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História Longe de Casa - Far from home


Escrita por: byunirie

Notas do Autor


LEIAM AS NOTAS FINAISSS!

enfim chegamos ao "último" capítulo dessa história que eu amo taaaaanto!
porém, não entrem em pânico, ainda haverá um prólogo e um extra, então não fiquem desanimados ><

quero muuuito agradecer a Helô pela batagem, minha deusa!
não vou me estender aqui, mas leiam as notas finais por favor <3

boa leitura!

Capítulo 19 - Far from home


Fanfic / Fanfiction Longe de Casa - Far from home

Longe de Casa

Capítulo 19
 

    Grávido?

    Baekhyun estava grávido? O mundo parecia rodar a medida que tentava digerir toda a situação. Estava no carro de Dahyun, junto a Sehun e Jongin, enquanto o resto dos meninos seguiam com a van e os seguranças de ambas as máfias. Conversavam e arquitetavam um plano para conseguir entrar e tirar Baekhyun das mãos de Michan antes que ele chegasse em Busan, pois seria mil vezes mais difícil invadir a cidade. Precisavam agir e repassar o plano várias e várias vezes, entretanto, Chanyeol não conseguia se concentrar. 

    Seu ômega estava esperando um filhote. Michan tinha as duas coisas mais importantes de sua vida e ele não podia permitir isso. Saber sobre a gravidez de Baekhyun mudava muito as coisas, não podia simplesmente chegar lá e arrancá-lo do alfa, se Dahyun sabia sobre a gravidez, era provável que ele também soubesse. Michan estava com a faca e o queijo na mão, e se não tomasse cuidado iria perder a única coisa que fazia sentido em toda sua vida. Tentou prestar atenção novamente em Dahyun e Sehun, que repassavam o plano. 

    Sentiu a mão de Jongin em seu ombro, apertando devagar como se lhe passasse a força necessária. Todos estavam com medo e preocupados. Não queriam pensar o pior, no entanto, aquela pequena notícia havia pegado todos de surpresa. Ninguém estava julgando a falta de concentração do loiro, poderiam facilmente se colocar em seu lugar, principalmente Jongdae, que estava na van abraçado a um Minseok que chorava de preocupação. A apreensão era notável em cada um dos meninos e Chanyeol apenas tentava ser forte, olhando pela janela do carro, imaginando como Baekhyun estaria agora. 

    Assim como o Park, o ômega também estava apreensivo. 

    Ele olhava pela pequena janela do carro em que estava, observando a estrada de terra que dava para sabe se lá onde. Sabia que já era tarde e que em alguns minutos teriam de parar para abastecer. Mesmo com o movimento do carro, não conseguia dormir, sentia o cansaço querendo lhe abater e tentava ao máximo ignorar as dores que sentia pelo corpo. Não queria dormir, tinha medo que tentassem algo contra si ou seu filhote. Ficava agarrado à barriga inexistente, como se seus braços fossem capazes de proteger o pequeno fruto que estava em seu ventre. 

    Seus pensamentos volta e meio iam até Chanyeol, divagando sobre o que ele estaria fazendo. Estaria ele atrás de si? Ou nem sabia ainda que fora pego? Havia conseguido pegar os homens de Michan? Só sabia que ele estava vivo devido à marca que ardia em seu pescoço. Balançou a cabeça algumas vezes, tentando afastar as imagens ruins que sua mente criava. Colocou-se em alerta no momento em que o carro foi parando, ficando em frente a um galpão que caía aos pedaços, e seu nervosismo só piorou quando a porta se abriu e um alfa o puxou pelo braço com força, fazendo-o soltar do carro.

    Foi levado com brutalidade para dentro de um dos anexos que o galpão possuía, o cheiro podre deixando o ômega enjoado e mais ainda apreensivo. Teve o corpo jogado contra um colchão velho e empoeirado, entrando em pânico quando o homem se afastou fechando a porta e deixando-o no escuro. Sentiu as lágrimas rolarem por seu corpo e foi se encolhendo no colchão, estava tão cansado, sua barriga doía de fome e seus olhos ardiam cada vez mais. Levou as mãos ao rosto, escondendo-os, com medo de que alguém pudesse ver o quão fraco era. 

    Havia prometido não mais chorar, e ali estava ele, entregando-se aos medos mais profundos de sua mente. Pensou em Chanyeol novamente, no quanto sentia falta de seu calor, de seus carinhos. Conseguia sentir pela marca o quão agoniado o alfa estava e pedia aos céus para que tudo terminasse rápido, não queria que seu amado sofresse por sua causa, ainda mais agora que não estava mais junto a ele. Ainda não tinha visto Michan, e estava apavorado em encontrá-lo, preferia morrer ao estar de frente com aquele homem, contudo, não mais só sobre si mesmo, e sim sobre o pequeno serzinho que crescia dentro de si. 

    Baekhyun não saberia dizer em que momento se entregou ao cansaço, agarrado a própria barriga, provando que faria tudo ao seu alcance para proteger sua cria. As horas foram passando e o barulho de portão sendo arrastado ecoou, fazendo com que o ômega acordasse e se sentasse no mesmo instante. Sentiu de longe o cheiro azedo que o alfa tinha e todo seu corpo se arrepiou, o medo visível em seus olhos. Se levantou encolhendo-se em uma das paredes, sentindo o ar faltar quando Michan entrou no “quarto” em que estava. 

— Achou mesmo que ficaria fugindo para sempre? — Baekhyun nada respondeu. Encarava o alfa em silêncio enquanto observava ele se aproximar. Um tapa forte foi desferido em seu rosto, fazendo o ômega se encolher e levar uma das mãos ao rosto. — Como se atreve a fugir do seu alfa e ainda se deitar feito uma prostituta barata com outro homem?

— Você não é meu alfa — Mais um tapa. Mais forte que o primeiro, fazendo os olhos do castanho lacrimejarem. 

— Você é meu, Baekhyun — Levou as mãos até os cabelos do ômega, em um carinho que fazia o estômago de menor embrulhar. — E eu te perdoo… posso aceitar que tenha se envolvido com o Park. Mas sabe o que é engraçado? Seu pai me contou uma coisa… — Seu sorriso era sádico, fazendo Baekhyun engolir em seco. 

    Michan segurou o rosto do Byun com força, fazendo-o gemer de dor e pressionando o corpo miúdo contra a parede com uma força assombrosa. Baekhyun na mesma hora levou as mãos para barriga, protegendo seu filhote de qualquer ameaça que o homem representava. Os olhos do alfa perceberam as ações do ômega, e seus olhos acenderam feito brasas, antes de socar o rosto bonito do castanho. 

— Você é uma putinha barata, Byun — Sussurrou próximo ao ouvido do ômega, que deixava as lágrimas caírem pelo rosto machucado. — Mas não tem problema, eu vou adorar ver você lutar para não ser devorado por mim. 

— N-não…

— Agora você fala? — Riu fazendo o outro tremer. Jogou Baekhyun contra o colchão, que se encolheu em desespero. — Durma meu ômega.

— Eu não sou seu! — Falou rude, mesmo que com medo. Viu Michan agachar a sua frente com um olhar psicótico. 

— Mas vai ser. E acho bom acabar com essa marra, vamos sair em algumas horas e terei o prazer de tirar a força essa marca e esse verme que carrega! 

— Você não vai tocar no meu filhote — Gritou fazendo o alfa rir. 

— É o que veremos, Byun — Deu uns tapinhas no rosto do ômega e se levantou, saindo do quarto e trancando o portão. 

    Baekhyun sentia a respiração falhar, seu peito doía de uma forma que nunca julgou ser possível e seu coração estava acelerado no peito. Seu choro era copioso e a garganta parecia estar fechando. Levou as mãos ao pescoço, tentando gritar o desespero que sentia, lavando as mesmas até o cabelo para puxar os fios já tão maltratados. Michan ia acabar consigo, ele não podia deixar. Seu corpo tremia e parecia não ter controle nenhum sobre os próprios atos. Fechou os olhos com força, lembrando-se de como Minseok e Chanyeol o acalmavam durante suas crises de pânico. 

    “Respira, Baek. Você precisa se controlar, por favor respira!” Dizia para si mesmo em pensamentos, enquanto tentava a todo o custo controlar a respiração. Precisava pensar coerentemente agora, tinha que pensar pelo bem de seu filhote. Podia viver uma vida ruim, até mesmo aguentar os mais diversos abusos, só não aceitaria que seu filho passasse por aquilo. Não podia deixar. Abriu os olhos e se levantou, andando por todos os lados do pequeno espaço em que estava, tinha que ter uma forma de sair. 

 

(...)

 

    Fazia algum tempo, provavelmente horas, que Baekhyun havia esquadrinhado todo o espaço daquele “quarto” improvisado a procura de qualquer coisa que o ajudasse a sair dali e fugir de Michan. Estava se sentindo cansado, como se o peso do mundo estivesse em suas costas, queria desistir, contudo, pensar em seu filhote e em como Chanyeol reagiria aquilo fazia com que tirasse forças de onde não tinha para prosseguir. Queria poder contar ao alfa, poder temer suas reações como qualquer casal normal, sua vida não poderia terminar ali.

    Apoiou-se em uma das paredes sentindo a cabeça rodar, o enjoo forte se fazendo presente, sendo necessário fechar os olhos para respirar fundo. Levou uma das mãos até barriga, deixando um carinho calmo. “Por favor filhote, só mais um pouco”. Pensava, como se o filho pudesse de fato lhe escutar ou entender. Sabia que não podia, porém, apenas esse pensamento conseguia lhe deixar mais calmo, sendo capaz de pensar bem em cada um de seus atos. Sentiu as pernas falharem no exato momento em que barulhos de carro e tiros surgiam na estrada de ferro. 

    Arregalou os olhos forçando o corpo até a pequena janela dali, sendo capaz de ver apenas vultos correndo de um lado para o outro. A marca em seu pescoço queimava, seu lobo estava inquieto, então soube naquele momento que era a máfia de Seul. Chanyeol o havia encontrado. Sorriu em meio as lágrimas, uma súbita força surgindo conseguindo correr até o portão, batendo no mesmo enquanto gritava por socorro. Seu coração estava acelerado e poderia vomitar a qualquer momento. 

    “Seu pai veio amor, ele vai tirar a gente daqui”, era o que repetia em sua mente, enquanto continuava gritando e batendo no portão de ferro. Precisava indicar aos meninos seu paradeiro, não sabia qual era a extensão do galpão e faria de tudo para ajudar de alguma forma. Ouviu passos do lado de fora, e se estivesse prestando mais atenção, teria percebido o odor característico do homem que odiava. Havia sido tolo em pensar que seria tão fácil. Seu sorriso morreu no segundo seguinte em que a porta se abriu e Michan entrou, apontando uma arma para si.

    A expressão enfurecida e os olhos em chamas. Baekhyun deu alguns passos para trás antes de ouvir uma movimentação e logo ser agarrado por Michan, que encostava o cano da arma em sua cabeça com força. O ômega via tudo rodar, o medo de morrer ali era enorme e só piorou ao encarar Chanyeol se aproximar sozinho, a fisionomia ainda mais séria por ver Baekhyun nos braços do alfa. Negava com a cabeça, apavorado que algo acontecesse com o homem que amava. 

    Onde estavam os outros? Ele não podia estar sozinho! As lágrimas caíam por seu rosto. Não conseguia desviar a atenção do Park, que parecia estudá-lo milimetricamente para saber se não estava machucado e a cada hematoma que via no corpo do Byun, mais seu sangue fervia. 

— Logo você vai estar livre amor — Chanyeol disse para o menor, encarando Michan com raiva, que apenas riu. 

— Acha mesmo que vou deixar você ficar com ele Park? Ele é meu.

— Não é isso que minha marca diz.

— Isso é só um detalhe — Sorriu apertando ainda mais Baekhyun entre os braços, o ômega chorava, sentindo as forças esvaírem. O loiro, vendo a situação de seu parceiro deu um passo para frente, fazendo com que Michan apertasse ainda mais a arma contra a cabeça do outro, fazendo dar um grito de medo. 

— P-por f-favor — Repetia entre o choro alto. — Yeol…

— Vai ficar tudo bem amor.

— Calem a boca! — Esbravejou o alfa, puxando os cabelos do ômega que gritou de dor, fazendo com que Chanyeol rosnasse dando um passo à frente, contudo, sendo obrigado a recuar. — Nem mais um passo, Park. Ou eu acabo com ele bem aqui, na sua frente. 

— Você sempre foi muito impulsivo Michan. Se matar ele, vai ser o fim do seu reinado — Disse sério. O alfa riu alto.

— Acha que ligo pra isso? Só de saber que tirei ele de você, já terá valido a pena — Sorriu ao ouvir o rosnado de Chanyeol. — Você sempre foi como uma pedra em meu sapato, Park. Você e seu pai, só que agora eu tenho o controle bem aqui nas minhas mãos. 

— Você acha que tem o controle, é bem diferente.

    Michan rosnou com as palavras do Park, puxando Baekhyun ainda mais para si. O ômega não desviava os olhos do companheiro, e de alguma forma sentia-se mais calmo. Era como se Chanyeol tentasse acalma-lo através  da marca, o que o ômega agradecia, pois estava a um passo de desabar. Ainda sentia as lágrimas deslizarem pelo o rosto, no entanto, tentava manter a calma dada pelo alfa. 

— Acha que me assusta?

— Deveria… vamos fazer assim Michan, eu te dou duas opções — O alfa sorriu de lado, encarando o homem e o ômega amedrontado. — Você pode deixá-lo ir e eu te dou uma morte rápida ou matá-lo, mas tenha em mente que se fizer isso eu vou não vou ter pena de você — A expressão do loiro se fechou, os olhos ficavam brancos à medida que deixava seu lobo falar por si. — Eu vou fazer sofrer o dobro, vou fazer você desejar a morte a cada minuto que passar comigo… vou tirar de você membro por membro, fazer com que a morte seja algo bom comparado ao inferno que vai estar vivendo. 

    Quem visse de fora poderia dizer que as palavras do alfa não haviam afetado em nada o líder de Busan, que continuava com um sorriso sádico no rosto, contudo, Chanyeol era observador. Michan sentiu sim o peso das palavras do Park, o que o desestabilizou tempo suficiente para que Jongin quebrasse a janela do quarto, causando segundos de distração, onde o Park foi rápido o suficiente para olhar para Baekhyun, que se encolheu nos braços do homem, abrindo caminho para que o alfa disparasse contra Michan. 

    Três tiros certeiros e o alfa caía morto no chão.

    Baekhyun foi ao chão junto com o homem, os olhos arregalados enquanto sentia braços ao redor de seu corpo, debatendo-se para soltar de outra possível ameaça. Tremia excessivamente, sem conseguir desviar a atenção do corpo ensanguentado de Michan, as lágrimas voltaram a descer enquanto sentia os ombros serem balançados e seu nome ser chamado ao longe. Estava aéreo. Perdido em sensações conflituosas que o deixavam letárgico. O choro era contido à medida que deixava o rosto ser virado por Chanyeol, que passava as mãos pelas lágrimas abundantes em visível preocupação. 

— Fala comigo! Você está machucado? Baek! 

— Yeol… — Conseguiu dizer em um fio de voz, sentindo o corpo finalmente ir relaxando. Chanyeol suspirou aliviado antes de abraçar o ômega com força. 

— Tá tudo bem agora, Baek. Acabou.

    Baekhyun fechou os olhos com força, permitindo-se respirar aliviado antes de se entregar a exaustão. Chanyeol ergueu o rosto para ver o ômega desmaiado em seus braços, o coração doendo em vê-lo tão debilitado e machucado. Levantou-se com ele nos braços, ignorou os olhos ardendo pelo choro que queria vir. Nunca havia sido de chorar, no entanto, os últimos dias haviam exigido muito de si e tudo que mais queria era cuidar do ômega e viver a paz que eles merecessem. 

    Saiu pelas portas do galpão sendo seguido por Jongin. Os amigos esperavam do lado de fora, a van estacionada em frente e os corpos dos homens de Michan espalhados para todos os lados. Yoora, que estava sentada no carro com as portas abertas, levantou-se com um pulo e correndo na direção do irmão e do cunhado desmaiado, verificando os olhos do garoto, enquanto andavam de volta para o carro. A Park entrou na parte de trás da van junto a Baekhyun e Chanyeol, então logo todos estavam a caminho do hospital mais próximo. 

     Estavam indo contra uma das primeiras regras que tinham, nunca ir para um hospital, contudo, na atual situação de Baekhyun, Yoora precisava de equipamentos e uma equipe preparada. Os Park eram uma família de peso e toda Seul sabiam quem eles eram, ninguém nunca se metia com eles e não foi diferente quando Chanyeol adentrou o hospital ao lado de Jongin e Sehun, com Yoora gritando ordens para todos os lados. Enfermeiros vinham com uma maca, priorizando o atendimento do Byun, que enquanto era levado, fazia Chanyeol passar as mãos no rosto. 

    Que tudo estivesse bem com o ômega e seu filhote. 

 

(...)

 

    A primeira tentativa de abrir os olhos foi dolorosa demais, a claridade entrando pelas orbes fazia com que a cabeça latejasse com força. Tentou novamente, piscando algumas vezes para ir se acostumando com a iluminação, forçando um pouco a vista para tentar entender onde estava e porque tudo era muito claro. Mexeu-se um pouco na cama, se arrependendo no mesmo momento em que sentiu todo seu corpo repuxar, causando uma dor por todos os músculos, levando-o a fazer uma careta de dor. 

    Suspirou pesado voltando a observar ao redor atentamente, estava em um quarto de hospital. As paredes de um branco sem graça, assim como todos os móveis, olhou para seu braço constatando o acesso em sua veia conectado ao soro que estava ao lado da cama. Forçou um pouco a mente para lembrar-se tudo que havia acontecido, ignorando as poucas pontadas na cabeça e como um choque, todas as lembranças voltando com força, tirando-lhe o ar. Levou a mão de forma abrupta até a barriga, um pouco desesperado por não saber o que esperar e quando pensou em aperta o botão vermelho ao lado da cama, a porta foi aberta com pressa.

    O ômega se encolheu na maca, os traumas dos dias com Michan sendo visíveis a qualquer um que não fosse cego. Seus olhos lacrimejaram no exato momento em que percebeu ser Chanyeol entrando no quarto, a expressão em um misto de cansaço e alívio, enquanto ia direto em sua direção, puxando-o para um abraço, sem dar tempo para qualquer tipo de conversa. Baekhyun deixou que as poucas lágrimas caíssem ao retribuir o abraço, lembrando das últimas palavras do alfa para si “Tá tudo bem agora, Baek. Acabou”. 

    Agarrou com força a blusa preta que o maior usava, sentindo os carinhos calmos em suas costas que aos poucos ia se acalmando. Tinha mesmo acabado? Estava livre? E quando a seu pai? Piscou algumas vezes, afastando-se de Chanyeol para encará-lo, e sorrindo um pouco cansado ao sentir uma das mãos do alfa em seu rosto, limpando o rastro de lágrimas. O carinho era gostoso e seu coração parecia compreender que agora estava seguro e do lado do homem que amava. 

— Você tá péssimo — Sorriu um pouco antes de fungar, vendo o Park sorrir aberto. 

— Culpa de um certo ômega — Disse baixinho antes de voltar com os carinhos. — Você nos deixou bem preocupados, a Yoora disse que seria assim, você estava exausto. 

— O que? 

— Você dormiu por dias amor… — Suspirou. — Eu sabia que você estava bem por causa da marca, só que era horrível entrar aqui e vê-lo tão frágil… — A voz de Chanyeol vacilou e Baekhyun abraçou o maior.

— Eu sinto muito, eu-

— Tá tudo bem agora, você está bem e é isso que importa — Juntou ambas as testas, sentindo o cheiro gostoso do menor, misturado com o do seu filhote. Sorriu ao pensar no pequeno bebê. — Baek, eu-

    Queria entrar naquele assunto com seu ômega, no entanto, batidas hesitantes na porta se fizeram presente e seu sorriso se abriu ainda mais ao reconhecer o cheiro dos recém chegados. Bom, aquela conversa poderia esperar um pouquinho.

— Tem algumas pessoas que querem ver você, tudo bem? — Perguntou baixinho vendo o ômega o encarar confuso. — Depois conversamos tá? — Disse se levantando e deixando um carinho nos fios castanhos. — Podem entrar. 

    Baekhyun continuava encarando o maior confuso, até que a porta se abriu e pode reconhecer os cabelos escuros da mãe, que entrava no quarto com os olhos molhados e avermelhados. Atrás dela, vinha Dahyun, o braço enfaixado e o rosto com alguns pequenos curativos, parecendo hesitante enquanto abria um sorriso sincero, ao ver Hyona correr em direção ao filho, sentando-se com calma na maca para abraçá-lo com cuidado, chorando copiosamente. Queria poder dizer que foi forte e soube consolar a mãe, contudo, agarrava-se a mulher tão forte quanto e chorava igual.

    Chanyeol sorriu de lado e olhou para Dahyun que encarava a cena ainda sorrindo, os olhos lacrimejados. Se aproximou colocando uma das mãos nos ombros do Byun mais novo, apertando com calma para passar tranquilidade. Finalmente tudo havia acabado, estavam livres das garras de Baekho e Michan, todos poderiam seguir suas vidas da forma que mais desejavam sem a interferência de terceiros, como deveria ter sido desde o início. 

— Eu tive tanto medo meu amor… quando levaram você, eu só ouvia seus gritos, eu-

— Shiii, está tudo bem agora mãe — Baekhyun disse baixinho, afastando para secar as lágrimas da mulher e sorrindo logo depois. — Estamos bem agora. Todos nós — Olhou para o irmão que concordou e logo depois para Chanyeol, que lhe sorriu antes de levar as mãos aos bolsos. 

— No final todos tiveram o que mereceram — Dahyun disse suspirando e pensando no tanto de coisa que ainda precisava fazer agora que era o novo líder de Gwangju. 

— O papai…

— Todos, querido — Hyona disse passando a mão pelos fios castanhos do filho. O ômega suspirou concordando, sentia seu coração pesar, no entanto, estava longe de se sentir verdadeiramente triste, seu pai havia plantado todas aquelas coisas e colheu o que merecia. — Nós não vamos demorar meu amor, queríamos apenas lhe ver, precisávamos. 

— Vocês não vão embora não né? Quer dizer, acabamos de nos reunir de novo, eu não-

— Respira, Baek! — Dahyun riu baixinho, aproximando-se e bagunçando os fios do irmão. — Nada vai separar a gente agora… só que você precisa descansar e acredito que os dois ainda precisam ter uma conversinha antes. 

— Isso mesmo, quero poder falar sobre esse assunto logo — Hyona riu enquanto se levantava e ia até Chanyeol, enquanto Dahyun abraçava Baekhyun com cuidado. — Obrigada por salvar o meu menino. 

— Eu faria tudo por ele, Sra Byun. 

— Mesmo assim gostaria de lhe agradecer — Ela levou a mão até o rosto do alfa. — No meio em que vivemos não podemos simplesmente confiar nas pessoas e você se mostrou digno de confiança desde o início — Sorriu e levou o olhar ao filho, que sorria de algo que Dahyun falava. — Ele encontrou a pessoa certa, você fez meu menino sorrir e deu a ele uma vida... sei mesmo estando um pouco atrasada, vocês tem minha benção. 

— Se me permite dizer, foi o Baek quem mudou minha vida… ele me deu uma visão diferente do mundo e me proporcionou uma felicidade que nunca senti antes — Chanyeol disse também encarando o ômega. — Eu que preciso agradecer por ele me permitir fazer parte da vida dele… e você, por criar uma pessoa tão extraordinária. 

    Hyona sorriu, concordando e abraçou o alfa novamente. Sabia que o seu menino estava em boas mãos, mesmo que o meio não lhe agradasse tanto. Sonhou tanto com o dia que veria os filhos e ela tão longe da máfia, no entanto, o destino parecia ter suas próprias escolhas e bem, Chanyeol não poderia nem ser comparado a Baekho. Ele era um alfa respeitado e era visível como amava seu menino e isso, para a Byun, era o que realmente mais importava. Despediu-se do filho novamente e esperou por Dahyun, que falava com o Park e logo estavam saindo do quarto, deixando os dois sozinhos. 

    Baekhyun sorriu encolhendo-se na cama, feliz pela visita inusitada e sentindo o coração tão leve por finalmente estar junto de sua família novamente. Só o pensamento de poder vê-los a hora que quisesse, ligar a qualquer momento e sair de casa sem medo de ser morto… as lágrimas caíam sem nem perceber. Então esse era o sentimento de liberdade? Essa paz que beirava o inacreditável. Sentiu o corpo ser acolhido pelos braços de Chanyeol, e riu baixinho pela expressão preocupada do alfa, que se sentava na cama puxando-o para si. 

— Eu estou bem.

— Eu sei… eu sinto sua felicidade, mas você tá chorando.

— É só que… parece um sonho — Sorriu e encarou o maior. — Eu tô livre.

— Sim, você está — Fez um carinho no rosto do ômega. — Yoora disse que você deveria ter alta para essa semana, depois que… sabe — Mordeu o lábio, sem saber como entrar naquele assunto. 

— Hm… não sei do que está falando.

— Baekkie! — O ômega riu alto e pegou as mãos do mais velho, colocando-as sobre sua barriga. O alfa não deixava de olhar a movimentação, sentindo a garganta fechar pelo choro. Dahyun havia dito sobre a gravidez, até mesmo Yoora esteve acompanhando de perto durante a semana que o Byun passou dormindo. No entanto, ver o seu ômega lhe contar, lhe mostrar, era muito mais emocionante. 

— Acha que seremos bons pais? 

— Tenho certeza que seremos os melhores meu amor — Sussurrou antes de selar os lábios. A lágrima caindo por ambos os rostos antes de sorrirem novamente. — Eu nunca imaginei que um dia construiria uma família, um ômega e filhos, talvez em um futuro muito distante mas… depois que eu te conheci, eu comecei a desejar uma família pra chamar de minha… você chegou de mansinho e conquistou todos nós e de alguma forma, desde nosso encontro no shopping, eu soube que seria você.

— Yeol…

— Eu te amo, Baekhyun. E eu não quero esperar mais, eu não quero nunca mais pensar na possibilidade de perder você — Abraçou ainda mais o menor, deixando beijos calmos pelo pescoço do ômega que se arrepiava aos toques do mais velho. — Casa comigo.

    Baekhyun levantou o rosto para encarar o alfa, que lhe sorria, os olhos ansiosos esperando por uma resposta, contudo, o ômega estava um pouco surpreso. Não esperava mesmo por aquilo, já pertencia a Chanyeol a muito mais tempo do que havia se dado conta, antes do filhote, antes da marca. Seu lobo já havia o escolhido e o que era um pedaço de papel e um anel no dedo? Não achava que o Park seria esse tipo de alfa, e não poderia mentir que havia gostado demais de descobrir isso. Levou uma das mãos aos cabelos loiros, tão desgrenhados como nunca vira e que dava uma aparência mais jovem ao mafioso.

— Não é uma pergunta — Sussurrou e Chanyeol sorriu.

— Não mesmo… não estou te dando uma opção de recusar. 

— Eu jamais recusaria — Baekhyun sorriu pouco antes de beijar o maior. Os carinhos calmos, repletos de sentimentos. O alfa parou os beijos com selinhos lentos, sem deixar de sorrir, vendo os olhos do menor levemente violetas, assim como os seus, eram destinados desde o início e seus lobos já haviam se escolhido antes mesmo de se darem contas de seus sentimentos. 

— Eu te amo, Baek.

— Eu te amo, Yeol.
    E daquela forma, abraçados sobre a cama do hospital, eles adormeceram, permitindo descansar tudo que não conseguiram nos últimos meses. Haviam passado por muitas coisas, enfrentaram e sobreviveram a muitas coisas e agora tinham um ao outro, e ali, naquele pequeno quarto, começaram a perceber que não importava o quão longe de casa estivessem, um sempre seria o lar do outro no final.


Notas Finais


primeiro: não me matem sobre o desenrolar com o Michan >< tenham em mente que por mais que ele merecesse a pior morte e que o Chanyeol quisesse fazer o pior com ele, o Baekhyun está gravido e bem, tudo que era mais importante no momento, era livrar o Baek e seu pequeno... pensem nisso.

segundo: vou deixar a história como concluída, mas como eu disse no início, ainda vai ter um prólogo e um extra então, esperem ansiosos por isso >< espero não ter decepcionado ninguém!

terceiro: quero agradecer demais a todos que acompanharam Longe de Casa e deram um amor incondicional, além de acompanharem até aqui! vocês são incríveis e eu não poderia estar mais feliz em concluir mais uma história! Louise e Sara que fizeram a fanfic ser postada (pq eu tava escrevendo pra ficar escondido e elas quase me mataram para postar). Obrigada a TODOS os meus amigos, que me incentivaram e me deram tanto apoio, eu amo vocês demais <3

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TRAILER DA FANFIC: https://twitter.com/byunirie/status/1312151888503083008?s=20

vamos falar da fanfic?
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