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História Louvor, Honra e Glória - Louvor


Escrita por: requintte

Notas do Autor


Eaew seus lindo, como vão?
Eu diria que passamos da primeira fase da fanfic, e que esse é o último capítulo agitado então aproveitem... espero que não morram de tédio nos próximos kkkkk
Também queria desejar as boas vindas aos novos leitores... podem ficar a vontade!!

Boa Leitura <3

Capítulo 5 - Louvor


 “Tudo se trata de aparência...
Tornar grade, construir e lhe aprimorar,
Incluir desejos e criar outra sociedade.
Revolução para consagrar a emoção...
É o antidoto da cura mas não traz a solução,
Que faz alusão mas tem medo de falhar.
Não é uma solução, é a doença em estado terminal.
Dimas. O veneno que corre em minhas veias.
Se tu dizes, peço sua benção, meu irmão.
Evolução que evoluiu em poluição,
Talvez não seja tão justo assim.
Dissolução. A ramificação de ideias enfim, se enraíza.”

 

Capítulo Cinco ─ Louvor.

 

 

Ao contrário dos últimos anos, a neve não estava derretendo. Desde que Minhyuk nascera, em todos os anos, sem pular nenhum sequer, a neve começava a derreter logo após a passagem do Natal.

Já estavam na primeira semana do ano e nem mesmo o frio havia aparecido para saudá-los. Minhyuk odiava o inverno, mas odiava mais ainda o verão. Arrumou o gorro negro na cabeça e se sentiu melhor.

Tomou mais um gole do café quente vendo a mão quase queimar por conta do contato com a substancia fervente. Olhou pela janela e viu que o dia ainda estava amanhecendo, nem ele mesmo sabia o motivo de ter acordado tão cedo.

Se levantou da bancada e foi andando até a janela do apartamento de Changkyun. Viu, lá embaixo, um casal de idosos fazendo caminhada e conseguiu ouvir claramente o som de um carro cantando pneus no final da rua, seguido pelos latidos altos de cachorros. Jurou até mesmo ter ouvido sirenes soando lá longe.

Mesmo com todas as divergências, Laus continuava a mesma. Talvez Minhyuk tivesse mudado, mas Laus não, mesmo depois de décadas, continuaria sendo a mesma, chata, monótona e repetitiva.

Tomou mais um gole do café e constatou que há uma semana atrás estava preocupado com o estranho rapaz de ombros largos que encontrara chorando em um dos bancos da igreja.

Aquele menino estranho, também era um assassino, mas chorava.

Talvez assassinos também tivessem sentimentos. Era sobre exatamente isso que havia conversado com Changkyun na noite anterior. Haviam passado horas discutindo sobre motivos.

Até onde um ato justifica outro?

O rapaz na igreja também havia citado algo sobre ideologia. Alguém deve fazer o trabalho sujo, isso é sabido ─ por esse motivo que a Iniciativa não pode ser considerada uma máfia, mesmo tendo o porte de uma.

Trabalhavam com tantas subdivisões que quando fala-se da classe mais baixa da instituição, não devemos deixar de citar os batedores de carteiras, os vendedores de drogas e, até mesmo, os golpes da fila do banco.

Mas essa parte era tão baixa que nem mesmo chegava a ser atribuída a uma ideia ─ ideologia ─ ou ter uma boa causa para justificar os seus crimes.

Era um assunto complicado demais para Minhyuk associar no momento. Mesmo se quisesse, não seria capaz de encostar numa arma, muito menos cometer um crime como o rapaz da missa de Natal.

Se sentou no sofá e sentiu como se o tédio fosse capaz de dominá-lo. Changkyun havia saído na noite anterior e não voltou desde então. Disse que iria resolver negócios que envolviam Minhyuk.

Realmente esperava que fosse a sua carta de alforria, isto é, autorização para sair daquele apartamento.

A Festa de Abertura havia acontecido na quarta-feira, e pelos seus cálculos, o dia que estava surgindo era a sexta-feira. Último dia de férias, e passaria em cativeiro. Era triste.

Tomou tudo o que tinha restado na xícara e a colocou sobre o raque prostrado no meio da sala. Pensou em ligar a televisão, mas não o fez. Teve medo de se deparar novamente com outra foto sua e outra do primo, ambos tachados como desaparecidos.

Changkyun era um bom sequestrador. Só conversava quando Minhyuk puxava assunto, fazia comida, falava mal dos políticos e fumava na sacada e quase nunca fazia barulho.

Seu único problema era o rifle preso ao cinto.

Ouviu o barulho indicando que sua torrada estava pronta e foi até a geladeira pegar a geleia. Lambuzou bastante por cima do alimento e sorriu feliz ao comer até mesmo a última migalha.

Não teria nada para fazer durante o dia inteiro. Isso era entediante. Olhou para o interfone de Changkyun colado ao lado da porta e refletiu se deveria ligar para o porteiro e clamar por ajuda. Duvidava seriamente se iria conseguir.

Changkyun havia alterado as câmeras de segurança do prédio. O interfone estaria desligado. Recolheu toda a sujeira e jogou tudo no lixo. Pensou em lavar a louça, mas não saiu do pensamento.

O Im tinha uma coleção completa de facas na cozinha, deveria ter pelo menos um pouquinho de medo que Minhyuk o ameaçasse. Era muita confiança no refém.

Tamborilou com os dedos na superfície do balcão ainda mais entediado. Se estivesse sendo torturado e mantido encarcerado em um porão frio e sujo, seria mais divertido.

Ouviu o barulho da porta abrindo e soube que Changkyun tinha chegado, e pelos passos, ele vinha acompanhado.

─ Não acredito que o mercado em Détendre realmente fica aberto 24h por dia. ─ fala Changkyun animado, entrando pela porta do apartamento.

─ Tu iria acabar vivendo de fast food. ─ escuta a voz de Jooheon.

─ E você realmente achou que eu estava comendo descentemente? ─ os dois cruzam o corredor que os levava a cozinha ─ Minhyuk? ─ ele encara Jooheon ─ Não deveria estar acordado.

─ Não consigo dormir.

─ Ótimo, nós precisamos conversar. ─ coloca as sacolas sobre a mesa e segue para a sala.

Os dois se sentam no sofá e Minhyuk prefere ficar em pé. Jooheon, ao contrário do dia anterior, vestia um moletom amarelo e jeans azul. Era estranho vê-lo tão exposto, as vezes esquecia que gângsteres também tem uma vida.

─ Isso na sua boca é geleia? ─ pergunta Changkyun surpreso com a folga do refém.

─ Estava com fome.

─ Tudo bem, isso não é importante agora ─ fala gesticulando com as mãos enquanto Jooheon ria ao seu lado ─, só confirma alguns dados para mim.

─ Certo.

─ Qual era a relação da sua mãe com o seu pai? ─ pergunta direto, sem rodeios ─ Por exemplo, algo sobre morte talvez?

─ Wow, agora você me pegou! ─ Minhyuk pensa um pouco e logo puxa um puff para se sentar ─ Francamente, ela nunca fala dele ─ continua, agora já sentado ─, minha avó disse uma vez que ela tem medo que eu me torne igual a ele, falou que depois que meu pai matou o primeiro homem, ele nunca mais foi o mesmo.

Minhyuk termina a sua fala e permanece encarando os outros dois no sofá. Por alguns instantes, Jooheon o encara como se estivesse considerando falar alguma coisa, mas desistiu alguns segundos depois, voltando a apoiar as costas no estofado.

─ Mas eu nunca considerei isso ─ ele se corrige algum tempo depois ─, meu pai não é um assassino. ─ fala mais para si mesmo do que para os outros ─ Dizem que um dos filhos tendem a puxar o lado podre do pai, mesmo se tiverem dez filhos, a genética não falha, um deles nasce podre. ─ suspira ─ Mas não é verdade, Jaemin nunca teria coragem de matar ninguém.

─ Pois ele teve. ─ Jooheon se intromete pela primeira vez.

─ Fica quieto, ele não pode ficar sabendo disso. ─ Chang o interrompe como se Minhyuk não estivesse na sala.

─ Ficar sabendo sobre o que? ─ o Lee pergunta.

─ Não sei se tenho o direito de te falar alguma coisa ─ diz Changkyun, ainda sensível ─, é uma coisa que a sua família deveria te contar.

─ Contar o que?

─ Lee Jaemin abusou sexualmente de algumas costureiras no período em que trabalhou na Essenziale ─ Jooheon fala de uma vez, sem dar tempo para Minhyuk acompanhar a sua linha de pensamento ─, o marido de uma dessas mulheres descobriu e seu pai matou ele, e não foi a sua primeira morte. ─ fez uma pausa, para esperar que Minhyuk assimilasse ─ Você não sabe de nada por que a sua família encobriu tudo ─ fala batendo com uma das mãos no braço do sofá ─, está lá, embaixo dos panos, assim como o resto dos podres envolvendo as Famílias Tradicionais.

─ E quando isso aconteceu? ─ pergunta abismado.

─ 4 de setembro de 2002 ─ quem responde dessa vez é Changkyun ─ O dia da invasão.

─ O último dia em que o meu pai foi visto.

─ Colabore para a investigação Minhyuk. ─ Jooheon levanta de onde estava ─ O Corvo confia em você ─ solta um suspiro e depois termina ─, mas eu não.

 

 

LHG

 

 

Minhyuk se debruçou sobre a mureta da cobertura vendo o sábado se alongar cada vez mais lá embaixo. Contou as horas nos dedos e viu que aquele era o sábado mais demorado de toda a sua vida, e não era nem três da tarde.

O dia estava nublado e cinza. O frio tinha diminuído, mas o vento ainda era cortante. Viu um helicóptero passando um pouco mais alto do que a sua cabeça, mas o piloto parecia não se importar muito com Minhyuk. Felizmente, o apartamento de Changkyun ficava na cobertura

Estava todo agasalhado e ainda usando uma das máscaras de pano que encontrou no quarto de Changkyun. Não seria reconhecido. Mesmo se o resgatassem, não tinha certeza se queria se encontrar com a família naquele momento.

Sentiu os olhos lacrimejarem quando o vento se tornou mais intenso e resolveu entrar, encontrando Changkyun jogando videogame.

─ Também quero jogar. ─ falou entediado.

─ Pega um controle ali no suporte então.

Uma partida de futebol foi iniciada e Minhyuk sentiu na pele o que era começar a trabalhar. Faziam exatos dois anos que não chegava perto de um console. Os exatos dois anos no qual estava trabalhando na Essenziale.

Estava enferrujado e toda vez que sofria um gol de Changkyun tinha vontade de chorar abraçado ao PS4.

─ Changkyun-ssi ─ chama pelo outro, ouvindo apenas um murmúrio como resposta ─, quando eu vou embora?

─ Depois que a sua família pagar o resgate. ─ fala concentrado na televisão.

─ Quanto eles ofereceram? ─ Minhyuk continua, vendo que ainda conseguiria virar o jogo.

─ 20 milhões. ─ responde, tendo a bola roubada pelo Lee.

─ Não sabia que Hwahee-hyung valia tanto. ─ sussurra para si mesmo, não esperando uma resposta.

─ Eles ofereceram isso pelos dois ─ responde vacilando por meio segundo, e sofrendo um gol do time de Minhyuk ─, seriam 10 milhões por cada um. ─ faz uma pausa enquanto o jogo reiniciava e a bola voltava para o meio do campo ─ É uma quantia generosa.

─ Sim, estou considerando a falência da empresa. ─ concorda vendo Changkyun tentar avançar mais uma vez ─ Vou ter que trabalhar feito um condenado para repor tudo isso. Não seria mais fácil me mandar embora agora, eu diria que me perdi deles durante o evento. ─ rouba a bola e inicia um contra-ataque ─ Eles pagam só o resgate do Hwahee e eu apenas trabalharia feito um condenado, sem repor nada.

─ O dinheiro já foi depositado. ─ responde depois de um tempo, estava tentando recuperar a bola.

─ Nem gosto de dormir na minha cama mesmo. ─ Minhyuk fala rindo do desespero do outro vendo que logo o jogo terminaria e iriam para os pênaltis ─ A mesa da sala de Criação nunca me pareceu tão confortável, vocês deveriam me dar uma parte da quantia que arrecadaram para eu comprar um sofá.

─ Quando que se tornou tão falante? ─ responde rabugento quando o jogo terminou em 3x3.

A televisão passa a exibir os melhores momentos da partida e nenhum deles silaba nenhuma palavra. Cada um seleciona os cinco jogadores que bateriam seus respectivos pênaltis, e o goleiro que os defenderia.

Algum tempo depois, a tela exibe o bonequinho de uniforme amarelo pronto para chutar a bola. Era o time de Changkyun.

O rapaz tecla os comandos necessários em seu controle e o seu jogador começa a correr. Minhyuk também movimenta o seu goleiro, e consegue defender com sucesso. Depois foi a vez do time do Lee bater, infelizmente, seu jogador bateu para fora.

─ Então, quando eu vou embora? ─ pergunta novamente vendo o segundo jogador começar a correr.

─ Assim que o Corvo autorizar. ─ fala errando o gol ─ Ele não deixa te machucarem, muito menos te libertar, aquele velho tá ficando caduca ─ os dois riem, e Minhyuk acerta o segundo gol ─, ele gosta de você.

─ Quem é esse Corvo no qual vocês sempre falam? ─ pergunta ao sofrer outro gol de Changkyun, mas acertar um pênalti logo em seguida ─ Um Deus? ─ o placar marcava 2x1.

─ Se a Iniciativa é uma religião ─ fala mantendo o controle no colo, mesmo sendo a sua vez de bater ─, ele certamente é o Deus.

─ Vocês são loucos. ─ Minhyuk responde rindo ─ Todos vocês, malucos, pirados! ─ fala ainda risonho ─ Posso conversar com esse Deus? Ele existe ou eu vou ter que fazer uma oração?

─ Logo ele te libera relaxa ─ fala pegando o controle e acabando por empatar o jogo ─, seu primo já foi liberado hoje.

─ Como? ─ responde e acaba por jogar para fora novamente ─ Por que não me avisou?

─ Você não perguntou. ─ Changkyun responde debochado e ainda aproveita o descuido de Minhyuk para fazer o terceiro gol ─ Perdeu! ─ revela defendendo da investida de Minhyuk ─ Vamos assistir o jornal e ver como o seu primo está.

─ Você não trabalha? ─ pergunta notando que o outro passava tempo demais em casa ─ Digo, a sua família não te obriga a carregar uma empresa nas costas?

─ Na verdade eles preferem que eu mantenha distancia daquele prédio. ─ responde seco.

Quando a televisão ligou, o jornal da noite já havia começado e a repórter falava algo relacionado a algum festival de música que ocorreria na cidade nos próximos dias. Muitos artistas conhecidos viriam e Minhyuk viu aquilo como a oportunidade perfeita para fazer publicidade.

─ Você vai? ─ pergunta tentando aliviar o clima na sala.

─ Não vou mais estar no país na semana que vem ─ escuta Changkyun falar ─, na verdade só estou aqui por sua causa. ─ ele ri sem mostrar os dentes ─ Eles precisavam de uma figura pública que poderia te atrair e depois sumir sem deixar rastros. ─ fala se referindo aos seus superiores no Dimas.

─ Entendo. ─ batuca com os dedos no controle do PS3 ─ Boa viagem então. ─ fala colocando o objeto sobre a mesinha de centro e o substituindo por uma almofada.

A televisão passa a exibir novamente o estúdio e a mesma mulher do outro dia começa a falar. Por sorte, era sobre o caso de Minhyuk.

Na noite de quinta-feira, nosso jornal anunciou o sequestro de dois dos herdeiros da Multinacional Essenziale, forte indústria de vestuário aqui da região. ─ outras fotos de Minhyuk e Hwahee aparecem na tela ─ Segundo informações da polícia, a família teria oferecido um valor generoso de dinheiro para o resgate dos dois rapazes e, posteriormente, feito o depósito em uma das sedes do Banco Don.

─ Esse é o banco da sua família?

─ Às vezes até que ele é útil ─ ri ─, se é que você me entende.

Na tarde de hoje, o mais velho dos meninos foi reconhecido em uma das alas do Hospital Municipal de São Bruno, ao que tudo indica, os membros da facção criminosa teriam o deixado lá antes mesmo do pagamento ser efetuado.

─ Golpe baixo.

─ Não precisamos do seu dinheiro.

─ Magoou.

Quando ele chegou aqui, ele estava com claros sinais de espancamento e com algumas partes do corpo apresentado queimaduras de até 3° grau. ─ uma das enfermeiras diz durante a entrevista ─ Por conta do seu cansaço eminente, ficou claro para a equipe médica que ele passou a maior parte dos dias sendo impedido de dormir. Não sei quem foi a pessoa que o torturou dessa forma, mas realmente espero que os evolvidos sejam pegos.

A polícia ainda está trabalhando para descobrir o motivo para tanta crueldade ─ diz o outro reporter no estúdio, antes de trocar de tópico.

─ Não deveria reclamar por eu não te deixar sair do apartamento.

─ Não estou vendo ninguém reclamar. ─ Minhyuk aperta ainda mais a almofada ─ Tem alguém reclamando aqui? Eu não vi ninguém reclamando.

─ Você não parece gostar muito do seu primo.

─ Ele é um idiota. ─ Minhyuk responde olhando diretamente para o outro ─ Um idiota que não trabalha nada e recebe o dobro que eu, mas ainda sim um idiota.

O telefone de Changkyun toca e ele rapidamente pede licença e se encaminha na direção da cozinha para atender a ligação. Pelo semblante serio que tinha em seu rosto ao sair da sala, deveria estar recebendo uma ligação do próprio Satanás, ou o tal do Corvo.

─ Minhyuk ─ escuta a voz de Changkyun vinda da cozinha ─, vem aqui um minutinho. ─ o Lee faz o que lhe foi solicitado ─ Qual é o seu olho bom? O esquerdo ou o direito?

─ Que tipo de pergunta é essa?

Changkyun não o respondeu e começou a analisar cuidadosamente o rosto de Minhyuk como se buscasse o ângulo correto. Após alguns instantes, um sorriso se forma em seu rosto e ele fecha a destra em punho. Com a outra mão, segura firmemente a sua mandíbula e encara o rosto por mais tempo do que o necessário.

Minhyuk não sabia o que estava acontecendo, mas sentiu todos os seus membros se tencionarem quando Changkyun cerrou os olhos, largou o seu rosto e lhe desferiu um soco no olho esquerdo.

─ O que você está fazendo? ─ resmungou.

O Im havia lhe agredido sem nenhum motivo aparente. Sentiu a visão se enegrecer e teve que se segurar no balcão para não ir ao chão.

─ Você viu o jeito que a Dinastia entregou o Hwahee ─ Changkyun fala em um tom duro, diferente daquele no qual Minhyuk estava acostumado ─, você não pode aparecer lá inteiro. ─ fala segurando os ombros do outro para mantê-lo em pé ─ Vira o rosto.

─ Changgie.

─ Só vira o rosto, por favor ─ meio a contragosto, Minhyuk fez o que lhe foi sugerido ─, você tem que colaborar.

Dessa vez, não foi atingido apenas com um soco, mas uma sequência que beirava ao espancamento.

─ É só um olho roxo, já tive vários e olha só ─ vira o rosto de forma que Minhyuk visse ─, continuo enxergando perfeitamente. ─ volta a segurar sua mandíbula para que não se mexesse ─ Acho que vai ficar um efeito legal. ─ fala vendo os roxos começarem a brotar ─ Por motivo óbvios, não vamos passar nenhum remédio ok.

─ Mas tá doendo.

─ Você é muito fraco! ─ barganha ─ Não vai inflamar, eu sei o que estou fazendo ─ fala fazendo um joinha com os dedos ─, ia ser legal se você aparecesse mancando. Posso te dar um chute?

─ Vou pegar gelo. ─ Minhyuk responde abrindo a geladeira ─ E você não vai me chutar.

Changkyun se dá por vencido e caminha para outro lado da casa. Minhyuk sentia a cabeça doer e a tontura apenas piorar. Colocou o gelo dentro de um saquinho que encontrou em uma das gavetas e ficou esperando a dor melhorar.

Viu Changkyun sair de um dos quartos com uma mochila em uma das mãos, e, na outra, uma mala de alças.

─ Vamos? ─ fala colocando a mala em cima da mesa do jantar.

─ Para onde?

─ Você vai voltar para casa ─ fala como se fosse obvio ─ e eu volto pros EUA.

─ Não vai se despedir da sua família? ─ pergunta sem enxergar direito Changkyun. O olho estava inchando aos poucos.

─ Eu não tenho família. ─ estala a língua, e depois continua ─ Nessa mochila estão todas as suas coisas e as do seu primo ─ indica a bolsa preta que tinha em mãos ─, incluindo as roupas que estavam quando foram pegos, celulares, relógios, dinheiro, tudo.

─ Por que está devolvendo?

─ Porque você reprovou! ─ outra vez, seu tom era óbvio ─ O Corvo disse que tudo isso foi um teste para verificar se você entraria para a nossa equipe ou não.

─ Se me avisassem eu teria me esforçado. ─ agora enxergava apenas com o olho direito.

Como de costume, não escuta uma resposta vindo de Changkyun. O mesmo pegou o seu molho de chaves e abriu a porta, fazendo sinal para que Minhyuk o acompanhasse.  Colocou a mochila nas costas e entrou no elevador, onde o Im já o aguardava.

─ Ele também pediu para que você mantivesse sigilo quanto tudo que viu e ouviu no período em que esteve conosco. ─ Changkyun diz quando chegaram ao estacionamento, ainda se referindo ao Corvo ─ Disse que poderíamos confiar em você no futuro, nós podemos?

─ Claro. ─ engoliu em seco.

─ Você vai embora com o cara na moto ─ aponta para um homem todo de preto no outro lado do estacionamento ─, foi bom passar esse tempo com você.

Ficou em pé ao lado do elevador vendo o possível amigo entrando em uma Range Rover branca, ligando o veículo e saindo tranquilamente da garagem. Estava sozinho.

Arrumou o moletom cinza do Ramones que escolheu especialmente para o retorno e caminhou lentamente na direção da Yamaha.

O cara em cima da motocicleta estendeu um capacete em sua direção e Minhyuk não fez nenhuma objeção em colocá-lo.

O desconhecido deu partida e Minhyuk finalmente caiu em si. Voltaria para a sua vida normal, para a Essenziale, faculdade e família. Mesmo que inconscientemente, tinha se apegado a Changkyun e a toda aquela ideia midiática de lutar por um bem maior.

Ele percebeu que o motorista pretendia despistar qualquer pessoa que tentasse segui-los quando saíram do bairro de Goyang, passaram por Gaehwa, foram até o centro, e retornaram a Goyang cortando o bairro industrial ─ sendo que sua casa era a 1km dali.

O velocímetro já estava passando de 100km/h e Minhyuk foi obrigado a segurar na cintura do desconhecido e apoiar o rosto em suas costas. Quase dormiu sentindo o cheiro de sabonete de lavanda que emanava da pele do motorista.

Quando chegou em casa já era noite. Foi empurrado da motocicleta e sem mesmo se despedir, a moto voltou a cortar as ruas em alta velocidade. Minhyuk xingou alto ao tirar o capacete e ver que nem isso o cara tinha levado.

Pessoas malucas. Todas elas.

Deixou o capacete no chão e começou a fuçar na mochila que tinham lhe dado. Com sorte, encontrou a sua carteira e, dentro desta, o cartão que abriria o portão. Estava em um dia de sorte.

Passou silenciosamente pelo quintal e tirou os sapatos quando entrou pela porta. É normal ser sequestrado e entrar sem nenhum problema na própria casa alguns dias depois? Não tinha certeza. Ouviu um barulho na cozinha, com sorte alguém estaria em casa.

Foi até lá na pontinha do pé e quase caiu para trás quando encontrou a família quase inteira reunida enquanto comiam.

─ Olá. ─ fala se curvando para os mais velhos.

Quase toda a família estava presente, sentiu falta apenas de Tia Yuhye e do Tio Jaehwa. Ambos deveriam estar no Hospital de São Bruno juntamente de Hwahee.

Assim que notaram Minhyuk parado na frente da porta da sala de jantar, todos se levantaram e ficaram o encarando como se fosse uma alma penada, a primeira a reagir, foi Rami.

─ O MINNIE VOLTOU! ─ ela berrou antes de sair correndo e pular no seu colo lhe abraçando forte.

─ O olho não ─ Minhyuk reclama ─, não encosta no olho. ─ fala impedindo a menina ─ Pelo amor de Deus ele ainda tá inchado.

─ Deus seja louvado! ─ fala Sunah se levantando e indo na direção do filho ─ Você está bem? Eles machucaram muito você? ─ pergunta segurando os dois braços do menino, checando se todas as partes ainda estavam no lugar.

Tocou levemente no olho esquerdo para verificar o grau do roxo e abraçou o menino como se ele ainda tivesse onze anos e estava com saudades do irmão desaparecido.

 ─ Rami-ah não encoste no olho dele, por favor. ─ ela fala chorando contra o ombro do filho ─ Está com fome?

─ Eu já comi, obrigado. ─ diz se sentindo um pouco mal por conta de toda aquela preocupação. Era estranho.

─ Está tudo bem contigo? ─ pergunta um dos tios ─ Está muito machucado? Como chegou até aqui?

─ Estou bem, de verdade ─ fala depois que a mãe o largou ─, eles me trouxeram em casa.

─ Um deles veio até aqui? ─ sua mãe fala ─ Ainda dá tempo de checar as câmeras de segurança.

─ Deixa eles em paz por enquanto. ─ Minhyuk diz sentindo a cabeça latejar ─ Se precisarem de mim, estarei no quarto, dormido. ─ Changkyun realmente deveria ter pegado mais leve nos socos.

─ Minhyuk, olha a situação do seu olho ─ escuta a voz de Sora, uma das tias ─, vamos até o Hospital agora. ─ ouve o barulho de todas as pulseiras que usava ─ E de quem são essas roupas? ─ ela berra ─ Por que está usando preto? ─ Minhyuk tinha se esquecido que ainda usava o moletom do Ramones, um dos gorros de Changkyun e calça jeans batida.

─ Por um acaso acha que é um deles? ─ ouve alguém batendo na mesa com força.

─ Se preocupem com Hwahee, eu estou bem. ─ sentia o mundo a sua volta girar, mas realmente não queria lidar com a família no momento.

─ A gente pagou o seu resgate, e não foi barato. ─ a voz de Tio Jaegwan se destacou no meio das outras.

─ Deveria ser pelo menos um pouquinho mais agradecido. ─ Tio Jaebum se intromete na bagunça.

Dinheiro, se importavam apenas com isso.

─ Trate de ser um bom menino e fazer tudo o que eu mandar. ─ Tio Jaegwan fala novamente. O atual CEO da Essenziale.

Por alguns segundos, ele realmente havia se esquecido da indiferença da família.

─ Eu não me lembro de ter pedido para ninguém pagar nada para mim ─ Minhyuk responde em uma voz que não parecia ser sua ─, se preocupem do Hwahee, de verdade.

 

 

Capitulo Cinco ─ Louvor.

 

“Mas eles não se importam,
Talvez não seja tão seguro assim...
Consumação. Madeira queima, mata e te batiza.
Mas de nada vai adiantar...
A inocência cega, eles não tem consciência,
Mudar algo na sua essência,
Sem paciência tampouco ciência,
Com um embasamento fraca,
Isso vai ter consequências.
Usando a mente de outros, e mentindo...
Para estes outros, e pouco a pouco,
Os tornando quão errôneos quanto a ti mesmo.
Por favor, tenha benevolência.”


Notas Finais


~> A Família Lee vai dar muito trabalho ainda, aguardem pessoal!! E não esqueçam do Jooheon, nem do Changkyun, os dois são importantes também!! Logo o Shownu e o Hyungwon vão aparecer, acho que vocês vão gostar das personalidades deles... <3
~> Essa fic é a junção de todos os plots q eu já fiz durante toda a minha vida... Igreja, Moda (vocês vão descobrir o motivo) e gangues... bom esse é o resultado!! O enredo/roteiro está quase finalizado, bastante gente vai morrer aaaaaaaaaaaa

~> Eu postei uma oneshot para o projeto #MONWRITERS... quem quiser passar lá, eu particularmente, adorei...
Link: https://spiritfanfics.com/historia/morangos-10962989
Nos vemos em breve, OBRIGADO POR LEREM LHG <3 <3

Bjs :)


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