Melyn irá dormir aqui em casa, o que é um desastre, não é? Se resume em; gritaria, putaria e ela flertando com papai. Mas hoje ela ia dormir cedo, a se ia!
- Meninas, estou indo dormir! - meu pai avisou, entrando no quarto logo depois de bater na porta - Boa noite. - ele deu um beijo em minha testa em seguida na de Mêh - Te amo, filha... E te amo também, sua doidinha. - apertou a ponta do nariz de Mêh, a mesma sorriu de um jeito engraçado - a verdade é que ela estava tentando ser meiga, só tentando mesmo -, papai saiu do quarto fechando a porta, mas logo estava com sua cabeça para dentro novamente, franzi o cenho - Mêh... Não fique falando ou tentando demonstrar nada sobre sexo a noite toda. - disse sério, e depois riu sendo acompanhado pela gente. Papai balançou a cabeça em negação e saiu de vez.
Estão vendo? Até ele a conhece bem.
Ficamos um tempo em silêncio, até que Mêh quebrasse o mesmo:
- Amiga... Eu trouxe uma coisa. - ela sorriu maliciosa, sabia que lá vinha besteira. E o que papai havia falado a pouco foi o mesmo que nada.
Ela levantou e trancou a porta, em seguida foi até sua bolsa e a abriu, tirou algo de lá e escondeu atrás das costas, me sentei em perna de índio numa ponta da cama e ela na outra, olhei-a com as sobrancelhas arqueadas, esperando que ela me mostrasse logo o que havia pegado.
- Tcharam! - tirou o tal negócio de trás das costas dela...
MEU DEUS!
Eca, eca, eca.
Essa garota tem problemas.
- MEU... Sai com isso daqui. - disse, apavorada, tentando me afastar e acabei caindo no chão.
Merda, meu coc's.
Levantei com pressa, enquanto ela vinha em minha direção com aquilo na mão.
- Só uma chupadinha, Mel - pediu, entre risos. Neguei. - Vai, segura então. Ele não morde!
- Sai de perto de mim com isso... - pedi, me afastando.
- Melissa, é só um Pinto de borracha, garota. - ela murmurou, como se aquilo fosse normal.
- Isso se mexe! - constatei, mais apavorada - Olha o tamanho disso, Mêh!
- Agora, imagine isso aqui te dando prazer a noite toda, te fazendo gemer que nem um cadela no cio, só que, claro, um de verdade! Porque é mais gostoso... - ela tinha uma feição maliciosa, como se estivesse imaginando certa cena, soltei uma careta de nojo - Vamos, amiga, só quero dar uma "aulinha" de sexo!
- Ah, claro. Como se você fosse a mestre guru do sexo. - murmurei, irônica, revirando os olhos em seguida.
Ela gargalhou e jogou aquilo em mim, claro que eu estava receosa. Aquilo estava tremendo, quase pulando da minha mão.
Assustada, joguei aquele... Pinto janela a fora sem pensar duas vezes... Ops! Fiz merda!
O problema é que eu esqueci que a janela estava fechada!
Pisquei os olhos rápido, e pude ouvir o grande estrondo em seguida o buraco no vidro da janela já estava aparente, levei a mão até a boca e Mêh fez o mesmo, depois de segundos pude ouvir sua risada escandalosa ecoar pelo quarto.
- Cala a boca, desgraça. - joguei meu chinelo na cabeça dela, sem pensar muito antes. - meu pai deve ter ouvido! - disse, chorosa.
- Ain. - ela passou a mão na cabeça - Você jogou meu pinto na rua, idiota.
- Você esta preocupada com aquele... Pin-pin... Aquele negócio? - indaguei, indignada, enquanto ela ria apontando para mim. Mas eu estava nervosa.
- Relaxa, amiga, depois eu peço para o meu pai mandar alguém arrumar. -ela se jogou na cama, como se aquilo não tivesse sido nada.
Vamos se dizer que Melyn, é... Bem de vida. Muito bem!
- Quando meu pai ver, vai me matar! - exclamei, nervosa, ainda não dando atenção ao que ela havia dito.
- Ai... Você sabe que não! Sabe que o tio é super legal, não sei porque ainda se preocupa... - revirei os olhos - Quem sabe se o vidro não fosse tão transparente, você teria enxergado? -ela riu debochada, e eu bufei, me jogando ao seu lado na cama.
- Mais que pinto duro! - disse, sem pensar, depois de longos minutos em silêncio, senti minhas bochechas esquentarem e Melyn gargalhou. - Aliás, onde arranjou isso?
- Ah... Na gaveta da minha mãe. - ela deu de ombros - É, parece que o velho não da mais conta do recado. - ambas rimos. Eu já estava mais calma.
- Louca. - levantei da cama e fiquei em pé na mesma, ia pular de cima dela, mais a merda do lençol enroscou no meu pé, me fazendo beijar o chão lindamente - Droga! Dá pra ser mais desastrada?! - murmurei, com raiva, vendo Mêh caçoar da situação - Vamos, minha filha, arrumar a cama para dormir! - puxei seu pé.
- Ah não! Mas já? - ela fez biquinho e eu sorri cínica.
Ela me mostrou a língua e ajudou a arrumar a cama, aliás, minha cama era uma das coisas que eu mais gostava, ela era espaçosa e boa, apesar de ser de casal eu durmo praticamente encolhida. Deitamos na cama, e eu me lembrei que tinham cacos de vidro no chão, como não somos nada desastradas, vamos acabar pisando quando acordarmos pela manhã.
Fui lá embaixo e tive que acender todas as luzes - porque pessoas medrosas são asssim. Peguei a vassoura e a pá. Subi e tirei todo o vidro do chão, deixei em um canto - pois eu não desceria mais - e fui fechar a cortina.
De repente eu vi uma sombra atrás de uma árvore, semicerrei os olhos me aproximando um pouco mais da janela, aquela sombra continuava ali, parecia ser uma... Pessoa?
- Mêh? - a chamei baixo, sem olhá-la.
- Oi?
- Tem alguém lá fora... - continuei olhando para o mesmo lugar.
- E? - filha de uma cavala. Olhei para ela, a fuzilando - Claro que tem né, Melissa. É uma rua, geralmente as pessoas costumam passar por ela.
Revirei os olhos.
- Vem aqui logo, sua idiota! - reclamei, e ela se levantou preguiçosamente até chegar em mim, ela olhou pela janela e franziu o cenho.
- Mel... Não tem ninguém lá fora.
- Tem sim! - afirmei, olhei lá para fora, mas a mesma sombra não havia mais ali, fiquei confusa. - aah... Esquece, deve ser coisa da minha cabeça.
Ela riu, eu fechei a cortina escura, deixando com que nenhuma luz entrasse no quarto, pois não gosto de dormir com luz, é, eu não gosto do claro. Poderia ser uma vampira! Irônico para quem tem que acender todas as luzes apenas para ir na cozinha, não é?!
Esperei Melyn deitar e depois desliguei a luz.
- NÃO - ela disse alto, eu acendi a luz assustada -, eu não gosto de dormir no escuro!
- Ah, Mêh... Fala sério, todas as vezes que você dormiu aqui, você dormiu no escuro. - cruzei os braços
- Mas agora eu tenho medo! - concluiu, e eu revirei os olhos - só hoje? - fez biquinho.
Bufei.
- Vou deixar a luz do banheiro acesa.
Acendi a luz do banheiro e apaguei a do quarto, odeio dormir com luzes que me incomodem pela manhã ou na hora de dormir. Deitei na cama. E tudo o que deduzi foi que, essa "tentativa de aulinha de sexo, foi faíl"
[...]
São exatamente duas e trinta e cinco da manhã... Por que eu não consegui dormir? Bem, pelo simples fato de Melyn não deixar, até dormindo ela não me deixa quieta, a cama tem um enorme espaço, mas a idiota fica em cima de mim, como se eu fizesse parte da cama, ela estava com o pé na minha cara neste exato momento, pois bem, ela se mexe tanto que agora esta do outro lado da cama.
Tirei seu pé de meu rosto e sai da cama com cuidado, acendi a tela do celular, iluminado por onde eu andava, fui até a porta abrindo-a com cuidado, em seguida fui para a porta de frente para minha, abri ela e fui em direção a cama do quarto.
- Pai, posso dormir com você? - perguntei baixinho, ele abriu o olho devagar enquanto eu ainda iluminava seu rosto, ele sorriu.
- Pode, minha princesa.
- Chega pra lá. - fechei a porta, e fui até a cama, ele me deu espaço e eu deitei ao seu lado, puis meu celular no criado mudo e puxei seu cobertor, ele envolveu seu fortes braços a minha volta e eu me aconcheguei, sorrindo em seguida.
Amava dormir assim quando era pequena, eu simplesmente me sinto segura com meu pai, ele me acolhe. Agora sim, quarto escurinho, ninguém com o pé na minha cara. E claro, aliviada por papai não ter me perguntado sobre o barulho.
[...]
Estava me arrumando enquanto Mêh tomava banho, puis uma calça jeans escura e justa, uma regata preta com uma jaqueta vermelha por cima e meu vans de mesma cor, hoje estava meio frio.
Passei um pó pra disfarçar a olheira.
Logo Mêh saiu do banheiro, pelada, isso mesmo, pelada! Porque ela não tem vergonha na cara. Esperei ela se arrumar, e não estava muito diferente de mim, a diferença era que ela usava um salto e sua maquiagem era forte.
Pegamos as mochilas e fomos descendo as escadas, no mesmo instante em que descíamos, papai subia.
- Toma seu pinto! - meu pai jogou o objeto de borracha na mão de Melyn, e continuou subindo enquanto ria, arregalei meus olhos - Tomem mais cuidado, meninas, sexo selvagem altas horas da madrugada não dá. - bufei baixo, Mêh riu.
Pegamos qualquer besteira na cozinha e fomos comendo no caminho, durante a trajetória eu podia jurar que havia alguém nos seguindo, mas nada havia quando eu olhava para trás. E isso me deixava encabulada.
Assim que chegamos a escola, bateu o sinal, nossa primeira aula não era a mesma, então cada uma foi para sua sala.
[...]
- Tchau, amiga! - dei um beijo na bochecha de Mêh, ela ia pra casa dela e, nossas casas são para lados opostos.
- Mais tarde te ligo. - avisou, e eu assenti.
- Novidade. - constatei, irônica, com um sorriso igualmente sarcástico, e então nos despedimos.
Eu cursava o caminho devagar e sem pressa alguma, mais aquela sensação de que alguém me seguia voltará, olhei para trás, nada! Por que ninguém volta pelo mesmo caminho que eu? Mas que merda.
Tentei tirar aquilo de minha cabeça, só podia ser paranóia.
Olhei para o chão e vi uma sombra além da minha logo atrás de mim, me virei rápido, vendo aquela sombra no beco ao lado de onde eu passava. Apertei o passo - deixando de lado todo aquele lance de pensar que era paranóia. - com uma pontada de medo, senti alguém se aproximar, se aproximar perto o bastante para mim poder correr, porém quando comecei a correr, fui impedida de continuar por braços fortes, diria que fortes até demais. Uma mão foi até minha boca a tampado, minha respiração falhou, enquanto consequentemente eu entrará em pânico, me debatia, mas nada adiantava, isso só pode ser brincadeira. Será que é assalto?
Onde estavam as pessoas andando a essa hora na rua? Ainda é cedo. Droga!
- Quietinha, garota... E você sofrerá menos do que deveria! - a voz grossa urrou, perto do meu ouvido e eu esbugalhei meus olhos, sentindo meus pelos se ouriçarem de medo.
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