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História Love and Hate - O paradeiro


Escrita por: Youraxyz

Notas do Autor


Olá,

Lembram quando pediram o encontro entre Taeyeon e Miyoung? Vou deixar um conselho para o capítulo de hoje: respirem fundo e sejam fortes!!!

Decidi escrever o capítulo em forma de diálogo, então tem alguns que ficaram grandes.
Boa leitura.

Capítulo 16 - O paradeiro


Taeyeon P.O.V.


Eu não consegui comer nada desde o dia anterior quando a mãe de Tiffany me ligou. Estava tão ansiosa que meu estômago embrulhava só de pensar em comer alguma coisa. A mãe de Tiffany me abraçou calorosamente assim que me viu. Isso fez com que a ansiedade diminuísse um pouco. Estava indo tudo muito bem até a chegada de Tiffany. E após a chegada dela, eu senti meu mundo virando de cabeça para baixo. Eu não consegui acreditar no que eu estava ouvindo. Irmã gêmea? Como isso era possível? Aos poucos fui sentindo o meu corpo ficando mole. Antes que eu pudesse sentar, perdi os sentidos.


Acordei vendo Yerim sobre mim me olhando preocupada. Ela me ajudou a sentar e me deu um copo com água. Eu não sabia exatamente por quanto tempo fiquei desacordada. Olhei ao redor percebendo que Tiffany e a mãe dela estava desaparecida. Eu estava confusa com aquela história por isso me levantei com a ajuda de Yerim e fui para sala. Encontrei Tiffany sentada no sofá com uma expressão estranha enquanto Jun caminhou em minha direção. A expressão dele não era nada agradável por isso fiquei desconfortável quando ele pediu para ter uma conversa a sós comigo.


Fomos para a biblioteca, mas pouco tempo depois Tiffany apareceu, mas Jun a dispensou rapidamente. Eu pensei que ele brigaria comigo assim que Tiffany nos deixasse sozinho, mas ele se manteve em silêncio. Me mantive em silêncio esperando que ele me dissesse o que ele queria.


- Há coisas sobre a minha família que você ainda não sabe, doutora. - Ele falou de forma enigmática quebrando o silêncio.

- O que quer dizer com isso? - Perguntei confusa.

- Você vai parar de procurar a Tiffany se encontrar a Miyoung? - A pergunta me pegou de surpresa apesar de Jun já ter falado para eu ficar longe da irmã dele. Não consegui responder.

- Minha família passou por muitas situações dolorosas. E ela não precisa de mais sofrimento. - Jun falou novamente sem deixar claro sobre o que estava falando.

- Sobre o que exatamente está falando? - Perguntei ainda mais confusa.


Jun não me respondeu, apenas se levantou e caminhou em direção a mesa. Pegou um papel e uma caneta. Anotou alguma coisa e ficou olhando para o papel por alguns minutos. Fiquei observando-o tentando compreender o que ele estava fazendo. Quando ele levantou a cabeça e me olhou sua expressão estava muito estranha. Ele dobrou o papel ao meio e voltou sentando ao meu lado.


- Eu preciso que me prometa uma coisa. - Ele falou lentamente me olhando nos olhos. Imaginei que ele fosse falar de Tiffany novamente, mas eu estava enganada.

- Prometer? Sobre o que? - Perguntei achando estranha a atitude dele. Foi então que notei que ele tinha um olhar triste naquele momento.

- Você não vai contar nada sobre o que viu ou ouviu aqui em casa. E não vai falar com ninguém sobre isso. - Ele falou apontando para o papel em sua mão.

- Não se preocupe, eu não tenho porque falar sobre os problemas familiares de outras pessoas que não seja da minha mesma. Mas o que é isso? - Perguntei ainda sem entender.

- Isso é algo que você almeja há muitos anos. - Ele falou me entregando o papel.

- Como assim? - Perguntei pegando papel abrindo-o. Havia um endereço anotado nele.

- Esse é paradeiro da minha irmã. - Ele falou e eu fiquei de pé chocada com a informação.

- O que quer dizer com o paradeiro da… - Não consegui terminar a frase.

- Significa que neste endereço encontrará informações de Miyoung. - Ele falou e eu fiquei de pé pegando a minha bolsa.

- Espera, doutora Kim. - Ele falou me segurando em meu pulso.

- Que? - Perguntei ainda em choque.

- Me prometa que não vai dizer a minha mãe e a minha irmã sobre Miyoung. - Ele falou segurando firme em meu pulso.

- Porque não quer que elas saibam? - Perguntei sem compreender.

- Não quero que elas sofram. - Ele falou me olhando com intensidade.

- Eu não entendo. - Falei tentando buscar respostas no rosto dele.

- Vai entender. Me ligue depois quando estiver pronta para conversar. Eu responderei todas as suas perguntas. Só peço que não diga nada a elas. - Ele falou me soltando.

- Ok, eu não direi. Tchau. - Falei saindo apressada. Nem mesmo esperei que ele me levasse até a porta.


Entrei no carro que eu havia alugado e digitei o endereço que Jun havia me dado. Liguei o carro colocando o cinto de segurança. Fui seguindo o caminho indicado. Eu estava em êxtase, afinal era a primeira vez que eu tinha alguma informação sobre Miyoung. Não sabia ao certo o que eu estava fazendo. Nem mesmo sabia o que faria com as informações que eu encontrasse nesse lugar. Jun era uma pessoa estranha e isso só me deixava mais intrigada. Faltando aproximadamente um quilômetro para chegar ao local, um questionamento me surgiu me obrigando a parar o carro para pensar. Porquê só agora Jun havia me dado informações sobre Miyoung? Se ele sabia o tempo todo que podia me ajudar na busca por ela, porque só agora me disse o endereço onde eu poderia encontrar informações sobre ela? Será que ele não estava me enganando para me manter longe de Tiffany? Algo me dizia que ele não estava mentindo. A intensidade com que ele falou comigo me dava a certeza de que ele sabia de alguma coisa.


Liguei o carro e continuei seguindo o caminho indicado pelo GPS. Estranhei quando entrei em uma estrada que era cercada por uma mata fechada. Senti meu corpo arrepiar me causando um certo pânico. Acelerei e continuei até chegar no final da estranha. Parei o carro assim que vi uma grande entrada decorada com flores. Li a placa que dizia St. Louis health house. Olhei ao redor verificando que o lugar parecia com uma casa de repouso. Sem saber exatamente o que fazer, caminhei em direção a entrada. Notei que após a porta havia um corredor que dava acesso a recepção. Parei e pensei por alguns minutos sobre o que perguntar. A recepcionista me olhou de onde estava e sorriu.


- Boa tarde, sou a doutora Kim Taeyeon. - Falei ao me aproximar.

- Boa tarde, doutora. O senhor Hwang avisou que a doutora nos visitaria. Vou indicar o caminho. - Ela falou sorridente, mas aquilo só me deixou mais nervosa principalmente pelo fato de Jun ter avisado sobre a minha chegada.

- Obrigada. - Agradeci mesmo não sabendo para onde ela me levaria.

- Que bom que veio, doutora. Estamos sempre abertos a novas sugestões de melhoria para os nossos pacientes. Se depois puder nos dar umas dicas, será de grande auxílio - A mulher falou animada como se já me conhecesse enquanto caminhava por entre os corredores do lugar.

- Claro. - Respondi e ela sorriu visivelmente alegre com a minha resposta.

- É por aqui. - A mulher  falou entrando em um outro corredor. Notei que o lugar parecia ser uma ala hospitalar.


A mulher parou em frente a uma porta e a abriu lentamente. Pensei que tínhamos chegados a uma sala, porém parecia ser outra recepção. A recepcionista informou que a partir daquele momento uma enfermeira me auxiliaria. Ela se despediu e a enfermeira do posto de enfermagem pediu os meus documentos. Entreguei ainda sem saber onde eu estava, me perdi de tanto andar pelos corredores desconhecidos. A mulher me indicou o banheiro e me entregou um conjunto de roupas.


Como médica, eu sabia que todo aquele vestuário significava que eu entraria em algum lugar reservado e protegido. Eu visitei tantas vezes um CTI, salas de emergência, UTI e salas de cirurgia que estava acostumada a vestir aquele tipo de roupa. Mas ali sem saber por qual motivo eu deveria me vestir dessa forma, fiquei ainda mais nervosa. Me troquei rapidamente e saí do banheiro sentindo o meu coração bater acelerado. Eu estava tão ansiosa que não fiz nenhuma pergunta, apenas deixei que a enfermeira me indicasse o caminho. Passamos por duas porta até ela parar em frente a outra porta batendo de leve. Uma outra enfermeira abriu a porta permitindo a nossa entrada.


- Olá, boa tarde. Essa é a doutora Kim. Ela veio ver a irmã do senhor Hwang. - A mulher sorriu indicando que eu entrasse no quarto.


O som de dentro do quarto me fez parar bruscamente. Era como o som de uma ala do CTI. Pelos meus conhecimentos, todos os aparelhos estavam ligados mesmo que eu ainda não fosse capaz de ver. A enfermeira tocou em meu ombro indicando que eu entrasse no ambiente. Entrei no quarto vendo uma mulher que tinha os cabelos soltos espalhados pelo travesseiro. A paciente estava entubada ligada a vários aparelhos que controlavam todos os sinais vitais dela. Senti minha respiração ficar cada vez mais pesada. Cada passo parecia vir carregado de um peso incomum aumentando com a aproximação. Parei apenas um metro de distância assim que vi rosto dela. Senti as minhas pernas ficarem bambas.


- Miyoung? - Perguntei confusa com o que estava vendo e fiquei mais ofegante.

- Sim, doutora. Essa é a irmã do senhor Hwang, Miyoung. Está em coma há quatro anos. - A enfermeira respondeu.


De repente eu não conseguia mais respirar. O ar foi ficando cada vez mais escasso fazendo as minhas vistas ficarem embaralhadas. A enfermeira continua falando alguma coisa, mas eu não conseguia ouvir nada do que ela estava falando. A imagem da mulher deitada naquele quarto me fez querer sair correndo dali. Correr para longe, para longe da realidade. Fui ficando com as vistas pretos, com uma cegueira momentânea. O quarto rodou e eu desmaiei. Abri os olhos sentindo que alguém segurava a minha mão. Comecei a pensar sobre o pesadelo que eu tive antes de perder os sentidos. Assim que vi Jun sentado ao meu lado segurando a minha mão, eu soube que não era um pesadelo.


- Como? - Eu perguntei sem conseguir conter as lágrimas.

- Um acidente de carro. - Ele falou apertando a minha mão de leve.

- Porque não me contou antes? - Perguntei sentindo o meu coração bater acelerado no peito.

- Eu não sabia como fazer isso. Eu não sabia como contar a você sobre ela quando você ainda tinha esperanças de encontrá-la bem. - Ele respondeu abaixando a cabeça.

- Você sabia o tempo todo que eu estava procurando desesperadamente por ela. Por que me enganou? - Perguntei olhando para ele que ainda evitava me olhar.

- Há muitas coisas que não sabe. Mas o principal motivo é que eu não queria que a minha família sofresse. - Ele falou levantando a cabeça e me olhou nos olhos.

- Sofrer. Porque Tiffany não me contou sobre Miyoung? - Perguntei me sentindo traída.

- Ela não sabe. Ela não se lembra da irmã. - Ele respondeu e eu fiquei chocada ao perceber que ele não mentia.

- Que? Porque? - Perguntei confusa.

- Tiffany estava com Miyoung no momento do acidente. E perdeu a memória por causa de uma lesão. - Ele respondeu abaixando a cabeça novamente.

- Eu não entendo. Se ela perdeu a memória porque vocês não contaram a ela sobre Miyoung? - Perguntei tentando entender.

- Porque já havíamos perdido Miyoung uma vez. Não posso deixar que ela sinta essa perda novamente. - Ele explicou, mas isso não esclareceu nada.

- Ainda não entendo. - Falei sentando na cama e ele me ajudou com os travesseiros.

- Quando a minha irmã tinha 5 anos o meu pai a sequestrou, tirando-a da gente, da minha família. Um ano depois do sequestro, depois de inúmeros buscas, meu pai procurou a minha mãe dizendo que ela havia morrido por causa de uma pneumonia. Foi caos na minha casa. Foi doloroso para Tiffany perder a irmã, foi doloroso para todos nós. - Ele explicou com os olhos marejados.

- E então? - Perguntei esperando que ele me contasse o restante da história.

- E então, a minha irmã mais nova Yerim viajou de férias para o Japão e voltou dizendo que tinha visto uma jovem igual a Tiffany. Eu achei que ela estivesse mentindo, mas ela não estava. - Ele falou lentamente enquanto sua expressão foi ficando mais triste.

- E? - Disse lentamente depois dele se manter alguns minutos em silêncio.

- Eu contratei um detetive e ele encontrou a localização da minha irmã. Quando eu descobri que ela estava sendo maltratada pelo meu tio, eu a sequestrei. Minha irmã era uma pessoa assustada e com medo de tudo e de todos. Então ela fugiu de mim. Ela fugiu em um barco para Coréia do Sul. - Ele explicou lentamente.

- Quando ela fugiu de você, ela veio até mim? - Perguntei já sabendo a resposta.

- Sim, mas, assim como eu, meu tio descobriu a localização da minha irmã em sua fazenda. Então eu a resgatei da sua casa antes que ele chegasse primeiro. - Ele explicou se levantando.

- Foram dois anos fugindo dele, protegendo e evitando que ela voltasse para ele. Ele me acusou de sequestro. Na época, meu pai estava desaparecido, e não havia como contatá-lo. O meu tio era o guardião dela e a polícia passou a me perseguir. E em um momento, ele nos encontrou e levou a minha irmã de volta para o Japão. - Ele falou e eu vi o desespero em seu olhar, em seu rosto. Eu não consegui falar nada, me sentindo confusa e mais triste.

- Não tinha como ela voltar para você, Taeyeon. - Ele falou lentamente o meu nome.

- Agora eu sei. - Falei lembrando de todos os momentos em que eu tentei não odiar Miyoung por ela ter ido embora. - Se seu tio a levou de volta, como Tiffany e Miyoung se acidentaram? - Perguntei confusa.

- Tiffany descobriu o que eu estava fazendo. E em um ato de coragem, ela foi até a casa do nosso tio resgatar a nossa irmã. Foi o caos quando eu descobri para onde ela estava indo. Tiffany atraiu Miyoung e elas fugiram de carro. Porém sofreram um acidente durante a fuga. Tiffany acabou sem memória e Miyoung… - Ele não conseguiu completar a frase.

- ... terminou daquele jeito. - Completei a frase dele sentindo as lágrimas escorrer em meu rosto.

- Agora você entende? Minha mãe e minha irmã já sentiram a perda dela. Já passaram anos acreditando que ela estava morta. E de repente por um milagre, minha irmã está viva e deveria simplesmente voltar para casa. Mas a tragédia bateu em nossa porta novamente, Taeyeon. Por isso eu nunca contei para a minha mãe que eu havia encontrado a minha irmã perdida. E sem memória, Tiffany também não pode contar a ela. Como eu posso simplesmente dizer a elas que podemos perder a minha irmã novamente? - Ele perguntou e eu não consegui responder.

- Como eu posso simplesmente deixar que elas sofram novamente? - Ele perguntou visivelmente emocionado.

- Você não pode… deixar que elas sofram novamente. - Eu disse com dificuldade.

- Você entendeu. Eu não espero que você me perdoe por mentir para você. Eu sinceramente espero que você não faça a minha mãe e minha irmã sofrerem novamente. - Jun conclui olhando em meus olhos.

- Eu não farei. - Falei me levantando da cama. Jun me apoiou e me olhou compreensivo porque ele sabia onde iria.


Fechei o soro que ainda corria em minha veia e o retirei do meu braço. Jun me olhou preocupado, mas não disse nada. Ele me deu o braço me dando apoio. Eu sentia o quanto o meu corpo estava fraco, e meus sentimentos devastados. O momento que eu achei que seria glorioso, havia chegado como uma onda gigante cheia de tristeza. Me apoiei no braço de Jun que me levou lentamente até a recepção daquela ala. Alguém nos deu as vestimentas e eu fui para o banheiro para me trocar. Jun fez o mesmo. Quando eu saí, ele me deu o braço novamente. Caminhamos juntos, lado a lado, lentamente como se isso pudesse afastar a realidade.


- Faz uma semana que eu a transferi para essa clínica. Estão cuidando bem dela aqui. - Jun falou antes de abrir a porta.


As lágrimas voltaram aos meus olhos assim que ele abriu a porta. Ele segurou em minha mão que estava apoiada em seu braço. As minhas forças haviam ido embora novamente e ele me mantia de pé. Eu sabia bem o que eu veria, mas ainda assim eu não estava preparada. Jun foi me levando para dentro do quarto. Parei e olhei para a cama vendo-a. Me afastei de Jun aproximando da cama. Segurei na mão dela enquanto as lágrimas escorriam em meu rosto. Alisei o rosto dela vendo o quanto ela havia emagrecido. Encostei a minha testa na dela como a muito tempo não fazíamos. Então chorei até as lágrimas acabarem. Jun assistia de perto mantendo a mão em meu ombro. Finalmente a minha procura havia acabado, mesmo que não fosse da maneira como eu esperei.


Notas Finais


Não tenho palavras para descrever esse capítulo. Ainda está doendo aqui no meu peito.

Mas enfim, elas finalmente se encontraram. Taeyeon já sabe porque Miyoung desapareceu. Não pense que a estória acabou, porque ainda tem mais.

E que comecem os jogos!!! Hehehe
Até o próximo capítulo


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