História Love by chance (JIKOOK) - Aquele em que os amigos devem dizer a verdade

Jeon encarava o homem sério em sua frente, ele não tinha ideia do porquê estava se prestando a esse papel, porque estava indo para cima daquele homem, mesmo que Kim horas antes tivesse lhe dito que arrumaria um jeito, ele não se sentiu seguro.

Jungkook sentiu o medo de Jimin assim que olhou para Taemin, ele já sentiu esse medo anos atrás, e agora ele estava de frente para alguém que precisava de ajuda, mesmo que ele nunca tenha ajudado alguém diretamente, ele estava pronto para fazer isso uma única vez. Foi tudo feito no impulso, ele não sabia como seria depois que aquela porta se abrisse, mas ele não parecia de preocupar com isso agora.

– Jeon, eu realmente não estou entendendo o que está acontecendo aqui. – Lee ditava calmo enquanto encarava o homem.

– Desde que Jimin começou a trabalhar aqui, você vem perseguindo e assediando o mesmo, e eu não irei permitir que isso continue ocorrendo, isso é o primeiro aviso. – Com um semblante sério Jeon soltava suas palavras, notando o semblante neutro do outro.

– Isso é alguma piada? – Sua voz saia com um tom de humor, e isso só irritou mais Jeon.

– Eu pareço estar fazendo alguma piada aqui? – Rebateu nervoso.

– Eu não vejo um motivo coerente para eu estar sendo ameaçado dentro de um elevador por um cara que não sabe de nada. – A voz carregada de ódio fez Jeon sorrir de lado.

– Você vem perseguindo o Jimin!

– Onde isso é da sua conta? – Aumentou um pouco o tom de voz e Jeon sentiu seu ódio aumentar.

– A partir do momento que isso está ocorrendo na minha empresa é da minha conta. – Fez o mesmo que Lee, aumentando sua voz junto.

– Eu entendo os amigos dele terem ódio de mim, mas você Jeon? O que você ganha nessa merda?

Lee olhou sério para o homem, ele buscava algum sinal que não tinha notado antes, foi pego de surpresa, Jeon era a última pessoa que ele achou que ia entrar nessa briga pelo Jimin.

Mesmo que em sua cabeça isso não tivesse sentido, ele ainda tentava juntar as peças daquele quebra-cabeça totalmente sem nexo, tentava a todo custo entender o quê estava ocorrendo no elevador.

– Ele é meu funcionário, estou prezando pelo bem estar dele, como eu estaria fazendo com qualquer outro.. – Ditou calmo dessa vez, mas seu argumento não pareceu convencer o Lee.

– Você acabou de se meter em uma história que você não tem ideia, mas está dizendo que está defendendo seu funcionário? – Perguntou retórico, uma risada alta surgiu de dentro do elevado segundo depois.

– Qual é a graça? – Jeon olhava o homem gargalhando  do outro lado da caixa de metal.

– Você, você é a graça! Não acredito que você é está aqui me confrontando dessa forma, por causa do vadio do Jimin. – Gargalhou mais ainda e Jeon fechou os punhos.

– Achei que você amasse ele! – Sussurrou nervoso e Lee se virou ainda vermelho de tanto rir.

– Você está certo, eu amo! Eu amo tanto o Jimin, por isso digo com toda certeza que ele vai voltar a ser meu, Jeon. – Sorriu voltando a sua postura anterior. – Nem você, nem os amiguinhos dele vão impedir isso, sabe por que? Porque o amor que eu sinto pelo Jimin, ninguém nunca vai sentir metade.

– Isso não é amor, você acha que o Jimin é seu.

– Ele é! Ele é meu, nunca deixou de ser, você vai ver, daqui a uns dias ele vai perceber que não é nada sem mim, e vai voltar como uma boa cadelinha que ele é. – Sorriu virando de costas quando a porta se abriu.

– Você está errado! – Vociferou quando Lee atravessou a porta.

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– Você está mais calmo? – O garoto alto ditou ao lado de Jimin.

Park estava caido perto da porta do elevador, sem reação depois daquele impacto, mas ele estava finalmente calmo, tudo graças ao um homem que passou levando ele até a enfermaria da empresa.

O homem ainda estava pálido, tomava água com as mãos tremulas, seus olhinhos pequenos estavam vermelhos de tanto chorar, até aquele momento não tinha ideia do que tinha acontecido, mas não seria algo bom, disso ele tinha certeza.

– E-Estou, obrigado. – Agradeceu colocando o copo sobre a mesinha branca.

– Então, eu sei que não é da minha conta, mas é meu primeiro dia aqui e encontrar alguém quase desmaiado no chão da empresa não é algo normal, se me permiti dizer isso. – O homem se manteve calmo o tempo todo, ele queria passar confiança para o menor ao seu lado.

Jimin suspirou um pouco cansado, sua cabeça buscava processar tudo que aconteceu nesse pequeno intervalo de tempo, mesmo que ele tentasse a todo custo juntar as peças, nada parecia fazer sentido ou até mesmo, se conectar de alguma forma.

Park sabia que tinha algo errado em Jeon entrar no elevador junto com Lee, ele temia que o mesmo fosse falar com seu ex sobre a noite que passaram juntos. Ou até mesmo, falar sobre o fato de terem ido a praia quando Park chorou.

– Você já sentiu que todo mundo está escondendo algo de você? – Com o olhar no copo de plástico em sua mão, o menor questionou com o pouco de coragem que lhe faltava.

– Algumas vezes, por que? Se sente assim agora? – O moreno se sentou perto da maca que o baixinho estava, ficando próximo dele.

– Meus amigos estão estranhos, até mesmo meu chefe está estranho, todos agem como se eu fosse um boneco de porcelana que vai se quebrar a qualquer segundo. – Sua voz falhou levemente e ele sentiu uma lágrima descer por sua bochecha.

– O que fazem eles pensarem que você é isso?

– Eu não sei, não faço ideia! Eu saí de um momento difícil e estou tentando me reerguer e ser forte, mas todos estão agindo como se eu fosse apenas um garotinho indefeso, isso é frustrante! – Amassou o copo entre seus dedos, ação que fez o outro homem encarar suas mãozinhas.

– Você deveria agradecer, eu queria ter amigos que me protejam, nós vivemos em um momento de guerra, achar alguém que esteja disposto a fazer barreira e te proteger, é algo único. – Levou sua mão até as de Park, fazendo um carinho singelo, ato que fez o mais novo levantar o olhar até ele.

– Você fala como se estivesse sozinho no mundo, um pouco melancólico demais. – Observou arrancando um sorriso doce do maior.

– Digamos que eu sou bem familiarizado quando o assunto é ser desprezado e estar sozinho o tempo todo. – Sorriu de lado e encarou o rosto do menor, notando o olhar triste dele. – Não, por favor! Não fique triste, eu não fico triste.

– Você parece triste pra mim. – Rebateu com um biquinho nos lábios rosados.

– Eu pareço muita coisa para muita gente. – Estreitou os olhos sem deixar o sorriso sair de seus lábios.

– Para mim você é alguém legal.

– Desculpa, quem é você? – Zombou notando que nenhum dos dois se apresentou.

– Park Jimin, vamos ser amigos de agora em diante. – Desceu da maca e ficou de frente para o homem forte, parando com a mão erguida.

– Okay, Park Jimin! Mas para sermos amigos eu tenho que aceitar isso, não me recordo de ter concordado com isso. – Brincou parando de frente para o homem, e Jimin arregalou os olhos por ele ser forte e alto demais, ainda mais quando estava tão perto assim.

– Não seja mal educado, pegue a minha mão e se apresente.

– Okay, me chamo Lee Hoseok! Muito prazer, Park novo amigo Jimin. – Apertou a mão do menor e ele sorriu grande, formando duas linhas em seus olhos, ação que aqueceu o coração do homem forte.

– Amigos! – Park ditou alegre. 

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Jimin tomou uma coragem, repetia em sua cabeça que ia fazer algo e ele iria mesmo, não ia ficar parado sendo submisso de ninguém, fazendo de seus problemas o problema de todo mundo.

Bem, ele decidiu falar com Jeon, ele pensou que aquele desconforto e pensamentos que tinha algo errado, iriam se dissipar depois de um tempo, mas ele não foi capaz de pensar em um cenário que tudo estava bem e calmo, afinal de contas, o sexto sentido dos Park nunca falharam.

Jimin adentrou o escritório de seu chefe sem bater, sem cerimônia, arrancando o homem moreno da mesa na hora pelo susto, o mesmo sustentou o olhar no baixinho nervoso que entrou em sua sala. Quando ele fechou a porta e passou a chave, Jeon se levantou de uma vez, pronto para começar seus xingamentos pelo atrevimento de seu funcionário.

– Escuta aqui, você não tem o direito de fazer o que fez hoje. – Iniciou Park sem dar o direito do homem se quer se pronunciar.

– Park, seja mais específico. – Ditou retirando seus óculos e colocando sobre a mesa.

– Você foi no elevador sozinho com o meu ex namorado, disse para eu apenas ir pelas escadas. – Explicou tentando soar calmo, mas falhou.

– Okay, mas eu não entendi onde isso tem haver com você.

– Não seja cínico, Jeon! Você não me disse nada, mas o seu olhar já confirmou que o seu assunto com o Lee, era sobre mim! – Apontou o indicador em seu peito nervoso, estava pronto para a briga.

– Sugiro que se acalme, eu não terei essa conversa com você agindo como um maluco. – Virou de costas indo de volta a sua mesa, e Park soltou o ar lentamente e sorriu falso.

– O único maluco aqui, é você! Eu fui na sua casa, cuidei de você, ajudei você e nem uma merda de um obrigado eu recebi! – Gritou sem paciência, indo rápido em direção a mesa de seu chefe.

– Em nenhum momento eu pedi para você ficar, você ficou porquê você quis, Park! – Cuspiu as palavras sem pudor, arrancando um olhar descrente de seu funcionário. – Você quer um prêmio por isso? 

– Me poupe, seu mentiroso!

– Mentiroso? Eu achei que esse era o seu papel!

Jimin encarou o homem assustado agora, mesmo que ele estivesse na razão, ele estava sendo guiado apenas pelo ódio e raiva, não tinha pensamentos coerentes e precisava voltar a seu estado normal.

Mas ele não voltou, não voltaria tão cedo! Ele podia se arrepender depois, mas agora não.

– ERA EU, OKAY? EU FUI O CARA QUE VOCÊ DORMIU, E VOCÊ SABE MUITO BEM DISSO! – Gritou nervoso, soltou o ar rápido e sua mão bateu com força na madeira, causando um barulho alto no ambiente.

– Eu nunca tive um segundo de dúvida sobre isso. – Jeon sorriu de lado, fazendo qualquer resto de paciência do menor apenas evaporar.

– Eu sei que não teve.

– Jimin, eu falei sim com o Taemin sobre você, mas foi apenas devido ao fato dele estar te assediando e te perseguindo. – Explicou calmo.

– E por acaso eu pareço uma princesa da Disney que precisa da porra de um príncipe para me ajudar? São meus problemas, você é apenas o meu chefe e não precisa se preocupar com nada disso. – Soltou rápido e sentia seu coração perto de explodir no peito.

– Até mesmo os seus amigos estão preocupados com isso.

Jimin não esperava por essas, seus olhos se encheram de lágrimas e ele sentiu seu mundo todo cair naquele momento, tudo que ele queria era apoio dos amigos, queria carinho e atenção.

Mas se sentia traído, com pessoas fazendo coisas e pensando coisas ao seu respeito, ele pensava quantas conversar seus amigos tiveram chamando ele de burro, idiota e ingênuo, e quão humilhante era o fato de até seu chefe saber sobre sua vida.

– Vocês não tinham o direito de agir pelas minhas costas, não tinha o direito de agir como se eu fosse apenas um garotinho burro, eu namorei com o Lee por anos, eu sei quem ele é de verdade, e vocês não fazem ideia. – Sussurrou entre lágrimas.

Jeon queria se aproximar, cuidar do baixinho, mas não podia fazer isso, mesmo que seu corpo se movia lentamente em direção a ele, mesmo sem ele nem notar isso.

– Park, todos querem o seu bem. – Tentou tocar o braço do menor, mas ele se virou rápido.

– Eu não preciso ser salvo, eu não preciso da sua ajuda, eu não preciso da sua pena. – Suspirou buscando forças para continuar. – Apenas faça o seu trabalho e assine o meu cheque no final do mês, e eu irei fazer o meu trabalho, tenha uma péssima tarde!

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– Você entendeu por que o Jimin chamou nós dois aqui? – Taehyung falou confuso olhando para o amigo.

Taehyung e Jin estavam na sala da casa que Jimin dividia com o Kim mais novo, eles estavam a cerca de uns quinze minutos se perguntando o que o baixinho tanto queria que chamou ambos.

Taehyung usava apenas uma calça moletom e estava ainda suado pela aula de dança, seu cabelo estava preso em um coque e ele parecia com sono.

SeokJin usava uma calça azul rasgada nos joelhos, óculos, chapéu rosa e um moletom da mesma cor antes citada, o amigo o olhava estranho, e isso acabou deixando ele um pouco desconfortável.

– Já disse que não vó transar com você, tira esses olhos de tigre de cima de mim. – Virou o rosto e Tae sorriu mínino.

– Você odeia usar óculos, por que tá usando agora? – Desviou o olhar para Seok que acabou corando nervoso.

– Uma pessoa disse que eu fico bem de óculos. – Abaixou a cabeça envergonhado.

– Os dois traíras estão aqui! – Jimin gritou entrando na sala.

Park apareceu com uma mochila nas costas, ele puxava uma mala de rodinhas nervoso, e os dois amigos olharam estranhando, se levantaram rápido.

– Jimin, você vai viajar? – Jin foi o primeiro a dizer algo.

– Irei sim, para um lugar bem longe de vocês dois!

– Caralho, se for porquê eu peguei a sua escova de dentes, desculpa! Eu não achei a minha. – Taehyung se defendeu mesmo que não precisasse, tirando uma careta do amigo.

– Você é nojento, mas não é por isso! E por que vocês me tratam como uma criança, e eu não deixarei mais isso acontecer. – Falou confiante e nenhum dos dois garotos parecia estar entendendo nada.

– Jimin você enfiou o bom senso no cu? Eu não tô' entendendo nada. – Seok gesticulava nervoso.

– Você estão agindo pelas minhas costas, até mesmo o meu chefe entrou para me proteger do Taemin, como se ele fosse me jogar numa van e me levar para o México. – Park puxou a mala com certa dificuldade, estava indo em direção a porta.

– Eu quero resumo dos últimos capítulos na minha mesa, porque estou mais perdido do que hétero em balada gay, sério mesmo. – Taehyung falava calmo enquanto tentava entender a situação que estava inserido.

– Jimin, talvez eu saiba algo sobre isso! Mas tudo que eu fiz foi pelo seu bem, eu vi esses dias o Taemin rodando sua casa, fiquei em pânico e falei com o Namjoon, ele deve ter falado com o Jungkook, eu realmente não sabia que isso ia te machucar, na realidade, eu só estou querendo te proteger de tudo isso. – Seok andou em direção ao menor, chamando sua atenção.

– SeokJin, eu sei que você acha que na outra vida foi meu pai, mas nessa vida, você é meu amigo, se sente que algo pode me machucar, conversa comigo, eu também sinto medo, eu estou com medo, mas vocês agindo pelas minhas costas me faz pensar que estou fazendo algo errado, e eu não quero perder mais ninguém. – Park abaixou a cabeça fungando baixinho, mesmo que quisesse brigar com os amigos, seu coração nunca ia permitir isso.

– Eu sei que foi errado, e eu prometo bater no Namjoon por ele ser boca grande, mas todos nós queremos te proteger. – Seok terminou erguendo a cabeça do baixinho com o indicador.

– Eu estou achando ótimo estar excluído dessa merda toda, até o chefe do Jimin e o advogado dele sabiam, menos eu! Olha sinceramente, eu estou me sentindo traído igual o Jimin. – Tae fingiu um falso choro passando a mão nos olhos, limpando as lagrimas invisíveis. – Até esse tal de Namjoon está no meio, meu Deus!

– Cala a boca, Taehyung! Você me cansa, garoto. – Seok andou até o outro, batendo levemente em sua testa.

– Estou me sentindo mais deixado de lado do que homem em sexo com duas mulheres. – Dramatizou mais ainda, arrancando risadas dos amigos.

– Eu realmente quero que vocês sejam sinceros a partir de hoje, porquê é horrível sentir que vocês estão fazendo algo pelas minhas costas. – Fez um biquinho e os garotos foram em direção a ele.

– Nunca mais faremos isso. – SeokJin abraçou o baixinho forte, sentindo falta de ter Park ao seu lado, eram amigos há anos, mas sempre era bom estar com o pequeno em seus braços.

– Eu não sabia de nada, então estou ilesos disso. – Taehyung relembrou recebendo mais dois tapas de ambos os garotos. – Eu levo essas malas para dentro.

– Não precisa! – Park tentou intervir, mas Taehyung já tinha pegado a mala em mãos, se surpreendendo por ela estar tão leve.

– Não tem nada aqui, você pegou essa mala para fazer drama? – Taehyung arregalou os olhos e Park sorriu amarelo.

– O que tem na mochila? – SeokJin cruzou os braços e Park abaixou a cabeça olhando para seus tênis.

– Uma bússola, um salgadinho, meu ursinho do chimmy e um vibrador. – Falou baixinho brincando com a barra da blusa branca.

– O Oscar está perdendo o grande ator que você é. – Taehyung brincou ouvindo a risada de Jin preencher o lugar.

– Não quer ser tratado como uma criança, mas coloca a mochila nas costas como quem tem seis anos e vai fugir de casa. – Debochou o mais velho ganhando um olhar triste do baixinho.

– Espera, um vibrador? – Taehyung se virou para os amigos e os dois reviraram os olhos.

– Faz comida pra gente, Hyung? – Jimin perguntou puxando o braço do mais velho em direção a cozinha.

– É sério que ele ia fugir com um vibrador na mochila e o pervertido aqui sou eu? – Tae voltou a falar sendo novamente ignorando pelos amigos que já estavam entrando na cozinha.