História Lost - Just saving your life!

 - Preciso falar com você. – Olhei para trás e me deparei com um ser grande e musculoso.

- Sobre? – Perguntei, ele me puxou para mais perto, que professor tarado.

- Sobre você ter ficado sexy só de top. – Ele disse e eu entortei meu rosto em uma careta.

- Ih, me erra fedô. – Disse me desvencilhando dele.

- Não se preocupe projeto de vadia, eu  não sou pedófilo, não farei nada que você não queira. – Ele sorriu enquanto eu me afastava.

- É? – Me aproximei novamente o fazendo sorrir, quando estávamos bem próximos meti um belo tapa em seu rosto, o que o fez me olhar incrédulo. – Foda-se. – Sorri vitoriosa e fui para a sala. Assim que entrei recebi alguns assobios e me lembrei que ainda estava de top. Merda! Minhas bochechas ficaram vermelhas e eu peguei minha camiseta e vesti.

Sentei-me ao lado de Click, que sorriu, eu apertei sua mão, a cumprimentando.

- Belo jogo! – Disse e ela assentiu.

- Obrigada. – Respondeu.

- Porque você não fala com ninguém? – Perguntei tentando ser gentil. Ela demorou um pouco para responder.

- Ninguém gostaria de falar comigo, eu não tenho nada de importante a dizer. – Ela disse e eu neguei com a cabeça.

- Eu conheço um cara muito simpático, ele vai adorar você, sério mesmo. – Eu disse e ela ficou vermelha. – Vai toca aqui porque agora somos amigas. – Eu disse e ela riu, fizemos um toque que eu inventei na hora, chamado “O-toque-da-explosão-de-gas-tóxico” o nos rendeu muitas risadas, bom, até eu ver os cortes em seus pulsos.

- Caralho eu não acredito nisso! – Eu disse alto mas minha voz foi abafada pelo som do intervá-lo.

- Isso o que? – Ela perguntou e seguiu meu olhar até o seu pulso.- Ah, isso.

- Não me olha com essa cara de cú caralho! Porque cargas d’água você se corta? E porque cargas d’água eu estou usando gírias do século 19? – Gritei nervosa.

- Bom...Eu... Eu não sei... Eu só... – Ela começou a chorar.

- Calma, me desculpa, eu não deveria ter gritando contigo Click. – Disse e ela chorou mais.

- Meu nome é Ana. – Ela disse e eu assenti.

-Ei não se corte, você é linda, inteligente, vai ficar ligando para o que as pessoas dizem mesmo? – Eu disse e ela negou.

- Mas é tão difícil, é tão ruim, ser rejeitada, ser invisível, as vezes a minha única amiga é a lâmina, os cortes são como os elogios que eu nunca tive, o sangue, ah, o sangue torna tudo mais prazeroso, tudo que eu não tenho eu penso ter.

- Mas isso é passageiro, se cortando você não consegue nada, só te machuca, isso tudo que você acabou de dizer é uma ilusão, parece bom, mas não é. Meu pai é um bosta agora, mas nem sempre ele foi, um dia ele me disse que o diabo não era vermelho e tinha chifres, ele era lindo, até porque, era um anjo antes de começar a fazer merda. – Disse e ela riu do modo como falei. –  Faça o seguinte, quero que chegue em casa, pegue a lâmina e tudo com que você possa se machucar e jogue fora, se olhe no espelho, nunca esqueça do que você verá nele, essa é a pessoa que você deixará de ser, para ser melhor, mais viva, mais você. – Ela assentiu e me abraçou.

- Obrigada... Amiga. – Ela disse.

***

As aulas passaram em um piscar de olhos, logo o sinal toca mais uma vez avisamos que finalmente podíamos ir embora.

- Dems, vou indo, tenho que ir antes que eu me atrase pro trabalho. – Ela disse.

- Onde você trabalha?

- Na Apple. – Ela disse e eu sorri.

- Cala a boca, de hoje você não passa moleque! – Escutei vozes atrás do pátio.

Fui devagar até lá, mas não deveria ter ido, o aluno novo estava cercado por homens levando chutes e socos.

Dei meia volta e comecei a ir em direção da minha sala, até minha consciência pesar, mas que bosta de bom coração mano!

- Ei, seus bostas, o que vocês pensam  que estão fazendo? – Disse, todos eles estavam uniformizados, então, provavelmente estavam lá a mando de alguém.

- O que VOCÊ pensa que esta fazendo? – Um deles virou para mim.

- Meu bem, não sei você me conhece, mas com certeza conhece meu pai. – Disse torcendo para que ele trabalhasse para um homem.

- Você é filha do Senhor Bulgad? – Ele me analizou, ele parecia novo, apesar de ser bem alto, ter olhos azuis e cabelos pretos.

- Eu mesma. – Disse sorrindo vitoriosa. – Quem é você.

- Meu nome é Johnnatan.  – Ele respondeu.

- Bom, eu vou te chamar de Johnny, eu gostei de você, porque está batendo no meu namorado? – Perguntei fazendo cara de brava.

- O que está fazendo? – O tal Justin me olhou incrédulo, eu sussurrei um “só salvando sua vida”.

- Bom, seu pai disse que...

- Pois eu acabei de falar com o “Senhor” bugado...

- Bulgad. –Justin me corrigiu e eu o olhei com raiva, o fazendo rir, viado!

- Foi uma piada, bom, eu acabei de falar com o meu pai e ele desdisse. – Disse firme a ajudei e puxei Justin para perto de mim. – Agora temos que ir, Foi um prazer lhe conhecer Johnny. – Disse e ele sorriu.

- O prazer foi meu. – Ele sorriu.

Nós estávamos andando tranquilos até escutarmos um grito.

- O QUE?! O SENHOR NÃO TEM FILHA?! –Escutei um dos homens gritar.

- Fudeo! – Eu e Justin falamos juntos.