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História Lost Minds - Something happens when everybody finds out


Escrita por: paynedesire

Notas do Autor


hey!
se ainda tem alguém aí, provavelmente resta cada vez mais as pessoas que já estão acostumadas com os meus sumiços kkkkk mas ainda assim acho smp válido explicar e me desculpar, e as desculpas vêm primeiro.
eu realmente sinto muito pela demora. eu poderia postar capítulos menores e, consequentemente, mais frequentes, mas isso não faz muito meu estilo. estamos chegando à reta final, cada vez mais e mais perto, acredito q serão uns 41 capítulos, contando com o epílogo, mas tudo depende do tamanho que vai ficar cada capítulo e do recorte que eu vou ter que fazer.

o capítulo tá enormeeee e eu sei! sintam-se à vontade pra parcelar ele e ler um pouquinho a cada dia hihi

muitoooo obrigada pelos comentários e favoritos, eu fico muito feliz com cada um deles, vcs não imaginam o quanto!
boa leitura ♥


→ a música que dá nome a esse capítulo é I Know Places, da loirinha

Capítulo 38 - Something happens when everybody finds out


Parte 37

Algo acontece quando todos descobrem

 

A distância entre Grand Forks e Langdon pode ser percorrida, de carro, em cerca de uma hora e meia. Isso se você não estiver viajando com Violet, claro. 

— Falta muito? —Violet pergunta, com as mãos entre as coxas, encolhida. 

— Se você disser que quer fazer xixi de novo eu e a Adele vamos empurrar você desse carro em movimento. —Liam diz, com um saco de gelo envolto por uma toalha pressionado contra o rosto. 

Liam teve a opção de voltar de carro com Sebastian, que foi quem dirigiu com ele até Grand Forks para a luta, mas preferiu vir com a gente, já que tanto eu quanto Violet não conhecemos o nosso destino final e, portanto, não sabemos o caminho até ele. 

— Tá, eu consigo esperar. Eu deveria ter ido com o Sebastian, na verdade. Quero dizer, ele dirige bem mais rápido, já deve ter chegado lá. Aliás, por que você não me contou que ele ia levar você? 

— Desde quando eu tenho que ficar dando satisfação da minha vida pra você? —Liam rebate, sendo tão o oposto de sutil, como ele sempre é.

Quando Zayn me disse para dirigir, eu achei que Violet era uma motorista ruim. Mas o problema definitivamente não é esse, mas sim a sua bexiga, que é do tamanho de uma bexiga de coelho. Durante a viagem, até agora, ela me fez parar duas vezes na estrada para que ela pudesse fazer xixi. 

— Tá, nós estamos a uns dez minutos de distância de Langdon. —anuncio. — Eu entro na cidade e aí…

— Não, não. —Liam diz, de prontidão. — É alguns quilômetros depois da entrada da cidade, bem perto da fronteira com o Canadá. Nós vamos para uma pousada ou alguma porra assim. 

Exatamente como dito por Liam, a entrada da pousada Kaufmann Park, anunciada graças a uma placa entalhada de madeira, fica a cerca de 60 km da entrada de Langdon. A placa também dá mais algumas informações sobre a pousada —ou parque, seja lá o que isso for—, como os passeios a cavalo que eles oferecem, os parques para crianças, piscina aquecida, restaurante tradicional e outras coisas que, como quem está ao volante sou eu, não consegui ler. 

Ao passarmos pela abertura da pousada, antes que os portões altos fossem abertos, precisamos informar, no interfone, que se tratava da reserva feita por Zayn Malik, e a mulher que nos respondeu nos informou que deveríamos encontrar nossos amigos nas cabanas as quais ela nos passou os números. 

— Deve ser aquela ali. —Violet aponta para uma das cabanas, com as várias luzes acesas.  — Ah, claro que é, naquela vaga coberta tá estacionada a Hilux do Sebastian. 

Eu encontro uma vaga vazia com uma pequena placa com um dos números ditos pela mulher que falou com a gente no interfone e é onde eu estaciono o carro. Uma sensação gelada aparece na minha barriga, um nervosismo engraçado, só porque estou prestes a encontrar com Zayn depois de quase um mês. 

— Que frio do caralho. —Liam resmunga, saindo do carro, logo depois de mim.

— Experimenta tirar esse gelo da sua cara. —a ruiva diz, puxando sua mala de dentro do carro. — Ah, falando nisso, Adele, você pode dizer pro seu irmão gato que eu mandei os parabéns pra ele? Pela luta, claro.

— Hm, não. —respondo, e Liam ri. — Ele nem sabe que a gente se conhece. Pede pro Liam fazer isso.

— Eu tô fora dessa. O Andrew não é pro seu bico, Violet.

— E por que não? —ela pergunta, enquanto as rodinhas da sua mala se arrastam pelas pedras. — Só o Zayn pode brincar de manter segredinhos de outra pessoa? 

— Não têm mais segredinhos. —murmuro, seguindo Liam, em direção à cabana. 

— Isso é o que você pensa. 

— Violet, caralho, cala a boca. —Liam é rude com ela, mas eu não consigo me importar. Violet gargalha e sussurra:

— É brincadeira, Addy, você sabe, né? 

Eu ignoro e continuo caminhando, levando minha mala comigo. Sei que está frio mas não consigo sentir a temperatura, como se eu estivesse anestesiada. Liam leva a mão até a maçaneta da porta da cabana e força, mas ela não abre. Então ele alcança a aldraba, já que não tem campainha, e bate com força. Quando a porta é aberta, é Alexa quem está sorrindo para nós. 

— Vocês chegaram! —ela exclama, com a felicidade estampada no seu rosto. — Entrem logo! Você ganhou a luta, Liam?

— Aham. —ele diz, sendo o primeiro a entrar, e passando direto pela garota dos cabelos descoloridos, que estica o braço na minha direção e me abraça antes que eu consiga arrastar minha mala para dentro da cabana.

— Que saudade de você! 

— Também fiquei com saudades. —digo.

— Pode entrar.

A cabana oferece muito mais calor do que a rua, isso é fato, e me obriga a afrouxar o cachecol que contorna meu pescoço. Largo a mala perto da porta e assim que olho para a esquerda já enxergo todo mundo. 

Ouço Violet anunciando que precisa urgentemente usar o banheiro e Alexa indica em qual porta ela deve entrar. Eu observo a cabana rapidamente. A cozinha e a sala são divididas por uma bancada que serve de mesa, já que dois bancos altos estão postos do lado de cá. A televisão da sala está ligada e no sofá estão Tobias e Sebastian, enquanto, na cozinha, estão Zayn e Louis, cada um com uma cerveja na mão, e Liam, que acaba de abrir a sua long neck.

Zayn está diferente. Sua barba está maior e ele cortou o cabelo, não há mais nenhum fio de cabelo descolorido, apenas as mechas do seu tom natural, e eu gosto disso —tanto do cabelo escuro quanto da barba cheia e volumosa.

Os homens atirados no sofá me cumprimentam quase sem tirar os olhos da televisão, já que estão assistindo alguma coisa. Tobias é mais simpático que Sebastian, como sempre, mas eu já estou acostumada com isso. Contorno a mesinha no centro da sala e caminho até a cozinha, cada vez mais ansiosa. Zayn está com o quadril apoiado na pia, bem de frente para a entrada da cozinha enquanto Louis está ao seu lado e Liam, apoiado na bancada, está de costas para mim. 

— Oi. —digo, os cumprimentando. 

— E aí, Adele! —diz Louis, me entregando uma cerveja. 

Zayn deixa a sua garrafa de cerveja no balcão e se afasta um pouco da pia e antes que eu possa chegar até ele, Zayn pega a long neck que eu acabei de ganhar de Louis e coloca ao lado da sua, segurando a minha mão e quase me arrastando para fora da cozinha. Eu dou risada quando giro sobre os calcanhares para acompanhá-lo.

— Aonde vocês vão? —Alexa pergunta, curiosa, agora ocupando o espaço entre Sebastian e Tobias no sofá.

— Embora. —Zayn responde, quase dando risada.

— Embora? Mas eu acabei de chegar. —protesto, segurando seu braço com a outra mão, mas Zayn destranca a porta principal e sai, me levando com ele. 

Alexa aparece na porta aberta assim que nós nos afastamos da casa. 

— Vocês esqueceram a mala da Addy! —Alexa fala alto, parada à porta aberta.

— Amanhã a gente pega, a Adelaide não vai precisar de roupa nenhuma pelas próximas horas. 

— Zayn! —eu empurro seu ombro e ele dá risada. Eu tento não rir mas não consigo, então só deixo que ele, sem largar minha mão, passe o seu braço por cima dos meus ombros, descansando-o sobre um deles.

— Como foi a luta? 

— Meu irmão ganhou. —conto.

Nós dois entramos na cabana vizinha logo depois que Zayn abre a porta. Meu coração parece tentar sair pela minha boca, tamanha ansiedade.

— Como foi a viagem? —ele pergunta, tirando o casaco e o jogando no sofá.

— Você quer saber da luta, da viagem… —digo, enquanto ele caminha na minha direção. — Tá enrolando pra dizer que estava morrendo de saudade de mim, é isso?

Zayn ri, passando um braço pela minha cintura, sem parar de caminhar e, por consequência, sem me dar outra opção diferente de dar passos desajeitados para trás, seguindo os seus. Me seguro nos seus braços para conseguir manter o equilíbrio e, de tão perto que nossos corpos estão, preciso levantar o queixo para olhá-lo nos olhos. 

— Eu não tava com tanta saudade assim. —Zayn diz, com aquele sorriso provocante no rosto. 

— Nem eu.

Ele ri assim que eu termino de falar, repetindo minhas palavras com uma voz fina. Seu hálito com cheiro de cerveja me faz querer sentir o gosto dos seus lábios e o canto dos seus olhos apertados pelo sorriso parece algo digno de ser fotografado com aquela câmera antiga que infelizmente não temos aqui. 

Zayn abre uma porta atrás de mim e é tão óbvio que estamos no quarto que eu sei disso antes mesmo de enxergar o guarda-roupa de madeira e o espelho na parede.  E a porta que foi aberta nas minhas costas é fechada atrás do corpo de Zayn, que apoia as costas nela e passa a língua pelos lábios enquanto leva a mão gelada até a minha nuca. Me arrepio, encolhendo os ombros e respirando fundo. 

— Eu senti sua falta. —ele confessa, finalmente. — Pensei em você todos os dias em que eu estava fora. 

— Que bom. 

— Só isso? 

— É. 

— Você não tem mais nada pra me falar?

Sei que ele não está falando de nada disso, mas imediatamente sou levada de volta para a mesa do quintal da minha casa, onde eu tive a conversa mais assustadora da minha vida com Russell. 

— Na verdade eu tenho. —digo, sabendo que esse definitivamente não é o melhor momento para falar sobre isso, mas ao mesmo tempo querendo tirar esse peso dos meus ombros e temendo que quanto mais eu guarde isso comigo, mais o tempo corra a favor de Russell. 

— Se tiver a ver com a saudade que você sentiu de mim então é melhor que você fale logo. —Zayn afunda o rosto no meu pescoço, apesar do cachecol e da gola do meu casaco. O tom grave da sua voz faz cócegas na minha pele e eu imediatamente decido me manter calada. A última coisa que eu quero é acabar com isso. 

— Que convencido. 

Zayn se afasta do meu pescoço e segura meu rosto com uma das mãos. Quero que ele me beije logo, não consigo mais esperar. Então, como se ele conseguisse adivinhar os meus pensamentos, Zayn cola sua boca na minha. De repente, tudo se acende. 

Nenhuma noite de dezembro na Dakota do Norte jamais havia sido tão quente. De repente, é verão. A língua de Zayn entra na minha boca e se mexe de um jeito que se comunica com o meio das minhas pernas. Puxo meu casaco, atirando a peça de roupa em qualquer lugar, e o cachecol escorrega até o chão. A mão de Zayn lentamente desce até o meu pescoço e ele aperta o local. Sinto suas mãos em todo lugar e o ar em lugar nenhum. Um gemido escapa dos meus lábios quando ele solta meu pescoço e eu abro os olhos quando Zayn afasta sua boca da minha, só para vê-lo quase sorrindo antes de tomar meus lábios com necessidade pela segunda vez. 

Desço o zíper da sua jaqueta e ouço a peça caindo no chão. Sinto falta da sua pele, quero ele com menos roupa. Puxo a barra da sua camiseta para cima e Zayn separa o beijo só para terminar de tirar a blusa. Os pelos da sua barba arranham meu rosto à medida que o beijo se torna mais intenso e eu tenho a impressão que meus joelhos não vão aguentar e eu vou acabar no chão quando Zayn coloca a mão no meio das minhas pernas. A calça jeans e a calcinha separam a sua mão da minha intimidade, mas ainda assim, sinto a roupa íntima ficando molhada. Com a outra mão Zayn abre o botão da minha calça e desliza o zíper, enfiando a outra mão por dentro da calça ao mesmo tempo em que agarra meu cabelo. 

O desespero me coloca na ponta dos pés e eu respiro fundo, sentindo os movimentos circulares realizados pelo polegar de Zayn, por cima do tecido da calcinha. Desço minha calça jeans que, por ser meio larguinha, chega sozinha ao chão, sem que eu precise fazer muito esforço. Meu corpo parece esquentar à medida que a quantidade de roupas diminui. 

— Tá com pressa? 

— Não muita. —respondo, jogando o quadril para frente quando Zayn afasta um pouco os dedos da minha intimidade, tentando não perder o contato. 

Zayn levanta uma das sobrancelhas, como quem não acredita do que acaba de ouvir, e puxa a calcinha de lado. Minhas mãos vão direto para o seu abdômen e Zayn escorrega um dedo para dentro de mim. Minha cabeça cai para frente, minha testa encontra seu ombro e eu quero tudo ao mesmo tempo. 

Quero estar aqui e estar na cama. Quero aproveitar essa sensação quase tortuosa mas também quero chegar ao clímax logo. Quero descobrir novas possibilidades, tendo a certeza de que nada com ele poderia ser ruim.

Deslizo minha mão até chegar na barra da sua calça e é a minha vez de abrir botão e zíper. O tecido da cueca cinza parece apertado e desenha a sua ereção. Passo a mão lentamente pelo volume na cueca, acariciando-o. Ouço Zayn gemer baixinho, de um jeito deliciosamente rouco, ao pé do meu ouvido. Sua mão direita aumenta a velocidade entre as minhas pernas e os dedos da mão esquerda se desvencilham do meu cabelo, passeando mais uma vez pelo meu pescoço, descendo até os meus seios e depois subindo novamente. Sinto seu polegar tocando meu lábio inferior, se aproveitando da minha boca entreaberta para esgueirar-se por entre os lábios e alcançar o topo dos meus dentes inferiores. Minha mandíbula desce mais um pouco, abrindo espaço para que o seu polegar toque minha língua, e eu fecho os lábios ao redor do seu dedo, sentindo minhas bochechas apertando quando eu sugo seu polegar. Zayn geme outra vez e eu sinto seu membro ficando ainda mais duro na minha mão. 

Afasto meu rosto do seu ombro e seguro o pulso de Zayn, tirando sua mão de dentro da minha calcinha. Ele toca minha bunda e eu sinto a umidade dos seus dedos. Dobro os joelhos e desço, apoiando-os no chão e sentando nos calcanhares. Zayn passa o polegar pelo meu lábio e queixo, olhando para baixo.

— Você tá falando sério?

— Eu não tô falando nada. —respondo, com tanta vontade dele que nem consigo ficar nervosa. — E nem vou. 

Umedeço os lábios quando puxo sua calça para baixo e desço a cueca. Zayn coloca meus cabelos para trás, me analisando com seus olhos escuros e intensos. 

Não faço ideia de como vou fazer isso, mas considerando que todo mundo faz, não deve ser muito difícil. 

Penso se devo lembrar Zayn de que nunca chupei ninguém antes dele, mas eu duvido que ele possa ter se esquecido disso em algum momento, então prefiro ficar quieta. Até porque têm coisas melhores para fazer com a boca. 

Seguro na base do seu membro e passo a língua por toda a extensão, tentando deixar tudo meio molhado para facilitar o meu trabalho. Imagino o quanto isso deve ser sensível quando Zayn resmunga alguma coisa assim que eu fecho os lábios ao redor da sua ereção e desço o rosto devagar, sem conseguir chegar até o final. Preciso me concentrar em respirar pelo nariz enquanto subo e desço devagar, chupando o que eu consigo alcançar e dando atenção para o resto com a minha mão. 

— Você vai me matar. —ele murmura, segurando meus cabelos. Não consigo parar de olhar para ele. Gosto de como os seus lábios estão levemente afastados um do outro e de como as veias do seu pescoço estão aparentes. 

Puta merda, é ele quem tá sendo chupado mas eu continuo sentindo minha intimidade pulsando.

Para uma iniciante, acho que tô indo bem. Pelo menos é isso que o corpo de Zayn denuncia, uma vez que sua cabeça pende para trás e ele geme arrastado, projetando o quadril um pouco para frente, devagar, sem que eu seja surpreendida pelo seu movimento. Tento aumentar a velocidade dos movimentos e Zayn puxa meus cabelos. 

— É melhor você parar. —Zayn diz. Eu tiro seu membro da boca só para passar a língua por ele outra vez, percebendo que não são só as veias do seu pescoço que estão cada vez mais destacadas. 

— Por quê? —anseio pela resposta.

— Porque mesmo que eu tenha pensado sobre gozar na sua boca muitas, muitas vezes mesmo, eu não quero ter que esperar me recuperar de uma gozada pra poder comer você. Eu quero fazer isso agora. 

A última palavra que Zayn diz parece uma ordem. Não demora nada para que seus dedos se enrolem nos fios de cabelo da minha nuca, me puxando para si. Me livro da blusa e do sutiã enquanto caminho para a cama e rapidamente Zayn se encaixa entre as minhas pernas, logo depois que eu me deito. A camisinha que estava em cima da mesa de cabeceira logo está nas mãos de Zayn, que leva o pacote até a boca para rasgá-lo com os dentes e eu me surpreendo que ele tenha paciência para lembrar de usar preservativo. 

Acontece ao mesmo tempo. Zayn entra em mim e o seu nome sai da minha boca como um gemido. Não preciso pedir para que ele aumente a velocidade, ele faz logo que começa os movimentos. Gosto como Zayn murmura algumas palavras desconectas perto do meu ouvido e parece indeciso sobre me beijar ou buscar ar enquanto intensifica os movimentos, saindo e entrando em mim. 

Com muito mais facilidade do que eu gostaria, sinto meu corpo cada vez mais próximo do orgasmo. Meu corpo parece amolecer quando a descarga de adrenalina me atinge e é a vez de Zayn gemer meu nome. Como se estivesse se segurando desde que eu estava de joelhos à sua frente, Zayn goza só alguns segundos depois de mim. 

— Eu não sei como eu fiquei um mês longe de você. —ele se levanta e eu puxo um travesseiro para perto de mim. — Mas fica sabendo que nós vamos ter que recuperar o tempo perdido.

— Que tal começar me levando pro banho junto com você? 

Zayn ri, caminhando até a porta.

— Muito tentador, mas acho que agora a gente precisa descansar.

 

— Nós temos algumas coisas pra conversar. —Zayn diz, assim que volta ao quarto, com a toalha enrolada no seu quadril.

— Do jeito que você falou parece que você vai terminar comigo. —tento descontrair. Zayn ri, vestindo a cueca que tirou de dentro da mala. Eu bocejo e puxo o cobertor mais para cima. Zayn cheira a sabonete e a sua pele ainda está quente quando ele finalmente vem pra cama, depois de apagar a luz. — Sobre o que nós temos que conversar?

— Sobre a minha viagem e sobre alguns problemas.

— Problemas entre a gente? 

— Meus problemas. —esclarece, deitado ao meu lado. — Mas eu quero ter essa conversa depois, tá? Amanhã temos uma festa pra ir e eu não quero que nada nos estresse nesse final de semana. 

— Você pode só me contar se agora você tá mais perto de resolver as coisas com Franco? —pergunto, receosa. — Quero dizer… Eu ainda acredito que pode existir um jeito de resolver isso tudo sem precisar matar ele.

— Adelaide, eu não quero envolver você nisso, ok? Mas acho que você merece saber pelo menos um pouco, então tudo o que eu tenho pra dizer é que eu tô bem perto de chegar aonde eu quero. Liam tem um papel muito importante nos próximos passos, mas eu acredito que logo toda essa merda vai acabar. 

— Eu preciso te contar uma coisa. 

Não consigo evitar. Sinto que preciso falar.

— Tudo bem. —ele diz, quando eu me mantenho em silêncio. — O que houve, gata? 

Zayn me puxa para bem perto, agarrando minha coxa e levando meu corpo para cima do seu. Com as pernas entrelaçadas, eu deito minha cabeça no seu peito. Sinto as pontas dos dedos de Zayn subindo e descendo pelas minhas costas e engulo em seco, encarando pela primeira vez a possibilidade de ele me deixar caso saiba que eu fui ameaçada por causa dele. 

— Vou me inscrever pra UCLA. 

Digo, sem nem pensar, apenas porque preciso dizer alguma coisa. 

— Isso é ótimo, porra. —Zayn aperta meu corpo contra o seu. — Não que eu ache que você não vai ser admitida, mas você vai se inscrever pra alguma outra universidade também ou vai apostar todas suas fichas na UCLA?

— Vou tentar outras, claro. Mas eu quero muito mesmo ir pra Califórnia.

— Disso eu já sei. —ele ri fraco. — E você vai conseguir ir pra onde quiser, não tenho dúvida nenhuma disso. 

— Se você estiver certo, em alguns meses eu vou estar em outro estado, a muitos quilômetros daqui. E de você também. 

— É. 

Espero ele dizer mais alguma coisa, mas Zayn não diz mais nada. Só continua escorregando os dedos pelas minhas costas, até bem perto da minha bunda. 

— Você não acha isso estranho? 

— O quê? 

— Nós temos data de validade. Estamos com os dias contados, mais do que nunca. Quero dizer, sempre foi assim, desde o início, mas agora, com essa história de universidade, esse fato inegável tá bem na minha cara. 

— Pelo que eu me lembro, no Halloween, você foi bem clara quando disse que a última coisa que quer é passar a vida toda com um cara que conheceu aos dezenove anos e muito menos se esse cara fosse eu. —Zayn ri, me fazendo lembrar daquela nossa discussão que acabou em paz (e sexo). — Se bem que isso foi há quase dois meses, então talvez você tenha mudado de ideia.

— Não é pra tanto. —resmungo. — Quero dizer, é claro que eu sei que isso não vai durar pra sempre, mas é estranho pensar que a gente já sabe quando vai terminar. 

— Nada garante que você não vai me mandar a merda e decidir que não quer mais nada comigo daqui a um mês. Não dá pra você assumir que nós vamos continuar juntos até você ir pra Califórnia.

Eu levanto a cabeça do seu peito e ajeito as pernas no colchão, sentando no seu colo. Zayn continua deitado e pousa suas mãos sobre as minhas coxas.

— Você tem planos de terminar comigo e tá tentando me preparar, é isso?

— Claro que não. —ele ri de novo, e eu adoro essa sua versão bem-humorada. — Eu tenho certeza que vai ser o contrário.

— Você acha que eu vou terminar com você? 

— Eu tenho certeza que vai. 

— E aí você vai fazer o quê? 

— Esperar você decidir que me quer de volta. —Zayn ergue os ombros. 

— E se eu estiver na Califórnia e você estiver, sei lá, na Flórida ou na Colômbia, vai saber?

— Eu vou até você.

Procuro algum indício de brincadeira, ironia ou sarcasmo, mas não encontro. Nem no seu tom de voz, nem no seu rosto.

— E se for você quem terminar tudo? —suponho. — Se eu não for pra Califórnia, se eu decidir que quero ficar. 

— Eu não ia deixar você fazer isso com a sua vida. Nem eu nem ninguém que gosta de você de verdade. Você não nasceu pra um lugar como Oaks Field e nem pra um cara como eu. 

— Eu acho que quando você olha pra mim você vê muito mais do que eu realmente sou, Zayn. 

— Você tá errada. —ele diz, simplesmente, e dá dois tapinhas na minha coxa. — Preciso tomar água.

Eu saio do seu colo e caio no lado vazio da cama. Zayn se levanta e caminha até a porta e, assim que ele acende a luz, de costas para mim, eu reparo em duas tatuagens novas nas suas costas, mas ele sai do quarto antes que eu possa dizer alguma coisa. Então eu toco nesse assunto assim que ele volta ao quarto. 

— Você fez tatuagens novas? 

— Ah, sim. —Zayn responde, casualmente. 

— Não apaga a luz, deixa eu ver. —peço, animada. 

Zayn se senta na cama e eu fico de joelhos no colchão. 

Samantha. —leio em voz alta. — Você fez uma tatuagem pra Alexa? Isso é muito fofo. 

— Ela pediu de presente de aniversário. 

Passo os dedos pela tatuagem, descendo até encontrar a próxima, que está mais perto do seu ombro esquerdo. 

Immediate and forever.Imediato e eterno. Igual na porra do poema. — Você tatuou uma parte daquele poema?

— Sim. —ele responde, de maneira mais casual ainda, como se não significasse nada.

— Você disse que nem tinha entendido. —puxo seu ombro e Zayn deita um pouco o corpo, encostando a cabeça no meu peito. 

— Mas depois eu entendi. O que foi, tá com inveja porque eu tatuei uma parte do poema que você gosta e você não? 

— Deixa de ser idiota. —reclamo, ainda intrigada com isso, e empurro seu corpo para frente. Zayn ri, se levantando e apagando a luz. — Só não consigo imaginar por que você tatuaria isso. 

— Deve ser porque eu quis. 

— Grosso. —faço outra reclamação, deitando de costas para ele. Zayn cola o seu corpo no meu e eu sinto sua respiração batendo na minha nuca, mesmo através do meu cabelo.

— Eu gostei do poema do cara, qual o problema nisso?

Me aninho ao corpo de Zayn.

— Você nem conhecia o Beidaski até eu mostrar ele pra você. 

Zayn ri.

— É Bukowski, Adelaide. —ele me corrige.

— Tanto faz. 

 

Zayn está fumando um cigarro, parado perto da janela da sala. Na televisão está passando um seriado qualquer dos anos 90 e o meu pai não para de falar, do outro lado da linha do celular.

Eu só queria checar se tá tudo bem. —ele diz. Ouço a voz de Mary ao fundo, perguntando sobre uma toalha em cima da cama. — Eu e Mary vamos esquiar amanhã de manhã.

— Legal. Tenta não quebrar nenhum dos braços, você trabalha com isso. 

Haha, muito engraçadinha. —meu pai reclama e eu dou risada. — Você falou com Andy? 

— Não. Ele deve estar enchendo a cara com os outros lutadores de Grand Forks.

É, talvez. Depois da luta, quando eu fui me despedir dele, eu chamei o seu irmão de Andy do lado dos amigos dele e ele detestou. Os outros lutadores chamam ele de Drew. 

— Drew? Isso é estranho. Andy combina mais com ele.

Andy combina com o seu irmão mais velho, não com o cara que quebra narizes alheios em ringues de boxe. —ele observa e eu tenho que concordar. — Certo, vou desligar. O que você vai fazer hoje à noite? 

— Hm, Cassandra vai vir pra cá. Nós vamos assistir alguma coisa, acho.

Zayn aperta o cigarro acabado no cinzeiro na mesinha de centro enquanto olha pra mim com curiosidade. 

Tá bom. Se cuida, tá? Segunda de manhã nós já voltamos.

— Eu tô sã e salva, longe de qualquer perigo de neve e esqui, quem precisa se cuidar é você, pai. 

Já chega de brincadeirinhas sobre isso. —ele finge estar ofendido. — Boa noite, filha. Não esquece de trancar a porta antes de dormir.

— Boa noite, pai. Beijo!

— O seu pai vai esquiar? —Zayn pergunta assim que eu desligo o celular. Eu balanço a cabeça, confirmando, enquanto desligo a televisão e me levanto do sofá. — Parece divertido.

— Deve ter sido ideia da Mary, meu pai sempre fez o tipo que fica jogado no sofá assistindo a algum esporte, bebendo cerveja e ouvindo a mulher reclamar de tédio. —isso quando a mulher era minha mãe, mas acho as coisas são diferentes, pelo que parece. — Vamos logo, tô com fome. 

Essa é a noite em que eu e Zayn vamos jantar no restaurante da pousada e depois pegamos estrada em direção à fronteira com o Canadá, para uma festa numa casa de campo de um cara com quem ele faz negócios —e isso é totalmente o contrário daquilo que Zayn sempre repetiu sobre não me meter nas questões do “trabalho” dele, mas, por algum motivo, Zayn acha que eu vou achar divertido, ou pelo menos isso é o que ele diz, já que na minha opinião ele só tá fazendo isso porque acha que eu vou me sentir menos deslocada com eles se estiver minimamente no meio de tudo isso, o que não faz sentido, mas não quero argumentar contra. 

— Você vai voltar na cabana depois do jantar? Tipo, pra trocar de roupa antes da festa. 

— Não. Eu deveria? 

— Acho que sim.

— O que tem de errado com a minha roupa? —pergunto, analisando minha calça clara, botas de cano longo favoritas e o sobretudo preto. 

— Nada, mas é uma festa. Achei que você fosse querer usar um vestido, sei lá. 

— Um vestido? Vai nevar essa noite, Zayn.

— Você não vai ficar na rua, Adelaide. É uma festa dentro de casa.

— Você quer que eu coloque um vestido pra encontrar os traficantes com quem você vai negociar? 

Zayn fecha a cara. É muito sutil, mas seu semblante muda. Seus ombros parecem enrijecer e ele coça a barba, me dando as costas e caminhando até a porta da cabana. O vento frio invade a casinha de madeira e eu me encolho embaixo do casaco, caminhando para fora assim que ele abre espaço para que eu faça isso. 

Não sei porque ele não gosta quando eu digo a verdade. 

— Não quis ofender você, mas é a verdade. —digo, porque já não aguento mais essa expressão de insatisfação no seu rosto. Zayn tranca a porta da cabana e enfia a chave no bolso interno da sua jaqueta de couro pesada. 

Ele está usando um gorro preto e coturnos da mesma cor. O rosto do Notorious B.I.G aparece embaixo da jaqueta, estampando a camiseta que eu escolhi para Zayn usar hoje —a mesma que ele estava usando na primeira vez que eu o vi na vida. 

— Relaxa. —ele responde, acendendo um cigarro. O isqueiro desliza de volta para o bolso de onde ele saiu e eu nem tenho tempo para pensar se falei besteira, já que Zayn passa o braço por cima dos meus ombros, assim como fez na noite anterior. 

O alívio que eu sinto ao chegar no restaurante é proporcional ao frio que eu senti durante o caminho até aqui. Eu entro no restaurante logo depois de Zayn e não era necessário fazer reservas, então uma mulher alta nos conduz até uma mesa vazia e nos entrega dois cardápios. 

— O segundo prato parece interessante, —comento, enquanto termino de ler. — esquece, tem camarão. Eu tenho alergia. 

— Não precisa olhar o cardápio. —Zayn tira o menu da minha mão. — A gente vai comer fondue. 

Eu imediatamente sou levada de volta para Larimore e para o nosso primeiro encontro. O calor daquela noite que acabou em cervejas, vídeos e fotos na galeria do meu celular, a tábua de queijos suíços e o vinho branco, além de toda a atmosfera totalmente oposta à atual. Quando Zayn ainda era um desconhecido, quando o único interesse que tínhamos um no outro era físico. 

— Isso é tipo uma reprodução do nosso primeiro encontro? 

— Pode ser. —ele sorri. — Acho que isso pede um vinho branco, né?

Não consigo evitar de pensar nisso como um ciclo se fechando, terminando ao chegar no lugar onde começou. O tom grave da voz de Russell falando sobre todas aquelas coisas que eu não queria pensar sobre, como se tudo isso fosse, além de bom demais para ser verdade, nada natural —como se alguém ou alguma coisa estivesse fazendo de propósito: me dando muitas coisas, só para poder tirar todas elas de uma vez só. 

 

Tive vinte minutos depois do jantar para trocar de roupa e dar uma pesada na maquiagem. Eu tinha certeza que minha roupa anterior era mais do que o suficiente para essa tal festa, mas quando encontrei Violet e Alexa usando roupas curtas, entendi que eu precisava de mais do que as minhas botas favoritas. Foi assim que eu acabei dentro de um espartilho preto com amarração nas duas laterais. 

A primeira opção foi uma minissaia jeans que, no instante em que Violet tirou da sua mala, me deixou apaixonada, mas depois de experimentar e perceber que eu definitivamente não tenho bunda o suficiente para usar uma saia de Violet sem que fique ridículo, eu optei pelo espartilho de decote reto, que também pertence à ruiva. A mudança de decisão foi positiva, já que o espartilho valorizou meus seios de um jeito que eu nunca tinha visto antes e combinou muito bem com a calça jeans larguinha com um toque especial: a cintura baixa. 

E é por causa de tudo isso que, durante todo o percurso da pousada até essa propriedade que fica quase na fronteira com o Canadá, eu estava encolhida no banco de couro do carro de Zayn. 

— Você não tá congelando? 

O questionamento vem de Zayn, que acaba de estacionar o carro no pátio da mansão no meio do nada em que acabamos de chegar. O som que vem lá de dentro é tão alto que eu tenho a sensação de que os vidros das janelas estão tremendo —assim como eu.

— Claro que tô. —respondo.

— Sentir frio é consequência de estar maravilhosa. —Violet protesta, no banco de trás do Landau, mas pra ela é fácil falar, já que por cima do vestido curto porém de mangas longas, ela está usando um casaco cinza com pelinhos na gola e nas mangas. 

A ruiva estica o braço para ligar a luz do teto do carro e usa a câmera do seu celular como espelho para retocar o batom e depois aproveita para se certificar de que as suas botas de plataforma e cano longo agarradas às pernas estão bem esticadas em cima da meia calça preta fina. O único toque de cor é de responsabilidade do batom vermelho gritante.

— Tem alguma coisa que eu preciso saber antes de entrar nessa casa gigantesca? —pergunto, enquanto vejo Liam e o resto das caras descerem dos outros carros.

— Eu diria pra você não abrir muito a boca sobre a própria vida, mas você não faz o tipo que desabafa com desconhecidos, então acho que não há porque se preocupar. —Alexa diz, com o queixo apoiado no banco da frente, no qual eu estou sentada. 

O glitter rosa brilha nas suas pálpebras e as argolas enormes penduradas nas suas orelhas se destacam no seu cabelo curto e descolorido. 

Zayn, em silêncio, desce do carro. Ele não trocou de roupa, mas tirou o gorro da cabeça e encheu o bolso da jaqueta de couro oversized com uma carteira de cigarros cheia. Violet e Alexa chispam do banco de trás com pressa e eu baixo o quebra-sol para dar uma conferida na maquiagem. O tempo que eu levo para chegar à conclusão de que se o meu delineado marrom esfumado e o contorno labial nude escuro não estivessem em ordem com certeza seria tarde demais para eu consertar é o mesmo tempo que Zayn leva para contornar o carro e abrir a porta do meu lado do carro. 

— Vamos? 

Eu apago a luz do carro e fecho o quebra-sol. Confiro se o meu celular está no bolso da frente da calça e saio do carro, sentindo o clima estupidamente frio contra meus braços nus e, para piorar, a parte superior das costas também, já que Alexa insistiu que se eu fizesse um rabo de cavalo valorizaria muito mais o meu look.

— Vai na frente. —Alexa diz, assim que Zayn fecha a porta do carro. — Eu e a Violet queremos dar uma palavrinha com a Addy.

Zayn olha para mim com as sobrancelhas arqueadas em desconfiança. 

— Tá tudo bem, vai lá. —asseguro. 

E mesmo parecendo contrariado, Zayn caminha até Tobias, Sebastian, Louis e Liam e, posteriormente, todos entram juntos na mansão, sem precisar falar com os dois seguranças enormes que estão parados à porta. 

Minha atenção se volta para as duas mulheres e eu não consigo deixar de reparar na roupa de Alexa, já que a minha visão ainda não se acostumou com tanta informação. A minissaia rosa de couro reluzente parece um artigo de sex shop e a cropped com aquele animal print de zebra se destaca embaixo da jaqueta puffer branca e, pra completar, suas botas chegam até perto dos seus joelhos. 

— Addy, é o seguinte. —ela diz, depois de acender um cigarro. Vi Alexa fumando poucas vezes, então ainda é meio estranho. — Os caras que você vai ver dentro dessa casa são traficantes canadenses. 

— A gente não sabe se eles são canadenses. —Violet murmura.

— Não importa. —Alexa a corta e eu quase dou risada. — Tá, a questão é que eles querem levar a cocaína que o Zayn traz da Colômbia pro nosso país vizinho, e é por isso que nós estamos aqui, pra fazer negócios. Quem realmente lida com essas coisas são Zayn e Liam, mas é importante que todos estejamos aqui porque cada um tem um papel importante. Louis é muito simpático, Tobias é muito amedrontador e Sebastian tá sempre pronto pra tirar a arma da cintura, tanto quanto Liam, mas sem toda aquela inteligência. 

— E vocês duas?  

— Eu sou quase uma extensão do Zayn, então, basicamente, pra onde ele vai eu vou. — a loira dá de ombros e eu olho para Violet, esperando uma resposta. 

— Ué, —ela começa. — criminosos que não andam com uma mulher gostosa não são criminosos de verdade. 

Eu não sei dizer se ela tá falando sério ou não e, sinceramente, prefiro acreditar que não existe a necessidade de uma mulher servindo apenas dessa forma, mas não sei o que esperar.

— E vocês me fizeram passar frio aqui na rua só pra dizer isso? — pergunto, lembrando que Violet disse que se eu vestisse meu sobretudo por cima dessa roupa eu pareceria “umas três vezes mais lésbica do que a Alexa”, e que isso é “totalmente inaceitável, sem brincadeira”.

— Eu só quero que você entenda que, nessa história, nós somos os bonzinhos, tá? Os caras que estão lá… Quero dizer, nós não conhecemos eles muito bem. E com certeza terão outras pessoas, afinal, é uma festa. E isso significa principalmente que ninguém lá é confiável. Você não vai querer ir ao banheiro sozinha, tô falando sério. Outra coisa bem importante de ser mencionada é que sempre vai existir a possibilidade de algum cara nojento ser muito invasivo com você. Eu não quero assustar você, Addy, mas isso é bem sério, tá?

— O que a Alexa quer dizer, —Violet começa. — é que você é tipo o Bambi caminhando em direção aos caçadores. 

— Se é tudo tão ruim assim, então por que caralhos o Zayn me trouxe aqui? 

— Talvez ele esteja testando você. —a apreensão na voz de Alexa é inegável, como se ela estivesse dizendo algo proibido. — Talvez ele queira descobrir se você se encaixa. Mas isso é puro achismo meu… Enfim, podem ir na frente, vou terminar o cigarro. 

Violet entrelaça seu braço no meu e o tecido quentinho do seu casaco na minha pele é quase um alívio. 

— Se você quer saber, —diz, falando baixinho, à medida que nos aproximamos da porta. — eu acho que é o contrário. 

— Como assim? 

— Não acho que Zayn esteja testando você. Acho que, na verdade, isso é quase um auto teste. Como se ele quisesse saber até onde ele é capaz de ir, mesmo com esse seus olhos azuis curiosos em cima dele. —Violet respira fundo. — Acho que, depois de tudo, estar apaixonado, para o Zayn, significa saber onde parar pela pessoa que ele ama. 

— Amor é uma palavra muito forte.

— Se você acha, por mim tudo bem. Com certeza não faz parte dos meus planos tentar te convencer que o Zayn ama você. 

— Violet, —digo, parando a poucos metros de distância dos seguranças. — você acha que essa noite pode, sei lá, definir o meu futuro com o Zayn? 

— Em outros tempos eu diria que a minha única preocupação é que essa noite defina os nossos negócios e que eu saia daqui com a certeza de que eu vou ganhar tanto dinheiro que eu vou poder usar notas de cem dólares para limpar a bunda por uns três meses, —eu quase reviro os olhos. — mas como eu gosto de você, então tudo o que eu vou dizer é que, se você tiver sorte, não. 

— Mas se…

— Se ele largar você, —ela me interrompe. — vai ser azar o seu e, talvez, sorte a minha. Porque eu não sei como Zayn lidaria com um segundo coração partido, mas eu sei que eu posso ajudar.

Eu espero que Violet dê risada, mas ela não dá. A ruiva suspira pesado. Seus dedos tatuados se mexendo suavemente sobre os pelos arrepiados do meu antebraço. Ela volta a caminhar e um dos seguranças abre a porta para nós, sem perguntar quem somos ou qualquer outra coisa. 

Quando eu entro na mansão mal iluminada, a primeira coisa que eu faço é tentar encontrar Zayn ou qualquer um dos caras, mas meu olhar para no homem alto e gordo que está vindo na nossa direção.

— Quem é aquele? 

— Lupe. —ela responde rapidamente, antes que ele chegue até nós. — Ele trabalha pra polícia, é um dos nossos, mas ele é obcecado por mim, então a gente pode vazar antes que ele chegue até nós, por favor?

Meu queixo quase cai, o susto causado pela informação de que ele é policial é substituído pela surpresa de saber que ele é, nas palavras de Violet, um dos nossos.

— Meninas! —ouço a voz de Alexa atrás de mim e ela segura a minha mão. — Vamos achar o Zayn.

Violet caminha junto com a gente, enquanto nos enfiamos entre toda aquela gente. Tem muito mais mulher do que homem aqui e a grande maioria delas veste pouco mais do que sutiã e saia curta. A voz de Kanye West em Can’t Tell Me Nothing é o que faz as janelas tremerem e eu tenho a sensação de que têm caixas de som espalhadas por toda a casa.

— Se aquele cara é da polícia, por que ele…

— Com quem você acha que Zayn conseguia as armas que vendia antes de você aparentemente fazer ele virar um comunista que odeia armas? 

— Violet, para de falar assim! —Alexa repreende. — Mas é isso, ele é um dos caras que conseguia as armas para o Zayn, só isso.

Só isso, como se comprar armas da polícia para revender fosse a coisa mais normal do mundo. 

Finalmente avisto Zayn perto de uma lareira gigantesca que parece ser feita de mármore. Seu braço está recostado sobre o apoio da lareira, ao lado de um copo de whisky. Espero que ele não beba muito, porque vai ter que dirigir de volta até a pousada. Zayn vira o rosto na nossa direção e faz um movimento com a cabeça para que a gente vá até lá e é isso o que nós fazemos. 

Eu sinto como se estivesse bêbada. A música é exageradamente alta e uma sensação completamente nova de claustrofobia se instala no meu peito, mas eu me esforço para fazer parecer que tudo está sob controle. O homem que estava conversando com Zayn tem dentes brilhantes —literalmente, porque tem joias neles.

— Então essa é…

— A minha garota. —Zayn diz, passando o braço por cima dos meus ombros. Só percebo que perdi Alexa e Violet de vista quando noto que o cara das joias nos dentes não comenta nada sobre elas. 

— Escolheu bem, ela é muito linda. 

Não gosto nada disso de ele falar com Zayn sobre mim como se eu fosse um ser inanimado, mas é claro que eu não respondo coisa alguma. O homem se apresenta, dizendo que eu posso chamá-lo de um apelido qualquer que eu não memorizo e nem faço questão.

— Tem gente pra caralho aqui, —o moreno ao meu lado observa. — não sabia que ia ser uma festa aberta.

— Não é. Você não viu meus seguranças lá na frente? 

— Eu não sou de falar sobre a minha vida pessoal, mas eu tô numa situação em que eu não quero ficar… Expondo as pessoas ao meu redor. Você disse que ia ser uma festa privada e eu não conheço metade desses filhos da puta que estão aqui. 

— Você não tem com que se preocupar, Malik. Trouxe seus cães de guarda, já é mais do que o suficiente. —ele ri. — Ou você se esqueceu que da última vez que tentamos fazer negócios o desgraçado do Payne quebrou a mandíbula do meu melhor homem? Eu não esqueci.

Respiro fundo. 

— Acho que vou tomar um ar. —aviso para Zayn. 

— Vou esperar você para começarmos a reunião. —o cara diz. — A propósito, Tomlinson ainda sabe jogar poker? Vou querer jogar uma partida antes da noite acabar.

— Como ninguém. —é a resposta que ele recebe. — Em dez minutos eu tô lá. 

Zayn tira o braço de cima de mim e segura a minha mão. Queria conseguir ficar feliz com o gesto, mas só consigo pensar que caminhar entre todos esses homens em direção à cozinha da mansão é horrível. Quase todos os pares de olhos masculinos me avaliam por inteira antes de perceber que eu tô de mãos dadas com Zayn. 

Quando chegamos à cozinha, Zayn abre uma porta dupla que dá para os fundos e eu rapidamente piso na grama. A neve já começa a cair. 

— Tá tudo bem?

— Sim. —tento ser o mais convencível possível. Meu corpo inteiro arrepia de frio e eu relaxo as costas na parede atrás de mim, mas isso parece piorar 

Zayn se coloca na minha frente e eu o puxo para mais perto, segurando sua camiseta. Seus braços envolvem o meu corpo e meu celular vibra no bolso da calça. Desbloqueio a tela só para checar o que é e é uma mensagem de Alexa perguntando onde eu me enfiei. O celular volta para o bolso da calça antes que eu possa pensar em responder, já que tudo o que eu quero agora é o corpo quente de Zayn perto do meu.

— O que vocês vão fazer? Jogar poker de verdade? Ou isso é um código, sei lá.

— Não, —ele ri, me apertando contra si. — é no sentido literal.

— E eu posso ficar com você lá dentro?

— Pode, mas eu acho melhor você ficar com Alexa e Violet. 

— Você acha que eu não vou suportar assistir você negociando preço de cocaína, Zayn?

Ele resmunga alguma coisa que eu não entendo, ainda por causa da música, mas a frase seguinte eu entendo perfeitamente.

— Eu que não vou aguentar pensar sobre nada disso se você estiver lá.

— Por que você me trouxe, então? 

Percebo que soei mais rude do que gostaria quando Zayn joga a cabeça para trás.

— Eu não quero brigar.

— Nem eu, é só uma pergunta. 

— Eu não sei, talvez eu não tenha pensado direito. Eu queria que nós tivéssemos um momento mais particular, só nosso…

— Nosso e de um monte de caras numa mansão no meio do nada, quase dentro do Canadá?

Zayn olha direto nos meus olhos, sem vacilar. 

— Você detesta tudo isso. —ele diz. — Incluindo eu. Essa versão de mim, eu quero dizer. —eu abro a boca pra argumentar, mas ele continua falando. — Sabe, a Violet disse uma vez que você não gosta de mim por inteiro, que não importa o quanto eu tente, sempre vai ter uma parte que você não vai suportar. E isso é tudo o que eu tenho pra oferecer hoje, tudo aquilo que você odeia. Eu não sei se eu consigo ser diferente.

— Eu não tô pedindo pra você ser diferente, —digo, me concentrando nisso e fazendo de tudo pra ignorar a raiva de Violet que cresce dentro de mim. — Zayn, eu tô do seu lado.

— Você não…

— O Russell falou um monte de merdas pra mim. —desembucho, e acho que talvez esse não seja o melhor momento. — Acho que o DEA pode estar atrás de você.

— Tá todo mundo atrás de mim o tempo todo. Eu já falei isso muitas vezes, se eu cheguei até aqui, você acha que vai ser agora que eu vou foder tudo?

— Eu não disse isso, mas ele foi muito direto, Zayn. Foi quase assustador. Eu acho que eles podem estar muito perto de você.

Zayn pressiona os lábios e eu sinto vontade de chorar. Fecho os olhos com força, querendo reprimir esse sentimento.

— Adele, você não tem que se preocupar com a polícia. Eu vou tentar ser o mais claro possível agora, tudo bem? Nós só temos um inimigo agora. Nada de Russell ou da polícia, só o filho da puta do Franco Castillo. Ninguém mais tá no nosso caminho, eu posso garantir isso pra você. 

— O filho do Russell trabalha no DEA e…

— Não importa. —ele diz, com o tom de voz muito sério. Eu abro os olhos. — Eu tô falando muito sério, nenhum merdinha de farda vai encostar em mim e muito menos em você. 

Não abro a boca pra fazer qualquer reclamação sobre a generalização no “merdinha de farda”, então a única coisa que eu faço é respirar fundo e me esforçar para acreditar.

Isso tudo parece simplesmente demais pra mim. É muito fora da realidade pensar em tantas pessoas querendo o seu mal —ou, não queria pensar assim mas é verdade, querendo justiça—e conseguir tão facilmente distinguir quem apresenta ameaça e quem não. 

— Eu tenho que resolver umas coisas agora, tá? —Zayn fala baixinho dessa vez. — O cara com quem eu estava conversando é um dos grandes do nosso país vizinho. Eu juro, aquele cara é a coisa mais perto do Pablo Escobar que eu já vi na vida. Eu preciso mesmo estreitar uns laços com ele, isso é muito importante. E, se você quer saber, ele e o Franco também têm muitos problemas. Eu não quero meter mais gente nisso, mas ele é um aliado. 

— Tá. —é tudo o que eu consigo dizer. 

Zayn balança a cabeça e segura o meu rosto com as duas mãos. As pontas dos seus dedos estão geladas mas ainda assim o seu toque parece a coisa mais agradável que eu poderia sentir agora. Volto a fechar os olhos quando Zayn se aproxima para me beijar.

— Vamos entrar? 

— Acho que vou ficar aqui mais um pouco. —respondo, depois do beijo. — Preciso respirar um pouco, isso tudo é… Demais.

— Você vai ficar bem sozinha?

— Claro. Eu sei me cuidar. —forço um sorriso e Zayn dá um passo para trás, me puxando com ele. — Pode ir lá fazer… Seja lá o que você tem pra fazer. Daqui a pouco já volto lá pra dentro.

— Certo. Qualquer coisa me manda uma mensagem, ok? Não vou tirar os olhos da tela do celular.

— Uhum. —concordo, e Zayn me beija mais uma vez antes de entrar para a mansão mais uma vez. 

Respiro bem fundo, enchendo meus pulmões de ar, e solto devagar pela boca. As memórias da minha conversa com Zayn logo depois de transarmos e da sua voz dizendo que com certeza em algum momento eu vou terminar com ele me atingem em cheio. De repente, aquilo não parece mais tão absurdo. 

Imagino o que Cassandra vai ter que fazer para conseguir terminar com Mike antes de ir para a universidade. Penso que ela vai ter que se concentrar nos piores momentos deles, até que se esqueça dos bons e pareça fácil terminar tudo, mas rapidamente me lembro de que, para Cassie, terminar um relacionamento é o menor dos ossos do ofício de ir atrás do seu sonho. Só não consigo entender por que pra mim também não é. 

— E aí. 

Eu me assusto quando ouço a voz desconhecida atrás de mim. Abraço meu próprio corpo, tentando me proteger do frio, enquanto giro a cabeça para ver quem acaba de passar pela porta aberta.

— Oi. —respondo ao estranho. 

Ele está usando um casaco azul que parece ser a melhor coisa do mundo agora. Seu cabelo é castanho claro e uma tatuagem na sua têmpora o faz parecer um criminoso de filme.

— Você tá com frio? —ele pergunta, tirando seu casaco e caminhando até mim.

— Não. —minto, mas não adianta. Logo seu casaco está pendurado nos meus ombros. — Hm, valeu. —digo, meio sem jeito.

— Você tá com alguém?

— Sim. —respondo de prontidão. 

— Addy! —Violet surge, caminhando a passos largos e saltitantes, passando pelo cara da tatuagem no rosto e parando ao meu lado. Sinto vontade de perguntá-la sobre o que ela tem falado para o Zayn, mas esse definitivamente não é o momento para isso. — Quem é o bonitão?

Sinto meu rosto esquentando com a sua falta de timidez e o cara sorri. Seus dentes meio desalinhados parecem até meio charmosos embaixo do bigode e Violet sorri de volta, esperando que ele responda, mas ele não o faz.

— Vocês…? 

— Não! —ela exclama, como se soubesse o que ele estava prestes a perguntar. — Essa belezinha aqui do meu lado veio com o Malik. Eu sou Violet, —a ruiva estende a mão na direção dele. — muito prazer.

O cara segura sua mão e chacoalha, cumprimentando-a.

— Malik? —ele diz, com as sobrancelhas erguidas. — Um dos maiores que temos por aqui.

— Vocês dizem isso sobre todos, são muito modestos. —murmuro e Violet ri, mesmo que não tenha sido engraçado. 

— Mas é verdade. O seu namorado é… Muito bom no que faz, Alice.

— Na verdade, meu nome é…

— Adalyn! —Violet atropela minhas palavras, dizendo um nome que não é meu, mas sim da mulher para quem ela deve dinheiro. — Adalyn Imminck.

— É? —ele pergunta, e nós continuamos sem saber o seu nome. — Alice combina mais.

— Ela tá mais pra Rainha de Copas, às vezes. —eu empurro o ombro de Violet e ela ri. — É brincadeira, é brincadeira! Ei, —Violet volta a atenção para o homem. — você pode me mostrar onde é o banheiro? 

Ele sorri mais uma vez e ela também. Acho que isso significa mais do que parece. O homem murmura um “sem problema algum” e Violet beija minha bochecha antes de segurar na mão do estranho e voltar para dentro. Faço o mesmo que eles logo em seguida e saio a procura de Alexa.

Encontro a loira sentada ao redor de uma mesa de poker, ao lado de Louis. À sua frente está um homem magro, de cabelos grisalhos e um cigarro entre os lábios. Toby está perto, bebendo uma água.

— Violet acabou de mentir sobre o meu nome para um desconhecido. —sussurro no ouvido da garota.

— Melhor assim. —ela responde, concentrada nas cartas. — Cadê ela?

— Foi pro banheiro com o cara.

— Ah, ok. Da última vez ela foi pra um quarto com irmãos gêmeos. —Alexa diz, casualmente, bem diferente do tom de voz que ela usa na frase seguinte, que é cuspida à mesa enquanto ela aponta o dedo para o grisalho à sua frente. — Escuta aqui, seu velho broxa nojento! É melhor você parar de tentar enfiar o seu pé no meio das minhas pernas por baixo da mesa ou eu vou enfiar o seu sapato tão fundo na sua bunda que você nunca mais vai conseguir tirar!

Louis dá risada e o homem fica com uma expressão de apavoro no rosto. 

Isso tá muito caótico, quero encontrar Zayn.

— Tobias, você pode me levar até o Zayn? 

— Claro, eu já estava indo pra lá. 

Sigo Toby por entre toda aquela gente, tentando passar o mais longe possível dos caras que estão se esfregando nas garotas semi-nuas. Tobias abre uma porta no final de um corredor largo e lá está Zayn e outros homens e mulheres.

Há uma mesa redonda no centro na sala e o cara que estava conversando com Zayn perto da lareira está sentado bem de frente para a porta, com uma garota que deve ser poucos anos mais velha do que eu fazendo massagem nos seus ombros. O homem ao seu lado tem, sobre seu colo, os pés de uma garota que está sentada na cadeira mais próxima. No sofá logo atrás estão dois homens enormes, e Sebastian e Liam estão um de cada lado de Zayn, em pé, ligeiramente atrás do moreno. Tobias se senta em um outro sofá vazio e Zayn me chama com a mão. 

— De onde saiu esse casaco? —é a primeira coisa que ele pergunta, e eu nem mesmo me lembrava da peça de roupa.

— Peguei com um cara com quem Violet tá junto. —falo, acreditando que isso é melhor do que dizer que um cara aleatório colocou seu casaco sobre os meus ombros.

— Hm. —ele resmunga e parece incomodado, mas sem querer parecer. Eu tiro o casaco e o levo até o sofá, deixando-o ao lado de Tobias, enquanto tento ignorar os olhares dos homens. — Veste isso. —Zayn diz, me entregando a sua jaqueta de couro. 

— Precisa mesmo? A garota tem costas muito bonitas. — o cara, aquele que, pelo que Zayn disse, é quase um Pablo Escobar, diz. 

Zayn respira fundo e meu me sento na cadeira ao seu lado.. 

— Ela não é uma das garotas sobre quem você, ou qualquer um, fala desse jeito. —Zayn diz, bastante ríspido. O cara sorri. — Eu tô falando sério pra caralho, porra, é melhor você ter o mínimo de respeito por ela. 

— Não acho que você queira falar comigo desse jeito, Malik. —ele rosna. 

— Eu acho que você que não quer falar comigo desse jeito. —Zayn diz e eu percebo, se relance, a movimentação de Liam e Sebastian. 

Quando eu olho na direção dos dois, ambos estão com armas nas mãos. Puta que pariu. Zayn tira da parte de trás da calça uma outra arma e coloca sobre a mesa, segurando minha mão em cima da sua perna.

Zayn ergue os ombros perante o silêncio que recebe em resposta. 

— Que bom que você entende as coisas rápido. —ele ironiza. — Agora podemos voltar aos negócios? 

 

Ao final da festa, eu e Zayn estamos dentro do Landau, esperando Violet e Alexa. O aquecedor do carro ligado é o nosso melhor amigo. 

— Você disse que tinha que conversar sobre umas coisas comigo depois da festa, o que era? —pergunto logo. 

Zayn está com cara de sono, sentado do lado do passageiro, com o braço por cima dos meus ombros. Eu encaro o volante à minha frente, sabendo que vou ter que dirigir de volta já que Zayn bebeu um pouco mais do que deveria. 

— Nós estamos cercando o Franco. Descobrimos muita coisa sobre ele, provavelmente muito mais do que a polícia sabe. Temos nomes, endereço de esconderijos, bocas, residências. Temos todo tipo de prova. 

— Por que isso é importante se vocês vão matar ele? 

— Porque matar ele significa foder muita gente que conta com o dinheiro dele e nós temos que ter certeza que nenhuma dessas pessoas vai nos trazer dor de cabeça. Precisávamos encontrar um nome para substituir ele, tomar tudo que é seu. 

— E esse alguém é o cara que deu essa festa? 

— Deve ser, mas ele não dá conta. 

— Eu não entendi porque você se importa tanto em dar continuidade às coisas de Franco. A menos que… 

— Nós vamos tomar o que é dele. —Zayn esclarece, confirmando minha suposição. 

— Isso parece uma péssima ideia. Péssima! Vocês estão sendo muito, muito ambiciosos mesmo! Vocês estão agindo como se isso fosse um tipo de revolução, sei lá. 

— Se acalma, amor. Nós…

— Zayn, por favor. —peço. — Só entrega ele pra polícia, por favor! Você tem tudo pra incriminar ele, não tem? É só entregar tudo pra polícia e pronto. 

— Você não tem noção do que você tá pedindo, linda. Isso é mais arriscado do que qualquer outra coisa, eu já falei. Não dá pra envolver a polícia, Adele. Nosso maior inimigo em comum é a droga da polícia, você acha que eu posso simplesmente chegar lá e entregar o Franco sem que eles me fodam? 

— Ameaça eles, sei lá. 

— Você quer que eu ameace a polícia? Com quê? —ele quase dá risada.

— Eu não sei, Zayn, porra. Não têm um monte de policiais corruptos? Seria um escândalo se isso vazasse, não é? É tão absurdo assim pensar que vocês poderiam fazer um acordo? Eu já vi isso milhões de vezes nos filmes, deve ser possível. 

Luto contra a vontade de pedir o que eu realmente quero e empurro a frase “Faça isso por mim” garganta abaixo. Sei que é totalmente ilusória a ideia de que Zayn tomaria ou deixaria de tomar uma decisão por minha causa, por diversos fatores.

Zayn enfia o rosto no meu pescoço e a sua respiração me faz cócegas. Avisto Alexa e Violet saindo da mansão e caminhando em direção ao carro.

— Você tá certa em tudo o que disse, Adelaide. — Zayn me enche de esperanças. — Mas nós não fazemos as coisas do jeito certo. Nós fazemos do jeito que precisa ser feito.

 

❝Você põe a mão na minha cintura. É uma cena, e estamos aqui fora em plena vista. Posso ouvi-los sussurrando enquanto passamos, isso é um mau sinal. Algo acontece quando todos descobrem, olhe os abutres circulando numa nuvem negra. O amor é uma chama frágil, ele pode se apagar.

Eu conheço lugares em que não seremos descobertos e eles irão perseguir as próprias caudas tentando nos encontrar. Porque eu conheço lugares para nos escondermos. ❞

Taylor Swift — I Know Places

 


Notas Finais


não sei o quanto vcs acompanham da timeline mas não posso partir do princípio que todo mundo tá por ali, então acho bacana fazer alguns esclarecimentos. eu não moro com meus pais há um tempinho (pode não parecer, mas eu sou adulta T-T) e eu estudo em período integral (tarde e noite), o que significa que durante a manhã, que é o meu tempo livre, eu uso pra fazer trabalhos estudar e tals, fora tudo isso de ir ao mercado, fazer faxina e etc. fora isso, às vezes durante os finais de semana eu volto pra casa e tendo a querer passar mais tempo com a minha família. então eu não me culpo tanto pela minha demora aqui porque sei que eu tenho muitos outros compromissos inadiáveis, diferentemente do meu compromisso aqui, que eu faço por puro prazer e, portanto, infelizmente, acaba que não se torna prioridade. espero muito que entendam <3

espero que tenham gostado, que não tenham desistido de mim kkkkkk e que eu possa ver vcs nos comentários ♥ tô muito ansiosa pra essa reta final!

obrigada pela atenção

xoxo ♥

caso alguém se interesse, vou deixar o link da minha one com o zayn mais recente, caso alguém queira dar uma conferida ;)
https://www.spiritfanfiction.com/historia/chaos-dust-23856266


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