História Look where my life has gone - The group of Neanderthals

No primeiro dia de aula mesmo eu já acordei atrasada, mas meu pai iria me levar então tava tudo bem (só que não). Eu cheguei em cima da hora e a esse ponto todos da minha turma já estavam na sala e eu nem sabia qual era, e na tentativa de não ficar perdida depois do horário, olhei ao redor na recepção e fui na primeira pessoa que parecia amigável, (só parecia mesmo).

Depois que perguntei à menina (que estava acompanhada por um grupo de meninas) ela apenas disse que não sabia e as outras olharam todas para mim com o olhar do tipo "o que vc está fazendo aqui mesmo" então eu fui até o recepcionista e perguntei e pra minha surpresa ele também não sabia.

Eu já toda desesperada pensando como eu ia para aula sem me atrasar, e eu não sei de onde saiu o anjo Mia que também estava perdida (meu alívio foi porque eu não ia me fuder sozinha). Como descobri que ela era da minha turma? Simples, ouvi ela perguntando para o recepcionista burro onde ficava a sala RC. Cheguei nela e disse que também estava perdida daí aquela peste de recepcionista disse que ia ver qual era nossa sala, porventura ele viu que tinha um garoto da RC passando pela entrada e gritou com ele para levar nos para sala, o garoto assustou e fez uma cara de rabugento, mas nos levou sem trocar uma sequer palavra, fazendo-me prestar atenção nele. Ele era aparentemente alto, mas comparado com os meninos da escola ele era baixo, tinha o cabelo muito preto e era muito sério, mas ele não era feio, cutuquei Mia para ela prestar atenção nele, mas ela só me fez uma cara de nojo com ignorância (não sei que expressão foi aquela). Entendi que ela achou ele feio, deve ser porque a escola tinha pessoas muito bonitas.

Mia não calava a boca, fazendo um monte de perguntas nada a ver, eu me lembro de apenas uma, "Está nervosa?" falou ela empolgada, "Eu tô tremendo nas bases" falei sendo bastante sincera, ela riu e continuamos a andar.

Nossa sala era no último bloco então era um pouco longe e para variar passava pelo terceiro ano, o que me deixou nervosa (vai ver que eu vejo o grupo que me humilhou).
    Enfim chegamos, e foi o que eu previ, a sala estava lotada e todos estavam tão quietos, eu e Mia fizemos muito barulho só de entrar, eu olhei ao redor e averiguei. Ali tinha a turma do fundão que aparentava ser inteligente e eles até que eram bonitos, ainda no fundo porém no canto havia a turma do futebol que para mim era uns neandertais com roupa, mas tudo bem. Nas primeiras fileiras tinha uma nerd e patricinhas e minha amiga da escola antiga (que alívio ao vê la), queria sentar perto dela, mas ela estava cercada, então eu e Mia sentou perto dos neandertais.

Mia é uma menina muito bonita, loira, baixinha e com um corpo escultural, ou seja, chamava atenção por onde passava, os neandertais ao vê lá, ficaram que nem cadelas no cio. Eu apenas fiquei quieta, eu não era feia, mas não era nenhum mulherão da porra.
    A professora chegou e ela era muito bonita, logo todos tiraram os olhos de Mia e colocou em Alexandra, que eu como crítica que sou também achei ela maravilhosa, e ela ainda era boa professora.
Enquanto ela escrevia no quadro, você sentia os olhares dos meninos direcionados para sua bunda, aquilo já estava me dando raiva, mas daí ela virou de repente e todos desviaram o olhar. E ela disse: 

- Quem não tem a folha que entreguei sexta? - disse ela com um tom de superioridade.

- Eu! - disse  eu e Mia em uníssono, que me fez ficar meio envergonhada porque falamos meio alto e eu não esperava que só nós não teríamos a folha.

Então Alex entregou a folha nos dando um sorriso amigável, mas com um olhar de reprovação, (que combinação de feições perfeita). Ela explicou a matéria e o horário acabou, e  começou o intervalo. Só que ninguém começou a conversar ou se levantou, todos permaneceram calados e quietos.

Uma menina do terceiro entrou na sala como se fosse a dela, encarou nosso horário que estava na parede, olhou para fora da sala e disse “Olha o quanto eles vão ficar a toa” (isso porque tínhamos horários vagos), nos olhou e falou “Olha como são quietinhos” e riu, deu para ver que todo mundo sentiu um pouco de raiva dela. Isso acabou fazendo todos rirem e começar a conversar, assim alguns levantaram e saíram, eu e Mia também.

O corredor estava lotado, e você sentia os olhares em cima de Mia (ela realmente chamava atenção), algumas meninas ficavam com uma cara de bosta enquanto passávamos e alguns garotos pareciam porcos olhando para comida fresca (o ranço que me deu nesse momento foi inacreditável). Foi aí que eu avistei um grupinho, o mesmo que zombou de mim, eles começaram a nos cerca como se fôssemos presas e eles lobos, era claro que todos olhavam para Mia, e começaram a falar:

- Mas o que temos aqui? - disse um deles olhando diretamente para Mia.

Ficamos caladas.

- Entendi, vocês não são muito de falar - disse o mesmo.

Olhando para bunda de Mia e já virando a mão para bater, aquilo me deu tanta raiva que empurrei Mia e disse:

- Não, não somos muito de falar, você pode dá licença por favor? - falei num tom mais sério que encontrei na minha voz.

      O garoto estúpido me olhou enfurecido, e eu estava quase saindo da rodinha de amigos dele, quando o mesmo segurou meu braço. Aquilo era um absurdo e eu não iria aceitar.

- Que merda que você pensa que tá fazendo?! - disse, já puta da vida e sentindo os olhares de todos no corredor.

- Joga água no dragão. - disse ele num tom sarcástico, me deixando mais brava ainda.

    Naquela hora todos seguraram o riso, estava me sentindo humilhada de novo e só queria ir embora dali, estava segurando o choro como ninguém. Para minha sorte apareceu um cara alto, moreno, era da turma do futebol também, mas parecia inteligente e ele tinha barba (o que é bem novo para mim ver um cara de barba, mesmo que rasteira), essas qualidades era pouco perto da sua atitude, que foi tão gentil. Ele chegou dando um leve mata leão no garoto, que pareceu se sufocar com tanto de músculo, e disse:

- Calma, calma minha gente, pra que tanto estresse nesses coraçõezinhos - falou ele num tom meio risonho. - O meu amigo Bruce aquí está incomodando vocês garotas? - disse olhando diretamente para Mia, que deu uma leve risadinha (de flerte é claro), o que me fez revirar os olhos.

- Seu amigo Bruce aqui estava apenas cumprimentando as damas. - falou Bruce

- É claro né, porque você é muito cavalheiro - falou ele num tom irônico - a propósito meu nome é Eric - olhando com um olhar sedutor para Mia.

    Aquele olhar me deu raiva, porque Mia o correspondeu, sendo que eu tinha gostado dele, (meu deus será que ela não pode não causar esse drama na minha vida).

- Eu sou Mia - disse ela num tom irreconhecível.

- Prazer Mia - disse ele num tom conquistador.

- E eu sou April - falei, tirando os dois daquela neblina de flerte.

- Prazer April - disse ele num tom completamente diferente.

Nesse momento apareceu a mesma garota que tinha entrado na sala no começo do intervalo, ela chegou empolgada dando um meio abraço em Eric e um beijo em sua bochecha, ele abriu um sorriso maravilhoso, que me encantou tanto que eu até fiquei meio abobada, e ela disse:

- Não se iludam meninas, ele é só mais um rostinho bonito. - falou ela meio rindo.

- Ata Mel, ata. - disse Eric meio envergonhado com a mão coçando a cabeça.

- Mas pelo menos é um lindo rostinho. - disse Mia meio sussurrando.

Eric a olhou meio surpreso, mas ficou corado com o elogiou, o que me surpreendeu, (tipo como um cara tão gato fica corado com um elogio).

Observei que o grupinho maldito havia se afastado então peguei no braço de Mia dei um puxão e ela ficou parada, olhando para Eric, fiquei puta e acabei saindo do corredor. Voltei pra sala, sentei na minha cadeira e nada da Mia voltar. Vi que Eve (minha amiga da antiga escola) estava na sala e fui falar com ela.

- Eai? Como vai as novas amizades? - disse ela meio rindo.

- Bem mal. - disse meio emburrada, ela deu uma risada - o que você está rindo?

- Nada, só que você nem tem novas amizades, você só conheceu a menina, a o que, duas horas, ela só quer conhecer o bonitão da escola. - disse ela em um tom que minha mãe usa para dar sermão.

- É, só que eu não troco ninguém por rolo independente de quanto tempo eu conheço a pessoa. - disse emburrada ainda. Ela me olhou, virando a cabeça e dando um sorriso de lado.

- Por favor né, no drama please. Agora deixa eu contar pra você o que rolou sexta. - disse ela.

- Fala.

- Tava eu no bebedouro quando o Eric homão da porra me surgi do meu lado, eu é claro fui observar e acabei babando e a rodinha inteira dele riu de mim, mas acho que ele nem viu, sorte ou azar? - disse ela ansiosa pela resposta.

- Hahaha, não sei, sorte - naquela hora minha voz saiu despreocupada, tirando minha cabeça de Mia, e nós duas rimos.

    A aula já estava para acabar e Mia venho me contar o que aconteceu no intervalo entre ela e Eric. Ela me chamou, me fazendo ficar de costa para o professor de filosofia, Sully, mas ele estava no seu mundinho e nem estava prestando atenção que toda turma estava conversando.

- Sabe o que ele disse quando você saiu? - disse ela meio que interessada em saber minha reação.

- O que? - disse com cara de ignorância.

- Ele disse que você é irritada demais, mas é bonita. - disse ela rindo, aquilo me deixou tão feliz (o cara bonitão me acha bonita).

- SÉRIO????? - disse, já super empolgada.

- Não, tô zoando, ele só convidou a gente pra sair, mas eu disse que você tava ocupada, tem problema? - (o que ela acabou de fazer, que nojenta).

- Tá, sem problemas - disse meio melancólica.

- Você realmente é um amor de pessoa, te amo - disse ela me abraçando, eu dei um sorriso torto. - AAAAH, vou sair com o gostosão.

- Só não grita por favor - disse já rabugenta.

    Fomos liberados, e Mia não parava de dizer como seria seu encontro, e eu só queria me esconder ou fugir dali para não ter que ouvir mais nada.

Depois dessa, eu realmente só queria ir para casa tomar um banho e chorar para tirar o peso desse dia de mim. Já estava planejando tudo, chegar, tomar meu banho, preparar meu café com leite e ler um bom romance e dormir tranquila, quando de repente eu caio no chão com alguém em cima de mim, quase encostando nossos lábios, interrompendo completamente meus pensamentos. Era Adam, o garoto de mais cedo, ele estava fugindo de alguém, porque ele se levantou num pulo, me olhou assustado e continuou correndo.

Tão rude, além de não me pedir desculpa, sai correndo deixando todas minhas coisas no chão e para variar quem estava seguindo ele passou correndo e pisou em todas as minhas coisas. Esse dia realmente me reservou muitas coisas. Na rua da minha casa, vi Adam de bicicleta, ele passou me encarando de tão forma que até virou o pescoço. Estava ansiosa para o dia seguinte, o que será que me aguardava.