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História Love By Chance - Second Season - Esperança


Escrita por: MESPIND

Capítulo 55 - Esperança


 

P.O.V. Kate

Assim que abri os olhos fui surpreendida com o sol brilhando na janela. Virei a cabeça para o outro lado e percebi que esse quarto não era o que eu estava acostumada nos últimos 4 meses. Então tudo o que aconteceu ontem passou como um filme em minha cabeça, e eu sorri, inevitavelmente.
Não sei explicar a sensação que é acordar e saber que você conseguiu, que superou. É tão gratificante ver o resultado de um grande esforço, e saber que você nunca vai se arrepender. 
Uma vez meu terapeuta disse que existem três etapas para quem fez besteira: errar, superar, aprender e recomeçar. Agora eu estou na última etapa, e ela está sendo a melhor de todas.

Depois que levantei da cama, tomei um banho rápido e quente. Vesti roupas íntimas, uma calça de moletom preta e blusa cinza estampada. 
Quando terminei de arrumar a cama, percebi uma sacola em cima da cômoda que eu tenho certeza de que não estava lá antes. Dentro tinha coisas de higiene pessoal como escova e pasta de dente, sabonete, absorventes, desodorante, uma escova de cabelo, shampoo e creme para pentear. 
Do lado da sacola tinha um bilhete escrito "queria te dar um oi, mas vc estava no banho. Comprei umas coisas pra vc, tenha um bom dia"
Não acredito que a Sam comprou tudo isso, e ainda trouxe um creme especial para meu cabelo. Quando quer ser fofa, ela consegue.
Aproveitei para pentear o ninho de rato que ele se tornou, e vi meus cachos voltarem a ser o que eram antes. 
Saí do quarto e desci o único degrau que tinha até a sala. Fui até a cozinha e encontrei o Kalfani lá.

   — Oi. — Ele se virou.

   — Oi Kate, bom dia. — E então voltou a colocar o café na garrafa térmica.

   — Bom dia.

   — Pega as canecas nesse armário de cima. — Fiz o que ele pediu e depois fiquei ao seu lado. — Dormiu bem?

   — Não sei, estava dormindo. — Ele deu risada.

   — Engraçadinha. — Eu ri também.

   — Cadê a Sam?

   — Foi pra escola.

   — Às vezes esqueço que ela tem 16 anos.

   — Eu também. — Ele encheu as duas canecas com café. — Às vezes ela é mais adulta que eu.

   — Ou que eu.

   — Ah, todo mundo é mais adulto que você, Kate. — Nós rimos, e então ele se sentou na mesa.

Era estranho ver a gente agindo como pessoas normais. Há uns meses atrás eu estava soltando fumaça de cigarro na cara dele só para provocar, e ele queria muito me socar na cara. Hoje ele está aqui zombando de mim, mas não de uma forma negativa.
Peguei minha cartela de remédios no armário e engoli um com ajuda da água.

   — Ela comprou umas coisas pra você antes de ir pra escola.

   — Eu vi. — Bebi um pouco de café. — Falei pra ela que não precisava. Aquela pentelha!

   — Ela só quer te mimar. Aproveita que daqui uns dias ela volta ao normal. — Nós rimos.

   — Vou seguir seu conselho.

   — Come alguma coisa. — Me sentei à mesa, de frente para ele e fiz um pão com manteiga.

   — Posso te pedir uma coisa? Mais uma.

   — Não tenho dinheiro. — Eu ri.

   — Não é isso.

   — Pode. — Ele bebeu café.

   — Me ensina a dirigir?

   — Te ensinar? 

   — Bom, eu sei um pouco, mas não o bastante. Preciso de umas aulinhas. Mas só se não for te atrapalhar. — Ele pensou um pouco.

   — Amanhã à tarde eu tô livre.

   — Pode ser.

   — Você não vai bater meu carro não, né?

   — Não prometo nada. — Ele riu. — Obrigada.

   — Por nada. — Ele me entregou seu celular. — Salva seu número pra eu te ligar amanhã. Aí não preciso subir aqui.

   — Ok. — Anotei o número, coloquei meu nome e salvei. Apertei o botão de início e olhei para o papel de parede que era uma foto dele com a Sam.

   — Essa foto é a mesma que está no quadro da sala, né? — Devolvi o celular.

   — É sim. Da nossa viagem.

   — Ficou linda.

   — Valeu. — Ele mordeu um pedaço de pão e me olhou. — Nem acredito que eu odiava você.

   — Nem eu. — Rimos. — Você queria me dar uns tapas o tempo todo.

   — Eu queria era te estrangular.

   — Eu queria esfregar a sua cara no chão.

   — Eu queria pegar aquele cigarro e apagar na sua mão.

   — Que crueldade! 

   — Você merecia.

   — Merecia mesmo. — Bebi café. — Olha, quando eu fiz a Sam se drogar na última vez, não tinha a menor intenção de fazer ela ficar dependente de novo. Só tava precisando de grana.

   — Mas você queria separar a gente. — Ele juntou as sobrancelhas.

   — Isso foi só um bônus. — Ele semicerrou os olhos. — Eu fui uma babaca, ela se esforçou tanto pra parar e eu quase fiz ela perder tudo. Ainda bem que ela se manteve firme. Você deve ter ajudado.

   — Nessa época a gente chegou a terminar. Não aguentava mais, sabe? Eu fazia de tudo pra ela parar e ela sempre voltava. Mas aí ela conseguiu sozinha e me provou que não queria mais aquilo.

   — Se eu já fiquei mal por ter feito aquilo com ela, ficaria pior se soubesse que vocês tinham terminado pra valer. Achei que fosse coisa do momento.

   — Eu estava com muita raiva, não conseguia nem olhar pra ela.

   — É, ela ficou bem triste. Aquilo me deixou péssima, de verdade. Toda vez que eu lembrava, cheirava uma carreira de cocaína, e com isso consegui uma overdose.

   — Foi aí que você decidiu se internar? 

   — Sim.

   — Foi por causa da Sam?

   — Ela foi grande parte do motivo, sim. A Sam foi uma das pessoas que eu mais machuquei.

   — Mas você já consertou isso.

   — Acho que sim.

   — Olha, agora eu preciso ir trabalhar, então depois a gente continua a conversa, tá? Quero saber mais sobre você.

   — Tá bom. — Ele se levantou.

   — Você vai ficar bem aqui sozinha?

   — Vou. — Ele foi para a sala e fui atrás dele.

   — Caso você fique entediada, tem Netflix na TV, e também tem o x-box. 

   — Acho que vou jogar aquele jogo que você só sabe perder pra mim.

   — Eu andei treinando bastante, então me aguarde. — Ele colocou a mochila nas costas.

   — Quero só ver. — Nós rimos.

   — Tchau, Kate.

   — Tchau.

Ele saiu e fechou a porta. 
Por incrível que pareça eu não me senti estranha em estar sozinha. Eu me senti em casa, e olha que só estive aqui antes por um dia e meio.

Voltei para a cozinha e lavei a louça. Depois limpei a mesa, varri o chão e fiz o mesmo na sala e no meu quarto.
Quando subi para o quarto deles, dei de cara com um pôster da Sam na parede. Eles realmente se amam muito, tanto que chega até a dar inveja. Um dia quero um amor tão puro e lindo, assim como o deles.

                             .  .  .

P.O.V. Samantha 
   
Cheguei na escola e fui direto buscar meus livros no armário. Logo depois a Clara chegou. Ela me deu um abraço e se encostou no armário do Isac que ficava ao lado do meu.

   — O que aconteceu com você? Te mandei várias mensagens. — Ela perguntou.

   — Ah é que aconteceu tantas coisas.

   — Que tipo de coisas?

   — A Kate saiu da reabilitação.

   — Saiu? — Assenti. — E aonde ela tá agora?

   — Na casa do Kalf.

   — O quê? — Ela arregalou os olhos. — Na casa do Kalf? Sério?

   — Seríssimo. — Abri um sorriso. — Ela vai ficar lá até conseguir outra casa.

   — O que você fez com ele? Pelo o que me lembro, ele não queria nem um pouco ser amigo dela.

   — Mas isso tem mudado, desde o meu aniversário. Agora ele sabe que a Kate de verdade não é aquela que ele conheceu de primeira, e eu não fiz nada.

   — Se eu fosse você não colocaria a mão no fogo por ela.

   — Então que bom que você não é. — Ela fechou a cara.

   — Sam eu não acho isso uma boa ideia. Tudo bem que você quer ajudar, você já passou por isso, mas... E quando você não puder dormir lá, por exemplo, só vai ficar eles dois? — Eu dei uma gargalhada.

   — Você falou isso mesmo? 

   — Sam, para com isso.

   — Se o Kalfani fosse me trair, você acha que seria com a Kate? Logo a Kate?

   — Você não disse que eles estão se dando bem?

   — Sim, eles estão. Mas não o bastante pra ficarem juntos. Meu Deus, eu não consigo nem pensar nisso.

   — Você deveria considerar todas as possibilidades.

   — Aí que tá, isso está longe de ser uma possibilidade. Eu confio na Kate, e confio mais ainda no meu namorado. Por que não confiaria? — Ela respirou fundo, encarou o chão e depois voltou a me olhar.

   — Tá, foi mal, ele te ama, claro que nunca faria isso com você. 

   — Por que você tá tão desconfiada desse jeito? — Coloquei minha mochila nas costas.

   — Só tô meio chateada. 

   — Por que?

   — Ontem fui pra consulta e minha mãe me lembrou que não posso transar.

   — Sua mãe?

   — Ela que me examinou. É uma longa história.

   — E porque isso é um problema pra você?

   — Pra mim não. O problema é o Caíque.

   — O que tem o Caíque?

   — Vai que ele resolve transar com outra.

   — Para de viajar, Clara.

   — Você fala isso porque não é com você.

   — E você tá falando isso porque não viu o quanto ele ficou feliz quando sua mãe disse que a cirurgia foi um sucesso. Ele ficou mais aliviado que qualquer um de nós, e você tá aí preocupada se ele vai procurar outra pra se satisfazer? Tenho certeza de que só o fato de você estar bem e saudável já é motivo pra ele estar satisfeito. Vê se para de falar abobrinha. — Ela estava com os olhos brilhando. O sinal tocou e nós fomos em direção à sala de aula.

   — Eu sou muito paranóica, né?

   — É sim. Você tem que confiar mais no seu taco.

   — Você tem razão.

   — Para de ficar pensando que ele vai te trair, e pensa como vai ser bom quando finalmente acontecer. — Ela sorriu.

   — Vai ser melhor do que fazer as pazes. — Eu dei risada. — Ah deixa eu te fazer uma pergunta. 
                           
   — Pode falar. — Nós sentamos no nosso lugar na sala de aula.

   — Eu estava falando com o Leo, e pensamos em chamar o Kalf pra tocar pra gente na sexta, se ele puder.

   — É uma ótima ideia.

   — Você acha que ele vai querer?

   — Mas é claro! Ele adora ver vocês cantarem, tenho certeza que vai gostar de fazer parte.

   — Tenho que falar com ele.

   — Vai no apartamento dele de noite. Ele já vai ter chegado.

   — Você vai estar lá?

   — Vou.

   — Então eu vou.

   — Se você implicar com a Kate eu dou na sua cara.

   — Não dá nada.

   — Quer apostar?

                            .  .  .

Depois de passar a tarde toda ensaiando a coreografia com a Allyson, fui para a casa do Kalf.
Quando abri a porta da sala vi a Kate no sofá assistindo TV.

   — Oi Kate. — Chamei sua atenção enquanto fechava a porta.

   — Que bom que você chegou. É muito chato ficar aqui sozinha.

   — Não reclama não. — Ela riu e eu me sentei ao lado dela. — E aí, o que você fez?

   — Atualizei minha série. E você?

   — Tive uma manhã bem estressante de provas e ensaiei bastante na academia.

   — Será que eu posso ver você dançar um dia?

   — Claro que pode. Amanhã tem uma competição, vou adorar te ver lá.

   — Pelo menos assim eu não fico aqui sozinha.

   — É mesmo. — Me virei para ela. — Você almoçou direitinho?

   — Sim.

   — Tomou seu remédio?

   — Tomei.

   — Boa menina. — Ela riu. — A gente tem que conversar.

   — Sobre o quê?

   — Enquanto você estava na clínica, eu conversei com o Jonas.

   — Eu disse pra você não fazer isso.

   — Mas eu fiz. — Ela cruzou os braços. — Eu disse que você estava na reabilitação e perguntei se tinha alguma possibilidade de você voltar, e ele disse que não podia dar nenhuma certeza, mas que ficaria muito feliz em ver o seu book. Se a gente fizer umas fotos boas, você tem uma grande chance.

   — Você acha mesmo?

   — Tenho certeza.

   — Você disse como me conheceu?

   — Claro que não. Só disse que te conhecia.

   — Melhor assim.

   — Agora eu só preciso arrumar um bom fotógrafo, de preferência barato.

   — Quando eu sai de Ribeirão Preto e vim pra cá ser modelo, fiquei com minha tia até completar 18. Ela que cuidava das minhas finanças, e quando descobriu as coisas que eu fazia, me impediu de mexer no dinheiro. 

   — Então você deve ter uma boa quantia na poupança.

   — Acho que o suficiente pra pagar um book e alugar um apartamento. Eu só preciso falar com ela, contar sobre tudo o que aconteceu.

   — Se você precisar de uma testemunha, é só me chamar.

   — Tá bom.

   — Mas você tem certeza de que esse dinheiro ainda está lá? 

   — Claro, só eu que posso mexer na conta, mas ela que tem posse do número e senha da conta. Ela disse que só ia me devolver quando eu mudasse de vida.

   — Que bom que ela fez isso.

   — Na época eu odiei ela, mas agora eu tenho muito que agradecer. Eu poderia ter gastado tudo com drogas e bebidas.

P.O.V. Luna

Hoje eu tinha uma consulta. Meu ginecologista me encaminhou para um médico obstetra, e eu fiquei muito surpresa quando descobri que era a Malorie. A conheci semana passada, quando a Ana a convidou para almoçar. Gostei bastante dela.

   — Luna! Que surpresa. — Ela disse assim que fechei a porta.

   — Que coincidência. Não pensei que seria logo você.

   — Como sua gravidez apresenta um certo risco, então seu ginecologista achou melhor você se consultar com um obstetra.

   — Que é você.

   — Eu mesma. Não sabia que você estava grávida, Luna.

   — Esse não é o tipo de coisa que saio espalhando pra todo mundo, ainda mais porque posso perder a qualquer momento. — Dei de ombros e me sentei.

   — Ah não fala assim. Pelo seu diagnóstico você está indo muito bem. É que eu tenho um certo dom de descobrir a gravidez das pessoas, mas de você não desconfiei nem por um segundo.

   — Talvez tenha sido por causa do jaleco.

   — É, pode ser. 

   — Podemos começar?

   — Claro. — Ela folheou os papéis. — Bom, eu tive uma rápida conversa com seu ginecologista. Ele me deixou a par da sua endometriose. Vocês estavam fazendo o tratamento com medicamentos?

   — Sim. Como descobri no início, ele não achou necessário a cirurgia, então passei a tomar antibióticos. Mas depois que soube da gravidez parei imediatamente.

   — Ficar grávida foi a melhor coisa que te aconteceu.

   — Por que?

   — Durante a gravidez existe a produção da progesterona, o hormônio que dificulta o crescimento dos focos de endometriose.

   — Então a gravidez é como uma cura pra endometriose? — Perguntei animada.

   — Não exatamente. Mesmo que a gravidez seja benéfica para quem tem endometriose, ela não é capaz de solucionar a doença, apenas deixa os focos sem crescimento. 

   — Isso quer dizer que depois do parto, a doença vai voltar?

   — Possivelmente. Você conseguiu engravidar naturalmente mesmo tendo endometriose, porque seus ovários e trompas não foram afetados pela doença e sua fertilidade ficou preservada. Mas o certo seria eliminar por completo a endometriose antes de tentar engravidar.

   — Mas eu não planejei.

   — Eu sei, Luna. Mas como você não fez a cirurgia, só o tratamento com medicação, pode ser que a gente tenha que fazer a cirurgia caso isso traga problemas para você ou para o bebê.

   — E se eu não tiver nenhuma complicação, vou poder fazer a cirurgia depois da gestação?

   — Esse é o procedimento mais recomendado, fazer depois do nascimento. Mas se você preferir, podemos colocar o DIU logo após o parto, porque ele vai impedir a liberação de estrogênio pelo organismo. Assim, o tecido endometrial que regrediu durante a gravidez não cresce novamente.

   — Eu prefiro a cirurgia.

   — Quando você estiver perto de dar à luz, podemos fazer exames e decidir a melhor opção.

   — Tudo bem. Mas além de acontecer uma cirurgia de emergência, quais mais riscos o meu bebê corre?

   — Isso depende muito. Como você descobriu no início, então a doença ainda está moderada... — Eu a interrompi.

   — Pode falar, Dra., eu quero saber. — Ela respirou fundo.

   — O neném corre risco de ser abortado, sofrer um parto prematuro, ter uma ruptura das veias que irrigam o útero, ter complicações relacionadas à placenta ou precisar de uma cesárea. — Ela disse de uma vez.

   — Então era por causa de todas essas possibilidades que eu devia ter feito a cirugia antes? 

   — Sim.

   — Meu ginecologista devia ter avisado.

   — Não tinha nada o que fazer, Luna. A cirurgia só pode ser feita quando agravada, senão ao invés de ajudar, só piora. Depois do parto já vamos ter certeza que ela está no ponto que chamamos de profunda, por causa do tempo que a gravidez regrediu o tecido endometrial. 

   — Que droga. — Meus olhos encheram de lágrimas. — Mesmo que meu bebê esteja me ajudando agora, no final tudo o que ele fez vai ser em vão. Talvez eu nem possa cuidar dele. 

   — Claro que vai Luna, vai dar tudo certo. Eu vou acompanhar cada fase com você, e vamos prevenir que qualquer complicação aconteça.

   — Não dá pra prevenir um aborto. Ou um descolamento da placenta.

   — Eu sei que é difícil, mas pensa que você já é uma vencedora só por ter conseguido engravidar. Poucas mulheres conseguem. — Eu limpei as lágrimas que caíram. — Não fica pensando que não vai dar certo. Coisas negativas atraem coisas negativas. Seja otimista.

   — Difícil ser otimista com o tanto de coisas que podem acontecer.

   — Eu sei de uma coisa que vai levantar sua auto estima. 

   — O que?

   — Vem comigo.

Ele se levantou da cadeira e eu também. Fomos para uma outra sala, a de ultrassonografia.

   — Vamos ouvir o coração do seu neném. — Eu dei um sorriso. — Sabia que ia dar certo. 

   — Esse é o meu som favorito no mundo.

Enquanto ela preparava o equipamento, eu me deitei na maca, abri o botão da minha calça e ergui a blusa. Ela se sentou ao meu lado e deu uma boa olhada em minha barriga.

   — Agora sim parece que você está grávida. — Eu ri.

Ela é uma boa médica, e parece ser bem empática com as pacientes. Não consigo imaginar esta mulher abandonando a própria filha, ainda mais tendo essa profissão.
Ela passou o gel em minha barriga e pressionou o aparelho.
Minutos depois comecei a ouvir o coração, e um sorriso involuntário surgiu em meu rosto.

   — Pelo tamanho do bebê, parece que você está entrando no 2° trimestre.

   — O que vai mudar agora?

   — Seus enjoos matinais vão parar, a barriguinha vai começar a aparecer e você já vai sentir mexer. Torça pra não ser muito agitado! — Eu dei risada. — Dá uma olhada aqui. — Virei minha cabeça para o monitor. — Você vê alguma coisa diferente? — O bebê estava sentado.

   — Acho que não.

   — Olha bem. — Eu olhei para a mão e percebi que tinha um dedo a mais.

   — Meu bebê tem 11 dedos? — Perguntei bastante aflita. A Malorie deu risada.

   — Isso não é um dedo. — Então eu fiquei boquiaberta.

   — É um menino?

   — É um menino muito saudável!

   — Ah meu Deus! Um menino. — Meus olhos lacrimejaram. — O Mattias vai ficar tão feliz.

   — Ele queria menino?

   — Na verdade ele disse que qualquer um estava bom, mas sei que é mentira. — Ela riu.

   — Posso imprimir a imagem pra você mostrar à ele.

   — Claro, por favor!

 

 

 

 

 

 



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