O casamento seria finalmente realizado. Sansa estava dentro do quarto, postada em frente à janela. Seus olhos azuis observavam com atenção a neve que caía lá fora, seu corpo sentindo as consequências do tempo frio, mas nem por isso se sentia mal, pelo contrário, sentir frio lhe dava paz, como se seu corpo soubesse que estava em casa.
Meses atrás, quando havia chegado ao Norte, percebeu que se desacostumara com os costumes de seu povo. Bem taciturnos, Sansa demorou um pouco para deixá-los à vontade com a nova vida que levariam, e com as novidades que trazia da Fortaleza Vermelha. Em aldeias pequenas, muitos acreditavam que Loki não passava de uma lenda, e que os Lannisters, sempre tão poderosos, ainda eram donos do Trono do Ferro, tendo Tywin Lannister como governante, por trás do Rei Joffrey. Foi uma surpresa agradável para os nortenhos saber que Loki era realmente de verdade, mas ainda desconfiavam um pouco, pois, mesmo sendo sempre uma boa notícia a queda dos Lannisters, não sabiam a real origem do rei que agora ocupava o Trono de Ferro, e que possivelmente viraria o rei deles.
Sansa respirou fundo. Sobre este assunto, estava no mesmo patamar dos nortenhos. Não sabia de onde Loki viera, nem como conseguiu afugentar três dragões da rainha Daenerys e tomar a Fortaleza Vermelha com pouquíssimos homens. Ela não havia feito parte do núcleo da guerra, só sabia vagamente o que ocorria através das aias que entravam em seu quarto, sempre assustadas com o humor péssimo dos Lannister, e de todos que apoiavam a casa que tinha o leão como símbolo. Mas finalmente, os Lannisters caíram, abrindo espaço para Loki governar. O paradeiro dos leões, ninguém sabia, provavelmente estavam escondidos entre povos que juraram fidelidade e respeito àquela casa, e Sansa se sentia inquieta com isso. Pior do que um leão mostrando as garras e visível aos olhos, era um leão com orgulho ferido e desaparecido.
De qualquer maneira, depois que Sansa dissera que apoiava Loki, os nortenhos começaram a se acostumar com seu novo rei, ficando realmente aliviados ao perceberem que uma herdeira da casa Stark ainda estava viva, alguém com o sangue de Eddard Stark, que voltara para o Norte a fim de olhar por seu povo, além de trazer homens fortes e apoio do Trono de Ferro.
O Norte estava seguro, depois de anos habitado por inimigos e aberto aos mais diversos ataques e saques. Ela se casaria com o rei de tudo aquilo, unificando, assim, direitos e desejos dos dois povos.
Uma aia entrou no quarto. Tinhas as feições joviais, provavelmente era mais jovem que a própria Sansa. Caminhou timidamente até a garota ruiva e fez uma pequena mesura.
— Lady Sansa. Irá se constipar antes do casamento se permanecer perto da janela.
Sansa saiu de seus pensamentos, assentindo para que a aia fechasse o vidro. O frio foi cortado, e ela respirou fundo, de repente sentindo falta da privacidade única que a viagem até o Norte lhe dera. Quando estava em sua tenda, não era interrompida várias vezes por aias diferentes.
— Sente-se nervosa? – a aia perguntou. — Toda noiva fica nervosa no dia do casamento.
Aquela pergunta fez todos os pensamentos que Sansa deixava trancados no fundo da mente, libertarem-se. Sim, sentia-se nervosa. Daria um passo grande em sua vida, um passo que não poderia ser desfeito em hipótese alguma. Iria se casar com o rei Loki, e unificaria dois povos, mas pagaria um preço por isso. Não teria uma liberdade completa, como o esperado, e seria a segunda no trono que um dia fora de seu pai.
Ela virou-se para a aia.
— Um pouco... Você acha bobagem ficar nervosa?
A aia deu um sorriso contido.
— Se eu fosse me casar com um rei tão belo quanto o rei Loki... Desculpe-me o atrevimento, Lady Sansa... Mas todas as nortenhas gostariam de estar no seu lugar.
A ruiva desviou os olhos da aia, de repente sentindo-se tímida. Lembrava-se das noites com Loki durante a viagem, o modo como ele a tocara, fazendo-a prometer nunca conter seus desejos... O rei nunca mais a tocara depois da segunda noite, mas Sansa guardava o toque dele na mente, como se ele tivesse acabado de tirar a mão de sua pele. Sentiu-se ruborizar, mas foi interrompida pela aia novamente.
— Vamos, fui mandada aqui para lhe ajudar com seu cabelo e vestido. Estará linda quando chegar a hora!
[...]
Estava linda, de fato. Contrariando um pouco seu gosto, Sansa vestia-se toda de branco, apenas seus olhos e alguns detalhes rendados em seu vestido eram azuis. Representava bem a cor de sua casa, Stark. O manto era também branco, um lobo bordado de pérolas reluzia fracamente ali. Sua vestimenta mesclava-se com a neve que caía no local, pintando um quadro belo e surreal, os cabelos vermelhos estavam trançados e puxados para cima, onde uma pequena coroa de pedras azuis e verdes repousava. Loki pediu para que ela entrasse já com a coroa, os nortenhos gostavam de ver que Sansa ainda tinha algum poder ali, mesmo que no fundo soubessem que quem realmente exercia o poder da coroa era o rei de Westeros.
Os olhos azuis de Sansa deixaram a neve e rumaram em direção ao caminho que tinha de percorrer. Pétalas de diversas flores tinham sido jogadas ali, fazendo o caminho menos escorregadio. Suas mãos estavam trêmulas, e sentia a circulação sair de seu rosto aos poucos, deixando os lábios secos e um gosto estranho na garganta. Finalmente teve coragem para fitá-lo.
Ele estava em frente à Árvore Coração, sugando toda a beleza do Jardim Sagrado e fazendo com que todas as atenção femininas fossem voltadas para ele. Os olhos azuis eram o único tom diferente de sua vestimenta negra, bem como os olhos dela eram do vestido de um branco puro. Sua pose aristocrática denunciava que, mesmo que não pertencesse ao mundo onde estavam, no lugar de onde veio, ocupava uma posição na realeza.
Ela continuou a caminhar em direção a ele. Não havia ninguém a conduzindo, quebrando um parâmetro de casamentos em Westeros. De qualquer maneira, a cerimônia de Sansa não era nem um pouco parecida com os casamentos que um dia frequentara. Era única. A ideia de ser realizada no Jardim Sagrado, em frente à Árvore Coração, surgiu do próprio rei, um modo de respeitar e trazer um pouco da religião nortenha. Mas as trocas de mantos foram mantidas, assim como um septão foi trazido, para que falasse os votos matrimoniais, sendo assim o casamento simbolizando a fé dos Sete, também presente. A união de duas religiões, bem como de dois povos.
Sansa esperou com ansiedade a troca de mantos, e depois percebeu que sentia uma ânsia estranha em ser tocada por ele novamente, depois de tantas semanas se contentando em apenas vê-lo e trocar palavras sobre política e sobre o casamento. O momento chave chegou mais rápido que previra. Sansa tinha seus olhos sobre Fenrir, o lobo enorme que descansava de forma inesperadamente tranquila entre as raízes da Árvore Coração, mas voltou-os em direção ao seu noivo, e sentiu finalmente o toque gelado dos dedos longos dele, desabotoando com leveza o botão de pérola do seu manto e trocando-o por um manto que representava sua casa.
Ninguém ali sabia realmente a origem do rei, e nem se ele pertencia a uma casa, mas ficaram surpresos quando Loki colocou um manto verde escuro sobre os ombros da garota, o tecido leve bordado com esmeraldas nas pontas e pequenos desenhos rendados em dourado. Não havia um símbolo em específico, mas ela sabia claramente que a cor do seu rei, e agora marido, era o verde.
Sorriu sem conseguir se conter, quando todos prenderam a respiração ao verem o casal virar-se. A figura imponente de Loki ao lado da garota, também relativamente alta, fazia uma combinação perfeita, as cores escuras da roupa dele contrastavam belamente com o vestido branco e o manto verde de Sansa. Ela sentiu o toque dele novamente, os dedos de ambos se entrelaçaram em um aperto de mão cúmplice, que apenas marido e mulher poderiam trocar. Fenrir levantou-se e caminhou em frente ao casal, abrindo espaço para que os dois passassem. Andaram lado a lado até o final do Jardim, os nortenhos festivos atrás, alguns representando casas menores, outros admiradores da Casa Stark, e agora, do novo rei de Westeros, e do Norte.
Sansa respirou fundo, a cada passo que dava e a cada minuto que se passava, lembrava-se de que finalmente chegaria o momento em que teriam que consumar a união. O momento em que ele a tocaria de verdade, como nunca a tocara, nem mesmo quando passaram a noite juntos na viagem. Não haveria barreiras, nem físicas e nem emocionais entre eles quando chegasse o momento.
E Loki não se refrearia.
[...]
Os olhos azuis dela observavam com atenção todos os presentes no salão. Sansa reconhecia alguns ali, lembrando-se da sua infância e dos homens que juraram lealdade ao seu pai em uma época remota, onde Winterfell era habitada por diversos Stark. Naquele momento, a única que representava sua casa era ela, e querendo ou não, mesmo com todas aquelas pessoas à sua volta lhe felicitando e desejando verdadeiramente seu bem, sentia-se sozinha. Daria a alma para que sua mãe, seu pai ou pelo menos alguns de seus vários irmãos estivessem ali, para vê-la bem casada, compartilhar de sua felicidade ou até mesma ajudá-la com conselhos.
A mão de seu marido pousou delicadamente no braço feminino, lembrando-a subitamente de que ela não estava completamente sozinha ali. Loki estava ao seu lado, e sempre estaria.
— O que houve, Lady Sansa? – ele perguntou, como se conseguisse sentir a tensão e a ínfima tristeza no seu íntimo.
Sansa engoliu em seco, olhando para o resto de torta do seu prato, bem como para o vinho parado no cálice de prata. Não conseguira nem mesmo beber algo para afastar a ansiedade pela lua de mel. Sentiu um aperto suave em seu braço e lembrou-se de que devia uma resposta.
— Sinto falta da minha família, Vossa Graça. – ela disse com sinceridade. — E estou ansiosa.
Loki não sabia se sentia compaixão por aquela garota, ou se soltava um riso abafado por sua ansiedade. Não sabia o que realmente uma família poderia fazer por ela naquele momento, e ele mesmo não nutria laços familiares com ninguém, então não conseguiria lhe dar conselhos naquele campo. Para Loki, era ao mesmo tempo uma barreira íntima e um assunto proibido. Contudo, quando à ansiedade da garota, poderia fazer algo.
— Sei dos costumes desse povo em relação à consumação do casamento... – ele disse, parecendo cético quanto à barbárie daquilo. — Mas não aprovarei isso... Não quero ninguém lhe importunando e nem lhe tocando de alguma forma. – Ele deixou claro, fazendo-a ficar visivelmente mais aliviada. Loki era um cavalheiro nesse quesito, e sua proteção era, no mínimo, necessária quanto aos costumes daquele povo. Vendo-a ficar mais relaxada, continuou.
— Vejo que está enfadada, Lady Sansa. – ele observou. — Sente sono?
— Não... Só estou um pouco cansada.
A mão dele correu pelo braço dela, os dedos entrelaçando-se aos dedos femininos. Ele puxou gentilmente a mão em direção ao rosto e depositou um beijo demorado nas juntas.
— Deve ir para o quarto. Fenrir irá acompanhá-la até a porta e ficará a postos para que ninguém lhe importune.
Sansa olhou para o lobo gigante, que descansava nos pés do seu mestre. O animal parecia saber o que Loki havia falado, pois no momento em que o rei fez um pequeno som com a língua, o lobo se levantou rapidamente, abandonando o sono de forma súbita e sentando-se atrás da cadeira onde Sansa se sentava.
— Me juntarei a você logo quando terminar por aqui. Descanse um pouco, Lady Sansa. – ele a olhou profundamente. — Precisará de todas as suas forças essa noite.
[...]
Ela precisou de todas as suas forças. Não fisicamente, pelo menos não naquele momento. Mas Sansa precisou reunir naquele tempo que estava sozinha no quarto, toda a sua coragem e autocontrole. Afinal, quando a porta finalmente se abrisse, seria o rei que entraria por ali. Seu atual marido. E Loki não iria se controlar como fizera naquelas duas noites em que passaram sozinhos. Não, naquele momento, Sansa era completamente dele, e usufruiria dela como amante, da forma mais plena possível.
Estava ansiosa por isso. Pela primeira vez, não temia uma presença masculina, achando tudo aquilo uma ameaça. Não, sua ansiedade vinha de fato da vontade de ser tocada por ele. Fazia de tudo, mas desde que passara a noite com Loki, não conseguia se esquecer do toque daquele homem entre suas pernas... Tão íntimo... Ele a tocara com a boca e língua, como se estivesse saboreando uma fruta exótica. Sansa se sentiu exótica naquela noite, sentiu-se desejada e, surpreendentemente, desejava a todo o momento que já estivesse casada, para que ele não parasse de fazer o que estava fazendo e terminasse com tudo.
Sentiu um rubor no seu rosto. Loki não pararia naquela noite… “Descanse um pouco, Lady Sansa. Precisará de todas as suas forças essa noite.”. Foram suas últimas palavras, antes que ela saísse do salão e entrasse naquele quarto.
Mais de uma hora já havia se passado e ela ainda estava ali. Pelo visto Loki proibira qualquer um de entrar no cômodo, ou melhor, Fenrir proibira. O lobo gigantesco guardava a porta e só deixaria o rei entrar. Sansa ainda estava usando seu vestido de noiva. Nenhuma aia apareceria para ajudá-la a retirar as camadas da saia de cetim, nem mesmo o espartilho com inúmeros laços e cordas. Engoliu em seco.
Foi até uma cômoda alta que estava ali, pegando uma jarra de prata e derramando o vinho na taça. Bebeu dois grandes goles, a bebida estava quente, e aqueceu-a um pouco, deixando-a mais calma rapidamente. Sansa tomou mais um gole, sentindo a ansiedade deixar o seu corpo à medida que a linha da bebida abaixava.
Um quarto de hora se passou até que a porta foi aberta. Sansa sentiu sua mão estremecer, e rapidamente encheu sua taça de vinho novamente, bebericando enquanto uma sombra alta recortava o batente da porta.
— Pode ir, Fenrir. – A voz do rei soou calma. — Vá comer algo... Na floresta.
Deixou clara a última palavra, para que o lobo não atacasse ninguém nos arredores das aldeias nortistas. Ela engoliu em seco ao ver o animal se levantar, mas logo sua visão foi barrada pela madeira pesada da porta, que foi fechada suavemente pelo rei, e trancada com uma chave grande e dourada. De alguma forma, a visão da besta enorme era menos assustadora que a visão de Loki naquele momento.
Ela sentiu uma súbita vontade de rir. Sabia que isso era histeria devido ao nervosismo e pensou seriamente em não beber a terceira taça de vinho.
— Sente sede, Lady Sansa? – ele perguntou, iniciando uma conversa.
Ela olhou para a taça. O líquido escuro tremeluzia fracamente, indicando que sua mão ainda estremecia. Loki percebeu isso facilmente e aproximou-se dela, pegando a taça da mão da garota e colocando-a na cômoda. Os lábios dela estavam mais vermelhos devido ao líquido.
— Quanto bebeu? – ele perguntou.
— Duas taças... Vossa Graça. – ela respondeu, corando.
Loki sorriu. Sua mão esguia foi em direção ao rosto dela, os dedos longos correndo calmamente pela bochecha afogueada. Sansa fechou os olhos, as orbes azuis desaparecendo por detrás das pálpebras.
— Não a quero alcoolizada. Você não está acostumada a beber dessa maneira... – ele disse calmamente. — Preciso que se lembre dessa noite. Vivamente.
O rosto dela voltou a ficar vermelho e abriu os olhos languidamente.
— Por que fala dessa maneira? Digo... – Tentou buscar as palavras certas. — Tão diretamente?
— Sou bom com palavras, Lady Sansa... Escolho as que a deixam dessa maneira... Tão linda e tímida.
Ela fez uma careta, mas não percebeu que o corpo dele estava quase colado ao seu.
— Devo estar patética. – ela murmurou. — Sinto-me levemente zonza e não sei o que fazer, para falar a verdade.
— Deixe que eu cuido disso.
Loki a puxou para si e Sansa esperou o toque ousado que ele tinha, mas a mão longa foi para a cintura dela, virando-a levemente. A garota encarou o espelho, um pouco surpresa com a imagem. A ideia de ter um homem alto e poderoso atrás de si, como um predador, dava-lhe calafrios, mas era uma sensação boa, completamente diferente do medo. As mãos dele foram em direção às costas dela, onde estavam os diversos laços do vestido. Loki desatou cada nó vagarosamente, fazendo-a sentir o corpete menos apertado ao corpo. Sentia vagamente os dedos dele correndo pelas costas, através do algodão de sua roupa de baixo e estremeceu.
— Olhe para você, Sansa... – ele pediu e ela atendeu ao pedido, fitando sua imagem. — Como pode dizer que é patética? Sua beleza é única.
A mão dele virou-a novamente e o corpete saiu do seu corpo com a leveza de uma pluma. Ele jogou a peça de roupa para o chão. Apreciava aquele tipo de vestimenta, deixava as mulheres com a cintura fina e alinhamento perfeito. Mas Lady Sansa não precisava disso. Sua cintura era delicada, mesmo sem as duras barbatanas a prensando, e os seios estavam nas proporções perfeitas para serem tocados pelas mãos ávidas.
Ele tocou um dos seios com leveza, fazendo-a fechar os olhos. Apertou a carne ali, correndo o dedo pelo mamilo já túrgido. Ela mordeu o lábio, tentando não abrir os olhos, pois sabia que, quando o fizesse, iria encará-lo de frente. E foi exatamente isso que aconteceu, Loki a fitava diretamente nos olhos enquanto tocava agora seus dois seios, e aquilo a deixou ainda mais envergonhada. Ele sorriu de forma maliciosa.
— Não seja tímida... – pediu. — Já os vi e os toquei antes.
Ela abriu a boca para dizer algo, mas foi surpreendida quando ele a içou do chão, segurando-a nos braços e andando em direção à cama. Colocou-a no colchão de penas macio, parou ao lado para fitá-la com atenção, como se fosse um comprador analisando uma mercadoria.
— Mas, se eu lembro bem, os vi sem nenhum pano para cobri-los.
Aproximou-se, ainda a olhando com atenção.
— Vou despi-la, Lady Sansa. Vou retirar cada roupa do seu corpo e dessa vez a verei nua por completo. Verei seu corpo sem nenhuma barreira, e o tomarei de forma plena...
Ele estava fazendo aquilo novamente. Falando diretamente o que faria, sem medo das palavras. E ela sabia que seu rosto estava ficando vermelho, do modo como ele dissera gostar.
— Mas quero que você aprecie cada toque. Quero que você chegue ao seu prazer assim como chegarei. Você pode fazer isso por mim, Lady Sansa? Lembra-se daquelas noites?
— Sim... Lembro-me. – ela respondeu, ignorando a primeira pergunta.
Nunca poderia respondê-la afinal. E como se lembrava daquelas noites... Dos toques quentes que aquelas mãos eram capazes. Loki sorriu para ela e começou o trabalho que dissera que faria. As mãos foram em direção às roupas de baixo dela, e retiraram todas as camadas de saias de cetim que estavam ali, uma por uma, até deixá-la apenas com sua camisola de algodão branco. Loki salivou diante da imagem. Conseguia ver a linha que mostrava o meio de suas pernas, bem como um sombreado avermelhado por trás do algodão quase transparente. Conseguia ver os mamilos excitados pressionando os panos, rosados... Sentindo uma vontade avassaladora de sugá-los.
E foi isso o que fez. Desceu calmamente a camisola dela até que os seios foram expostos. Tomou-os com a boca, um por um, sugando-os lentamente até deixá-la gemendo e contorcendo-se no colchão, a respiração dela começava a ficar acelerada com cada sugada que ele dava na carne. Como era deliciosa... Como ele sentia vontade de arrancar aquela camisola e tomá-la sem escrúpulos. Mas não podia fazer aquilo... Sansa era assustada, e caso se machucasse, nunca teria confiança para se deitar com ele de corpo e alma novamente. Teria que conduzi-la ao prazer, e estava desconfiado de que esse seria o seu prazer próprio.
As mãos desceram pela cintura e ele levantou a camisola, gesticulando para que ela se sentasse. Sansa o obedeceu, como se fosse uma serva acatando ordens de um rei. E tecnicamente era. Ele finalmente retirou a peça de roupa que faltava, deixando-a completamente nua. Olhou-a com fascínio e fome, ela percebeu os olhos azuis cintilarem com o desejo. Teve um impulso de cobrir-se com os braços, mas sabia que seria tolice se o fizesse. Ficou ali, parada e à mercê dos olhares do rei, até que ele deitou-a novamente com um pequeno empurrão no colo desnudo. A garota sentiu que seu coração ia explodir quando ele afastou suas pernas, os dedos longos a tocando diretamente em seu centro. Ela fechou os olhos, apreciando aquele toque do mesmo jeito que fizera nas outras noites. Os dedos dele eram ousados, mas logo a deixaram para serem substituídos por sua língua. Sansa arqueou-se, gemendo dessa vez sem se conter, tentando fechar as pernas com o prazer, mas ele as segurava fortemente, impedindo-a.
Aquilo... Era a melhor sensação que ela já experimentara. E finalmente estava a apreciando novamente, depois de tanto tempo, desde que esteve com ele naquela tenda, em uma estrada perigosa rumo ao seu lar. Fechou os punhos, puxando os lençóis de seda com os dedos. Ele penetrou-a com um dedo, sugando dessa vez mais fortemente um ponto específico no centro dela. Sansa sentiu que ia desfalecer, ou gritaria naquele momento ou desmaiaria, mas quem decidiu aquilo foi Loki, que se afastou brevemente e a fitou com diversão.
— Satisfeita? – ele perguntou.
Ela assentiu e ele fez uma careta de descrença.
— Ainda não experimentou o real prazer, minha esposa.
O título a fez estremecer. Loki se levantou e ficou ao lado da cama. Sansa demorou a perceber que as mãos dele iam em direção à própria roupa. No casamento, vestia-se com algumas peças de armadura negra, mas não naquele momento, estava vestido com suas roupas costumeiras, que pareciam de couro, e não de veludo e seda, como os outros homens usavam. Não vestia a capa verde, e nem mesmo adereços dessa cor e dourado. Apenas os olhos azuis quebravam a negritude de sua roupa, como no casamento. Desfez-se de peça por peça, olhando-a no processo. A roupa deu lugar à pele, e Sansa percebeu com surpresa como ele era pálido. Os contornos do corpo eram perfeitos, e emolduravam um homem magro, mas forte. Ela estava tão absorta no corpo de Loki, agradecendo aos deuses por terem enviado um marido perfeito de físico e não um velho como os outros reis ou um sanguinário como Joffrey, que não percebeu quando ele se aproximou novamente da cama, deitando-se ao lado dela.
— Sansa... – Ele pegou a mão dela. – Quero que me toque... Como lhe toquei...
Ela não sabia como fazer aquilo, mas ele pegou o pulso fino e direcionou sua mão feminina ao membro, já endurecido pela excitação. Ela engoliu em seco quando o contornou com os dedos, mexendo ali levemente. Ao fazer os movimentos certos, percebeu-o fechar os olhos e continuou a tocá-lo vagarosamente.
Parou quando ele retirou a mão dela, olhando-a com atenção.
— Vou tomá-la agora. – Respirou fundo. — Farei de tudo para que não sinta dor... Mas a quero com tanta intensidade que temo quebrar a minha promessa.
Ela não soube o que responder, apenas deixou-o cobrir seu corpo pequeno com o dele grande. Abriu as pernas de forma automática para que ele se encaixasse ali e esperou. Loki remexeu-se, tentando pensar em um jeito de fazer aquilo sem fazê-la sentir dor, mas não havia nada a ser feito.
— Feche os olhos... Concentre-se no meu toque, e na minha voz.
Ela fez o que lhe foi pedido. Sentiu a ponta do membro dele pressionando seu núcleo. O que a penetrou era bem maior do que o dedo dele, em todos os aspectos, e ela prendeu a respiração quando sentiu que se partiria ao meio. Loki sentiu-a ficar tensa.
— Relaxe... Deixe-me lhe dar prazer. Pense em todas as partes do seu corpo e deixe-as relaxadas.
Ela foi relaxando aos poucos e ele soube que era hora de terminar com aquilo. Investiu contra ela de uma vez, batendo o quadril ao dela e fazendo-a gritar. Parou ali, e resolveu tocá-la novamente com a boca. Sugou os mamilos do jeito que sabia que ela apreciava, mordiscou o pescoço feminino, tomou a boca dela com a dele, começando um beijo longo e ousado.
Sansa foi relaxando aos poucos, e demorou a perceber que ele havia reiniciado os movimentos. Sentia dor, mas o prazer estava presente aos poucos, como se fosse uma chama pequena, que era reavivada à medida que ele se deslizava para dentro dela. Os dedos dele encontraram o ponto sensível entre as pernas dela, tocando-o com leveza. O prazer intensificou e ela agora se mexia suavemente debaixo dele, pegando o ritmo daquilo tudo.
Abriu os olhos para tentar ver o que realmente estava acontecendo, e sentiu um calafrio ao ver o corpo em cima do seu, tomando-a como um homem com desejo tomaria, os olhos azuis de Loki fitavam-na diretamente, como se estivesse lendo a alma da garota. Sansa sentiu seu rosto queimar, mas apreciava cada toque, e queria mais, queria que aquele homem a fizesse sua. Loki aumentou o ritmo dos quadris, achando que ia enlouquecer em breve, ela era apertada, e estava molhada como uma fruta, que fora mordida e deixava o suco descer pela casca lisa.
Ele mordeu o pescoço dela, sussurrando palavras atrevidas em seus ouvidos.
— Sinta prazer, Lady Sansa. Grite meu nome quando achar que não aguentará mais.
E ela o fez, como sempre fazia quando ele pedia algo. Gritou o nome dele sem medo de que os outros do castelo ouvissem aquela demonstração de satisfação completa. Sansa achou que sabia o que era prazer quando ele a tocava com a língua, mas agora entendia o que ele queria dizer com prazer verdadeiro. Sentiu seu corpo explodir e uma onda grande de clímax a embargou, tomando todos os seus músculos e deixando-a desligada por breves segundos. Uma lágrima teimosa e fora de hora desceu pelo seu rosto. Ela não sabia o motivo, mas deixou-a descer pelo pescoço e permanecer em seu colo. Amoleceu abaixo dele, o coração batendo fortemente dentro do peito.
Ao ver que ela havia chegado ao seu prazer, Loki aumentou o ritmo dos quadris, tendo o seu clímax assim como ela. Cerrou os dentes fortemente, fechando os olhos e respirando com dificuldade.
Quando se recompôs, sugou com delicadeza a lágrima que estava na pele pálida, tomando assim o corpo, a alma e o sentimento da garota. Deixou-se desabar ao lado dela. Sansa sentia sono e cansaço, mas uma dor estranha permanecia em suas pernas, revezando com pequenos espasmos de prazer.
Ao ver que a garota quase dormia, ele puxou-a para si e a fez pousar a cabeça no peito largo.
— Espero não tê-la machucado muito... – disse, fitando-a.
Sansa estava cansada demais para responder, mas sorriu de forma doce, dando um pequeno e ousado beijo em uma das costelas proeminentes que conseguiu alcançar. Ele era magro, apesar de forte, e quando se esticava como estava esticando, ela podia contar as costelas com facilidade. Ele cruzou os braços atrás da cabeça, respirando fundo. Ela permaneceu ali, escutando o coração dele retomar a batida gradual e normal.
Depois de algum tempo, sentiu dedos longos acariciando os cabelos ruivos e fechou os olhos.
— A farei a rainha e a mulher mais feliz desse mundo.
Foi a última coisa que ouviu antes de cair na inconsciência.
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