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História Lorde Sasuke - Dentro de uma cabine


Escrita por: Pequena-Uchiha

Capítulo 17 - Dentro de uma cabine


— O que você está fazendo? — Hinata e Ino aparecem na porta do meu quarto enquanto eu tentava arrumar algumas coisas, aproveitando que Karin não estava em casa. 

Talvez ela realmente fosse bagunceira, mas eu tinha quase certeza que Karin fazia um esforço sobre humano para deixar meu quarto no estado que estava. Era como se ela tentasse me irritar com pequenas coisinhas todos os dias.

Minuciosamente ela tinha atitudes irritantes como se esperasse meu copo de paciência transbordar. 

(E ela estava quase conseguindo).

— Tentando achar minhas coisas! — meu tom de voz sai cansado. 

Karin tinha feito do meu quarto seu verdadeiro reino. E eu tinha chegado a conclusão que ela e Sasuke faziam um belo casal, já que quando ela queria ela conseguia ser mais sombria do que nosso querido Lorde.

— A gente queria saber se você está livre hoje pra ir ao shopping. — Hinata introduz o assunto com a voz branda, como uma mãe que quer apaziguar a situação. 

Cansada, olho para ela e para a loira, que possui um sorriso esquisito no rosto. 

— Eu… Eu não sei se vou poder ir. 

— Nessas últimas semanas você só tem estudado e namorado com o Sasuke. Vamos! Você também precisa se distrair um pouco. Ficar pilhada com as coisas igual o Sasuke só vai te fazer mal. — Ino finalmente fala alguma coisa, seu olhar azul praticamente filmando por onde eu andava dentro do meu quarto. 

Me senti como se ela tivesse escondido algo de mim e, enquanto eu procurava, ela pensava “quente” ou “frio”. 

— Eu acho que Karin sumiu com minhas roupas íntimas. 

— Como assim? — é Ino que me pergunta.

— Minhas calcinhas, especificamente. Não tem nada aqui. Eu acho que ela sumiu ou escondeu elas.

— Calcinhas? — Neji ao ouvir a palavra mágica apareceu na porta do meu quarto e se juntou às meninas.

Reviro os olhos sem dar muita atenção à pequena plateia que se formara na porta do meu quarto. 

Ino ainda faz alguma piadinha que faz Neji rir, mas meu subconsciente ignora e foca apenas em continuar procurando pelas minhas roupas perdidas. 

Já era de tarde e minhas aulas foram canceladas porque um famoso médico ia dar uma palestra. Mas eu estava sem saco. Eu realmente tinha começado a estudar de forma exagerada, então qualquer oportunidade de eu voltar pra casa e descansar, eu estava aproveitando. 

Era isso ou largar tudo e virar strip na boate que Temari trabalhava. 

— É, calcinhas. — respondo explicando para Neji. —  Karin sumiu com elas. Tenho certeza de que foi de propósito. 

Desde o dia em que a gente tinha dado uns amassos no sofá, ele tinha ficado mais frio e distante de mim. Quer dizer, ainda tínhamos todo o teatro na frente dos outros, mas quando ficávamos a sós, o quarto dele mais parecia a Antártica.

Isso quando ele não ficava mais de uma hora na academia, ou inventava de ficar na cozinha com Naruto.

Se não bastasse, Karin todos os dias se insinuava mais e mais para Sasuke. Eu teria ciúmes se não achasse patético. Era constrangedor ver sua obsessão por ele. 

Nossas conversas tinham diminuído bastante, ele não tocava em mim, a não ser quando ele fingia que me namorava, e eu tinha sonhos eróticos com ele todas as noites. Por causa disso, minhas olheiras estavam enormes. Além disso, tive outro bendito teste surpresa do Kakashi, aquele velho foi a última gota de água para minha vida cheia de frustações. Eu precisava de um banho relaxante, mas não encontrava nem uma calcinha limpa.

— Eu tenho uma ideia. — Ino disse puxando meus ombros para que eu finalmente lhe desse atenção. — Vamos ao shopping comprar biquínis para minha festa e aí a gente aproveita e compra umas calcinhas bem sexys para você.

— Eu não quero calcinhas sexy, eu quero as minhas calcinhas! — minha voz soa como a de uma adolescente mimada. A verdade é que eu estava cansada dessas brincadeirinhas. 

— Por que você não anda sem calcinha? — a voz de Neji surge de novo, e eu tenho vontade de voar no pescoço dele.

— Sakura, calma. — Hinata me olhava preocupada enquanto Ino me segurava para eu não descontar toda a minha raiva em Neji.

Talvez eu conseguisse fazer uma corda com seu cabelo e o enforcasse ali mesmo.

Eu gostava dele, mas suas piadinhas estavam me tirando do sério!

— É, acalme-se. Por que você está tensa assim? Sasuke não está te satisfazendo na cama? — Ino me provoca, me fazendo espernear mais ainda, fazendo a tarefa de me segurar mais difícil.

Solto o peso do meu corpo. Ino e eu caímos no chão.

— Tá bom testuda, já entendi que você está de mau humor. Agora sai de cima de mim, toma um banho e vamos às compras!

Não tive muita escolha. Ino era persuasiva quando queria e, enquanto eu não estava vestida de maneira apropriada, e dentro de um uber com as meninas, ela não me deixou em paz.

— Então Sakura querida, como vai o seu namoro com nosso Lorde preferido? — estávamos as três nos bancos de trás do carro, eu emburrada olhando para a janela tentando afastar os pensamentos do fato de eu estar de vestido e sem calcinha.

Maldita Karin.

— Normal.

Não tinha muito o que dizer. Acordávamos, íamos para a faculdade juntos, voltávamos juntos, fazíamos alguma refeição lá na cozinha com o resto da galera, rosnávamos um para o outro e pronto. 

Basicamente essa era a nossa rotina de namoro falso

— Ai, meu Deus. — Ino disse exasperada. Ela estava no meio de nós duas e parecia que tinha entendido o significado da vida e do universo. — Você já se negou pra ele, por isso está com essa carranca toda. Ai, que orgulho! — ela batia palminhas com suas próprias conclusões.

— O quê? — perguntou não acreditando em suas palavras. 

— Foi isso mesmo, Sakura? — Hinata olhava pra mim com uma cara assustada. Ela estava parecida com a Ino e eu não tinha psicológico para lidar com duas Inos, ainda mais no espaço limitado de um carro.

Resolvi não mentir. Elas já não sabiam sobre o fato de meu namoro ser de mentira, então melhor elas saberem de pelo menos metade da verdade.

— É, é verdade.

— Que orgulho. Agora eu entendi porque respirar o mesmo ar do que ele está intragável. — Ino caia na risada como uma lunática. — Mas me fala, desde quando você está apaixonada? — ela ficou séria de repente me assustando mais ainda do que sua versão lunática.

— Como? Eu não estou apaixonada por ele.

— Claro que não. — Hinata e Ino falaram ao mesmo tempo num tom de ironia.

— O que foi? Por que vocês acham que eu estou apaixonada por aquele imbecil?

— Porque desde o dia que vocês brigaram e você foi dormir no sofá, você anda cabisbaixa pela casa.

— Como um fantasma triste. — Hinata completou o raciocínio. 

— Como vocês sabem que eu fui dormir no sofá?

— Karin. — responderam ao mesmo tempo de novo.

— Eu pensei que você fosse imune a ele. Me desculpe por te colocar nisso. — Ino parecia sincera… Parecia. — Você quer continuar com ele?

— Não sei. Isso tudo não está me fazendo muito bem. 

Depois que chegamos, as meninas entraram numa daquelas lojas grandes em que se vendem roupas íntimas, pijamas e biquínis.

— Acho melhor eu olhar umas calcinhas.

— Confesso que eu estou achando engraçado. — Hinata disse numa voz mais contida. — Na verdade, eu sempre quis fazer coisas do tipo.

Ok.

Depois daquela revelação eu e Ino paramos de andar e nos entreolhamos.

— Ah, o que foi? Como se vocês duas fossem duas santas.

— Nós não somos santas, só não estamos acostumadas a ouvir você dizendo essas coisas. — Ino disse com um grande sorriso no rosto. — Pelo menos não enquanto você está sóbria.

— Que seja. — Hinata fez uma cara de tédio de novo. — Vamos para a parte que ficam os biquínis, você ficará bem sozinha, Sakura? — a morena me perguntou docemente. Nem parecia aquela menina que há segundos atrás tinha dito que queria andar por aí sem calcinhas.

— Claro.

— Então daqui a pouco a gente se vê. — Ino diz enquanto digita distraidamente em seu celular, mas ao invés de ir atrás da amiga ela espera até que Hinata seguir para a ala de biquínis. 

Meu sexto sentido me alerta. Era como se meu corpo começasse a bombear meu sangue mais rápido me deixando num estado mais desperto. Ino queria falar comigo e, por algum motivo que eu ainda não conseguia explicar, a presença dela ali me intimidava. — Sakura. — ela me chama prendendo minha atenção. Eu estava curiosa. — Você não vai conseguir ficar com o Sasuke. Então se eu fosse você, dava o fora de vez nele.

— Como? Eu acho que eu não entendi.

— É simples, Sakura. Era para ser uma brincadeira. Você se apaixonou. Então é melhor se afastar, entendeu? — sua mão alcança meu ombro num estranho gesto de consolação.

— É. — não consigo formular uma frase completa. Eu estava confusa. Eu não sabia se Ino estava sendo minha amiga, nem o que responder exatamente.

— Que bom, então. — ela deu a última palavra e seguiu em direção onde Hinata estava.

Acabo me perdendo no meio de tantas calcinhas minúsculas e outras roupas íntimas como corpetes e camisolas reveladoras. Eu nunca tinha usado aquilo com alguém, mas confesso que o pensamento de usar aquilo me fazia me sentir mais atraente de alguma forma. 

Pesco uma no meio de um monte de calcinhas rendadas de praticamente todas as cores.

— Eu prefiro a preta. — aquela voz...

Dou um pulo assustada, sem saber muito bem onde enfiar a cara depois da surpresinha que Sasuke tinha acabado de fazer.

— O que você está fazendo aqui? — sussurro, me virando tão rápido quanto solto a calcinha de novo na pilha.

— Você não foi à aula hoje. — ele diz com uma cara de tédio enquanto analisa uma das camisolas brancas que faria um belo conjunto com a calcinha que eu havia acabado de devolver. 

— Às palestras você quer dizer né?— o corrijo tentando olhar para qualquer lugar da loja que não grite "sexo, sexo, sexo".

— É… Palestras. Você não foi. 

— Não. 

— Karin me achou hoje. As aulas dela acabaram junto com a palestra em que eu estava. — seus olhos negros passam a me encarar enquanto ele coloca suas mãos no bolso.

Desconfio que ele está tão desconfortável quanto eu naquele ambiente. 

— Que sorte a sua. — sei que soo irônica, mas estou muito incômoda para ser minimamente educada. — Está se escondendo? — pergunto me fazendo de despreocupada, voltando minha atenção a uma pilha de roupas íntimas menos sexy. 

Escolho uma no monte (algodão com bolinhas azuis(  - 

— Mais ou menos. — ele se esgueira, tentando esconder sua presença atrás de um trio de manequins semi nus enquanto observa um ponto da loja.

Sei que temos um acordo e toda a baboseira do fingimento, mas algo dentro de mim sussurra como um capetinha me instigando a deixá-lo ainda mais nervoso com toda a situação: — Vou te deixar em paz então, já que você não precisa da sua “namorada”. 

Era como se eu tivesse o deixando totalmente desprotegido no meio do campo de batalha. 

— Não! Espera! — ele segura meu braço me fazendo ficar parada no mesmo lugar. — Karin está aqui. — sussurra como se o nome dela fosse algum tipo de segredo de estado. 

Acho engraçado. Quer dizer, a situação toda era infantil e exagerada, mas, mesmo assim, ver Sasuke, o Lorde, como se fosse um cachorrinho fofinho com medo, era cômico. 

— Então você literalmente fugindo dela? Toma vergonha na cara, Sasuke, você tem quase dois metros de altura. 

Quando ele me olha novamente, seus olhos, os pontos absurdamente negros, parecem querer ler minha mente tamanha intensidade que eles possuem. 

— Não é porque eu tenho o dobro do tamanho dela que eu posso bater nela.

— Não. Mas não precisa ter medo dela. 

Sei que ele está pensando numa resposta boa o bastante. Seu olhar deixa isso claro, mas, por algum motivo, ele desiste de ser ácido e apenas narra o que havia acontecido mais cedo. 

— Eu fui de carona com Naruto hoje já que quase ninguém ia pra faculdade, inclusive você. Ir no carro com Naruto é menos pior do que ir na moto com ela.

— Pensando dessa maneira.

— Mas ela convenceu Naruto a passarmos aqui para ela comprar roupas de banho pra festa da Ino. Naruto acabou se empolgando e veio também.

— Então a família toda está aqui? —  tento achar um rosto conhecido por cima dos ombros de Sasuke, mas não vejo ninguém.

— Pode se dizer que sim. 

Sua resposta é o suficiente para eu entender que praticamente todo mundo estava ali no shopping, e ele podia simplesmente sair dali, ir embora, pegar um Uber ou um ônibus, mas Sasuke continua do meu lado, os dedos apertando sutilmente meu braço, fazendo eu sentir leves arrepios com o toque tão ligeiro.

— Eu tenho que continuar a fazer compras... —  molho os lábios com a língua, gostando da atenção de três segundos que ele dá aos meus lábios. 

— Posso ficar com você?

— Você quer ficar comigo enquanto eu escolho minhas roupas íntimas?

— Eu posso ajudar… — um sorriso sacana desenha seus lábios e eu posso jurar que ele engrossou o tom de voz de propósito. 

— Pode? — praticamente arfo a pergunta, imaginando mil e uma maneiras que ele podia me ajudar a escolher aquele tipo de peça. 

— Se você quiser. 

Sasuke solta meu braço deixando para trás uma leve sensação de formigamento pela minha pele. 

Instantâneamente esqueço toda e qualquer irritação proveniente do nosso último encontro onde ele me deixou no sofá. 

Sasuke era forte, pungente e intenso e a mínima insinuação que ele havia feito pra mim era o suficiente para eu querer beijá-lo. 

— Aí está você… — Karin tem o mesmo efeito que um balde de água fria sobre uma fogueira. De repente todo o flerte que girava em torno de calcinhas de renda havia sido destruído pela sua presença. 

— Oi, Karin. — a cumprimento sem muita vontade. 

— Você sumiu, Sasuke! — Naruto tinha chegado pra completar a turminha. — Também veio comprar roupas de banho? — percebi que o loiro já estava com uma sacola de compras.

Animação excessiva definia o estado de espírito de Naruto. 

— Mais ou menos. — respondo sem jeito. As calcinhas eram mais importantes no momento. Principalmente pelo fato do ar condicionado da loja me lembrar da falta das minhas roupas de baixo a cada segundo.

— Toma. — Sasuke me entrega uma daquelas sacolas da loja onde você coloca as roupas que você quer comprar. 

Dando uma desculpa qualquer, sinto minhas costas serem empurradas. Gentilmente respondendo ao amigo que ele ia me acompanhar, Sasuke segue comigo para qualquer direção que fosse longe dos dois. 

— A gente vai comer alguma coisa. — Naruto fala com o tom um pouco mais alto. — Se você já tiver acabado Sakura, a gente espera você pagar.

— Eu…

— Não, ela me disse que ainda tem que comprar algumas coisas, vou fazer companhia a ela.

— Tem certeza? — Karin insiste como se a ínfima ideia de eu e Sasuke nos comportarmos como um casal fora da nossa rotina normal a incomodasse profundamente. — Algumas mulheres não gostam que os homens fiquem vendo as roupas íntimas que elas compram.

Olho por cima do ombro vendo Naruto dar um cutucão com o cotovelo em sua prima.

O que eu poderia dizer? Pela primeira vez eu tinha que concordar com ela.

— Enfim, o resto de nós vamos estar na praça de alimentação. — Naruto parecia meio envergonhado pela atitude da prima.

— Eu acho que vou ficar, pensando bem, preciso de uns sutiãs novos.

— Você quem sabe. Eu ligo quando eu for embora. — posso ouvir a voz de Naruto enquanto Sasuke apressa o passo praticamente me arrastando junto com ele para o mais longe possível dos primos. 

— Esperem por mim! — não preciso olhar para Sasuke para ver que seus olhos estão revirando.

— Por que está nervoso?  — sussurro em seu ouvido enquanto seguimos pela loja tentando, inutilmente, nos livrar da companhia da ruiva.

— Eu não fico confortável num lugar como esse. — ele sussurra de volta pra mim, encarando um manequim que usava um biquíni preto. Eu até gosto do modelo, mas tinha um outro verde do lado que fazia mais meu estilo… Eu tenho que pensar sobre as roupas íntimas roubadas, mas também devia comprar um biquíni para a tal festa. — Hum. — olho para o Sasuke assim que o ouço resmungar pela quarta vez, em sua mão, uma calcinha preta minúscula de lacinhos.

— Para de segurar essas coisas. — arranco o minúsculo pedaço de pano de suas mãos procurando de que arara ele tinha pego aquela peça, mas desisto bem rápido enfiando a peça em qualquer lugar. 

— Não sabia que era tão tímida assim. — um sorriso terrivelmente sacana desenha o rosto de Sasuke.

— Você e Karin poderiam parar de zoar minhas calcinhas. Eu só queria paz, caramba! — tentando manter a voz baixa, vejo que as coisas que falo saem quase como um rosnado. 

Karin continua andando na frente, vez ou outra ela para e espera que nós nos aproximemos dela. Com um sorriso falso, ouve nossa conversa descaradamente.  

— Eu não fiz nada. — ele fala como se fosse inocente. — Você ainda vai demorar muito? 

— Sakura, o que você pretende comprar? — Karin me pergunta docemente, como se fôssemos amigas de longa data. 

Seguro minha vontade de revirar os olhos. Não é como se ela não soubesse o que eu fui comprar ali.

— Biquínis. — respondo quase soltando fogo pelos meus olhos.

— Por que você não leva esse aqui? — Karin me mostra um biquíni com uma calcinha parecendo de avó, todo marrom. Mas o que mais me irritou foi ver o tamanho do sutiã: PP.

— Karin, isso não caberia em mim nem se eu tivesse doze anos. — tento soar o mais educada possível, calculando mentalmente o tamanho do meu seio da Sakura de 12 anos… Talvez aquele biquíni coubesse.

— Sério? Mas eles são tão pequenos. — Karin aponta para meu busto, o que é o suficiente para deixar minhas bochechas vermelhas. Eu literalmente queimo de vergonha. Limpo a garganta, tento pensar numa resposta boa o suficiente para aquele tipo de situação infantil, mas eu não tinha nada a meu favor. O ambiente ali não me favorecia. Minha falta de roupa de baixo não me favorecia e a minha comparação pessoal entre os meus seios com os peitos da ruiva também não me favorecia.

— Acho que vou querer esses daqui. — ignoro a raiva que ela me faz, me convencendo de que não me rebaixaria mais. Pego a peça preta que eu já tinha visto Sasuke analisando e um biquíni verde água que eu também havia gostado. — Vou para o provador. — digo praticamente marchando, deixando os dois pra trás. Se ela queria se insinuar pra cima do Sasuke tudo bem, mas eu não ficaria ali para ser plateia.

Entro no primeiro provador que vejo e me deparo com três pares de olhos verdes. Cada um olhando para mim mesma, meu reflexo em três espelhos de corpo inteiro. 

— Que ódio. — suspiro. Ela tinha conseguido estragar meu dia. Eu não quero mais trocar de roupa, não quero mais ir na festa, não quero mais nem passear no shopping. 

Meus dedos alisam a tela do celular, estou obstinada a pedir um carro por aplicativo e deixar todos ali para trás sem dar nenhuma explicação - e sem comprar nenhuma roupa íntima -.

— Merda. — ouço uma voz rouca e sinto um arrepio cruzar minha espinha como se eu tivesse ouvido um fantasma me assombrar.

— O que você está fazendo aqui? — controlo o meu tom de voz o suficiente para as outras cabines não me ouvirem, mas a mantenho grossa o suficiente para ele entender o quão desconfortável eu estava com sua presença ali naquele espaço limitado e pequeno.

— Karin está me seguindo. Ela acha que o nosso namoro é falso. — Sasuke responde se sentando na banqueta que havia dentro da cabine.

— Sasuke, você não pode entrar aqui.

— Tsc. Ninguém vai perceber. — ele tinha uma cara de tédio, não parecia se importar com minha presença ali dentro, deixando bem claro que não ia sair dali ao tirar o celular do bolso para ficar mexendo.

— Então por que você não entrou em outro?

— Se você, minha namorada já ficou nervosa com minha presença, o que você acha que uma desconhecida não iria fazer.

— Engraçadinho… Você deveria ter entrado em algum vazio. — lamento sem paciência para os seus joguinhos. 

Sasuke não levanta, e eu não faço nenhum movimento indicando que vou trocar de roupa. Em algum momento começamos a nos encarar em silêncio. A falta de assunto parece ser capaz de sufocar! 

— Não deveria se importar com o que falam sobre seus peitos ou qualquer parte do seu corpo. Você é bonita, não precisa da aprovação de ninguém para acreditar nisso. 

Engulo a seco. 

Eu poderia ser educada, poderia até agradecer sua solidariedade com minha autoestima inexistente, mas respondo de maneira bruta, completamente na defensiva. 

— Não deveria se importar com o que falam sobre seu pinto. — respondo no mesmo tom de tédio.

— Deveria ter feito igual eu, ao invés de sair pisando duro.

— Naquele dia você me mostrou seu pênis, Sasuke…

— Pois você deveria ter mostrado os peitos para ela. — seu sorriso era safado, tão intenso que em algum momento eu só consegui encará-lo através do reflexo do espelho do provador. 

Mordo meu lábio.

— Você gosta de exibições, não é?

— Não posso negar…

— Não?

— Não. — ele fecha os olhos e cruza os braços na frente do tronco como se estivesse esperando eu acabar o que eu tinha que fazer ali dentro. — Não vai experimentar? — Sasuke pergunta abrindo apenas um olho, o sorriso ainda lá, como se me desafiasse a ter coragem de trocar de roupa enquanto ele permanecia de olhos fechados.

— Eu não vou trocar de roupa na sua frente. — tento ficar séria, mas sei que minhas bochechas brancas estão vermelhas.

— Eu me sinto um cafajeste pensando em mil e uma fantasias sexuais dentro dessa cabine enquanto você se recusa a apenas experimentar algo na minha frente.

Seu olhar, sua fala e seu sorriso fazem com que surjam mil e uma possibilidades dentro da minha cabeça. 

Sasuke conseguia fazer com que a cabine parecesse ainda menor do que já era. 

Ele tinha esse dom.

Meu celular toca. Sou “salva pelo gongo”. Agarro o aparelho como se minha vida dependesse daquela ligação. Assim, eu teria a desculpa perfeita de tirar Sasuke do meu foco.

— Alô. 

— Sakura, nós já acabamos. Onde você está? — Hinata me perguntava com a voz doce.

— Ainda estou provando as peças. Naruto está na praça de alimentação, se você quiser ir pra lá... Encontro todo mundo depois.

— Tudo bem então... Ué. — ela volta a falar comigo em vez de desligar o telefone. — Você não está sem calcinha? Como pode provar as roupas? — sua voz soava divertida.

Eu não havia pensado muito antes de entrar na cabine. Eu só queria um lugar para ficar sozinha e pedir um uber. Resolveria meus problemas com roupas debaixo e biquínis depois…

— Vamos…

— Você realmente não vai experimentar?

— Não dá pra experimentar. — falo dando de ombros, meus dedos prestes a puxar a cortina que nos dava o mínimo de privacidade.

— Eu fecho os olhos. — Sasuke tenta soar sério, por um segundo acredito em sua honestidade ao prometer ficar com os olhos fechados. 

Quando abro a boca para explicar porque eu não poderia experimentar as peças, ouvimos a voz de Karin do lado de fora.

— Sasuke! 

— Shi. — ele sibila pra mim já com os olhos abertos e de pé.

— Me dá um bom motivo pra não falar que você está aqui. — falo me divertindo com sua postura atenta.

— Você não gosta de Karin tanto quanto eu.

Touché.

— Ah vamos, por que não dá uma chance pra ela? — conversávamos sussurrando. Quer dizer, ELE conversava sussurrando, eu fazia questão de ser ouvida por quem estivesse do lado de fora.

— Sakura. — ele me repreendeu com a voz baixa, porém firme. —  Nós ainda temos um acordo.

— Pois não é o que parece. — agora eu também sussurrava. Não me sentia muito a vontade presa no mesmo ambiente que o Lorde Sasuke. Ele era intimidador, além de ter quase dois metros de altura. 

Ele estava perto demais.

Grandioso demais.

Bonito demais. 

Estava inebriada, completamente hipnotizada pela situação. Ser pega, flagrada, beijando Sasuke num lugar público, proibido para homens estava fazendo com que eu só tivesse mais vontade de testar sua teoria de exibicionismo. 

Faço menção de chamar pelo nome da ruiva quando ele, vendo minhas intenções, tapa minha boca com a mão.

Mordo sua mão, mas sem machucá-lo.

— Ka... — tento gritar de novo, mas ele faz questão de calar minha boca novamente, mas dessa vez com a sua própria boca.

— Irritante. — ele sussurra, interrompendo o selinho e olhando dentro dos meus olhos. — Muito irritante. — ele disse de novo sorrindo antes de mergulhar dentro da minha boca.

Fecho meus olhos descansando minhas mãos em seus ombros, me entregando totalmente a aquela situação.

Seus lábios dançam nos meus de maneira delicada. Sua língua me deixava excitada. Sim, sua língua, sua mão direita repousando na minha cintura, o fato da gente estar se beijando numa das cabines da loja e ainda, o fato de eu estar sem calcinhas, tudo me deixava excitada.

— Ainda vai gritar? — encaro seus olhos e o desafio da pergunta. Não, eu não ousaria gritar o nome de Karin e estragar aquele momento. Mas confesso que uma parte, uma parte sacana dentro de mim, gostaria de gritar o nome do próprio Sasuke enquanto ele me fodia ali mesmo. 

Aquela pergunta era sacana e ele sabia disso. Talvez eu quisesse que ele me fizesse gritar.

Por um segundo imaginei a gente fazendo sexo.

Não respondi o Lorde. Virei meu rosto e acabei me deparando comigo mesma num dos espelhos do provador.

O olhar curioso do Sasuke segue o meu e se depara com o mesmo espelho do provador. 

Encarávamo-nos pelo espelho, e aquilo era mais excitante ainda.

— Sasuke. — chamo seu nome sem saber ao certo o que eu queria. Quiçá eu só quisesse que ele tomasse as rédeas da situação. Eu queria que ele realizasse aquela fantasia. 

E ele tinha entendido. 

Ainda nos encarando pelo espelho, observo sua mão subir de maneira lenta pela minha perna, até chegar a barra do meu vestido.

Trago a saliva sentindo toda aquela tensão me consumir aos poucos. Sua lentidão era proposital e torturante. Eu podia sentir meu coração na boca.

Sem nenhum aviso, sinto sua mão agarrando minha coxa com força me fazendo encaixar-me nele.

Gemo com o ato e prontamente Sasuke coloca o dedo sobre meus lábios num sinal mudo de “não faça barulho”. 

Balanço a cabeça em positivo e Lorde sibila um “boa menina” que me deixa completamente inebriada. 

Me equilibro naquela nova posição sem reclamar. Minhas mãos repousam em seu peitoral enquanto minhas pernas se apertam em volta de sua cintura.

Estou aberta e encaixada nele. 

— Ahrg. — reclamo com a força que ele me prensa na parede do provador. Agora, por causa da nova posição, eu encarava-o de cima.

— Sem gemer. — Sasuke enfatiza, deixando claro o quão divertido era me ver controlando minhas reações a ele e a tudo que ele estava fazendo comigo.

Sua boca tão perto da minha me pedindo para não fazer barulho.

Eu queria ser devorada por ela. 

Mas ele não me beija. Seus lábios desenham uma trajetória até a base do meu pescoço, e depois até o decote do meu vestido. 

— Isso não. — o repreendo quando sinto sua boca beijando de forma carinhosa e delicada o vale dos meus seios a mostra pelo meu decote.

— Por que não? — ele sussurra com a boca presa a minha pele, fazendo os minúsculos pelinhos do meu pescoço se arrepiarem.

Seu hálito quente é o suficiente para me fazer ficar ofegante. Seu toque era desesperador. Eu queria que ele beijasse meu corpo inteiro daquele jeito.

Olho para ele pelo espelho e vejo que ele também me encarava.

— É melhor parar, não? — falo sem pensar. Karin tinha realmente acabado com minha autoestima. Ver Sasuke tão entregue a uma parte do meu corpo que eu considerava mais um ponto fraco do que uma vantagem, me deixou confusa. 

Meu corpo colocava minhas palavras em contradição. Não lembrava de quando eu tinha colocado minhas mãos em seus cabelos intensificando seu toque na minha pele.

— Uhum. — ele me ignora completamente, deixando ser guiado pelas minhas mãos que não soltam seu couro cabeludo. Faço questão de colocar sua boca onde quero e ele deixa de ser Lorde por um momento e se torna meu serviçal, lambendo e beijando cada parte do meu corpo que eu oriento ele a comer. 

Suas mãos que antes estavam apoiadas na parede, apertam minhas coxas de maneira prazerosa. A cada chupão que ele dá, sinto apertões em minhas coxas me fazendo perder o controle sobre minha respiração.

Eu sabia que já estava completamente molhada com aquilo tudo.

— Eu quero fazer barulho. — aquela era minha maneira particular de pedir um beijo. 

Sua boca se curva num sorriso de deboche.

Sinto sua língua quente entrar em contato com minha pele. Sasuke me lambe e beija fazendo o caminho inverso, desde o vão dos meus seios passando pelo meu pescoço até chegar ao meu ouvido. 

Meu interior pulsa violentamente com aquilo.

— Porque não chama a Karin? — seu tom de voz estava controlado, baixo e sedutor. — Talvez se ela abrir a cortina do provador e nos encontrar assim, desista de vez de mim.

— Idiota. — xingo — capturando sua boca em seguida. Não aguentava mais.

Aquilo foi selvagem.

Sua boca devorou a minha de uma maneira que eu me senti completa. Suas mãos passearam pelas minhas pernas deliciosamente, e seu corpo me apertava cada vez mais contra a parede.

Já sentia sua ereção em contato com meu corpo. Pensar que eu tinha deixado ele assim me fazia sorrir.

Ai, como eu era idiota.

— Sasuke. — em algum momento chamo seu nome durante o beijo. Suas mãos passaram a alisar minha bunda possessivamente.

— Sakura. — ele fala de maneira ofegante por causa do beijo. — Você está sem calcinha? — O Lorde trinca os dentes com a própria pergunta. Aperto minhas pernas instintivamente em volta do seu corpo.

— Talvez. — estou tímida.

— Porra. — a voz dele sai mais alta. Suas mãos não deixam meu corpo, mas param de reagir de forma sexual. — Eu preciso sair daqui.

— Precisa mesmo?

— O que eu quero continuar a fazer não seria de muito bom tom para o shopping. 

— Eu gemo baixinho. — me vejo querendo participar daquela loucura. 

— Você não está me ajudando a fazer o certo, Sakura. 

— E quem disse que eu quero fazer o certo? — as palavras soam totalmente estranhas na minha voz. Eu não era o pervertido do casal, era ele.

— Você quer mesmo? — seus olhos me encaram seriamente. Suas mãos de maneira furtiva passeiam até o meio das minhas pernas abertas. Seus dedos acariciam de maneira sutil minha entrada e tenho que morder o lábio para não expressar o que quero realmente expressar. — Molhadinha. Eu poderia colocar facilmente dentro de você agora. 

Puta que pariu. 

Eu nunca acreditei em safadezas ditas ao pé do ouvido, mas aquela frase foi o suficiente para me desmontar emocionalmente. 

— Coloca. — respondo pidona. Minha boca suplicando em seu pescoço. 

— Você quer que eu coloque? Aqui e agora? Estamos num espaço público, Sakura.

— Por favor…

Não preciso pedir duas vezes. Facilmente sinto o dedo de Sasuke dentro de mim, bombeando de maneira ritmada e gostosa. 

— Você gosta assim? — ele muda de tática, esfregando meu clítoris com círculos rápidos. 

Eu estava pegajosa, molhada, devidamente lubrificada. 

— Eu quero mais. 

— Não podemos, Sakura. — Sasuke soa triste e racional e isso me irrita, mas felizmente seus dedos não me deixam. Mordo de maneira exagerada seu pescoço quando ele me acaricia de uma maneira boa demais lá embaixo. 

— Não para, por favor, não para. 

— Mais rápido?

— Sim! Sim, sim. 

— Se eu fizer mais rápido você vai gozar na minha mão?

— Sasuke eu estou quase lá. Por favor. 

— Me beija. — ele me pede já me beijando de maneira feroz só me deixando a alternativa de reagir a ele. Enquanto sua boca se fundia com a minha me impedindo de gemer, seus dedos se dedicam a uma tarefa específica: me fazer ter um orgasmo. — Assim?

Não respondo a sua pergunta. Estou concentrada no formigamento que sinto ao ter um orgasmo nos dedos de Sasuke. 

Em algum momento desço minhas pernas da sua cintura. Mas não nos afastamos um do outro. 

— Tudo bem? — sua pergunta pode soar solidária, mas sei que ele gosta da expressão em meu rosto, das gotículas de suor que brotavam na minha testa e na minha tentativa de regularizar minha respiração. 

— Acho que sim. 

— Fico feliz. —  ele fala colocando o dedo que tinha acabado de me masturbar na própria boca, como se estivesse provando seu doce preferido ou algo do tipo.

— Sasuke…?

— Queria ter feito com a boca, mas achei que seria demais.

Porra.

— Temos que ir embora. — tento mudar de assunto por um milagre, não enche mais ainda minha imaginação com probabilidades sexuais. 

— Quer que eu saia para você experimentar?

— Não dá, eu estou sem roupa debaixo. Vou levar sem experimentar mesmo. 

— Hum.

As sensações que Sasuke tinha deixado em meu corpo ainda não tinham acabado.

O telefone toca novamente. Atendo e ouço do outro lado uma das meninas cobrando minha presença, até Karin havia chegado à praça de alimentação e eu não.

Deixo Sasuke sozinho no provador enquanto finalizo a ligação e sigo rapidamente para o caixa.

#

— Vocês demoraram. — Naruto comenta mas eu o ignoro. 

Não nos demoramos mais. Sasuke deixa claro o quanto ele queria ir embora e todos concordam. Chegamos exprimidos no carro do Naruto e em algum momento, no final da noite, depois de já ter comido, tomado banho e me trocado, me esgueio para o quarto do meu “namorado” que já se encontra debruçado em alguma tarefa da faculdade. 

— Sasuke. — tento iniciar uma conversa civilizada, mas a verdade é que eu não sabia muito bem por onde começar. Engulo a seco, sem graça por ele não ter nem levantado a cabeça para me dar atenção, mas mesmo assim continuo o assunto. — Sobre hoje…

— Eu não quero falar sobre hoje, Sakura. Shopping me cansam, Karin me cansa…

— Você quer realmente ignorar tudo?

— Eu só acho que ultrapassamos o limite. 

— Limite?

— Não era pra isso ter acontecido, você sabe disso…

Eu sabia. 

— Sasuke…

— O que nós temos é um acordo. 

— Um acordo? Só um acordo? — enfatizo com duas perguntas sobre o mesmo assunto, mas ele continua sem me olhar. 

— É. — monossílabo. 

— Pelo menos me olhe quando estiver me dando um fora.

Viro sua cadeira de rodinhas até ele ficar de frente pra mim. Estava puta de raiva.

— Tudo bem, Sakura, estou prestando atenção. — ele me encara com aqueles olhos escuros e frios, o que é suficiente para me deixar sem reação.

Ser observada por Sasuke era a mesma coisa que ser observada por um lobo faminto. Um lobo faminto e perigoso.

— Só uma vez.

— Como?

Droga. A oração que faço dentro da minha cabeça para que ele tivesse entendido o que eu tinha falado de primeira não tinha funcionado.

— Uma vez.

— Sakura, eu não estou entendendo.

— Apenas uma vez, Sasuke — repito devagar como se eu tivesse falando pra uma criança pequena. — Você está me devendo uma com esse acordo idiota. — falo me sentando eu seu colo com as pernas abertas, uma de cada lado do seu corpo, a cadeira chegando um pouco para trás.

— Não acho que seja uma boa ideia.

— Eu também não. — confesso respirando fundo. 

Não, aquilo não era uma boa ideia.


Notas Finais




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