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História Lost in Love - E se eu tivesse olhos de peixe?


Escrita por: fanyunnie7

Notas do Autor


Boa noite baby's. Primeiramente me perdoem pela atraso, mas tive um problema muito sério e não tive "cabeça" e nem ânimo para desenvolver o capítulo. Mas antes tarde do que nunca, hmm? Quero dizer também que nesse tempo em que estive sem atualizar, eu pensei em várias coisas, tive muitas ideias e a fic vai ter uma reviravolta e acredito que será emocionante para a história. Umas tretas, não tão leves UAHUHAUAHUAH. Enfim ... novos personagens e novos casais serão citados em breve, para poder enriquecer um pouco o conteúdo.
Sem mais delongas, boa leitura x3

Capítulo 22 - E se eu tivesse olhos de peixe?


Os dias foram passando e as responsabilidades só aumentavam. Além dos ensaios comuns no nosso dia a dia para o comeback, cada integrante do grupo fechou contrato com atividades paralelas à carreira musical. O casal sensação e veterano do GG, resolveu fazer drama nas telonas coreanas. Jessica começou a fazer trabalho paralelo como designer e estava bastante animada para lançar uma coleção própria e fundar sua marca. Sunny no realite show da SBS juntamente com a Hyoyeon. Sooyoung engatou na carreira de modelo. E eu, Tae e Seo, além de fecharmos carreira como modelo também e representar algumas marcas famosas, faríamos um subgrupo do SNSD chamado TTS, além de que dividiríamos o estúdio com outros grupos que vinham debutando pela empresa.

Foram dias corridos e cansativos, mas a melhor novidade foi a que estávamos prestes a sair em turnê pelo japão após o nosso comeback. Vínhamos treinando e ensaiando arduamente todo santo dia e não tivemos sequer um dia de descanso. Emendamos as nossas apresentações do comeback com a turnê. Somente após terminarmos todos esses trabalhos é que teríamos 10 dias de descanso e coincidiu perfeitamente com a época do meu aniversário e assim poderia descansar e aproveitar melhor.

Já estávamos em solo Japonês, na cidade de Osaka, e faltavam 3 dias para iniciarmos a turnê por 6 cidades do país. A cidade estava deslumbrante e pegamos a estação mais preferida pelos japoneses, Haru, ou melhor a primavera. Nessa época do ano a cidade era cheia de festivais e as famílias faziam várias atividades ao ar livre afim de aproveitarem o clima agradável que se fazia. Os parques e jardins estavam lotados de pessoas que faziam piqueniques entre a imensidão de tulipas e glicínias que desabrochavam nesse mês de maio. Mas essa época aqui, não era diferente da Coreia.

Os dias foram tão corridos que nem saíamos pela cidade, apenas íamos do hotel diretamente para arena onde nos apresentaríamos e chegávamos mortas de cansadas, sem ânimo algum. As horas que tínhamos de descanso era para comer ou dormir. A agitação das soshis ficavam apenas nos intervalos dos ensaios diante das câmeras, mas quando chegava à noite, não restava um resquício de voz, muito menos de humor. Comíamos e afundávamos na cama feito pedras.

Cada soshi ficou em um quarto separado, mas todas ocupamos um andar inteiro do hotel New Otani Osaka que ficava no centro da cidade e com uma vista belíssima para o Castelo de Osaka. O hotel era estupidamente luxuoso e cada andar tinha 20 quartos literalmente grandes e espaçosos, em uma estrutura estilo clássico. O ambiente era bastante arejado e tinha uma cama de casal que ocupava o centro do ambiente, assim como um banheiro extremamente sofisticado possuindo uma banheira contemporânea, seguindo todo o estilo moderno do hotel.

Já passava das 20:00 quando chegamos do jantar após o penúltimo ensaio. Os preparativos estavam a todo vapor e a ansiedade aumentava cada vez mais. Após nos despedirmos, cada soshi seguiu para o seu quarto afim de estarem bastante descansadas para a nossa maratona de apresentações. Seriam praticamente dois concertos em cada cidade que passaríamos. Eu até me sentia bastante animada com tudo isso, e apesar de trabalhar duro, eu ansiava mesmo por um descanso onde não tivesse hora para acordar, para comer, para me arrumar, hora para nada. Queria uns dias para fazer o que eu quisesse, sem ninguém ditando ordens ou a hora exata em que eu tinha que fazer tudo, como se eu fosse um robô programado para o deleite das pessoas.

- Só vou tomar um banho e já vou para o seu quarto – Me despedi de Tae antes de destravar a porta do meu quarto, com a voz mais arrastada do que tudo.

- Tudo bem, só não demore. Precisamos dormir cedo – Ela beijou o meu rosto e pegou a mochila que estava em cima do seu pé e jogou nas costas novamente, seguindo para o seu quarto que ficava quase no fim do corredor. As outras soshis já haviam entrado em seus cômodos, totalmente dominadas pelo cansaço.

Após abrir a porta do meu quarto, olhei aquela cama tão arrumadinha e convidativa que tive vontade de fechar todas as cortinas, impedindo qualquer feixe de claridade, e me jogar de vez na cama, e nem me incomodaria em tomar banho para isso. Mas eu e Tae sempre dormíamos juntas agora, não que eu não gostasse de dormir com ela, porque estava mais do que claro que eu amava, porém, esse cansaço acumulado só pedia meu corpo para dormir sozinha e esparramada em uma cama.

Não demorei muito para sair do banho e vestir o meu moletom rosa quentinho. Fazia 16º graus nessa noite de primavera na cidade e da varanda do vigésimo andar podia enxergar a animação e a agitação dos carros buzinando e transitando por ali enquanto penteava meus cabelos da sacada da varanda. Por um momento cheguei a me lamentar por não termos um tempinho livre para conhecermos um pouco da cidade e da sua cultura, mas quem sabe no último dia de apresentação no país, a omma não nos der uma manhã ou uma tarde de folga para conhecermos algum lugar interessante.

Voltei para o grande espelho que ficava na porta do closet do quarto e fiz um coque em meus cabelos, ajeitando a franja em minha testa. Terminei de me ajeitar calçando a minha pantufa de porco rosa e catei o celular de cima da cama, saindo do quarto após fechar a porta da varanda e todo o quilômetro de cortina que cobria as janelas do quarto.

A porta do quarto de Tae estava destravada como todas as outras noites em que eu chegava. O aquecedor já havia deixado o quarto quentinho e pronto para uma noite inteira de sono. Fechei a porta atrás de mim e passei na chave. A televisão estava ligada quando passei pela mesma e Tae saia do banheiro vindo ao meu encontro com seu look de dormir completamente despojado: Uma calça moletom preta, uma blusa branca que cabiam umas 5 pessoas dentro e uma meia infantil esquentando os seus pés.

- Estava te esperando. - Ela me olhou com um sorriso fofo e me entregou uma chucha e uma escova. – Faz uma trança? A sua fica bem melhor do que a minha boo – Selou os meus lábios desmanchando o seu falso biquinho de chateação.

Sorri com a sua feição de criança birrenta e apertei levemente a ponta do seu nariz – Senta no chão

Ela obedeceu e sentou no pé da cama. Me posicionei atrás do seu corpo e sentei na ponta da mesma. Passei brevemente a escova em seus longos fios loiros enquanto ela se distraia trocando os canais rapidamente.

- Ruim ... ruim ... o que isso? Que droga ... ruim ... eca ... tokusatsu, não ... – Tae bufava a cada trocar de canal – Ahh, naruto sim – Ela colocou o controle ao seu lado, me fazendo revirar os olhos em desaprovação.

- Já sei, você não gosta, mas eu mereço, estou cansada – Ela mesma já foi falando sem nem ver a minha expressão facial, mas nem precisava, Tae já me conhecia perfeitamente.

- Tanto faz TaeTae, eu quero mesmo é dormir – Terminei a trança prendendo-a com a chucha na ponta e retirei as pantufas, recolhendo os meus pés para cima da cama.

- Prometo não ficar muito tempo com a tv ligada – Ela se levantou do chão pegando a escova e voltou para o banheiro – Ahhhh Pany-ah  – Gritou de lá de dentro, mas logo saiu sorridente enquanto me via pegar o controle do chão. – Terminei aquela canção – Caminhou até a sua mochila que estava em cima de uma poltrona ao canto do quarto e voltou para cama, pulando na mesma como uma criança pulava um pula pula. – Fiquei tão aliviada e já até pensei nas notas – Ela folheava o seu diário quando me aproximei.

-  Qual delas? - Indaguei ao pegar o objeto aberto em uma página que ela havia marcado.

- Eu ainda não pensei no título – Formou um biquinho nos lábios.

Segurei o seu diário um pouco na altura do meu rosto e analisei todo o conteúdo da letra, enquanto ela se levantava da cama e andava de um lado para o outro, como fazia sempre que ficava nervosa. A cada andada, Tae me observava de revesgueio enquanto eu lia atentamente cada palavra da sua composição, o que nem me surpreendeu. A letra era impecável, assim como as 2 primeiras que ela compôs e deixou que eu lesse também.

- Tae ... – Abaixei o diário da minha visão e a olhei com um sorriso meia lua nos olhos – Acho que se você fizesse carreira solo, faria um sucesso absurdo, sabia? O que você tem de talento para cantar, tem para compor.

Seu típico sorriso tímido brotou em seus lábios e ela avançou para cima de mim, tirando o diário da minha mão e o jogando em qualquer canto, enquanto me deitava e sentava em cima da minha barriga. Curvou seu corpo na direção do meu e ergueu minhas mãos para cima, prendendo-as com as suas e entrelaçando nossos dedos. – Eu acho que você é suspeita para falar. – Abaixou seu rosto e beijou meus lábios gentilmente, deixando a trança cair em meu rosto.

- E se me lembro bem, você me chamou de golfinho com ressaca – Falou ao desvencilhar nossos lábios e recuperar o ar. Fez uma expressão divertida no rosto, com uma sobrancelha arqueada – Então me diga princesa ... – Suas mãos soltaram-se das minhas e ela ergueu seu corpo o deixando ereto, fazendo um caminho com suas mãos até o meu torso, na altura da minha cintura, onde ameaçou a fazer cócegas – Se eu fosse um golfinho eu teria olhos de peixe – Começou a desferir uma série de cócegas.

Ao sentir seus dedos ágeis em meu torso, comecei a me remexer em baixo do seu corpo e a gargalhar ao sentir suas cócegas formigando cada partícula do meu corpo, eriçando os pelinhos do mesmo – Eu não te chamei disso TaeTae, para – Cada vez mais que ela aumentava o ritmo eu gargalhava mais alto e já estava ficando sem ar.

- Você ainda estaria comigo se eu tivesse grandes olhos de peixe? - Ela se aproximou do meu rosto com os olhos mais arregalados do que conseguiu dar.

Virei minha cabeça de lado e apertei os olhos, mas ela desferiu outra cócega, fazendo-me remexer novamente e a gargalhar – Aish ... Espera, espera – Ela foi cessando as cócegas enquanto eu retomava o fôlego. Mordi meu lábio inferior ao mesmo tempo em que mantinha os olhos apertados – Se você tivesse olhos de peixe então eu arrancaria os meus só para não os ver e poder ficar com você. – Prendi um riso -  Eu ficaria cega por você TaeTae.

Fiquei um tempo parada ainda com os olhos fechados com um sorriso enorme nos lábios, escutando as batidas descompassadas do meu coração quando resolvi abri um olho e olhar para ela. Se fosse possível, juro que vi os olhos de Tae brilharem como se tivesse uma constelação presente ali, iluminando tudo o que éramos nesse momento: uma única alma, habitada por um céu infinito.

 Ao abrir meu outro olho, virei meu rosto em sua direção e percebi seus olhos levemente lavados – Você é perfeita, sabia Tippany? - Avançou novamente em meus lábios e iniciou um beijo carinhoso.

Foi deitando seu corpo sobre o meu e eu afastei um pouco minhas pernas para recebe-la melhor. Minhas mãos encontraram suas costas e enfiei-as por de baixo do seu blusão, alcançando sua pele quente e iniciando uma carícia com as pontas dos meus dedos. Correspondia o beijo calmo que ao mesmo tempo se tornou molhado quando duas lágrimas tímidas escorreram pela sua bochecha e invadiram nossos lábios.

- Tae ... – Sussurrei ainda com nossos lábios colados e abri os olhos. Ela afastou o rosto do meu e tinha um sorriso gentil e os olhos atentos. – Eu te amo muito – Sorri profundamente, recebendo de volta um “eu te amo” inaudível, somente com o remexer dos seus lábios.

Ficamos abraçadas pelo resto da noite vendo desenho. Tae deitada atrás de mim com o rosto colado ao meu e a sua perna passando pelo corpo, enquanto sua mão acariciava a lateral do meu corpo por de baixo do edredom. Estávamos tão cansadas que nem tivemos ânimo para aprofundar o nosso momento íntimo, como sempre fazíamos antes de dormir. Só queríamos descansar os nossos músculos que pareciam até que passaram por uma fabricação de manteiga caseira, daquela que se bate muito o creme até obter a consistência do produto final. Nos sentíamos literalmente como se estivessem batido em nosso corpo e socado até caber dentro de um pote de manteiga.

****

O primeiro dia de apresentação já começou com estresse por parte da equipe de iluminação. Problemas técnicos com a luz principal da frente do palco, atrasou o nosso último ensaio antes de começarmos a experimentar as roupas e a nos prepararmos para logo mais iniciarmos a turnê. Omma nervosa do jeito que estava, nos orientou a vestirmos as roupas das apresentações e a ensaiar cada música no palco mesmo sem a iluminação certa, enquanto tentavam arrumar essa confusão.

E toda nossa manhã foi à base de estresse por conta da omma e o nervosismo que ficou por conta da gente. Tudo havia sido perfeitamente programado para que saísse da melhor forma possível e então aconteceu esse pequeno incidente que acabou por nos deixar apreensivas e preocupadas logo na primeira apresentação. Mas logo tudo voltou a funcionar quando depois do almoço, o próprio técnico da arena chegou para resolver aquele problema que parecia ser frequente por ali, deixando a omma mais aliviada e a gente animada para passar a última marcação com a roupa que iniciaríamos a turnê.

Tudo saiu completamente nos conformes, nem mesmo as soshis levaram na brincadeira esse nosso último ensaio, principalmente a Yuri que tinha um ar mais sério e sabia se comportar de maneira profissional quando essa postura era exigida da gente. Era importante estarmos em sincronia para que pudéssemos fazer o melhor trabalho e sempre dávamos o nosso melhor.

Todas já arrumadas e maquiadas, abrimos um grande círculo no camarim como fazíamos em todos os shows antes de nos apresentarmos e gritamos o nosso lema em uníssono. Omma nos desejou uma boa diversão porque, apesar de ser o nosso trabalho, ela sabia que tudo havia saído perfeitamente bem e só queria que nos divertíssemos em cima do palco e fizéssemos tudo o que praticamos. Era realmente simples. Não tinha um manual de instrução.

Atrás das cortinas, estávamos umas ao lado das outras com as mãos dadas. A gritaria dos sones lá fora estava tão estridente que sentia meu coração palpitando e pulsando em minha garganta. Acabei fechando os olhos e fazendo um exercício para desacelerar a minha respiração, inspirando e expirando lentamente. Com certeza seria pura diversão em cima do palco, era onde éramos as Girls Generation, uma verdadeira família. Assim que as cortinas caíram, um estrondo eclodiu por toda a arena, assim como as palmas e gritarias que se tornaram incessantes. Um jogo de luzes e de fumaça tomou todo o palco e assim entramos com a música de introdução.

A cada música, coreografia que apresentávamos, era uma sensação diferente. Cada vez mais subia uma vontade incontrolável de pegar o microfone e cantar como se não houvesse amanhã. O público era maravilhoso, participativo e cantou todas as músicas juntamente com a gente, nos deixando totalmente envolvidas e em sincronia com ele. Por várias canções onde não tínhamos uma coreografia, andávamos pelo palco cantando e sempre eu me encontrava com Tae nesse meio tempo para ficarmos de mãos dadas ou caminhando juntas e brincando pelo palco. Era incrível e estávamos mais do que felizes. Apesar dos nossos trabalhos paralelos, cantar era algo que nos fazia bem, principalmente a Tae que sempre quando acabávamos alguma apresentação, ela se sentia vazia quando saia do palco. Era notório o seu amor pela música.

***

A cada cidade que passávamos, a cada show que finalizávamos, sentíamos uma vontade louca de permanecer ali e fazer muito mais. De todas as sensações boas que a vida já me proporcionou, nenhuma era tão infinita quanto estar em cima de um palco. Aquela sensação de que tínhamos o poder de mudar o mundo e a vida de muitas pessoas com simples canções, era inigualável. Os Sones japoneses eram incríveis, estavam em todos os lugares os quais passávamos, principalmente na frente dos hotéis e nos aeroportos, gritando pelas suas ultimates.

Após finalizarmos o segundo show na última cidade, seguimos para jantar no restaurante que havia sido reservado inteiramente para a equipe responsável por toda a preparação da nossa turnê. Foram dois longos meses de trabalho, mas que no final, tudo ocorreu bem.

- O que vamos fazer em seu aniversário pink princess? - Yuri perguntou animada assim que voltou com um prato cheio de guloseimas do buffet.

Todas as outras soshis se serviam com o banquete, assim como os funcionários. Eu e Tae decidimos por deixar toda a aglomeração acabar para poder nos servirmos posteriormente. As mesas eram divididas quase em fileiras pelo restaurante e escolhemos uma um pouco mais afastada dos adultos.

- Ahhh, vou para América, quero passar esses dias com o meu pai, descansar e aproveitar a companhia dos meus irmãos e principalmente do Léo que faz aniversário no mesmo dia que eu – Respondi enquanto postava foto em minha página do instagram – Ainda não falei com o meu pai, mas acho que ele vai ficar animado – Repousei o celular sobre a mesa e olhei para o lado sorridente, vendo uma Tae fechar o semblante.

- Como assim vai para América? Quando você resolveu isso? - Sua voz soou um tanto alterada, fazendo Yuri olhá-la de imediato.

Fiquei calada por um instante, estudando toda a sua feição que parecia tensa, porém seu olhar sustentava uma decepção. Respirei calmamente e peguei sua mão e a trouxe para a minha perna. – Não sei Tae, estive pensando esses dias .... Sinto saudades de lá. – Pressionei um lábio no outro, meio apreensiva e na esperança de que ela pudesse entender.

Ela nada respondeu, apenas retirou sua mão de cima da minha perna e balançou a cabeça fazendo que havia entendido, arrastando-se do banco e caminhando direto para o buffet. Yuri que comia calada, apenas me olhou entortando a boca, quando algumas soshis sentavam-se espalhadas pela mesa, falando alto, rindo e quebrando o silencio que havia pairado por ali.

- Que horas a gente volta amanhã?

- Será que Omma deixaria a gente sair hoje à noite?

Afundei meu corpo de vez no encosto da cadeira e observei Tae de longe, servindo-se calada e ignorando um funcionário que tentava puxar assunto com ela, mas sem sucesso. Não achei que ficaria chateada com isso e até entenderia que eu sentia falta da minha família. Mas essa sua atitude me pegou totalmente de surpresa.

- Vou chamar ela para vir comigo, o que acha Yul? - Aproximei da mesa novamente e apoiei os cotovelos, fitando a figura morena à minha frente que não parava de se empanturrar com sushi.

- Eu acho que você deveria ficar aqui. O aniversário do seu pai não está próximo? Você pode ir para lá comemorar com ele e o dormitório vai ficar vazio só para vocês nesses 10 dias – Ela me lançou uma piscadela de olho e abriu a boca, mostrando uma “papa” de comida que havia se formado.

- Aish, sua nojenta – Afastei os cotovelos da mesa e tapei meus olhos com uma mão, jogando o guardanapo em sua direção com a outra enquanto me levantava dali.

Todo o jantar ocorreu tranquilo e bastante animado por conta das soshis que faziam planos e ensaiavam as falas para poderem convencer a omma de nos deixar sair essa noite, visto que, o nosso voo de volta para a Coreia saia no outro dia logo depois do almoço. Essa agonia toda até me fez lembrar da nossa primeira noite juntas no hotel, enquanto pensávamos em alguma desculpa para poder nos reunirmos e curtir um pouco. Mas nem foi difícil convencê-la. Na volta para o hotel, as meninas conseguiram descolar um passeio para um festival de colheita de arroz que estava acontecendo na praça principal da cidade, sob a supervisão do manager e de mais alguns funcionários, e teriam que se disfarçar para tal aventura.

Todo o percurso Tae ficou calada, apenas mexia no celular sem desviar o olhar da tela e momento algum se pronunciou ou se animou ao escutar a palavra “aventura” vinda da omma, coisa que era bem rara. Assim que o carro parou, fomos escoltadas pelos seguranças da empresa quando viu a entrada do hotel cheio de sones que gritavam desesperados. Algumas acenavam e outras apenas abaixavam suas cabeças e seguiam para o lobby do hotel, esperando o elevador.

Essa noite era vez de Tae dormir em meu quarto e como ela não se animou para sair, presumir que iria apenas se enfiar em baixo do edredom de mal humor, mas eu queria aproveitar essa última noite de alguma forma.

-  Você está chateada comigo? - Suspirei pesadamente ao sentar na ponta da cama e retirar os saltos, sentindo um alívio enorme por isso.

- Estou .... É que... – Soltou o ar de vez pela boca -  Eu achei que fôssemos ficar sozinhas e aproveitar. Você sabe, precisamos disso, de um tempo só nosso. – Respondeu ainda decepcionada enquanto se livrava da sua calça cigarrete azul, apoiando-se na porta do banheiro.

A observei se livrar de toda a sua roupa e me aproximei quando a vi em traje íntimo, calcinha e sutiã de renda preta. Envolvi meus braços em volta da sua cintura e apertei nossos lábios, encostando minha testa a sua.

- Eu sei disso – Rocei meus lábios lentamente aos seus e respirei fundo ao selar os mesmos – ... Tudo bem, eu vou pensar melhor nisso. – Me afastei do seu rosto e vi um sorriso singelo em seus lábios.

- Vou preparar nosso banho – Ela apertou meu quadril e mordiscou o lábio inferior, desvencilhando-se dos meus braços.

Segui para as malas que já estavam arrumadas e retirei nossas roupas de dormir. A noite não estava fria como nas outras cidades, então decidi ligar o ar condicionado para poder refrescar o quarto. Minutos depois, totalmente nua, me juntei a Tae na banheira, tomando a outra ponta da cabeceira. Senti a água quentinha com leves espumas bater em meu corpo e afundei tudo o que restou de mim, deixando apenas minha cabeça para fora com meus cabelos presos em um coque para não molhar.

- 17 anos ... Logo faremos 18 e ... – Tae ergueu seu corpo do encosto da banheira e se aproximou um pouco de mim, pegando meu pé e começando a massagear por de baixo da água – Vamos morar juntas quando sairmos do dormitório? Já está perto – Ela fez um biquinho nos lábios, ao pressionar meu calcanhar.

Sentia uma sensação boa e todo o meu corpo relaxar, deixando toda a tensão desses dois meses escorrer pela água e se perder na espuma. – Hmm ... Está me pedindo em casamento dona Kim? -. Brinquei ao arquear a sobrancelha e lhe dirigir um olhar divertido.

Tae que acabou rindo, com a sua gargalhada estranha, segurou meus calcanhares por de baixo da água e me puxou em sua direção, fazendo-me encaixar em seu corpo, abraçando sua cintura com as minhas pernas. – Você aceitaria se casar comigo? - Sua voz saiu mansa e suave, seu olhar estava atento ao meu quando iniciou uma carícia de leve em minhas costas, friccionando suas mãos em minha pele molhada.

- Só se fugíssemos para a América – Sugeri sorridente e segurei em seu queixo, levantando seu rosto para o meu e admirei aqueles lábios levemente rosados, mas logo os beijei, envolvendo meus braços ao redor do seu pescoço.

Suas mãos espalmavam meu corpo de forma gentil e ao mesmo tempo segura, causando-me a velha e boa sensação que era pertencer aos seus braços. Suas mãos desceram até a minha bunda e ela apertou com uma certa força, fazendo roçar meu centro em sua barriga. O beijo foi se aprofundando a maneira que uma de suas mãos alcançava a minha virilha e pressionava levemente o meu íntimo. Arfei pesadamente contra os seus lábios. A ponta do seu dedo indicador escorreu pela minha leve umidade e Tae fez menção de introduzir, mas logo recuou quando sentiu eu remexer meu quadril em busca de mais contato.

- Aish, não faz isso. – Mordisquei seu lábio inferior visivelmente frustrada e o soltei, vendo a sua carinha sapeca e divertida.

- Você é tão gostosa princesa – Ela ria e caminhava comigo em seu colo até a borda da banheira me pressionando ali, mas logo se afastou com um semblante sério. – Eu quero ver você.

Senti meu coração palpitar com aquele pedido, como se tivesse sido a minha primeira vez com ela. Lógico que já estávamos em um patamar de intimidade elevado, mas nunca havia me tocado, muito menos para outra pessoa assistir e ... não me senti nem um pouco envergonhada com esse pedido. Para uma típica leonina, plateia era o que não podia faltar em um espetáculo. Encarei o seu olhar atento a todos os meus movimentos e vi a água cobrindo até a metade dos seus seios, dando para ver seus biquinhos rosados e duros através da espuma.

Apoiei meus cotovelos na borda da banheira e tomei impulso para levantar, revelando meus seios enrijecidos e meu corpo coberto parcialmente pela espuma que escorria lentamente. Tae estava parada quase no meio da banheira, um pouco afastada de mim. Seus olhos caíram por todo o meu corpo e me olhava com ansiedade, como uma criança que esperava seu pai desembrulhar o pirulito. Foi divertido vê-la desse jeito, porque mesmo sem perceber, ela fazia expressões infantis, principalmente quando moldava um biquinho ou mordiscava seu lábio inferior.  

Sentei na borda fria e molhada do artefato e comecei com um jogo de erotismo, desviando sua atenção para minha mão que espalmava, apertava meu seio direito e espremia o biquinho levemente entre os meus dedos molhados. Aquela sensação de ser tocada estava começando a surtir efeito, então fechei os olhos e apoiei a outra mão no piso da banheira, atrás do meu corpo e me deixei levar pelas sensações que se apossavam do meu ser. Desci os dedos lentamente pela minha barriga escorregadia e ao chegar no meio das minhas pernas, abri as mesmas e olhei para Tae que já estava mais próxima de mim.

Apoiei um calcanhar na borda e continuei com a outra perna dentro da água, dando uma melhor visão da minha intimidade que já estava bastante excitada e implorava por uma atenção melhor. Tae se aproximou cada vez mais e parou com o rosto quase que entre as minhas pernas. A olhei de cima e vi sua carinha parecendo um cãozinho abandonado e com fome. Aquela cena havia sido melhor do que ganhar um maldito Oscar, me fez sorrir triunfante internamente e deslizei meu dedo do meio até o meu clitóris, fazendo um movimento lento e circular, arrancando-me um gemido manhoso. Se ela queria ver, pois então iria.

Tombei a cabeça para trás e fechei os olhos, me entregando de vez aos movimentos que fazia ao redor do meu clitóris levemente inchado e vermelho. Pude sentir a língua de Tae deslizando em minha virilha molhada, fazendo um caminho até a minha intimidade. Gemi ao senti-la me lamber de baixo para cima e retirei meus dedos, deixando-a fazer o que quisesse. Sua boca foi cheia de fome até os meus grandes lábios e os sugou com toda força que conseguiu. Foi uma sensação nova e maravilhosa, fazendo meu corpo entrar em combustão e então comecei a remexer meu quadril contra sua boca, assim que o tesão foi aumentando.

Minha mão livre encontrou seu coque frouxo no alto da cabeça e apertei com força, pressionando-a cada vez mais contra meu íntimo. Tae ditou o ritmo e deu a primeira estocada, penetrando sua língua em minha abertura pulsante. O sangue corria em minhas veias como se estivesse em uma corrida contra o tempo, esquentando todas as minhas células. Ela logo introduziu dois dedos, separando meus músculos e abrindo caminho em meu íntimo.

Começou um movimento lento e torturante de vai e vem enquanto sua língua travava uma batalha contra o clitóris. Eu gemia e me remexia em baixo da sua língua. Cada vez mais ela lambia forte e rápido deixando o meu pontinho sensível e eu já sabia o que viria a seguir. Segurei firme em sua cabeça e um gemido forte escapou dos meus lábios quando cheguei ao orgasmo. Senti meu corpo ficar trêmulo e a minha perna que ficou apoiada, sustentando o resquício de força que ainda restava em meu ser, fraquejou e deslizou para dentro da água. Abri os olhos e vi Tae lambendo lentamente o meu fluído.

- Vamos para cama – Sugeri ao retomar o fôlego.

Tae que estava ajoelhada entre as minhas pernas, ergueu o corpo e avançou em meus lábios, iniciando um beijo cheio de luxúria e fazendo eu sentir o meu próprio gosto. Passei meus braços em volta do seu pescoço e correspondi ao seu beijo urgente e cheio de línguas.

 - Você consegue ser linda cada vez mais, sabia? - Falou ofegante assim que desvencilhou seus lábios dos meus e levantou da banheira, estendo a mão para mim.

Deitamos na cama, uma de frente para outra, ainda molhadas. – Eu gostei disso. – Sorri com o meu comentário e rolei para cima do seu corpo, passando uma perna de cada lado.

Tae passou sua mão lentamente pela curva do meu rosto e tinha o olhar perdido em minhas feições. – Fica comigo esses dias, vamos ficar juntas. Eu quero comemorar mais um aniversário ao seu lado. – Ela pegou uma pequena mecha do meu cabelo que havia se desprendido do meu coque e enrolou em seu dedo.

- E teremos o dormitório só para gente – Falei sugestiva e a vi levantar o olhar para mim, mostrando um sorriso sapeca.

Rimos e rolamos pela cama, iniciando outra série de carícias, de beijos, de afagos, de amasso e de sexo. Ignoramos todas as ligações e todas as batidas na porta e gritos vindos por parte das outras soshis. As meninas estavam animadas para curtir a última noite em Saitama e eu estava animada para curtir minha última noite na cidade, com a pessoa que eu mais amava. 


Notas Finais


E depois desse orange gostosinho, estou perdoada pelo atraso? AUHSAUHSSAUH e o outro capítulo ainda sai essa semana, aproveitar que estou c tempo bom e cabeça para isso.
Obriigada pelos mais de 100 favoritados e por todas as mensagens de apoio. Vocês são mil x3


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