História Lost in Chaos - Stydia - Convite

Terceira Pessoa

Era noite e tudo parecia certo, momento esse que parecia mais que certo, tão perfeito para aqueles jovens noivos vivenciarem juntos.

Aquele cheiro a deixava tão entregue a ele. Aquele olhar vivo dele a deixava tão certa que a hora havia chegado.

Com as testas coladas, e com os olhos fixos um no outro, ali, eles flutuavam na própria bolha deles, mas ela explodiu assim quando a ruiva confessou: “Estou esperando um filho seu. ”

O mar calmo que se encontrava nele, naqueles segundos se agitou agressivamente. O homem sem controle algum apertava o braço branco da mulher, que já se achava vermelho com aquela pressão sofrida.

Enquanto os ouvidos da moça eram preenchidos pelos gritos dele em forma de palavras como: “Esse lixo não é meu” “Puta” “Prostituta”... A cabeça de Lydia berrava para Derek parar, até quando sua boca também berrou alto.

A palavra “para” a acordou daquele pesadelo, a fazendo ficar sentada sentindo o pulsar acelerado do seu coração. Não imaginou que seus gritos foram tão altos a ponto de chegaram até o ouvido de Stiles, o qual estava no quarto com a expressão aflita ao perguntar se a ruiva estava bem.

Haviam se passado alguns dias desde a decisão da mulher. Estava cumprindo ao deixar Stiles se aproximar moderadamente dela, mas o perceber ali em seu quarto era demais, era demais para aquela intimidade toda que ela não havia dado.

Iria reclamar, porém, a latejação ligeira em sua cabeça se manifestava, tirando qualquer atenção no problema de o moreno estar ali.

Stiles estava lendo a Bíblia no instante em que a casa inteira foi abarrotada de gritos, gritos dela. E foi o gatilho que a memória dele precisava para o atormentar. A cena do pior dia da vida do homem se apresentou, no entanto, a voz de Lydia continuava a bradar, e o foco dele se voltou a isso.

Não existiam dúvidas que ainda estava embaraçado com as modificações de atitudes e humor da ruiva. Queria entender a mudança, porque não a escutar mais o respondendo tão grosseiramente era uma grande e boa mudança para ele.

Mas nada disso se comparou a primeira vez que assistiram a um filme juntos. Era tardezinha, e os dias pareciam correr, no entanto, o abraço ainda se reproduzia sem permissão nos pensamentos dele.

Na verdade, não era só isso. A lembrança das lagrimas se secando e do globo ocular dela avermelhado ao mirar o olhar no dele, ainda o causava preocupação e confusão, todavia, já imaginava que nunca iria saber realmente o que tinha acontecido.

No entanto, ao lembrar daquela ocasião, tudo se voltava na prova que ele possuía da moderada transformação de Lydia nos últimos dias, entretanto, quando constatou ela inerte se permitindo continuar ali no sofá ao lado do qual ele sentou, confirmou a grande transformação.

Mesmo tentando puxar assunto e ter certeza que a ruiva não estava afim, Stiles se deu conta que passar aquelas horas com ela foi um grande e louco progresso, e resolveu apenas aproveitar aquele milagroso milagre ocorrendo.

Com toda essa alteração feita, Stiles não achou nada de mais ir no dormitório dela para a socorrer. A ideia de ter ocorrido algo nada bom com ela ou com o bebe boiava na mente do moreno, o que o fez correr sem lentidão alguma orando e chamando o nome dela.

O terror de tudo se repetir novamente despertava tomar conta dele. Possuíam anos que o sentimento de agoniação tinha partido, nunca iria esquecer das sensações de impotência, das idas sem voltas, das consequências que foram causadas.

Quando se viu correndo naquela manhã, ficou mais que esclarecido que tal sentimento havia voltado com tudo. Temeu, mas decidiu pensar que tudo iria ficar bem, preferiu confiar em Deus.

Ao chegar em seu destino, se aliviou um pouco. Uma parte de Stiles queria a admirar, mas a visão dela distraída, com o semblante assustado, expelido ar pela boca sem parar, o gerou mais aflição.

— Lydia, está tudo bem? — tentando descobrir o que causou tanto desespero nela, ele a perguntou.

O silencio reinava, e o moreno sentia que precisava tocar nela para ver se estava bem, com medo, se aproximou tocando no braço da mulher, que ainda aparentava distante dali.

Até quando a ruiva despertou de seus pensamentos deixando claro que perto estava, Lydia sem pensar, autorizou seu braço fugir daquele toque, o pesadelo aparentava viver.

Ainda podia sentir as mãos do monstro apertando aquela região e a voz alterada dele gritando palavras, as quais machucavam ao serem proferidas por outro alguém.

E com a face expondo susto mesclado com temor, em curta distância viu a íris de Stiles, e soube ali quem foi o dono daquele toque aconchegante, o qual se arrependeu de ter se afastado.   

Ambos olhos se chocaram, e como se tivesse vontade própria se estagnaram. Como magica, as respirações deram início a quietude.

Com aquela situação criada, ela se estranhou, virou a cara transmitindo confusão e esquisitice. O moreno ainda perto dela, sem jeito, se afastou.

— Desculpa, não queria te assustar. Só queria saber o que aconteceu. — Stiles tentando disfarçar, declarou a verdade.

— Nada. Não aconteceu nada. — Com as mãos, ela tocou fortemente seu rosto sentindo o suor impregnar suas palmas.

Odiar a si própria foi a sua única alternativa que ela arranjou, por de alguma maneira ou outra achar que Derek estava mesmo se casando com ela e que iria aceitar a gravidez.

Mas, mesmo em um sonho, mais uma vez foi abandonada, maltratada, machucada por ele. E Lydia não querendo admitir, mas sabia que desejava que tudo fosse diferente entre eles.

— Claro que aconteceu alguma coisa. Lydia, você estava gritando desesperadamente. — sabia que estava sendo invasivo demais, mas precisava.

A piada já estava pronta para sair da boca da ruiva, mas entendeu que talvez foi ele realmente preocupado com ela.

— Foi um pesadelo. Apenas. — ela admitiu, e dessa vez olhando para o moreno.

Era tão estranho para mulher ter Stiles ali. Era tão estranho querer a companhia dele.

— Ah, entendi, mas está melhor agora? Precisa de alguma coisa? — metade dele era alivio e a outra curiosidade, no entanto, engoliu a pergunta que iria indagar.

O homem estava explodindo por dentro, aos poucos ia compreendendo que finalmente estava criando um laço de amizade com Lydia.

— Estou bem. — mentiu, e a cabeça dela latejou fortemente.

A feição abalada dela não dizia isso, e foi quando o moreno teve uma ideia. Bom, já existia projetos para serem concretizados com ela. E a tirar daquela casa era um deles.

Afinal, era a primeira vez da ruiva na cidade, precisava se divertir e já havia passado da hora disso acontecer.

O tratar diferente novamente, o fez criar coragem naqueles minutos para finalmente a chamar.

— Talvez não seja a hora certa, mas aceitaria sair um pouco dessa casa comigo? Quero te mostrar a cidade e você precisa sentir o ar puro de lá fora. Essa casa as vezes sufoca. — ele riu de nervoso ao terminar de fazer o convite.

A ruiva com a face neutra estava e permaneceu, enquanto, ele mexia as mãos continuamente esperando a resposta dela.

Lydia iria recusar, mas algo interessante surgiu na sua cachola.

Necessitava dar um fim naquela carga dentro da sua barriga, contudo, antes disso, precisava conhecer os lugares, outras pessoas. Sem saber, Stiles iria a ajudar com isso.

Ela estava determinada que aquela era a única chance dela, e seria capaz de qualquer coisa para fazer seus planos se cumprirem.

Fingir ser amiga do moreno iria ser o primeiro passo.

— Aceito, Stiles. — a mulher ousou sorrir sem mostrar os dentes, provocando um sorriso enorme no homem.

Anormal era a definição que ele a descrevia naquele segundo, ao contemplar mais um milagre sendo exposto pela vida dela.

Ele se virou para caminhar, mas os passos foram interrompidos por uma voz:

— Tem como trazer um copo de água e um remédio para dor de cabeça? — o plano foi iniciado com o pedido dela.

Stiles achou que se encontrava em um sonho, porém, ao girar o pescoço para comprovar, teve certeza que era mais que real aquele momento.

O moreno confirmou com a cabeça, e dessa vez ele não exibiu os dentes ao sorrir, ao contrário dela. E naquele ato, o homem quase se derreteu.

Em seguida, o moreno partiu para cozinha animado, deixando para trás uma ruiva astuta.