungkook assentiu com a cabeça. – Pois bem, ele tem uma proposta pra você.

Jungkook concordou com a cabeça novamente.

- Bom... Eu vou direto ao ponto Jungkook-ssi. – disse o produtor. – A emissora que você e sua namorada na próxima temporada do We Got Married.

Jungkook ficou completamente sem fala, foi pego de surpresa com aquele pedido completamente inesperado.

- Jungkook? Jungkook!

- Hum? – Sejin lhe chamou a atenção. Ele ainda estava chocado.

- Sei que por ser tão jovem a proposta pode ser meio surpreendente, mas pode atender o telefone se você quiser. – o Sr. Im disse com um sorriso distorcendo sua face.

- Telefone?

Os mais velhos riram.

- É, seu celular vibrando em cima da mesa.

- Ah! Desculpe, esqueci de desliga-lo.

Jungkook pediu licença para atender a ligação.

- Yoboseyo?

- Jungkook, aqui é Choi Kang Su.

- Ah sim, o que foi?

- A senhorita Valéria quase foi sequestrada.

Jungkook levantou de seu lugar nu salto, derrubando a cadeira e assustando os homens na mesa e saiu correndo em direção ao estacionamento.

- O que aconteceu? – indagou ao homem no telefone, a voz rouca, mal conseguindo falar. – Onde ela está?

O segurança explicou que em tom tranquilizador.

Meia hora mais tarde, após dirigir feito um louco ele estava entrando no apartamento. Abriu a porta sem cuidado algum e entrou, correndo cômodo por cômodo até que a encontrou no quarto, a visão que teve fez com que seu corpo reagisse.

Valéria estava adormecida na cama ainda vestido com os pesados casacos de frio e com os sapatos nos pés, os cabelos caindo por seu rosto realçando os traços singulares de seu rosto, a respiração levemente alterada em seu sono fazendo seu peito subir e descer de forma inconstante, as mãos pousadas sobre o corpo, uma delas segurando o celular de maneira frouxa.

Ele passou as mãos pelos cabelos nervoso e voltou para fechar a porta da sala que havia ficado aberta, depois voltou ao quarto e olhou pra ela, passou alguns segundos admirando-a até que por fim decidiu tirar os casacos e sapatos e deixá-la mais confortável.

Caminhou até a cama e sentou ao lado dela, tirou uma mecha de cabelo que escorria por seu rosto, se inclinou, removeu os fones delicadamente e a pegou nos braços tendo todo cuidado para não acordá-la, retirou o pesado casaco, depois os sapatos e a ajeitou sob os travesseiros, pois ela estava deitada toda torta e puxou o lençol a cobrindo. Foi em direção a porta, mas antes de sair olhou pra trás, somente para se certificar de que ela estava bem.

Jungkook cambaleou até a parede aliviado. Até aquele momento não sabia quão grande era sua tensão. Fechou a porta e foi para a cozinha, precisava de uma bebida para se acalmar.

Pensar, sua cabeça já até doía de tanto refletir...

Ficar olhando para a sala vazia não estava ajudando. Tomou um gole de Uísque, ele não conseguia parar de pensar. Foi até o quarto, abriu a porta e a viu dormir, foi até a cadeira na escrivaninha ao lado da janela e se sentou, o céu naquela tarde estava limpo, quase sem as nuvens que mais cedo ameaçavam esfriar ainda mais o clima, uma brisa fria balançou seus negros cabelos.

E se eu não conseguir protegê-la? A ideia o apavora. Ele toma outro gole da bebida. Ouviu Valéria se mexer na cama e olhou pra ela. Se culpou por tudo o que estava acontecendo, sua paz de espírito estava totalmente estilhaçada.

Algo o assusta: um movimento na cortina da janela. Uma sombra aparece brevemente em sua visão periférica e ele franze a testa. Ele se vira para a sombra, mas não encontra nada. Esta começando a ver coisas, coloca a bebida de lado e vai se sentar ao lado dela na cama, observando-a dormir.

Valéria POV´s

Eu lutei boa parte de meu sono, debatendo-me para escapar dos homens, despertei em pânico. Reconstituía permanentemente a cena: os passos súbitos avançando depressa em minha direção, o carro parando, o homem tentando me forçar a entrar. Sabiam quem eu era? Foi planejado? Ou apenas tentaram roubar uma turista ocidental que passava por ali?

Todo o episódio não havia durado mais que apenas alguns instantes, mas eu, por alguma razão, sentia que jamais o esqueceria. Tensa e na defensiva, tentei acalmar os nervos excitados e focalizar o quarto. Soltei um grito quando senti um par de mãos me segurarem o braço e me virar para o outro lado da cama, empurrei com violência um peito duro até que alguém segurou meus pulsos.

- Noona.

Estava escuro demais para que eu pudesse ver seu rosto, mas imediatamente reconheci sua voz. Parei de me debater, sentindo a sensação de alivio se espalhar ao meu redor. Respirei fundo, ele me soltou para acender o abajur no criado mudo.

- Oi? - Disse meio em dúvida, não sabia como estava o humor dele, sua expressão era um mistério. Ele não sorriu. Mas eu também não esperava que sorrisse, não hoje e não nesse momento. Os olhos negros pousados sobre mim como se estivessem me estudando não era muito relaxante, ao contrário...

- Está aí a muito tempo?

Tentei descontrair o ambiente que estava relativamente pesado. Ele não mostrava nada, e eu não estranharia se ele tivesse passado horas sentado naquele mesmo local. E sabe Deus pensando sobre o quê.

- Não. – Monossilábico, como sempre era quando estava irritado. É, o humor dele não estava lá grandes coisas. – Ficou machucada? – ele perguntou de supetão. Neguei com a cabeça, ele suspirou.

Quando irritado ele ficava frio, arredio e azedo, mas era Jungkook ali, então me desvencilhei da dúvida e me aproximei para abraçá-lo, por um instante ele pareceu tenso, mas então ele me apertou em seus braços e esboçou um sorriso triste.

- Noona... – murmurou lentamente, pressionando os lábios em minha testa em seguida.

- Desculpe, sei que deve ter ficado assustado... – murmurei em resposta.

Ele se separou do abraço e segurou meus ombros, me olhando atentamente.

- Por que não fez que pedi?

- Quando vi sua mensagem tudo já tinha acontecido. Não esperava que fossem tentar me sequestrar em plena luz do dia no meio da rua.

Jungkook resmungou.

- Não sabemos o que aquela maluca pode ter em mente amor. Por favor não se coloque em risco. Isso me incomoda e me preocupa.

Mordi o lábio, concordando. Jungkook assentiu também e pressionou sua boca contra a minha com cuidado, acariciando meu rosto com delicadeza. Depois pressionou seus lábios em minha testa mais uma vez.

- Não sei o que faria se acontecesse algo com você. – ele prosseguiu com a voz grave, intensa, masculina, era como um veludo negro carregado de sedução.

- Nada vai acontecer comigo... – lhe assegurei. – vou tomar mais cuidado, eu prometo!