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História Lost Star's (dark) - NamJin, VKook, Yoonmin, VHope - Imprinting


Escrita por: SenhoraB_escrit

Notas do Autor


ATENÇÃO
Bolinhos ou vocês me matam agora ou me amam pra sempre! Esse capítulo tem algumas surpresinhas e vai gerar muuuita teoria, me contem depois, amo saber as teorias! Espero que vocês gostem de verdade, boa leitura 💜💜💜

Capítulo 30 - Imprinting


Fanfic / Fanfiction Lost Star's (dark) - NamJin, VKook, Yoonmin, VHope - Imprinting

  P.O.V Taehyung


Tenho a sensação que nasci para estar grávido, eu realmente estava amando cada momento com bebê na minha barriga, era ele quem me dava uma espécie de energia extra para ir trabalhar na segunda. O meu ritual começava cedo: levantava, vomitava tudo o que tinha que vomitar, escolhia camisas cada vez mais apertadas para marcar bastante minha barriga mesmo sendo tão pequena ainda, me olhava por demorados segundos no espelho e depois que estivesse pronto atendia a ligação de Jungkook todos os dias no mesmo horário. Por falar nele, o moreno me ligava três vezes ao dia; ao acordar, no horário de almoço do parque e antes de dormir, isso quando ele não vinha aqui com bolinhos de soja me engordando cada vez mais, Jungkook estava cuidando muito bem de mim e do bebê, totalmente diferente de quando descobri minha gravidez de Haru. Eu podia sentir aquele pacotinho crescendo dentro de mim, e a parte do dia que isso fica mais evidente é quando Jungkook está por perto, posso sentir o quanto os dois já se amam, é estranho sentir tudo isso dentro de mim mas é tão real que chego a me emocionar. No mais, eu conseguia disfarçar bem perante a Yoongi, ele ainda não sabia ou sequer desconfiava, tinha combinado com Jimin de esconder ao máximo o meu bebê, pelo menos até eu finalmente ir morar com Jungkook. Jimin também cuidava muito de nós dois, ele levantava mais cedo e preparava café para mim mesmo eu dizendo que não era necessário, no final de semana ele chegou com alguns macacões em cores neutras aqui em casa e ficou restando em cima da minha barriga se iriam servir no bebê. Era o jeito dele me fazer rir, e meu pequeno pacotinho também gostava de quando Jimin estava por perto, o problema era ter que ir trabalhar, as vezes eu tinha que explicar algumas coisas para os turistas embaixo do sol quente, antes de estar grávido estava tudo bem, mas agora isso me deixava extremamente tonto, no fim tinha que parar as explicações e me sentar em algum lugar até passar, também iria esconder isso de Jungkook, se bem o conheço vai me fazer pedir conta e me mimar o tempo todo, não é isso que quero, me sentir um inútil. Outro problema de ter que ir trabalhar é chegar até lá, meus pés estão cada vez mais inchados e pesados, não consigo caminhar com rapidez então tenho que recorrer aos ônibus de rua, o que mais me impressiona é a capacidade que tenho de sentar e já querer levantar novamente para vomitar, então acabo atrasando todo mundo e isso me deixa um pouco desconcertado, só que dá mesma forma que o bebê me mostra que está feliz com determinadas pessoas por perto, também demonstra tristeza quando eu me sinto assim, quando posso faço carinho na minha barriga e canto para ela para que meu pacotinho entenda que eu o amo e estou disposto a passar pelo o inferno se for preciso para tê lo comigo. Com muito custo, depois de pegar dois ônibus consigo chegar ao parque, meus colegas de trabalho estão animados também e principalmente curiosos, ChiJin disse que até faria uma aposta entre os funcionários para descobrirem o sexo do meu filho, eles também estavam sendo cuidadosos comigo, não me deixavam pegar peso ou ficar muito tempo com turistas andando pelo parque. Confesso que eu gostava de como estava sendo mimado, vez ou outra alguém trazia algum doce para mim, oferecia uma massagem nas costas ou até uma água bem gelada. Mamãe me ligou há duas semanas atrás, perguntou se estava tudo bem e mais uma vez omiti minha gravidez, não sei como ela reagiria, ou se quer aceitaria. Jungkook insistia para que fossemos até em casa e contassemos pessoalmente, mas não sei se quero voltar lá...vê as mesmas ruas que tantas vezes andei de mãos dadas com Haru, aquela mesma montanha perto de casa em que deitava com ele a noite e contava as estrelas, a nossa casinha improvisada onde tudo aconteceu... é só eu me lembrar do passado que o gosto de ferrugem e sangue me volta a boca fazendo salivar em pânico. Minhas noites não estavam sendo fáceis também, tinha pesadelos constantes com Hoseok e Haru atrás de mim, os dois trocavam de lugar e no segundo seguinte eram mamãe, Jungkook, a mulher que me ajudou no aborto, acordava assustado, banhado em suor e com uma enorme vontade de chorar, estava me segurando por causa do bebê, o que me deixava mais preocupado é quando ele estivesse maior, e minha barriga crescendo cada vez mais e então todos soubessem e eu não tivesse como negar, só quem perdeu um filho sabe como segurar outro é complicado, você sente medo de tudo e de todos, afirma o tempo todo para aquele pequeno pacotinho o quanto você o ama e quer que ele fique ali quietinho e protegido dentro de si mesmo até chegar a hora dele conhecer o mundo. Estava pensando seriamente em ir morar com Jungkook, ele poderia nos proteger estando por perto, e além de poder passar mais tempo com meu namorado, entretanto Jungkook não me deixaria se quer levantar da cama e isso me deixaria irritado, talvez por isso eu ainda fosse tão resistente a Jungkook.


(...)


Finalmente o expediente tinha acabado, eu poderia pegar minhas coisas e ir para casa tomar um bom banho relaxante. Virei as chaves para abrir o portão que separa o museu da rua movimentada, e então a voz conhecida se fez presente atrás de mim.

- Você está tão lindo carregando o nosso filho...- me virei sentindo um calafrio na espinha me dominar.

- Hobi? Do que você está falando? - porra..como ele sabia disso? Eu me cuidei tanto para ele não descobrir.

- Taehyung não adianta tentar me enganar, eu já sei que você está grávido, quando você ia me contar? - deixou cair algumas lágrimas, seus passos calmos o guiando para minha direção...meu Deus, o que faço agora? Deixei a chave cair no chão totalmente desnorteado.

- Por que eu te contaria? - perguntei tentando não guaguejar.

- Como assim? - ele franziu o cenho - posso? - apontou para a minha barriga, assenti porque pela primeira vez algo estranho aconteceu: mesmo nervoso e irritado, o bebê não me passava essas emoções como em outras situações, pelo contrário, ele gostava da voz do Hobi. Suas mãos pálidas tocaram minha barriga com carinho - Quando você ia me contar que estava esperando o nosso filho? - deu um beijinho na minha barriga.

- nosso filho? - repeti assimilando o absurdo que acabei de ouvir. - você está enganado Hobi, eu respeito tudo o que a gente viveu e ainda sinto muito carinho por você, de verdade! Mas esse bebê é meu e de Jungkook - falei calmo temendo o que ele pudesse fazer com nós dois.

- PARA! - ele gritou exaltado - para de mentir, você sabe que esse bebê é meu, por que você está fazendo isso? - vi sua expressão de dor tomar conta de mim, me controlei para manter as coisas sob controle.

-Hobi, eu queria que fosse verdade, eu iria ficar muito feliz...- Hoseok chegou mais perto.

- Esse filho é meu Taehyung e nada do que disser me fará acreditar em você! - ele agarrou meus cabelos com força. - você ainda vai se arrepender de separar um pai de um filho, isso vai te custar caro - peguei na mão dele sentindo a ardência do puxão.

- Hoseok você está me machucando, eu vou chamar a polícia! - chorei com dor.

- Não envolve polícia no meio, esse assunto é entre eu, você e Jungkook! Como você consegue mentir para nós dois envolvendo uma criança? Você é pior do que eu imaginava mas mesmo assim...- ele suspirou chorando forte - mesmo assim eu ainda te amo! Acaba logo com isso Taehyung, fala pra Jungkook que esse filho é meu! Eu vou proteger vocês dois, te dar casa, conforto, amor, tudo o que você precisar mas só acaba com isso... - senti uma cólica forte não tão estranha, já havia tido contato com aquele tamanho de dor... não...isso não pode estar acontecendo.... não iria ter jeito, teria que pedir ajuda a ele!

- Hobi, eu tô com muita dor, me ajuda por favor...aah - uma pressão forte me golpeou na cintura descendo para as pernas. Hoseok me segurou pelos braços.

- Taehyung, respira devagar...- ele olhou para os lados procurando alguma coisa - senta aqui - me arrastou para um dos bancos de concreto da entrada - eu vou pegar minhas coisas no carro e te examinar, vê se tem necessidade de te levar para o hospital...


Enquanto ele se afastava, a duas únicas coisas que passavam na minha cabeça eram: preciso fugir e preciso ignorar a dor. Fechei meus olhos tomando o máximo de fôlego que consegui e sai correndo pelo portão a fora dizendo em vão para mim mesmo que não estava doendo, Hoseok não me encontraria tão fácil já que conhecia atalhos escondidos por ali, fui por um deles pensando que cairia a qualquer momento. Quanto mais corria mais a pontadas ficavam fortes, precisava descansar pelo menos até essa maldita dor passar. 

- Seu pai vai me matar se eu te perder, me diz que isso é só um susto por favor - chorei acariciando minha barriga. - você pode me ouvir Jeon Kim? - dei um risinho em meio as lágrimas lembrando que combinamos de chamar o bebê com nossos sobrenomes até sabermos o sexo. - você é forte, vai conseguir passar por isso tranquilamente, não é meu amor? - aos poucos a dor foi cessando e eu pude sorrir aliviado - Vamos para casa? Acho que ele já foi...por que você gosta dele mesmo ele machucando o papai? 


Com certeza iria pesquisar sobre isso mais tarde sem Jungkook saber. Assim que vi um dos ônibus que ia para o meu bairro, fiz sinal e entrei, em casa estaria mais seguro, a uma hora dessas provavelmente Jimin já deve ter chegado. Assim que cheguei em casa fui atraído por um cheiro muito bom vindo da cozinha, pensei ser Jimin fazendo o jantar mas na verdade era só Yoongi. Seu olhar me fuzilou tentando me fazer desistir de entrar mas o ignorei, entrei assim mesmo e procurei por água na geladeira.


- Minie já chegou? - Yoongi bufou desligando o fogo.

- Você o está vendo por aqui? - por que ele tinha tanta raiva de mim se foi ele quem tentou roubar Jeon de mim?

- Eu só perguntei...o que está fazendo? Está com um cheiro muito bom! - caramba minha boca não parava de salivar com desejo de comer aquela comida quentinha feita por ele.

- Você não vai comer, é pro meu irmão e Jimin jantarem! - resmungou mal humorado.

- Min Geum-jae vai vir? - perguntei empolgado para conhecer o irmão mais velho de Yoongi.

- Como você sabe dele? - perguntou irritado.

- Jimin me contou - dei de ombros.

- Jimin deveria ser menos fofoqueiro...

- Ele não fez por mal...- apoiei a cabeça na palma da mão - Yoongi por que você me odeia tanto? Não dá para simplesmente superarmos o passado?

- Superar o passado? Você roubou Jungkook de mim! Eu nunca vou te perdoar por isso!

- Eu não roubei ninguém, Jeon se apaixonou por mim e acho melhor você aceitar isso porquê...- me calei percebendo que ia falar merda.

- Por quê? Heim? Continua! - Yoongi gritou.

- Boa noite meninos! - escutei o barulho da porta sendo batida na sala, Jiminie havia chegado. - que caras são essas? - colocou a bolsa encima da mesa.

- Taehyung quer fingir que não é fura olho, mau caráter e mentiroso! - destilou toda sua raiva em mim mas eu não conseguia retribuir no mesmo nível, sabia que só iria fazer mal pro meu filho.

- Eu estou tentando me acertar com você, seu idiota! Não fiz nada de errado! - gritei de volta.

- Taehyung se acalma pelo amor de Deus - Jimin olhou para a minha barriga.

- Aaah já chega seu moleque! Quer resolver as coisas? Então vamos resolver como homens...- fechei os olhos prevendo Yoongi vindo pra cima de mim, o único extinto de proteger minha barriga me invadiu com força.

- Não faz isso Yoongi! Taehyung está grávido! - foi então que abri meus olhos e vi Jimin entrar na frente, a cor pálida de Suga ficou mais evidente depois da frase de Jimin. O choro assolou nós três; Jimin de arrependimento, Yoongi de decepção e o meu de medo.

- Grávido...- Yoongi repetiu baixinho tentando absorver a informação nova. - então tudo acabou... Jungkook vai ser pai...eu não acredito nisso...como eu odeio vocês dois! - fechou a mão em punho cerrado e socou a mesa com força. Se não fosse pela campainha insiste, não sei o que seria de mim, Jimin nos olhou ameaçadoramente:

- Vou atender, se comportem!


Yoongi não parava de olhar para minha barriga mas não dizia nada, a essa altura do campeonato já havia caminhado para o outro lado da mesa me prevenindo de uma agressão.

- Yoongi vem cá, tem visita para você! - Jimin mudou da água para o vinho, sua voz estava até mais leve como se tivesse encontrado o pote de ouro no final do arco íris. Nós dois fomos para a sala depois de ouvir Jimin.

- Ah é você...- Yoongi resmungou depois de ver Min Geum-jae ao lado de Jimin, ele era realmente bonito como Jimin me descrevera pelas fotos, se parecia bastante com Suga também, no tom esbranquiçado da pele, nos lábios finos e nos olhos avermelhados de provedor, entretanto Geum-jae é mais forte e um pouco mais alto que o irmão mais novo, além de parecer muito mais simpático do que o mini azedume.

- Isso é jeito de cumprimentar seu irmão, Yoongi? - Jimin o repreendeu. - Seja bem vindo Geum-jae, vai ficar por quanto tempo na cidade? - ele parecia bastante interessado no mais velho.

- Bom, eu não sei ainda, tenho que resolver algumas pendências com meu irmão, depois eu volto para o Daegu, estou procurando por um hotel bom e barato, sabe onde posso ficar? - o moreno passou as mãos nos fios fazendo Jimin suspirar alto, não contive e soltei uma risadinha, Yoongi permanecia emburrado provavelmente xingando mentalmente o irmão.

- Você não vai ficar em hotel nenhum, vai ficar aqui conosco! Minha casa é sua a partir de agora! - Jimin exclamou receptivo, Geum-jae sorriu largo e deu um beijinho na testa de Jimin.

- Você é realmente um anjo, Jimin! Não sei como te agradecer!

- Não precisa me agradecer, Yoongi se importa de colocar um colchão para Geum-jae no seu quarto? - o mais novo bufou e deu de ombros. - Ótimo! - Jimin sorriu sabendo como dominar Yoongi - Ah, esqueci de apresentar, esse é Taehyung e Jeon Kim - Jimin sorriu não tendo segredos para esconder mais, Geum-jae se aproximou calouroso e perguntou com o olhar se podia tocar minha barriga, assenti sem vê problemas.

- Desculpe, é que eu não consigo vê barrigas de gravidez e ficar sem tocar, acho muito fofo - disse de forma adorável me fazendo rir.

- O bebê gostou de você, sinto coisas boas com sua voz - foi minha vez de fazê-lo rir.

- Pelo o que sei um concebedor não pode engravidar outro... não me diga que... Yoongi é o pai? - perguntou animado e surpreso.

- Eu nem gosto dessa criança, como seria o pai?

- É recíproco, pode ter certeza...- murmurei depois da chateação que Suga me causou, não menti, não sentia coisas boas perto dele mas se ele não tivesse tocado no assunto não saberia de nada até o próprio bebê dizer a ele.

- Nossa...como você não pode gostar de uma criaturinha tão fofa dessas? Conheço barriga de gestantes, você parece esperar uma menina! - Geum-jae riu ao ver minha felicidade em ouvir isso.

- Também acho isso! - Jimin se juntou na risada.

- O pai do seu filho também está aqui? - indagou curioso.

- Não, ele mora  um pouco distante daqui - comentei.

- E como vocês fazem para que esteja próximo mesmo de longe? - soltou se da minha barriga e caminhou pela sala observando cada detalhe bem cuidado por Jimin

- você não conhece o Jeon! - gargalhei - ele está sempre comigo até quando eu acho que não...- me lembrei das ligações várias vezes ao dia, confesso que com o passar dos dias e de acordo com que o bebê ia crescendo, também aumentava minhas idas ao banheiro, as vezes Jungkook me ligava e eu estava no banheiro. De novo? Ele perguntava rindo. De novo! Seu filho está ficando pesado, puxou a você! Ah, então agora ele é meu filho? Jungkook sabia que eu dizia isso para irritar lo ao extremo, mas no fim ele ria e dizia que também me amava, e só com essa frase eu já me sentia bem, mascarava um pouco a falta que eu sentia dele o tempo todo. Outra coisa que esqueci de mencionar, é que as vezes eu ia no banheiro para chorar também, meus hormônios estavam me deixando maluco, e prova disso é a choradeira por qualquer coisa, outro dia comprei alguns bolinhos e me sentei no café do museu para comer, então encarei o lugar vazio do outro lado da mesa, pensando que Jungkook poderia estar comendo comigo mas ele não estava ali...meia hora depois de chorar tudo o que tinha direito, voltei como se nada tivesse acontecido, isso me recorria durante os almoços e também a noite, por isso Jungkook passou fazer chamadas de vídeos no almoço, porque de certa forma estaria comendo comigo e eu não choraria mais.

- Imagino que deva estar cansado da viagem Geum-jae, vou arrumar o quarto para você! - Jimin saiu empolgado e Yoongi foi atrás.

- Você e meu irmão parecem não se dar bem...


(...)


Geum-jae de longe se parecia com Yoongi em alguma coisa além da aparência. Já era tarde quando paramos de conversar, os dois estavam quase cochilando e por isso decidimos que era melhor ir dormir. Pelo menos da minha parte, sei que menti. O que aconteceu mais cedo entre mim e Hoseok não saia da minha cabeça, ao deitar na cama peguei o notebook, abri no Google e digitei na barra de pesquisas:

"é normal o bebê transmitir emoções boas perto de alguém que o pai não gosta?"

Sim, eu sei que parece uma pergunta idiota mas eu precisava de respostas rápidas, queria entender o que estava acontecendo, se tinha algo errado com meu bebê.

Vejamos...sintomas... faça o teste e descubra o sexo... é normal enjoou...desejos estranhos...droga! Não achei nada que respondesse minha dúvida, fechei o notebook com raiva, o pior de tudo é que não podia contar isso a Jungkook, ele passaria a andar comigo vinte e quatro horas por dia evitando que Hoseok chegasse perto de nós dois. Meus olhos encontraram os de Jimin na porta, ele sorriu e caminhou até minha cama, deitou nas minhas pernas, colocou minha mãos em seus cabelos pedindo carinho.

- Você está bem? - perguntou preocupado.

- Ah...estou...eu acho - Jimin era confiável o suficiente para saber o que aconteceu mais cedo. Comecei a falar passando as mãos por seus fios claros e fartos. - Jiminie, aconteceu algo estranho hoje...por favor não se irrite, só me ouça...- disse calmo - Hoseok foi atrás de mim hoje no museu...

- Ele te tocou? Te machucou? Pelo amor de Deus Tae, o que você fez? - se levantou desesperado.

- Ele queria saber porque eu escondi a gravidez dele, que eu ia me me arrepender de separar ele do filho e todas essas coisas...não sei como mas consegui correr dele e vir embora - omiti as agressões de Hoseok e a dor que senti, Jimin me internaria agora mesmo, se Jungkook era exagerado, Jimin conseguia ganhar com classe - mas não é isso o que aconteceu de estranho, Jimin o bebê me passa as emoções dele e isso está ficando cada vez mais forte, ele sabe que o Jungkook é o pai dele por exemplo, ele sabe que você é alguém que eu gosto muito e ele também gosta, e o Yoongi ele já não gosta quando estou perto...- coloquei a mão na barriga acariciando - na minha outra gestação eu não sentia essas coisas como agora, apesar de eu sentir muito medo do Hoseok o bebê gosta da voz dele mais do que a de qualquer outra pessoa, eu estou com medo Jimin, e se tiver algo errado com meu filho? - deixei escapar algumas lágrimas.

- Ei,se acalma, não tem nada de errado com seu bebê, olha...eu lembro de uma história que minha mãe me contava que ela herdou de vovó, e segunda ela isso é raro  mas pode acontecer...- prestei atenção em cada palavra de Jimin, estava preso a uma curiosidade dolorosa.

- Fala logo Jiminie!

- Quando se tem um bebê homem concebedor e um provedor pode acontecer o imprinting...

O que?

- O que isso significa?

- Segundo o que mamãe me contou, é uma ligação muito forte de anos, e eles sempre voltam para ficarem juntos, não importa o que você faça nunca vai conseguir os separar, eles se reconhecem de cara, o provedor faz de tudo para proteger o seu pequeno concebedor...

- Jimin você está me assustando, eu não acredito em uma coisa dessas, isso só pode ser loucura! - chorei em desespero.

- Taehyung me ouve com calma! Você não sabe nem o sexo do seu filho ainda! Vai que é uma menina? E mesmo se for menino, pode ser um provedor também então Hoseok não se sentirá atraído! Calma, ficar nervoso só vai fazer mal pra vocês dois, cientificamente não se tem relatos, pode ser só lenda também, minha avó adorava contar mentiras...- Jimin jogou a bomba e agora me pede para ficar calmo? Como conseguiria fazer isso?

- E se não for lenda? E se meu filho for um concebedor? E se ele e Hoseok sofrerem um imprinting? Meu Deus, como vou explicar isso para Jungkook? Ele odeia Hoseok! - levantei da cama e comecei a caminhar de um lado para o outro. - Jimin isso não pode ser verdade!

- Eu não devia era ter falado nada! Vai descansar Taehyung, você já sofreu muitas emoções por hoje! - Jimin se irritou com meu desespero mas ele não sabia o que eu estava sentindo por dentro, não sabia como era carregar um bebê que fica feliz em ouvir a voz de um de seus inimigos, como esperava que ele fosse entender o meu desespero?

- Obrigado Jimin, prometo que vou me acalmar - menti para que Jimin fosse para se quarto e pudesse pesquisar mais a fundo sobre o assunto, por sorte funcionou, Minie deu um beijo na minha testa e outro em minha barriga desejando boa noite.


(...)


O sono já havia começado a me habitar quando ouvi o barulho de pedrinhas sendo jogadas na janela. Que coisa mais antiga, não? Me levantei ansioso e fui até a janela. Jungkook estava lá embaixo começando a escalar as paredes da casa.

- O que você está fazendo aí embaixo a essas horas? - gargalhei feliz em ver meu namorado.

- Estou com saudades de vocês dois, dá para mim entrar? - assenti e desci as escadas correndo, abri a porta e abracei Jeon com força.

- Estou tão feliz em te ver! - não menti, a presença dele não era o que tornava meu mundo feliz, porque ele era o meu mundo, a felicidade era um sentimento muito pequeno perto do Jungkook significava para nós dois, ele não causava explosões em mim como se espera de paixões avassaladoras, na verdade Jungkook despertou em mim um amor maior e melhor como uma chama que se consome lentamente de dentro para fora.

- Vim passar a noite com vocês, como está esse rapaz aqui? - oh... não...me lembrei de Hoseok.

- não diga bobagens! É uma menina, a nossa Kim - ri nervoso. - vem pra cama, Jeon - peguei suas mãos e as juntei na minha barriga o puxando pra dentro.

- Vamos ter uma também mas esse aqui é um rapaz lindo igual o papai Kim...- eu não conseguia relaxar pensando no que Jimin disse.

- Estou cansado Jeon, vamos dormir? 

- Claro meu amor - Jungkook me pegou no colo e me levou para o quarto.

- Me põe no chão Kookie - ri baixinho batendo nele.

- Se acostume, quando for morar comigo você não vai andar mais com as próprias pernas! - Kookie me colocou com carinho na cama. - tá difícil ficar longe de você e do nosso filho, não vejo a hora de chegar em casa depois do serviço e ver vocês dois me esperando - subiu em cima de mim me dando beijos no pescoço.

- nós também sentimos sua falta, principalmente ele que fica me fazendo chorar toda hora - ri sentindo os lábios quentes de Jungkook na minha pele desnuda do pescoço.

- Oi meu amor, você tá cuidando bem do papai Kim para mim? Ele é muito importante para mim...- Jungkook beijou minha barriga e foi descendo até o limite da minha calça, eu sabia como iria acabar.

- Kookie, eu estou um pouco cansado, eu prometo que te recompenso outro dia, tudo bem? - aquelas malditas palavras não saiam da minha cabeça, eu sabia que era problema para anos a frente mas essas palavras foram o suficiente para me fazer perder a noite de sono.

- Você não é de negar fogo...estranho - deu de ombros - mas tudo bem, eu entendo que o bebê está consumindo todas as suas energias, vem, se vira que vou te fazer uma massagem pra você dormir melhor, posso? - assenti virando de lado e sentindo a deliciosa pressão nas minhas costas.


(...)

  P.O.V Jin


Todos no hospital tinham reparado minha felicidade repentina, a desfrutei no silêncio das lembranças do interior. Tudo ocorreu maravilhosamente bem, não encontrei Chung-Ho nos corredores do hospital, consegui sair cedo e ir jantar com Euni, como sempre a comida estava quase pronta me esperando.

- Como foi seu passeio no interior? - Euni não sabia que fui com NamJoon e nem o motivo, só sabia que eu queria ir para o interior passear, se isso a confortava que fosse nossa verdade indiscutível.

- Foi bom - segurei o risinho - conheci um homem muito bom, ele é dona da fazenda de Gwoshygoya, se chama SeokJoong, me deu até uma chave para ter acesso a fazenda...- Euni soltou o garfo com força. - Nuna? Você está se sentindo bem? - estranhei a palidez da sua pele.

- Eu não quero que você volte mais ao interior! - disse rígida.

- O que? Por quê? - o gosto inconfundível de perigo e curiosidade me dominou, depois do final de semana no interior, isso tinha ficado mais aflorado em mim.

- Eu não quero que você converse com estranhos SeokJin! Você é muito ingênuo, é fácil te enganar! - me tratou como um bebê.

- Não entendi porque você ficou assim nuna, não foi nada demais!

- SeokJin sem desculpas, você não vai voltar lá!

- tudo bem...- me senti livre com a mentira, por que desde que conheci NamJoon tudo o que envolvia coisas erradas me excitava? É claro que eu voltaria na fazenda e descobriria o por quê de Euni ter ficado nesse estado só de ouvir o nome do senhor SeokJoong.

- Vou a igreja hoje, seria bom que fosse comigo, você está tão rebelde ultimamente...- disse observadora.

- Eu vou com você nuna, faz muito tempo que não saímos juntos - terminei meu jantar com um sorrisinho no rosto.


(...)


Há quanto não vinha aqui? As coisas não tinham mudado muito, as imagens espalhadas pelas paredes me olhavam com seus olhos julgadores, a música que nunca mudava desde que era criança e o evangelho proferido da mesma forma sem graça e apática não fazendo jus a quem os deixou para nós. Então o celebrante anunciou a Santa Ceia, esse costumava ser meu momento preferido na celebração mas agora aquele vinho derramado com fervor no cálice só me fazia lembrar das ameixas de Gwoshygoya...da sua cor roxa no meu corpo branco e NamJoon com sua boca carnuda lambendo tudo...ah, como eu queria mais... não aguentaria até terça feira, e então pela primeira vez fiz algo por mim mesmo, me desliguei do Jin que as pessoas conheciam...comportado, sórdido e centrado...deixei meus demônios me dominarem e corri da igreja procurando pelo meu inferno em formato humano. Se apaixonar é a coisa mais profunda que pode acontecer com alguém, você se mata e se salva ao mesmo tempo, liberta sua pior parte ou aquela menos aceita, a verdade é que ninguém suporta atos de rebeldia até que um dia é você quem os comete em nome de uma paixão; por uma causa, um hobby ou por alguém. Seguir por anos padrões convencionais não me trouxeram nada além de desgostos e tristezas, perdi minha indentidade pouco a pouco, dizer que não era o mesmo seria eufemismo para a transmutação que estava acontecendo dentro de mim mesmo. NamJoon não era o culpado, ele só me mostrou outra versão de mim mesmo, alguém que estou aprendendo a amar, essa criança que agora dança na chuva procurando companhia, o amor em qualquer espécie deveria ser lindo, então por que é ele quem decreta minha própria morte dia após dia? Talvez a chuva que molhava meu corpo fosse só minhas lágrimas saíndo abrindo espaço para os sorrisos que ainda estavam por vir, eu entendia o ciclo das borboletas, não se pode voar sem ter as asas primeiro, era exatamente assim que eu me sentia, liberto depois de me amarrar a mim mesmo e ao o que os outros queriam que eu fosse. Ri na cara da religião, da minha família e dos julgamentos alheios, sai por aquela porta, não casado mas pecador prestes a cometer outro pecado. Não, eu não temos o inferno porque não poderia ser julgado, NamJoon roubou meu coração antes que eu pudesse cair na luxúria dos seus olhos quentes, não sigo os dez mandamentos e sim a lei de talião, o que fizerem comigo faço pior, talvez isso explicasse a minha necessidade enfezada de possuir o seu corpo, e depois sua alma e depois ele por inteiro, queria que ele me pertencesse por direito porque eu era seu sem permissões. Não importa o quanto chova, eu ainda esperarei no ponto de ônibus, pegarei o coletivo e irei bater na porta da sua casa esperando pelo melhor abraço do mundo.


- Jin? Meu Deus, você está todo molhado! - ele me abraçou preocupado se molhando junto. - Você quer uma toalha? Tomar um banho quente?

- eu quero você! - senti dez quilos saírem das minhas costas.

- O quê...- NamJoon abriu e fechou os lábios, ele também estava confuso com minha atitude. Foda se. Envolvi NamJoon em meus braços e o beijei com toda paixão acumulada durante as horas antes de nos encontrarmos, suas mãos safadas passeavam pelo meu corpo me fazer do rir contente, empurrei NamJoon no sofá e deitei por cima imitando meus protagonista favoritos, NamJoon me olhava admirado...não havia coisa melhor no mundo, ser admirado não por ter um corpo ou um rosto bonito, mas porque você sabe tocar alguém apenas com as palavras.





                             P.O.V Jimin


Me levantei cedinho no outro dia para adiantar o café da manhã, e como tínhamos visita agora - uma visita bem bonita por sinal - preparei o café com mais capricho do que os outros dias e com mais variedades de alimentos, troquei a toalha da mesa e peguei a louça tibetana. Estava tudo perfeito até Geum-jae na porta me encarando com um sorriso doce, como ele se parecia com Yoongi e ao mesmo tempo conseguia ser tão diferente? Instintivamente passei as mãos nos meus cabelos envergonhado.

- Levantou cedo - observei.

- Não me adaptei a minha nova cama ainda - ele riu mostrando seus lábios finos e delicados. O que estava acontecendo comigo?

- Dormiu mal? - peguei uma das xícaras com chocolate quente e lhe entreguei.

- Posso ter a pior noite do mundo mas se quando acordar poder ver alguém tão lindo assim como você, Jiminie, a noite ruim não será nada - tenho certeza que fiquei enrubescido, porque minhas bochechas ardiam, não pelo elogio mas porque meus sentimentos repentinos estavam sendo correspondidos. Fui ousado e me sentei ao seu lado com outra xícara.

- Que coincidência - sorri - meu dia ficou mais bonito depois que vi seus lábios sussurrando meu nome - mordi o lábio inferior desviando o olhar. Geumjae segurou meu queixo com delicadeza, aproximou nossos lábios e os colou com sutileza, sem pressa, um beijo demorado e molhado desses que fazem nosso estômago se encher de borboletas, suas mãos respeitosas faziam carinho em meus cabelos enquanto as minhas apalpavam seu antebraço bem desenvolvido. Um beijo leve, doce e refrescante como o primeiro sol da manhã, a noite mal tinha acabado e tinha amanhecido no meu coração...

- Geumjae?? Jimin??



Notas Finais


Meu deus estou com medo da reação de vocês, não me matem por favor kkkkkkkkk espero que tenham gostado! Até o próximo 💜💜💜


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