História Lost My Way - DahMo (Incesto) - Homofobia

Mesmo que eu e Somin tivéssemos resolvido o que não passava apenas de um mal entendido. Ainda havia algo que me incomodava, que esganava o meu coração e me fazia muito pensar sobre.

Mesmo que eu evitasse o meu pai, acima de tudo ele era o meu pai. E mesmo que eu estivesse evitando esse tipo de pensamento nos últimos dias, não tinha jeito, ele sempre ressurgia em minha cabeça como um passe de mágica.

O meu sorriso ia desaparecendo a cada dia que se passava e o mais incrível disso, era que ninguém percebia, nem mesmo Dahyun, ou sequer Somin que era uma criança observadora. Eu realmente estava deixando isso tomar conta de mim.

Eu poderia contar tudo para Dahyun, eu sei que poderia contar com ela para tudo, mas tenho certeza que pra isso não.  Meu pai parecia já ter me esquecido e eu também havia pensado que havia esquecido ele. Porém era apenas uma enganação. 

Eu penso bastante sobre isso. Um homem que parece não gostar de mim realmente, não deixava eu brincar na rua com as de mais crianças e ainda me deixou para a adoção após que a mamãe morreu. Ele ainda era jovem, eu entendo mas pra que ter um filho quando não se tem responsabilidade sobre ele?

Mesmo que meu pai tenha feito muitas coisas erradas, eu também fiz e acho que eu deveria corrigir os meus erros para viver uma vida quase perfeita. Mas, se eu arriscar em fazer isso eu sou capaz de perder tudo o que tenho. Dahyun o odeia, isso é nítido. 

Muitos pensamentos se passavam pela minha cabeça naquela hora. Eu gostaria de ter um porta voz nesse momento. A minha saia balançava e o meu nervosismo, qualquer um podia ver de longe. A esta altura eu não podia desistir.

A menos que....

—Quem é você mocinha?—Uma mulher mais velha que eu pergunta abrindo a porta da casa.

A este ponto eu realmente não podia desistir. Eu engoli seco e tentei ser o mais simpática possível.

—Eu me chamo Hirai Momo—Disse entrando na casa, que estava muito diferente por sinal. Aquele lugar não me trazia boas lembranças, era realmente perturbador entrar ali e lembrar de tudo o que eu vivi ainda quando criança.

—Eu vou chama-lo, fique a vontade—Ela sorri indo em direção a cozinha.

Eu me sentei no sofá da casa dele um pouco desconfortável, caminhando com os meus olhos observando cada detalhe do lugar e vendo o quão diferente aquela estrutura estava. As vezes eu me perdia, não passeando com meu olhar, mas sim em minhas lembranças antigas. 

—Si...Hirai Momo?—Ele pergunta incrédulo.

Eu paro de prestar atenção no que estava prestando e olho para Yachi, que estava ali em minha frente. Eu engoli seco antes de poder dizer qualquer palavra.

—O que te trás aqui?—Ele diz animado sentando no sofá.

ELe parecia bem animado com tudo isso, para ele era algo novo e para mim também era. Eu suspirei fundo e apenas tendia de botar para fora o que eu precisava botar, é por isso que eu vim aqui.

—Nossa relação não é uma das melhores, tanto eu como você sabemos disso—Sorrio mínimo—Mesmo que o senhor continue achando que eu não o perdoei, eu o perdoei, faz alguns dias. Eu tenho pensado bastante sobre a nossa relação. Eu tenho pensado em tudo o que vivemos. Eu acho que podemos recomeçar do zero, esquecendo o meu abandono, esquecendo todos os momentos em que você me prendeu por maldade, hum?—Eu completo hesitante. 

Talvez eu estivesse indo rápido de mais, mas isso era algo que eu não podia esperar. Eu nem sequer comentei isso com Dahyun, ela não ficaria feliz em saber que eu disse pra ela que sairia para dar uma volta, mas quando na verdade eu voltaria a nossa antiga casa para conversar com Sr. Yachi.

Eu não gosto de mentir, mas esse caso é especial. A minha angústia e ansiedade eram tão grandes que acabaram me dominando por completo. E tudo o que eu havia acabado de dizer para ele, era algo que não tinha como apagar e voltar atrás.

Os seus olhos brilhavam, ele olhava profundamente nos meus olhos.

—É claro!—Ele sorri—Tudo o que eu mais queria agora era você de volta, você não sabe o quanto isso me faz bem, obrigado queria—Ele esbanja um grande sorriso em seu rosto novamente.—Mas uma coisa eu me pergunto—Ele diz meio confuso.—Quem era aquela mocinha que sempre estava com você?—Ele termina ainda me parecendo bem confuso.

—Ah sim, ela é Dahyun, minha namorada—Eu sorri tímida para ele.

Logo eu pude ver sua expressão mudar completamente, de feliz foi a algo totalmente diferente a isso. Ele não parecia nada feliz quando citei que Dahyun era minha namorada.

—O que?! Namorada?—Ele pergunta incrédulo.—E existe isso? Momo, preste atenção—Ele diz segurando minhas mãos—Você é uma moça, você não é uma qualquer, você já deveria saber que mulheres namoram homens e homens namoram mulheres. Não existe isso de namoro com pessoas do mesmo sexo.

Eu soltei minhas mãos das deles e o olhei com indiferença. Eu não estava acreditando que eu realmente estava escutando aquilo. Eu não me senti confusa. Mesmo que eu nunca tivesse sentido algo por algum menino alguma vez na vida, eu tinha certeza que Sr. Yachi estava errado. Aquilo não me deixava confusa e sim com raiva.

—Eu sempre pensei você formando uma família com um homem e não com uma mulher. Vamos fazer o seguinte, enquanto você ainda estiver namorando essa garota, não precisa me procurar mais. Pense bem—Ele disse caminhando até a porta e abrindo a mesma.

—Está dizendo que devo mudar a minha sexualidade para lhe agradar? É sério que eu estou tendo que ouvir isso de você? Quem é você mesmo? O meu pai? Alguém que deveria me apoiar e não me julgar por qualquer coisa ou decisão que eu tomasse. Você realmente me decepcionou. 

Os meus olhos se encheram de lágrimas, eu sai da casa dele e sem rumo eu comecei a andar pela rua. Eu nunca imaginaria que o meu próprio pai diria palavras que me machucariam tanto. 

Ser lésbica foi algo que eu não escolhi, eu apenas senti e hoje é o que eu sou, é a minha identidade. Sexualidade as pessoas não escolhem, mas infelizmente existem pessoas que escolhem ser idiotas com pessoas que não escolhem o que são.