1. Spirit Fanfics >
  2. Lost Memories (One-shot) >
  3. Capítulo único

História Lost Memories (One-shot) - Capítulo único


Escrita por: _bngydm

Capítulo 1 - Capítulo único


Fanfic / Fanfiction Lost Memories (One-shot) - Capítulo único

Tudo começou no ano de 2020. Naquele ano, a coisa mais estranha da minha vida aconteceu. 


O que era para ser uma simples viagem de trem, se transformou em uma viagem para outro universo.


Pode parecer loucura, mas isso realmente aconteceu comigo e com meu melhor amigo da época: Kim Namjoon. O cara que eu gostava em segredo, mas que hoje em dia, é meu namorado.


Mas vamos começar do início.


───────•••───────

2020⁘


Naquele início de ano, eu havia conseguido um emprego, que por pouco, não foi no mesmo local que Namjoon trabalhava. Foi um pouco de sorte e também um pouco de azar, até porque desde nossa infância nós estudamos juntos por conhecidencia. Diria que o destino nos uniu de alguma forma.


Meu trabalho era em um planetário no centro de Seoul, afinal a faculdade que eu e Namjoon nós formamos foi de astronomia. Nossa paixão pelo vasto universo foi o que nos tornou mais próximos.


Onde Namjoon conseguiu um emprego, ele fazia pesquisas e palestras, o nível de seu emprego estava bem acima do meu, mas eu estava animada somente de ensinar para outras pessoas sobre os planetas, as estrelas e o imenso universo.


Mas voltando naquele assunto de quando nos tornamos mais próximos: foi no segundo ano do ensino médio, tínhamos que fazer um trabalho em dupla e como já éramos amigos, resolvemos fazer o trabalho juntos. Aquele trabalho era de ciências, precisavamos fazer um trabalho sobre um assunto que os alunos escolhessem e depois apresentá-lo em alguns minutos. Por conhecidencia, eu e Namjoon escolhemos astronomia que estudamos no oitavo ano.


Como o assunto sobre astronomia não era tão aprofundada no oitavo ano, precisamos de pesquisar muito para conseguirmos fazer nosso trabalho, mas pelo menos tiramos total no trabalho.


───────•••───────


No mês de fevereiro, Namjoon saiu em uma viagem com seus amigos de faculdade e me contou no telefone, sobre uma lenda que ouviu sobre um trem.


Namjoon- Ele disse que este trem te leva para outro universo.

- E isto é possível? Um simples trem levá-lo para outro universo?

Namjoon- Você está contando muito com a astronomia, pense como uma criança que mal sabe como é um universo e apenas continue me ouvindo.

- Tá, tá...apenas continue.

Namjoon- Teve relatos de pessoas que foram no trem e não voltaram mais. Será que ficaram presos no universo alternativo? - As vezes Namjoon realmente se parecia como se tivesse 12 anos novamente.

- Você está pensando muito nisso, é impossível um simples trem em velocidade comum te levar para outro universo.

Namjoon- Você continua inconveniente como sempre. - Ambos rimos de cada lado da linha.

- Mas Namjoon. Como anda suas palestras?

Namjoon- Elas são bem cansativas, mas pelo menos eles me dão descanso de três dias até a próxima palestra.

- Tem bebido bastante água?

Namjoon- Eu bebo em torno de cinco garrafas de água por dia, não se preocupe.

- Bom mesmo. - Sorri de lábios observando a outra funcionária me esperando para ir para seu horário de almoço. Eu estava conversando com Namjoon no meu horário e esqueci totalmente - Namjoon, vou desligar, meu horário de almoço acabou. 

Namjoon- Você sai do trabalho as 17 horas, não é?

- Sim, por que?

Namjoon- Vou te buscar, então não saia sem mim.

- Sinceramente, Namjoon... obrigado, estarei te esperando.

Desliguei meu celular e corri para fora da sala de funcionários indo direto para meu posto na sala de apresentações.


A sala de apresentação era o local mais bonito de todo o planetário. Quando uma apresentação começava, as luzes se apagavam, o projetor era ligado em direção ao teto, onde ficava a mostra as constelações e seus nomes.


───────•••───────


Horas depois, eram 17 em ponto, eu estava pegando minhas coisas na sala dos funcionários, mas quando saí do planetário, Namjoon já estava a minha espera. Acreditava que ele chegaria mais tarde.


Namjoon- Vamos comer alguma coisa? - Seu rosto havia se iluminado com sua própria pergunta.

- Claro, mas somente para não deixar minha consciência pesada. Você não saiu do trabalho mais cedo somente para me buscar, saiu? - Observei o mesmo que estava encostado na porta de seu carro

Namjoon- Não, minha palestra acabou mais cedo, já que ninguém tinha nenhuma pergunta a ser respondida pelos slides. Agora entre no carro. - O mesmo havia aberto a porta do passageiro para mim, no qual entrei.

- Obrigado.

Namjoon- Não é nada. - Ele entrou no carro e em poucos segundos já estava dirigindo - Não consegui perguntar, como está indo seu trabalho no planetário?

- É um lugar muito lindo quando faço as apresentações no projetor, deveria vir alguma vez para assistir.

Namjoon- Me avise somente o dia que você fará a apresentação e eu vou.

- Eu faço todos os dias, antes e depois do meu horário de almoço.

Namjoon- Bom saber, algum dia eu vou aparecer. - Olhei para ele, seu sorriso lábial deixava seu rosto ainda mais belo.


Nós conversamos por todo caminho até ele parar em um café que vínhamos quando estudávamos na faculdade. O lugar era perfeitamente calmo e com tema floresta. Nos sentavamos no chão com grama sintética, as mesinhas de tocos de madeira e uma trilha sonora de pássaros e vento batendo em árvores. Perfeito como disse.


Havíamos nos sentado em uma mesa de canto em um silêncio aconchegante, que logo foi quebrado por Namjoon.


Namjoon- Eu sei qual é a estação do trem que nos leva para outro universo. - Disse e logo coçou sua nuca sem jeito - Vamos fazer uma viagem nele?

- Você ainda não desistiu desse trem? - Pegando o cardápio variado, suspirei balançando a cabeça levemente.

Namjoon- Vamos fazer uma viagem nele somente para provar que eu estou errado então.

- Errado em quê?

Namjoon- Que o trem vai para outro universo. Vamos viajar para provar que ele não faz isso? - Quando meu olhar saiu do cardápio e foi em direção a Namjoon, suas mãos estavam juntas e havia um bico em seu rosto. 

- Você parece uma criança.

Namjoon- S/N...por favor, eu pago as passagens e nós vamos. 


Era ridículo o jeito que eu não conseguia negar as coisas que ele dizia quando fazia essa cara de cachorro abandonado.


- Você... sinceramente, Namjoon. Se algo der errado eu te mato.

Namjoon- Então nós vamos? - Seu sorriso brilhante e animado apareceu em seu rosto.

- Vamos, mas vai pagar o que eu comer hoje e inclui também as passagens.

Namjoon- Você que manda, pode escolher o que quiser.

- Vai se arrepender dessa escolha.


Naquele dia, eu comi bastante e dei um prejuízo no cartão de Namjoon, mas pelo menos ele conseguiu me convencer sobre ir nessa viagem.


Quando ele me levava para minha casa, Namjoon me contou mais sobre a tal lenda e acabou adicionando um fato que não havia dito antes: supostamente poderíamos perder uma memória importante sobre um assunto em específico. Isso não havia me deixado assustada, até porque eu não acreditava que isso aconteceria.


───────•••───────


Semanas mais tarde, já estávamos em março, havíamos conseguido um dia de folga em nossos empregos, Namjoon tinha comprado as passagens de trem e eles estava me esperando em frente a minha casa enquanto eu terminava de colocar algumas roupas em minha mochila.


Quando tinha acabado de arrumar, sai rapidamente de casa e encontrei Kim me esperando enquanto olhava para seu relógio.


Namjoon- Temos que ir rápido ou vamos nos atrasar.

- Está tão ansioso para isso? - Disse entrando no carro.

Namjoon- Talvez eu esteja. - O mesmo entrou e ligou o mesmo.


Como em toda vez que iamos para algum lugar, conversávamos sobre qualquer coisa, literalmente qualquer coisa que vier a mente. 


O caminho até a estação de trem não foi tão longa, o que fez com que nossas conversas de sempre, serem interrompidas.


Namjoon- Vamos, o trem parte daqui alguns minutos. - O mesmo pegou sua mochila animado e correu para dentro da estação.

- Namjoon, me espere. Você não trancou o carro. - Gritei para o mesmo colocando minha mochila mas costas e logo vi ele voltando. - Você é descuidado.

Namjoon- Vamos, o carro já está trancado. - Como se fossemos adolescentes fugindo e casa para ir em uma festa, ele segurou minha mão e assim corremos para dentro da estação cheia.


O tempo que Namjoon segurou minha mão, foi em torno de 10 minutos, ou seja, o tempo de corrermos para o lado onde estava nosso trem, entrar nele e nos sentarmos. Somente quando estávamos em nossos acentos, o mesmo soltou minha mão um pouco sem jeito.


Me recordo da sensação como se fosse ontem: meu coração estava palpitando, minha garganta ficou levemente seca, minhas mãos suadas e minha cabeça abaixada. Pude sentir meu rosto arder em vermelhidão, como se eu fosse uma colegial.


───────•••───────


A viagem já havia começado e duraria cerca de três horas para ir até a próxima estação.


- Eu irei dormir um pouco, quando chegarmos na outra estação, me acorde. - Bocejei com a mão em frente a boca.

Namjoon- Não se preocupe, pode dormir o quanto quiser.


Sem responder Namjoon, havia fechado meus olhos e cruzado meus braços. O mesmo recostou minha cabeça sobre seu ombro e eu nem mesmo recusei.


Em pouco tempo eu havia dormido confortavelmente em seu ombro, mas acordei quando o trem parou bruscamente.


───────•••───────


Assim que meus olhos se abriram, meu coração fez questão de me mandar sinais de que eu havia esquecido de algo, mas sinceramente não sabia o que era.


Observei em volta confusa com o que tinha acontecido. O trem estava estranha e completamente vazio, a última coisa que me lembrava era ter dormido no trem.


- Mas por que eu estava nesse trem? - Coloquei a mão na cabeça tentando me lembrar do porque eu estar ali no trem, mas nada me veio a mente.


Quando olhei para a janela ao meu lado, o que deveria existir ali fora, era somente um borrão preto. Onde eu estava?


Abri minha mochila que estava em meus pés, peguei meu celular para olhar as horas e se havia algum sinal, mas o mesmo não ligava de forma alguma.


Meu desespero tomou conta de mim em poucos segundos, a única coisa que eu queria fazer no momento era chorar por não saber onde eu estava.


Meus olhos se viraram para o corredor do trem onde havia uma carta. Peguei a mesma confusa e a li: "Olá, S/N. Este sentimento que está sentindo...é o sentimento que esqueceu algo importante? Seria seu carregador do celular que esqueceu em casa ou uma pessoa? Se lembre exatamente do que esqueceu e poderá sair deste lugar, caso contrário irá passar o resto de sua vida presa aqui"


Dia 1⁘


- Então eu realmente me esqueci de algo ou alguém...tenho que me lembrar do que é, mas como?


Ouvi passos vindos de trás rapidamente, me deixou mais assustada do que eu já estava naquele momento, porém me virei e vi um homem. Seu rosto se fazia em confusão enquanto ele caminhava em minha direção.


- Quem é você? - Me levantei o encarando.

Namjoon- Eu sou o Namjoon...e quem é você?

- S/N...somente está você aqui? - Apesar de assustado, Namjoon aparentava ser uma pessoa carismática.

Namjoon- Parece que sim. Tem alguma ideia de como viemos parar aqui?

- Não...nenhuma. - Suspirei me dando por vencida.

Namjoon- Você também tem uma carta? - O mesmo inclinou a cabeça olhando para a carta em minhas mãos.

- Sim, você tem uma que diz que você esqueceu algo importante?

Namjoon- Sim, mas não tenho ideia do que seja. - Apoiando seu rosto em sua mão, ele pensa. - Também não tem ideia do que esqueceu?

- Nenhuma...meu celular não funciona e lá fora é um lugar muito esquisito.

Namjoon- Como assim? Lá fora tem árvores, plantas e um Sol brilhante. Não vê? - Ver ele dizer que do lado de fora do trem tem alguma coisa, me fez olhar pela janela novamente, mas somente uma escuridão, uma escuridão sem fim era a única coisa que conseguia ver.

- Não...lá fora é somente uma escuridão sem fim. Você vê realmente árvores?

Namjoon- Sim, mas não estamos vendo a mesma coisa?


Balançando minha cabeça negativamente, ele procura em meu olhar um toque de mentira, mas como não encontra, Namjoon somente dá um passo para trás pensativo.


Namjoon- Vamos encontrar uma forma de sair desse trem, mas me diz a última coisa que se lembra antes de aparecer aqui.

- Eu lembro de vir para o trem...com alguém...? Eu dormi, mas acordei logo quando senti uma parada brusca e não tinha mais ninguém no trem.

Namjoon- Eu estava nesse trem com alguém eu acho. Lembro de observar bastante para fora antes de cair no sono. - O rosto de Namjoon se acende rapidamente - É isso. Estamos em outro universo.

- É impossivel irmos com um trem para outro universo. No mínimo um buraco de minhoca faz isso.

Namjoon- Olha, eu estava em uma viagem com meus amigos mês passado e um deles me contou sobre esse trem. Disse que seus passageiros eram levados para outro universo e perdiam suas memórias sobre algo ou alguém. 

- E como está na carta... Só saímos daqui quando nos lembrarmos. - Saber dessa informação me desanimou ainda mais - Como vamos sair daqui se não sabemos do que temos que nos lembrar?

Namjoon- Esse é um bom questionamento e eu não sei responder sobre ele.


Observando a janela, Namjoon suspirou se sentando em um acento do outro lado do corredor do trem.


Namjoon- Está anoitecendo, deveríamos dormir e amanhã nós procuramos uma saída desse lugar.

- Você terá de ser meu relógio, para mim o lado e fora está totalmente escuro desde o momento em que abri meus olhos.

Namjoon- Sem problemas. 


Como havia pensado mais cedo, ele realmente é uma pessoa carismática apesar de parecer assustado.


Em poucos segundos um questionamento vem em minha cabeça.


- Mas não estava claro até pouco tempo?

Namjoon- O que quer dizer?

- Você disse que estava um Sol.

Namjoon- Sim, mas agora estranhamente está anoitecendo rapidamente, como se o tempo passasse mais rápido.

- Esse lugar é estranho.

Namjoon- Descanse e amanhã iremos recuperar nossas memórias perdidas. - Sua voz calma me fez sentar em meu lugar.


Olhei pela janela novamente tentando enxergar alguma coisa, mas nada além de uma tela preta constante em frente aos meus olhos, isso já estava me deixando agoniada e claustrofobica por estar naquele ambiente com um desconhecido.


Não importava o quanto eu pensava, meu coração parecia doer com o sentimento de esquecimento. Aquele sentimento horrível que não importava o quanto eu pensasse, nada vinha a minha mente.


Naquele tempo eu não sabia a importância daquilo que eu havia esquecido, somente quando eu tive as minhas lembranças de volta, pude ver o quanto isso foi perigoso para meu coração. Se eu não tivesse me lembrado, eu realmente ficaria presa naquele universo para sempre?


Até os dias de hoje eu não sei a resposta correta, mas acredito que eu ficaria presa em angustia naquele lugar.


───────•••───────


Todas as vezes que Namjoon dizia que era noite e nós íamos dormir nos bancos desconfortáveis daquele trem, eu sempre tinha sonhos, que nos eu acredito que sejam fragmentos de memória que eu tinha para me lembrar de Namjoon.


As vezes em certas situações, memórias vinham a minha mente como se eu estivesse a revivendo, mas era apenas pequenos feixes de lembrança, não uma pequena história como em meus sonhos.


Me lembro de todos os sonhos que tive e o primeiro foi um fragmento de lembrança bem antiga.


Eu e um garoto com a face borrada, estávamos sentados na grama de um quintal. Eu estava conversando com o garoto automaticamente, não conseguia ouvir o que ele dizia direito, como se o mesmo estivesse apenas sussurrando suas palavras. Nem mesmo se eu me esforçasse para te ouvir, não conseguia.


Quando estava quase ouvindo sua voz em meu sonho, fui acordada por Namjoon.


Dia 2⁘


Namjoon- S/N, acorde. Já está de manhã e temos que começar a procurar uma saída. - O mesmo diz parado ao meu lado, sem encostar em mim.

- Está de manhã? - Olhei para a janela na esperança de conseguir ver algo como o Sol ou até mesmo uma árvore, mas nada. Apenas a vasta escuridão. - Esqueci que não vejo nada.

Namjoon- Ainda não entendo do porque de você não conseguir ver as coisas de lá de fora.

- Esqueça sobre isso, eu vejo muito o escuro em meu trabalho, já estou acostumada.


Sem dizer mais nada, caminhamos para a entrada daquele trem, sua porta de segurança estava fechada, mas seria facilmente aberta se apenas fosse puxada para o lado.


Namjoon- Está aberta. - Ele disse puxando uma barra de ferro presa a porta.


Meus olhos haviam corrido pelo lado de fora, mas ainda nada aparecia em minha visão. Isso me deixava com um mix de sentimentos ruins, que é inexplicável, mesmo hoje.


Namjoon- Eu vou caminhar por ali e ver se encontro algo.

- Está maluco? Você nem se quer conhece este ambiente e nem o que tem nele. Como vai simplesmente ir para lá? - Se eu conseguisse ver algo do lado e fora, teria a mesma ideia de explorar, mas o fato de simplesmente não ver nada, me deixava assustada. Se algo acontecesse com ele, como eu iria ajudá-lo? Seria um grande problema se isso acontecesse.

Namjoon- Não se preocupe, eu irei voltar antes do anoitecer. Enquanto isso, procure algo no trem. - Sem me deixar dar uma resposta ele desceu os três degraus e sumiu na escuridão.

- Eu não sei quando é o anoitecer.


Minha frustração toma conta de mim, mas mesmo assim continuei de cabeça levantada para explorar o trem misterioso.


Meus passos foram em direção a central de comando do trem que ficava um pouco depois da porta de segurança.


Quando finalmente eu estava dentro da central, observei aqueles botões confusos, alavancas, medidores e telas. Tudo aquilo era muito estranho para mim, preferi não mexer nada para não fazer algo de errado.


Um outro questionamento veio em minha mente: se outras pessoas já estiveram neste 'universo alternativo', onde eles estão?


Esta pergunta ficou em minha mente por dias enquanto estavamos presos no trem...ou pelo menos eu estava presa naquele trem.


A cada segundo eu estava procurando algo novo na central, qualquer coisa que me ajudasse a saber mais sobre aquele lugar.


- Tem algo familiar nisso... - Sem conseguir pensar em muita coisa, uma memória se desdobrou naquela escuridão.


Eu mais nova e novamente um garoto. Estávamos em um trenzinho de um parque de diversões, no mesmo vagão, rindo e sorrindo. Ao longe, consegui observar dois casais: meus pais e talvez...os pais daquele garoto?


O suposto pai do garoto estava ao telefone, sem prestar atenção alguma em seu filho, já sua mãe estava com a atenção presa ao seu filho. As vezes a mulher cutucava o braço do homem para prestar atenção em seu filho e largar seu celular, mas acabou pelo homem se estressar e sai dali. Isso fez com que meu coração ficasse pesado.


Olhei para o garoto, mas seu rosto ainda estava como um blur para mim, porém conseguia sentir que ele estava triste por ver seu pai sair dali.


Logo após o garoto se virrar para mim novamente, mesmo sua voz estando baixa, consegui ouvido dizer: "Não se preocupe, pelo menos você ainda está aqui". Quando minha lembrança acabou, me recostei na parede de metal ao meu lado e me sentei com as mãos na cabeça.


- É deste garoto que eu tenho que me lembrar? - Disse para mim mesma. Mesmo que não teria a resposta, eu sabia, meu coração sabia que era dele que eu deveria me lembrar. - Vamos, pense. Quem é ele?


Segundos, minutos e provavelmente uma hora se passaram, minha mente ainda estava dando rodeios confusos sobre aquele garoto, mas realmente nada além daquelas duas lembranças que tive sobre ele.


───────•••───────


Muito tempo havia se passado, não sabia se era dia ou noite, se Namjoon estava bem ou não, se ele estava atrasado ou não. Tanta coisa estava em minha mente enquanto eu caminhava pelos vagões.


Namjoon- S/N? Onde você está? - A voz de Namjoon vem ao longe, ele estava de volta. Ouvir sua voz baixa me fez voltar para a porta de segurança por onde ele saiu.

- Já está de noite? - Quando o mesmo entrou, fechei a porta.

Namjoon- Eu me atrasei um pouco, me perdoe. - Vê-lo coçar sua nuca me fez fechar os olhos. Isso era familiar, mas como? - Você está bem?

- Estou sim...mas achou algo interessante do lado de fora?

Namjoon- Parece que esse universo é formado pelas coisas que vimos. Você disse que dormiu no trem, certo?

- Sim, mas você também não dormiu?

Namjoon- Antes de dormir, eu fiquei olhando pela janela por alguns minutos. Deve ser por isso que o lado de fora é existente para mim e não para você.

- O que você disse faz sentido, mas como acabou descobrindo isso?

Namjoon- Eu somente tive um pensamento do porque você não vê nada além da escuridão.


Dia 15⁘


Variados dias já haviam se passado, variadas memórias sobre mim e aquele garoto e finalmente eu conseguia ver mais que somente um borrão em seu rosto. Sua boca era totalmente visível para mim, seus sorrisos que me contagiavam e seu bico quando ele não gostava de algo. Eu conhecia tudo sobre ele, mas tudo sempre parecia impossível quando eu queria saber quem ele era.


- Vai sair novamente? - Olhei Namjoon desanimado sentado em um daqueles bancos desconfortáveis.

Namjoon- Não, hoje ficarei aqui para tentar ter alguma memória recuperada. - Nós tínhamos descoberto que ambos estávamos tendo sonhos e lembranças, mas eu estava me relembrando mais que Namjoon e isto estava o deixando abalado.

- Não se preocupe, elas vão voltar. Não se apresse sobre isso. - Dei uma olhada em volta no trem e em uma janela um pouco longe, havia mais uma carta presa.


Me afastei do mesmo para pegar a carta, abri e li a mesma: "S/N e Namjoon, se a pessoa que esqueceram é tão importante, porque ainda não se lembraram dela? Não acham que estão passando muito tempo nesse trem? Não tem medo de ficarem presos aí como várias pessoas? Não deveriam ter o mínimo de consideração pela pessoa esquecida?Achei que seriam mais rápidos com isso, mas parece que a única que está avançando nisto é S/N. Acho que Namjoon tem de se esforçar mais com isso, ou ele ficará preso aqui para sempre."


- Namjoon, posso estar sendo insensível...mas você realmente quer se lembrar da pessoa? - Acho que realmente fui insensível. Ele apenas se levantou e saiu pela porta de segurança sem dizer nada. - Namjoon, onde vai?


Dia 18⁘


Mais alguns dias haviam se passado, eu não tinha certeza de quantos, mas estava me esforçando realmente para ter uma noção de tempo.


Uma curiosidade sobre aquele mundo: Não precisávamos de nada que precisávamos no mundo normal. Coisas como comer, beber água ou fazer necessidades eram desnecessários, nós somente podíamos dormir para recuperarmos as energias, porém eram poucas vezes que realmente precisávamos dormir.


Somente começamos a dormir para ver se tínhamos avanços com nossas memórias.


───────•••───────


Com minha cabeça recostada sobre o vidro gelado da janela, suspirei profundamente logo ouvindo a porta do trem sendo aberta.


Fiquei totalmente ansiosa por algum motivo por ver Namjoon. Mas este sentimento logo passou...quem era aquele homem?


Um senhor de idade entrou no trem e cruzou seu olhar com o meu. Seu desespero ficou aparente quando ele se aproximou de mim bruscamente e segurou em meus ombros com as mãos pesadas.


Senhor- É você? Você de quem eu deveria me lembrar? Você está sozinha aqui, não é? Então com certeza é de você que eu deveria me lembrar. - Seu desespero me assustou rapidamente, mas o que ele disse era interessante.

- O que quer dizer comigo estar sozinha? - Minha voz fraquejou enquanto eu tentava retirar suas mãos de meus ombros.

Senhor- Se você está sozinha, é com certeza de você que eu tenho que me lembrar. Viemos para cá juntos, não foi?

- Não, senhor....me solte. - Empurrei o senhor levemente para que ele me soltasse, mas o mesmo me abraçou e continuou dizendo: "É de você que eu devo me lembrar, é de você que eu devo me lembrar". Ele estava totalmente louco e fixado em supostamente se lembrar de mim. Se não podia afastá-lo, deveria pelo menos manipulá-lo para que ele me soltasse.


Eu criei um plano rapidamente, que não tinha nenhuma chance de dar certo, mas não custava tentar. 


- Me lembrei de você...pode me soltar agora. Vamos sair daqui. - Minha voz trêmula mostrava o quão assustada eu me encontrava.

Senhor- Se lembrou? Realmente se lembrou? 

- S-Sim, vamos sair daqui.


Seguindo exatamente o que eu disse, ele sorri feliz indo para a porta pela qual entrou.


- Pode ir primeiro, tenho que me preparar.

Senhor- Como quiser, eu irei primeiro então. - O mesmo havia saído do trem sorridente, mas logo sumiu da minha visão. Fechei a porta apressada e minha única saída era a central de comando que era possível a porta ser trancada.


Depois de me trancar na central, me sentei no chão enquanto ouvia a porta de segurança ser aberta.


- Por favor, vá embora. Por favor, vá embora. - Supliquei em voz baixa para que aquele homem saísse, mas logo batidas leves na porta da central. - Vá embora, senhor.


Sem uma resposta, outra batida veio no ambiente, porém era como se as batidas fossem em uma porta de madeira.


E ali, mais uma memória se desdobrou em minha frente.


Eu na minha adolescência, estava sentada ao lado de minha cama, com meus joelhos juntos de meu peito e minha cabeça abaixada. Eu estava chorando, me lembro de estar chorando e alguém vir me ajudar.


Sem mais batidas, a porta é aberta e o garoto entra, há uma vasilha de morangos e uma caixinha de creme de leite em suas mãos. Mais uma vez, ver aquele garoto sorrindo, faz meu coração palpitar e um sorriso bobo aparecer em meu rosto vermelho.


Garoto- Está chorando novamente, por quê? - Ele se sentou ao meu lado calmamente e colocou os objetos que segurava em frente a si mesmo.

- Eu não tenho amigos... - Naquele tempo, eu acreditava que não tinha ninguém ao meu lado, mas aquele garoto estava. Sempre esteve comigo.

Garoto- Me senti ofendido. Não somos amigos? Eu até mesmo trouxe morangos e creme de leite para nós. - Com uma mão sobre seu peito, ele fez seu típico bico como se fosse uma criança triste.


Fiquei alguns momentos observando ele, provavelmente estava olhando em seus olhos, mas logo dei uma risada fraca e abaixe meu olhar para a vasilha de morangos.


- É verdade...você é meu amigo, obrigado. 

Garoto- Pare de chorar, você fica feia chorando. - Seu tom de brincadeira vem com um ato carinhoso do mesmo de limpar meu rosto úmido com as costas de sua mão. - Coma seus morangos e não chore mais.


Quando pisquei novamente, lá eu estava novamente, na central do trem. Meus olhos marejados e minha bochecha úmida, entregaram que eu chorei de verdade enquanto via minhas lembranças.


Meu coração estava completo de frustração por querer realmente me lembrar dele.


- Merda, quem é você? - Sequei meu rosto e encostei minha cabeça na parede de metal.

Namjoon- S/N, você está aqui? - Ouvir a voz de Namjoon realmente me acalmou por completo, assim como da mesma forma me deixou ansiosa.

- Você voltou. - Me levantei rapidamente, abri a porta e me deparei com a figura alta de Namjoon, o que me deu um alívio profundo.

Namjoon- Sim... - Como se fosse sua mania, ele coçou sua nuca e abaixou sua cabeça em culpa. - Me desculpe desaparecer assim. Foi irresponsável da minha parte te deixar sozinha assim.

- Você está bem? Se lembrou de algo? - Nervosa, mordi a ponta da unha de meu dedão enquanto o olhava.

Namjoon- Tive bastante lembranças, consegui ver seus olhos. Nada além deles.

- Estamos progredindo. Nesse meio tempo que ficou fora, consegui ver seu sorriso. É estranho, toda vez que ele sorria, eu sentia meu coração palpitando, mesmo que fosse somente uma memória. - Observei Namjoon quieto enquanto olhava o chão. - Você está bem?

Namjoon- Você tinha razão, eu não estava me esforçando tanto para me lembrar dela.

- Teremos que nos esforçar muito mais para lembrarmos. Não quero ficar igual o senhor que estáva aqui.

Namjoon- Tinha alguém aqui? 

- Você não o viu lá fora? Era um senhor, seu olhar era totalmente desesperado e ele ficava dizendo que era eu de quem ele deveria se lembrar. Ficava repetindo isso e... - Fui cortada por Namjoon, seu olhar pesado sobre mim se fez em confusão.

Namjoon- Você estava chorando? 

- Não foi nada...somente minha memória me fez chorar, não se preocupe, estou bem.


Mesmo ele não dizendo, pude ver o quanto o mesmo estava abalado com aquilo. Seu olhar de culpa era tão visível quanto seu próprio rosto.


───────•••───────


Dia 20⁘


Mais dois dias se passaram, sem absolutamente nada a ser feito naquele trem, fiquei apenas pensando sobre as palavras do senhor - "Se você está sozinha, é com certeza de você que eu tenho que me lembrar. Viemos para cá juntos, não foi?" - O que isto quer dizer?


Seria possível de o garoto de toda minha infância, adolescência e vida adulta, ser o Namjoon? - "...Viemos para cá juntos, não foi?..." - Eu e Namjoon viemos tecnicamente juntos, seria ele ou é muita conhecidencia?


Pensei por mais alguns minutos sobre isso, quando me deu conta, uma carta estáva no acento ao meu lado, e nela dizia: "Parece que apenas você está indo bem nisso. Saiba que não pode dizer nada que o homem disse. Ele falou sobre supostamente vocês dois terem vindo juntos para o trem e agora ele está morto. Não cometa o mesmo erro e apenas deixe-o lembrar de suas memória e se lembre sozinha das suas."


Lê-la me fez ficar eufórica. - 'Então é de Namjoon que eu devo me lembrar?' - Era apenas isso que passava em minha mente enquanto eu procurava o mesmo pelo trem.


Mesmo sabendo que pode ser ele o garoto de minhas memórias, eu ainda preciso ver seu rosto por completo em minhas visões e em meus sonhos para sair daqui, certo? Mas certamente não posso sair daqui sem Namjoon.


- Namjoon...onde você está? - Perguntei em voz alta, logo ouvindo sua resposta.

Namjoon- Aqui, S/N. - O mesmo se levantou do acento que estava e acenou para mim.


Fui em sua direção rapidamente determinada. Parei em sua frente e o encarei, olho no olho e somente pensava: "Vamos, você disse que viu meus olhos em suas memórias"


Namjoon- Você está bem...? - Ele deu um passo para trás, assim encostando suas costas na janela. - Por que está me encarando? Vai me matar? - Vê-lo rir de sua própria 'piada', me fez observar seu sorriso. 


Aquele sentimento novamente, com certeza era Namjoon, sempre foi, mas se eu o ver em minhas memórias com seu rosto completo, não irei embora sozinha? Ele vai ficar sozinho aqui?


- Não, não, não. - Me virei e mordi a ponta da minha unha pensando.

Namjoon- Então você não vai me matar? Que bom. - Pude ouvi-lo se sentar enquanto ria baixo - No que tanto pensa hoje? Quando te chamei mais cedo você parece nem ter ouvido.

- Somente pensando no garoto das minha memórias. - Talvez se eu abordasse um tema que ambos gostamos, eu poderia fazer com que ele se lembrasse do trabalho de ciências do segundo ano - Parece que nós dois gostamos de astronomia e nos formamos nisso também. - Me virei para Namjoon e me sentei no braço do acento.

Namjoon- Astronomia...? - Ficando calado, ele pareceu pensar profundamente sobre isso.

- Sim, tanto que eu trabalho em um planetário. - Namjoon pareceu querer dizer algo mas simplesmente ignorou, olhou para a janela e bocejou.

Namjoon- Vamos ter algumas lembranças? - Desviando totalmente de minha fala, o mesmo deitou sua cabeça no banco e fechou os olhos.


───────•••───────


Dia 27⁘


Todas as vezes que eu dormia, tinha medo de acordar no mundo real e Namjoon ainda estar no universo que estamos, mas nada aconteceu. 


Enquanto estávamos presos naquele universo, todos os dias eu tentava o fazer lembrar de momentos em que estivemos juntos.


Quando algumas de minhas memórias se desdobravam em minha frente, eu já conseguia ver o rosto de Namjoon, mas por que eu ainda não tinha voltado para o mundo real? Namjoon precisava se lembrar de mim, assim como eu me lembrei dele?


Eu estava sentada em um acento no fundo do vagão, ao meu lado uma carta apareceu novamente: "Não está se esforçando de mais para fazer isto? Te dou duas opções: 1. Dê um tempo ao tempo e o deixe se lembrar no seu próprio tempo.

2. Faça aquilo que seu coração te manda fazer a anos, você sabe exatamente o que é.

Você não sairá deste universo enquanto ambos não se recordarem, tenha isto em mente."


- Aquilo que meu coração me manda fazer a anos...não, não o farei. Como poderia? Para Namjoon eu sou apenas uma estranha que está na mesma que ele: sem suas memórias de uma pessoa. - Amassei a carta e joguei a mesma para longe, juntamos da ideia de beijar Kim Namjoon. Estava totalmente fora de cogitação naquele momento.


Fechei meus olhos pensando profundamente sobre o que faria. Se eu ficasse a espera dele para se lembrar, demoraria mais tempo aqui neste lugar e não era isso que eu estava desejando. Mas agora, se eu...o beijasse, poderia ser que ele tivesse suas memórias de volta?


Lá estava eu, em uma linha tênue que foi formada por uma carta. Ridiculamente eu estava em dúvida em qual lado deveria ficar.


- Merda, o que eu faço? - Como em um passe de mágica, ele entra pela porta de segurança da parte de trás do vagão.

Namjoon- O que vai fazer? - Ele perguntou se sentando no acento ao meu lado.


É isso, essa foi a última memória que fizemos no mundo real. Se eu fizer algo como deitar em seu ombro, pode ser que ele se lembre.


- Nada. - Olhei para ele em seus olhos como havia feito nos dias passados. - Estava do lado de fora novamente?

Namjoon- Sim. Não te disse porque talvez você ficaria triste por não conseguir ver o que tem do lado de fora.

- Sim, eu estou muito triste de não conseguir enxergar o lado de fora assim como você. - Encostei minha cabeça sobre seu ombro e fechei meus olhos enquanto suspirava. - É cansativo, quero sair daqui e me lembrar da tal pessoa.

Namjoon- É frustrante, não é? - Senti seu corpo ficar rígido por eu estar com a cabeça em seu ombro.

- Você não tem ideia...teve alguma memória de volta enquanto caminhava?

Namjoon- Me lembrei que ela gosta de morangos com creme de leite. Ela prefere o creme de leite do que o chantilly. Pela minha lembrança, a mãe dela comprava creme de leite ao invés de chantilly porque era mais caro e mesmo quando ela descobriu que não era chantilly, continuou comendo desse jeito. - Ouvir a risada baixa dele, me fez sorrir.


Desde pequena eu ouvia minhas colegas falando sobre morango com chantilly. Um dia pedi para minha mãe e como o chantilly era bem mais caro que uma caixinha de creme de leite, ela continuou a comprá-lo sempre que eu pedia. Quando aprendi a ler, descobri que não era o chantilly, mas mesmo assim continuei a comer assim porque preferia.


sempre que eu estou triste, é exatamente isto que Namjoon trás para me animar, mas mal sabe ele que o que me anima é ver seu sorriso.


- Consegue ver o rosto dela?

Namjoon- Não totalmente, mas ele deixou de ser um blur completo. Estou positivo sobre isso, acho que vou me lembrar dela futuramente.

- Espero que sim.


───────•••───────


Dia 30⁘


Quando o trigésimo dia se fez presente, percebi que já não conseguia dormir nem mesmo para ter novas memórias.


Namjoon já havia acordado também e estava na central do trem, talvez observando as árvores que somente ele conseguia.


Namjoon- S/N? Pode vir aqui um momento? - O mesmo gritou do local em que estava.


Me levantei e caminhei até a porta de metal da central. O vi com uma carta em suas mãos que logo foi entregue para mim.


Namjoon- Leia e me diga o que você precisa fazer.


Meu pulso disparou quando ele disse. Aquela maldita carta: "Namjoon e S/N, este é o trigésimo dia, o último dia que vocês tem sanidade mental. 

Como Namjoon foi o que menos progrediu com suas memórias, somente resta a S/N para tirá-los deste universo. Então S/N, apenas o faça se não quiser que vocês dois fiquem aí. Não se esqueçam, o último dia em que vocês tem sanidade mental."


- Merda. Namjoon, você não recuperou todas as suas memórias? - Esfreguei minhas têmporas tentando achar outra solução para aquilo.

Namjoon- Não, mas parece que você sim. - Seu tom era sério e em certo nível, frio. - O que você tem que fazer para sairmos daqui?

- Eu...eu não posso fazer isso. - Não podia ver meu próprio rosto, mas tenho certeza que estava muito assustada e apreensiva sobre o que fazer.

Namjoon- S/N, apenas o faça, pare de pensar. - O mesmo se levantou e veio em direção a mim. - Faça isso para sairmos deste lugar.

- Kim Namjoon, pare de me apressar. - Minhas mãos foram até meu cabelo.

Namjoon- ...Kim Namjoon? Eu nunca te falei meu nome completo.


Me lembro de entrar em total desespero com medo de algo der errado como uma das cartas avisou.


- Desculpe por isso. - Deixei minhas mãos em seus ombros, fechei meus olhos e finalmente o beijo que quis dar desde minha adolescência. 


O beijo perfeito em um momento não tão perfeito. Não foi nessa situação que eu havia imaginado aquele beijo, mas foi o que aconteceu.


- Eu me lembrei de você, mas não podia te contar, Namjoom... Nem em mil vidas diferentes eu me esqueceria de você.


No silêncio que Namjoon estava, certamente ele estava recuperando suas memórias sobre mim, porque logo em seguida ele fechou seus olhos e sumiu.


- Namjoon..? Onde ele foi? - Aqueles breves momentos que fiquei acordada me deixaram em conflito interno. - Vou ficar aqui para sempre? Porque ele sumiu? - Mais uma vez meus olhos se marejaram pela assustadora situação que me encontrava.


───────•••───────


Após aquilo, me lembro de acordar com Namjoom me chamando. Pude sentir meu rosto úmido.


Namjoon- Está chorando enquanto dorme? Acorde, vamos sair daqui. - Suas mãos quentes estavam em meu rosto.

- Me fale que não é estamos mais naquele trem. - Minha voz baixa entregou o quanto dormi.

Namjoon- Ainda estamos no trem, mas desta vez no mundo real. - Finalmente abri meus olhos e consegui suspirar aliviada.

- Porra, Namjoon. Se me levar para outro lugar como esse, você está morto. - Ele me ajudou a me levantar, peguei minha mochila que estava em meus pés, coloquei em minhas costas enquanto Namjoon fazia a mesma coisa para sairmos do trem.


Fomos para a estação, que estava vazia. Me sentei em um banco de madeira e coloquei as mãos sobre meus rosto tentando raciocinar o que acabará de acontecer.


Namjoon- Então mesmo em mil vidas diferentes, você se lembraria de mim? - Obviamente tentando aliviar o clima pesado, ele disse brincalhão.

- Quer morrer? - O encarei enquanto ele sorria de lábios, o que me fez rir soprado. - Ficamos um mês no outro universo, mas foi somente o tempo da viagem.

Namjoon- Não pense nisto, vamos voltar para Seoul de ônibus. - Ele estendeu sua mão em minha direção, segurei a mesma me levantando e fomos a procura de um ônibus que fosse até Seoul.


───────•••───────


Naquele dia, voltamos para Seoul. Quem pagou as passagens foi Namjoon, mas ele somente pagou por ter nos feito passar tal situação totalmente desconfortável.


Meses depois, começamos a sair e atualmente, em 2025 estamos namorando como eu disse no início desta história.


Namjoon trabalha em um centro de pesquisa muito importante de Seoul e eu estou dando várias palestras. 


Nossa vida tem estado muito calma e em mesmo mil vidas diferentes eu ainda me lembraria de Kim Namjoon, o homem que eu amo.



Notas Finais


Olá
Espero que tenham gostado da minha primeira one-shot que foi escrita com muito carinho para vocês.
Se você leu até aqui, obrigado pela leitura.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...