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História Longe de Casa - I believe in you


Escrita por: byunirie

Notas do Autor


olha quem ta de volta com mais um capítulo fresquinho heinn hehe
eu to amando escrever essa história, e eu espero de verdade que vocês todos estejam gostando!

Obrigada Helô (@SamHeonGi) por ser a beta oficial dessa história e por todo o resto, como surtar cmg e me ajudar!
enfimmm, é isso

boa leitura (:

Capítulo 3 - I believe in you


Fanfic / Fanfiction Longe de Casa - I believe in you

Longe de Casa

Capítulo 3

 

Chanyeol estava em seu quarto, sentado em uma pequena poltrona em frente a grande cama, pensativo. Jamais havia imaginado que o destino lhe colocaria novamente a frente do ômega que vira no shopping, muito menos que o levaria a estar sentado encarando o garoto adormecido em sua cama. O destino, muita das vezes, tinha um senso de humor um pouco ácido, quando estava voltando para casa, junto de Jongin, e seus seguranças, passou por uma pequena floricultura, lembrou-se que a muito tempo não visitava o túmulo de seu pai, então, pediu para que um dos seguranças, parasse o carro.

Ele só não esperava escutar tiros no interior da floricultura, e muito menos que veria o mesmo ômega do shopping, correr pelo beco, próximo onde haviam parado o carro. Jongin agiu rápido, com o intuito de proteger Chanyeol, mas o Park estava verdadeiramente preocupado com o garoto que tremia em suas mãos. O alfa o chamou de todas as formas, tentou, a todo custo, atrair a atenção do ômega para si, mas ele parecia simplesmente… Perdido. 

Claro que não foi surpresa para o maior quando o garoto desmaiou em seus braços, mas a surpresa veio de um baixinho de olhos grandes, que gritava pelo amigo, ameaçador demais para um ômega. O escândalo que o garoto fazia atraia a atenção de curiosos na rua, que começavam a se aproximar para ver o que acontecia, Jongin sempre saia na frente, não era atoa que estava com o Park a tanto tempo, ele era proativo e isso agradava o alfa. Nada em sua vida, lhe preparou para ter dois ômegas em seu carro, um desmaiado e um outro, que precisou ser desacordado graças ao escândalo que fazia na rua. 

Quando chegou na grande mansão, se preocupou em pegar o ômega de cabelos loiros no colo, sendo cuidadoso até demais, enquanto deixava o outro ômega sobre a responsabilidade de Jongin, então apenas seguiu para seu quarto colocando o garoto na cama. Chanyeol procurou pelos bolsos dele, até encontrar algo que lhe desse alguma pista sobre quem era aquele ômega, e porque dois homens o seguiam naquele beco. Chanyeol se levantou da poltrona ao ouvir baterem na porta, abrindo-a e se deparando com Sehun, que olhava o maior preocupado.

— Pesquise o que puder sobre ele, não quero surpresas acerca dessa boa ação — entregou ao amigo a identidade do ômega com um suspiro, Sehun olhou a mesma confuso.

— Lee Jaejin. Certo. Mas está tudo bem? Parece que um caminhão passou por cima de você — o alfa disse e Chanyeol apenas revirou os olhos.

— Tenho certeza que não veio até aqui apenas para apontar o óbvio.

— Não mesmo. O baixinho que você trouxe, junto desse aí, acordou e tá uma verdadeira fera. Ele até que é bem forte e marrento para um ômega. — Sehun disse divertido.

— Diga pra Jongin lidar com ele, não tôq com cabeça agora — Chanyeol disse e ia fechar a porta, sendo impedido pelo Oh.

— Quem você acha que me mandou aqui? Ele tá mais perdido do que cego em tiroteio cara — Sehun disse rindo e Chanyeol passou a mão pelo rosto. Havia arrumado problema para si, e ainda precisava entrar em contato com seus infiltrados na polícia, para saber sobre a dona da floricultura.

— Certo, novo trabalho pra você, me chame assim que o ômega acordar, e por favor… Não assusta ele com essa sua cara — Chanyeol disse andando em direção as escadas, escutou o amigo xingá-lo e sorriu, indo até os quartos inferiores.

Chanyeol era o maior líder do tráfico de armas de Seul, tinha praticamente toda a cidade aos seus pés, podendo fazer tudo que quisesse e como quisesse, mas por incrível que pareça, só fazia o que precisava e o que era necessário. Seguia as leis na medida do possível, uma vez que sempre comprava e vendia armas. Não havia uma pessoa na Coreia, envolvida em facções, que não conhecia a família Park, todos queriam ou já tinham feito negócios com Park Sangmin, ou seu filho, Park Chanyeol.

Ele era um dos líderes mais novos no ramo, uma vez que seu pai havia falecido graças a problemas de saúde, o que causava certo espanto nas pessoas. Algumas, inclusive, nem sabiam que Chanyeol havia herdado todo o poderio do pai, e o Park não fazia questão de avisar as outras gangues sobre isso, apenas continuou o trabalho do alfa, fazendo dinheiro e cuidando de sua própria vida. Já havia estado dos dois lados da moeda, trabalhou para uma gangue em Busan, quando vivia em pé de guerra com seu pai, então sabia como tudo funcionava, perfeitamente.

Foi nessa gangue que Chanyeol percebeu que era bom para a coisa, mas para o líder de lá, o Park era uma ameaça, talvez nunca tivesse de fato gostado do alfa mais jovem. O Park precisou ser muito mais esperto pra sair de lá com vida, e essa foi a única vez que alguma gangue resolveu criar problemas com os Parks, afinam Sangmin não deixou barato a tentativa de matarem seu único filho, e Busan precisava de muito para sair da lama que haviam se metido.

Em dois anos ali, Chanyeol havia conseguido fazer seu nome, ainda ser mais temido que seu pai fora, ele não era tão paciente, nem tão misericordioso quando pisavam em seu calcanhar. O Park suspirou ao entrar em um dos corredores do casarão, onde conseguia ouvir gritos, além da voz de Jongin, um pouco desesperado, tentando acalmar o ômega. Riu internamente, Jongin era um alfa e tanto, era um dos melhores com Chanyeol já havia trabalhado.

Executava melhor que ninguém seu trabalho, e era ótimo com uma arma, mas quando se tratava de pessoas que gostava, ou deveria proteger, ou amigos, era um como uma criança. Jongin nunca, em hipótese alguma, usava sua voz de alfa com um ômega, e nunca os tratava mal, ele só tinha a cara de bravo quando queria, porque era um verdadeiro coração mole.

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — Chanyeol disse alto ao abrir a porta e encontrar um Jongin com os olhos arregalados, encarando o ômega baixinho, que tinha sangue nos olhos.

— Você! O que fez com o Jaejin? — Kyungsoo perguntou indo para cima do alfa, mas foi impedido por Jongin. — Dá pra tirar as mãos de mim?! — O ômega gritou fazendo o maior hesitar, mas, ainda assim, segurava o ômega. Jongin olhou para Chanyeol um tanto desesperado.

— Se não se acalmar eu não vou conversar com você. E para de gritar, não há necessidade, ninguém aqui é surdo. Se fossemos fazer mal a vocês, já teríamos feito. — Chanyeol disse calmo e sério, sua expressão fria fez Kyungsoo hesitar um pouco. O alfa estava com as mãos dentro do bolso e encarava o menor, que respirou fundo, se afastando de Jongin.

— Onde está o Jaejin? Vocês mataram a Jina! Como posso simplesmente me acalmar? Quero saber e quero saber agora! — O Do disse sério, cruzando os braços. A verdade era que estava apavorado, mas tinha que mostrar que não estava tão intimidado assim.

— Primeiro, não matamos ninguém — O Park disse se sentando em uma das cadeiras que havia no quarto, cruzando as pernas. — Segundo, seu amigo está bem. Está dormindo. — Fez um final para que Jongin saísse, o moreno fez uma reverência e saiu, um tanto aliviado, do quarto. — E terceiro, acho que faz uma ideia de quem somos, então sabe que poderíamos matá-lo apenas pelo circo que está causando.

— Não matariam não, como você mesmo disse, se quisessem me matar já teriam feito isso. E eu não acredito em vocês, muito menos naquele protótipo de alfa que só tem cara de durão. — Kyungsoo disse se sentando na cama sem deixar de encarar o maior. Chanyeol riu com a forma que o garoto se referiu a Jongin.

— Pode me responder porquê havia dois homens armados atrás do seu amigo? — O alfa perguntou sério e Kyungsoo ficou surpreso.

— O que? Tinham homens atrás dele?

— Pode acreditar ou não… Qual seu nome? — Chanyeol perguntou.

— Kyungsoo. Do Kyungsoo.

— Certo, Kyungsoo. Acredite se quiser, mas parei na floricultura com a intenção de comprar flores, o motivo não interessa — Disse quando viu o menor abrir a boca. — Mas ouvimos tiros e depois o seu amigo saindo pelos fundos correndo com dois homens atrás dele.

— Meu deus… Ele… Ele tá bem? Atiraram nele? O que aconteceu?

— Esperava que você conseguisse me explicar isso — Chanyeol passou a mão pelo rosto suspirando. — Não eram nossos homens, e isso é um problema, não gosto nenhum pouco de desconhecidos armados na minha área. Então quero resolver isso quanto antes. — O alfa suspirou e encarou o ômega em sua frente. — Você não é um prisioneiro aqui, saiba disso. Trouxemos vocês aqui apenas para tentar acertar toda situação antes de qualquer coisa. Alguém foi morto e outra pessoa perseguida em meu território e isso não pode ficar assim.

— Eu quero ir embora. Com o Jaejin. — Kyungsoo disse se levantando, assim que viu o alfa se levantar.

— Preciso conversar com ele antes, então depois vocês podem ir. Vou pedir para que Jongin prepare algo para você comer. — Chanyeol disse se preparando pra sair, mas voltando a encarar o menor. — Por favor, dá um desconto pra ele ok? Como você mesmo disse, ele só tem cara de durão, mas ele não é o único alfa por aqui e eu não tenho total controle sobre eles, então colabora e faz o que ele pedir. Pode fazer isso? — Kyungsoo observava o alfa e suspirou antes de concordar.

Chanyeol saiu dali, deixando a porta do quarto aberta, a fim de mostrar ao ômega que ele não era um prisioneiro, e não tinha porque fazerem mal a ele. Andou alguns passos dando de cara com Jongdae, um dos alfas que, além de amigo, também trabalhava para si, ele estava sério. 

— Sehun pediu para avisar que o ômega acordou. — O alfa concordou e suspirou agradecendo ao amigo e voltando para seu quarto. Nunca foi do seu feitio ajudar desconhecidos, muito menos fazer boas ações, mas aquela era uma situação inusitada, no qual precisava de respostas e bem, algo no ômega aguçava sua curiosidade, mas tentava não pensar nisso, pelo menos por hora. 

 

(…)

 

Baekhyun estava sentado em uma grande cama, praticamente encolhido enquanto observava o alfa que estava o encarando de forma estranha. Não se lembrava direito do que havia acontecido depois que correr da floricultura, sua cabeça doía de forma absurda, e seu coração pesava pela perda recente. Se sentia culpado e perdido, não sabia como agir ou o que fazer, afinal o alfa no quarto era um completo desconhecido.

Arregalou os olhos quando ouviu a porta do cômodo abrir, e por ela o mesmo homem do shopping e o mesmo que o ajudou na floricultura entrar. Se encolheu mais ainda na cama quando o alfa o olhou, pedindo para que o outro rapaz alto saísse do quarto, que foi prontamente obedecido. Baekhyun engoliu em seco quando o maior se aproximou, sentando-se na cama, em sua frente, sem desviar os olhos um minuto sequer.

— Não me machuca… Por favor — Baekhyun pediu baixinho, já sentindo seus olhos marejarem.

— Não vou, você está seguro por enquanto. — O maior suspirou antes de continuar, estava sério enquanto encarava o menor. — Me chamo Park Chanyeol, eu sou-

— Líder da máfia de Seul… — O ômega sussurrou em choque.

— Como sabe sobre isso? — Chanyeol perguntou e Baekhyun apenas abaixou a cabeça, sem responder ao alfa. — Vou ignorar por enquanto o fato de saber sobre meu… Trabalho. Gostaria que me explicasse quem eram os homens atrás de você. Se sabe sobre a máfia, sabe que não posso deixar barato o que aconteceu em meu território.

Baekhyun fechou os olhos com força, o som do tiro contra Jina, as imagens de como tentou correr para fugir, precisou respirar fundo antes de encarar o alfa novamente. O que responderia? Poderia Chanyeol mandá-lo de volta para seu pai? Ou então matá-lo por trazer complicações para si? Não sabia dizer, mas estava com medo, ouviu que sobre a fama do maior, ele era temido e nem mesmo seu pai e irmão, pareciam querer ter problemas com Seul.

— Eu não sei, eu…

— Não adianta mentir pra mim. Sehun, o alfa que estava aqui a pouco, vai pesquisar sobre você e se não me disser a verdade, bom, vou saber de uma forma ou de outra. — Chanyeol disse sério, tinha que ser firme com o ômega, precisava que ele contasse o que sabia, para então tomar as devidas providências. Não podia se deixar levar pelo aroma gostoso que o outro tinha e que estava o deixando inebriado.

Baekhyun encarava o maior, sabia que o tal Sehun poderia trazer a notícia de que não existia nenhum Lee Jaejin, logo o maior saberia que estava escondendo algo e isso poderia colocá-lo em maus lençóis. O ômega brincava com os próprios dedos, nervoso, não… Apavorado, só havia se sentindo assim uma vez, e foi na noite que fugiu de casa, e agora estava ali, envolvido em toda aquela situação novamente. Tinha tomado tanto cuidado, e mesmo assim havia sido pego, Dahyun ficaria tão decepcionado consigo.

— Então, Jaejin. Como vai ser?

— Meu nome não é Jaejin. — Baekhyun suspirou, tentaria omitir o máximo possível, encarou o maior. De tanto lugar que poderia estar, tinha que parar na casa do líder da máfia de Seul? — Me chamo Baekhyun.

— Baekhyun? Porque da nova identidade com o nome Jaejin? — Chanyeol perguntou desconfiado, encarando o garoto sua frente.

— Eu sou órfão, vim de Gwangju porque devia dinheiro a eles… Mas por favor, não me manda de volta! — Baekhyun se ajeitou na cama indo para cima do alfa, segurando as mãos dele com força Não estava pensando, apenas agindo por instinto. — Faço o que quiser, mas não os alerte. Se os caras que estavam atrás de mim estão mortos, eles ainda não sabem onde estou. — Chanyeol observava o ômega, que implorava com lágrimas nos olhos. Sentiu seu coração falhar uma batida, e talvez, só talvez sentido um pouco de pena.

— Porque eu deveria? Se você deve, precisa pagar. Eu não deveria me meter com os negócios em Gwangju. — O alfa disse sem tirar as mãos do ômega de si, não podia negar que o toque do menor era bom, então apenas ignorou.

— Como eu disse, eu sou órfão, eu não tenho como pagar, eu estava tentando juntar o dinheiro era… Era uma dívida do meu pai. Eles queriam que eu pagasse, por favor senhor... — Baekhyun disse doloroso, olhando para o alfa que suspirou, em que merda havia se metido.

Chanyeol nunca teve problemas com outras máfias, sempre se manteve longe e correto para que não houvesse estresse, e acarretasse problemas maiores. Nesse meio tudo era muito complicado, e ele sabia na prática que se não fizesse as coisas como deveriam ser feitas, as pessoas pagavam com a vida. E agora estava ali, com um ômega fugitivo, implorando que não o entregasse, e pior, pensando na possibilidade de concordar com tudo, apenas porque gostava do aroma de pêssego que o menor tinha. 

— Tudo bem. Não informarei seu paradeiro, vou permitir que fique aqui pelo tempo que precisar, mas vai trabalhar em troca. — Chanyeol se levantou, quebrando o contato das mãos. — Pedirei a Sehun que não comente nada, continue pelo nome Jaejin para que não seja pego. — Baekhyun olhava o maior em choque, ele realmente iria ajudá-lo? Porquê?

— Vai mesmo me ajudar?

— Não sou uma pessoa tão ruim assim Baekhyun, e eu estive no seu lugar uma vez. Arranjei dívidas e quase deixei meu pai maluco… Enfim, verei onde posso encaixá-lo. Esteja de pé cedo amanhã, não gosto de atrasos. Vou pedir que arrumem um quarto para você. — Chanyeol disse para o ômega que limpou o rosto molhado pelas lágrimas.

— E… Jina? Ela…

— Recolhemos o corpo. Ela era importante pra você? — o maior perguntou vendo o ômega concordar, os olhos ainda vermelhos. — Daremos um fim justo a ela nesse caso. — Chanyeol ia sair do quarto, mas parou na porta. — Ah! Seu amigo Kyungsoo, ele está lá embaixo, tivemos que trazê-lo junto. Impressionante como ele nos enfrentou por você. Ele sabe sobre algo que me disse?

— Não… Eu nunca quis colocar ninguém em perigo.

— Bom, deveria ter pensado isso antes, viu o que aconteceu com a beta. — O ômega concordou voltando a encarar os dedos pensativo. — Baekhyun? — o menor virou o rosto para o alfa. — Sempre pode haver traidores na máfia, enquanto estiver aqui e nada for resolvido, continue sendo Lee Jaejin. Seria incômodo ter pessoas de Gwangju batendo em minha porta. — O ômega engoliu em seco pela forma fria que o maior falava, estava a salvo por enquanto e isso era o mais importante, não se importaria de trabalhar para Chanyeol em troca de proteção. — Estamos entendidos?

— Sim… E-Eu posso ir até o Soo?

— Não é um prisioneiro, está livre para transitar. Só não seja curioso sim? — Baekhyun concordou e esperou que o alfa o deixasse sozinho no quarto. Tudo ali cheirava ao maior, sabia que estava nos aposentos dele, puxou o edredom e se encolheu, ainda sentado. Não sabia se podia confiar em Chanyeol, não ainda, mas na altura do campeonato, era o melhor a fazer, tentaria omitir o máximo que conseguisse se quisesse sobreviver.

Preferiu contar seu nome, pois não sabia se o nome Jaejin existia em alguma rede ou se Dahyun tinha pensado realmente em tudo, mas não quis arriscar. Decidiu não falar seu sobrenome, sobre ser um Byun, cresceu ouvindo histórias de filhos de líderes de gangues que eram mortos por vingança. Não sabia se Chanyeol era um desses líderes, mas sabia da fama que seu nome carregava, já tinha ouvido seu irmão falar sobre o mais velho. 

Por hora, confiaria no alfa, ele havia dito que podia ficar ali e que não o mandaria de volta, precisava confiar naquelas palavras, ou então surtaria, já estava cansado demais para fugir ou lutar contra aquilo, só torcia para que tudo acabasse bem. Precisava acabar bem. Daria passos de bebê, pequenos e lentos, faria o necessário para se manter seguro.
 

(…)

 

Baekhyun e Kyungsoo estavam sentados no quarto designado ao ômega, estavam ambos quietos enquanto o loiro ponderava se deveria contar a verdade a Kyungsoo, apenas para não receber aquele olhar tão pesado do mais velho. Havia contado a mesma mentira que contou para Chanyeol, mas a reação do Do não foi nem um pouco amistosa, e estava sendo doloroso demais ter o amigo o encarando com um misto de raiva e decepção. O ômega não dizia nenhuma só palavra, o que deixava Baekhyun  ansioso.

— Sua mentira matou uma pessoa Jaej… Baekhyun. — Kyungsoo disse calmo, mas, ainda assim, sério.

— Eu nunca tive a intenção… Nunca quis machucar ninguém Soo. Precisa acreditar em mim, eu…

— Acreditar em você? Como eu conseguiria acreditar em você? — Kyungsoo se levantou de forma abrupta, soltando-se de Baekhyun que nem percebeu segurar o amigo. — Deveria sentir vergonha! Dever dinheiro a criminosos e ainda colocar a vida de pessoas inocentes em perigo! Jina foi morta, e eu poderia muito bem ser o próximo! Você é baixo que nem essas pessoas. — Kyungsoo começou a falar e lágrimas caiam do rosto do Byun, que negava com a cabeça.

O ômega se encolheu na cama e levou as mãos ao rosto, tentando controlar a respiração e a culpa que o invadia. O olhar de repulsa destinado a si, por seu único amigo, em anos, era tão doloroso, poderia contar a verdade ao Do? E se ainda assim seus pensamentos não mudassem? Kyungsoo observava o garoto perdido deitado na cama, passou as mãos pelo rosto e se dirigiu para a porta, iria embora dali logo, antes que envolvesse mais ainda em assuntos que não eram de sua conta.

— Antes de fugir de casa, meu pai me deu a notícia de que eu iria me casar. — Kyungsoo virou ao ouvir o ômega, ele olhava para as próprias mãos, enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto. — Eu sempre odiei ser um ômega, porque com isso nunca tive nenhum carinho do meu pai. Ele sempre me odiou por causa da minha classe. — Baekhyun suspirou, levando o olhar para o amigo, que o encarava.

— Onde quer chegar com isso?

— Essa conversa não pode sair desse cômodo Soo. Minha vida depende disso, mas eu me importo com você, assim como me importava com Jina. Você sabe como essas pessoas são… — Baekhyun disse e Do suspirou, o olhando. O ômega pegou seu celular de dentro do bolso, que já havia sido devolvido pelo alfa alto, e colocou uma música para tocar, o loiro por sua vez encarava o amigo confuso.

— Estamos em território inimigo, pode ter escutas ou câmeras. Se o que vai me contar é mesmo caso de vida ou morte, e não pode sair desse cômodo, isso vai ajudar a atrapalhar eles de escutarem algo. — Kyungsoo deu de ombros e se sentou ao lado de Baekhyun que concordou, passando a mão pelo rosto, limpando as lágrimas.

— Você não conhece muito sobre a máfia coreana nem sobre os líderes de gangues, ou conhece? — O ômega olhou o amigo que negou.

— A Coreia do Sul é basicamente comandada pelo tráfico, cada cidade tem um líder que controla tudo por lá. — Baekhyun suspirou. — Meu pai é o líder da máfia de Gwangju. — Kyungsoo arregalou os olhos enquanto encarava o ômega. — Ele sempre quis um filho alfa, alguém que herdasse todo seu império, mas como que para zombar da cara dele, eu nasci. Um ômega. — O Byun riu sem graça, negando com a cabeça.

“Eu tive que assistir o ódio do meu pai por mim enquanto crescia, tive aulas em casa e era proibido de sair. Por causa disso eu nunca tive amigos, nem ninguém, além da minha mãe, que se importasse verdadeiramente comigo. Até que meu irmão nasceu, um alfa”

— Sua mãe conseguiu dar à luz a um alfa? — Kyungsoo perguntou.

— Não… Ele dormiu com inúmeras mulheres, fez questão que ela soubesse disso. Até que uma engravidou e deu a ele um alfa, claro que ele descartou a mulher depois — Baekhyun mordeu os lábios. — Eu e Dahyun fomos bem amigos no começo, mas com o tempo ele se afastou e eu bem, era um inútil, segundo meu pai. Meu irmão era treinado por ele, e eu bem, apenas seguia minha vida. Fazendo as coisas que eu gosto, lendo e passando tempo com minha mãe. Você iria adorá-la sabe?

— O que aconteceu?

— No dia que eu fugi, tivemos um jantar, com convidados especiais de outras cidades… Busan? Não lembro, eu nunca me importei tanto, não era a vida que eu queria. Mas naquela noite, eu descobri que meu pai tinha planos pra mim. — Kyungsoo sentiu o coração pesar com a história do amigo, não estava gostando nada do rumo que a conversa estava tendo. — Ele sempre disse que daria um jeito em me usar, que eu tinha que servir pra algo, então descobri que eu estava noivo de um desses líderes, e que iria me casar assim que completasse dezoito anos. Nem precisa dizer que eu não consegui argumentar, Byun Baekho, nunca se importou comigo.

— E sua mãe?

— O que ela poderia fazer? Ele é um líder de máfia, frio e calculista, se ela dissesse algo poderia ser muito pior. E mesmo odiando a situação, eu não ia fazer nada, eu apenas ia seguir com aquilo, mas… — Baekhyun engoliu em seco, fechando os olhos com as lembranças que vinham.

— Não precisa terminar de contar, não precisa reviver isso…

— Eu quero, eu preciso. Não consigo mais guardar isso pra mim e eu confio em você Soo, eu não quero que pense que sou egoísta e a Jina… — Baekhyun já estava chorando, respirou fundo se encolhendo mais, e logo sentiu Kyungsoo puxá-lo para um abraço. — O meu noivo… — O ômega disse as palavras com nojo. — … Ele tentou abusar de mim, nessa mesma noite. Céus… Tinham tantos seguranças lá, e ninguém fez nada! Estavam deixando que ele me tocasse e se não fosse por meu pai aparecer na hora, sabe-se lá o que poderia ter acontecido.

“O pior é que meu pai concordou em me entregar para Michan mais cedo, e se Dahyun não tivesse me ajudado, eu estaria com aquele homem eu…” — Baekhyun soluçou e Kyungsoo o apertou mais forte, sentindo seus olhos arderem.

— Eu achei que meu irmão me odiasse, mas ele me ajudou Soo. Ele e minha mãe. Ele criou uma identidade falsa pra mim, e me deu dinheiro o suficiente para me virar por um tempo. — Baekhyun sorriu entre as lágrimas. — Ele me tirou daquela casa e me disse pra viver como um fantasma. E eu estava vivendo como um, até me encontrarem. Eu não confio nessas pessoas Soo, então não podia simplesmente contar isso pra eles… Mas de alguma forma, aquele cara, Chanyeol, ele disse que me ajudaria, vai me dar um emprego aqui e vai me esconder.

— Mas você disse seu nome verdadeiro! E se ele te colocar para trabalhar como… Baekhyun! Vamos embora sim? Pode ficar na minha casa… — Kyungsoo dizia desesperado, agora sabendo sobre a real história do amigo, conseguia entender porquê de ele ter mentido. O buraco era muito mais embaixo do que parecia, e se sentia mal pelas palavras duras ditas ao ômega.

— Ele não sabe meu sobrenome. Baekhyun é um nome comum. Nesse meio, sobrenome é tudo. Eu não poderia ir pra sua casa, não vou te envolver mais nisso, se eu ficar com você e eles me acharem… — Baekhyun negou com a cabeça. — Querendo ou não, aqui eles podem me proteger, pelo menos enquanto eu penso o que fazer e-

— Vou ficar com você — Kyungsoo interrompeu o ômega que começou a negar com a cabeça.

— Não Soo, você tem sua mãe… Seus amigos, seu trabalho.

— Bom, posso continuar fazendo tudo, vendo minha mãe, mas ficarei aqui te ajudando, não vou deixar você sozinho nessa… — Baekhyun começou a chorar novamente, sendo abraçado por Kyungsoo. — Você não é nada do que seu pai te disse Baek… Posso chamá-lo assim certo? — Baekhyun concordou, sorrindo um pouco. — Você é corajoso, forte e não tem noção de quanto. Passou por isso tudo e ainda está aqui... Sei que está doendo e que tá com medo, eu também estou, mas eu não vou deixar eles fazerem nada com você. Nem os trogloditas daqui.

Baekhyun riu baixinho e abraçou o amigo, sabia que mesmo sendo um ômega, Kyungsoo era determinado e mais forte do que parecia. Ele foi seu único amigo em Seul, e confiava nele de olhos fechados. No final, havia tomado a decisão certa em contar para o Do a verdade, ter, pelo menos, alguém sabendo sua história, era reconfortante e se sentia muito mais seguro com isso, mesmo que tivesse medo pelo envolvimento do amigo. Não perceberam quando dormiram, mas ambos, dormiram abraçados, passando confiança e força que os dois precisavam.


Notas Finais


E então pessoal?
me deixem saber o que estão achando por favor hehe

vamos falar da fanfic?

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