Are you lonely you got no one
you get your body in suspension that's no
Problem Problems the problem is you
Aquela terça-feira era um daqueles dias em que foi destinado para tudo dar errado, tudo começou pelo seu despertador que tocou atrasado fazendo-o Sam levantar da cama em um único pulo, o garoto correu para o banheiro lavando seu rosto e escovando seus dentes. Quando olhou no relógio, estava ainda mais atrasado, pegou seu tênis calçando o mesmo com uma rapidez incrível. Rapidamente sua mochila já estava nas suas costas e ele corria escada a baixo.
Mas não tinha ninguém em casa, Dean provavelmente já tinha ido para a escola não o esperando, mas aquilo não o espantava. A paciência do irmão era como a heterossexualidade do mesmo, basicamente não existia.
Sam soltou uma leve gargalhada por aquele pensamento idiota, e abriu a porta principal para ir rumo a sua escola. Seus olhos brilharam quando viu o carro da mãe quase saindo da garagem, e não tardou a grita-la assustando a mesma.
- Aconteceu algo? – ela perguntou olhando para o filho que agora abria a porta do seu carro de forma desesperada.
A feição da mulher era de assombro, analisava o rosto do filho procurando algum resquício de algo ruim que poderia ter acontecido. Seus olhos pousaram nas suas vestes, que eram as mesmas da noite anterior. O moreno trajava uma camisa branca de gola alta e de mangas curtas, e uma calça cinza de moletom que era confortável ao seu corpo.
- Estou atrasado. – ele disse se ajeitando no banco do carona, colocando o cinto rapidamente.
- Percebo. – ela disse e soltou uma risada nasal. – Então é a nova moda?
Mary continuou a rir, dessa vez mais alto quando viu a face do filho se contorcer em uma expressão de confusão. O garoto certamente nem deveria ter percebido as roupas que usava a única coisa que era obvio que tinha feito fora calçar seus tênis pretos.
- Como assim? – ele ainda não tinha sido capaz de reparar nele próprio, talvez pelo sono gigante que sentia e que provavelmente não iria deixa-lo em paz durante o dia.
- Suas roupas. – ela disse já na estrada, meneou com a cabeça em sua direção enquanto dirigia pelas ruas tranquilas.
Assim que o Winchester mais novo observou que ainda estava com suas roupas de dormir, fechou os olhos fortemente soltando um suspiro de descontentamento, e deu um tapa nada leve na sua testa, o ato fez a mãe rir quando ele soltou um pequeno ruído.
Eles estavam quase chegando na sua escola, não teria tempo de pedir para a loira voltar para casa e trocar suas vestes por algo mais descente. Apenas soltou um suspiro de indignação, e se xingou mentalmente.
Idiota
Manteve uma conversa casual com sua mãe, mesmo que a mais velha ainda ousasse a rir da sua cara todas as vezes que olhava para ele. Mas Sam não poderia culpa-la, ele também riria dela se os papeis estivessem invertidos.
Não tardou muito para que já estivesse em frente a escola, antes de sair do carro procurou pelo seu telefone dentro da mochila, porém não o tinha encontrado em lugar algum, deu outro tapa na sua testa, sentindo-se duplamente burro por ter esquecido o aparelho eletrônico no seu criado mundo.
Mary novamente riu do filho e se prontificou para levar algumas vestes e o que mais ele tinha esquecido, o garoto disse tudo o que precisava e se despediu da loira com um beijo estalado em sua testa lhe desejando bom dia.
Quando suas pernas o levavam direto para o interior da grande escola, tudo o que ele conseguia pensar era nas suas idiotices. Sabia que o seu “desaparecimento” faria com que Gabe se preocupasse instantaneamente, e o ligaria e mandaria mil mensagens, e sabia também que assim que este o visse, Sam ganharia mais tapas e xingamentos e depois quando todos estivessem reunidos e o seu namorado contasse a todos como ele era tapado, aquilo geraria risadas.
Chegou na sala de aula mais atrasado do que imaginava, o professor explicava a matéria de inglês que estava no quadro, relacionando-a com algum livro já que era do seu caráter de ensino fazer isso. Entretanto, quando ele abriu a porta de madeira que possuía um pequeno vidro.
Os alunos o olhavam risonhos, alguns até mesmo riam descaradamente como, por exemplo, seus amigos. O professor lhe lançou um olhar no mínimo curioso e feroz, irritadiço pela interrupção da sua aula. Olhou atento o alto garoto de cabelos grandes e de olhar cansado.
- Desculpe o atraso. – ele disse, sentindo um certo rubor tomar a sua face.
O homem apenas arqueou a sobrancelha e indicou com um gesto de cabeça para que sentasse no seu lugar, coisa que ele não tardou a fazer. A passos largos já estava sentado na sua habitual cadeira ao fundo da sala, logo a frente de Castiel.
Já esperava pelas piadinhas que seriam feitas, e quando sentiu o queixo do de olhos azuis ser apoiado no seu ombro, revirou os olhos antes mesmo dele falar.
- Sam Winchester o maior ditador da moda que você respeita. – ele disse em tom brincalhão, e o mais alto conteve sua risada.
- Vá à merda.
- Saiu da cama, mas a cama não saiu de você né Sam. – a ruiva disse lhe lançando uma piscadela.
- Pessoal é a nova tendência em Paris, vocês não sabiam disso. – a voz do diabo se fez presente.
- Como você sabe das tendências em Paris se você vai só para o inferno? – ironizou, retirando gargalhadas de todos, menos de Lucifer que apenas fez um biquinho tanto quanto engraçado.
Mas as gargalhadas se cessaram quando o professor lhe lançou um olhar repreensivo e gélido por cima dos seus óculos meia lua. Ele lia um trecho de Moby Dick em uma voz lírica e quase amorosa.
Na outra aula, a qual partilhava com Gabriel o loirinho explodiu em gargalhadas arrastando todos juntos, Sam já tinha a consciência de que iriam tirar seu sarro por toda a vida e sabia também que eles nunca iam deixar que aquela memoria fosse apagada.
Durante a metade da aula, seu nome foi chamado na diretoria, deveria ser as roupas que sua mãe iria lhe mandar. Mas para a sua desgraça foi no mesmo momento em que o sinal do intervalo havia tocado, e todos os jovens da escola saíram apressadamente das suas respectivas salas. A medida que o Winchester mais novo passava dentre todo aquele mar de gente, ganhavam na sua direção diversos olhares e risadinhas a qual ele soube muito bem ignorar.
- Opa. – uma voz conhecida o suficiente disse, atrás de si e ele se virou para encarar o irmão que sacava o celular do bolso, e para sua infelicidade, o mais velho tirou uma foto sua com aqueles trajes inadequados e sua face de sono.
- A qual é. – ele protestou tentando pegar da mão do mais velho o objeto o qual ele conseguiu esconder muito bem do mais novo.
- Obrigado, Sammy. – ele disse apontando para o irmão. – Todas as vezes que me sentir mal vou ver essa foto.
- Idiota.
- Vadia. - retrucou.
O mais novo dos Winchester nem ao menos se deu ao trabalho de protestar ou fazer qualquer coisa, Charlie estava certa ele tinha saído da cama mas a cama não tinha saído dele, e agora ele andava como um zumbi.
Chegou no seu destino, que era a diretoria ou secretaria ele nunca sabia diferenciar os departamentos para ele era tudo a mesma coisa, porém com nomes diferentes.
Disse seu nome para uma moça jovem e de sorriso largo, as maças do rosto pareciam querer saltar da sua face a cada sorriso que lhe era distribuído. Uma gentileza que ele julgou ser absurda para aquela hora da manhã.
Sua mãe havia prometido o que disse, foi-lhe entregue roupas normais para se usar na escola, junto com um lanche e seu celular. Fez uma nota mental de agradecer a loira assim que a encontrasse novamente.
No percurso para ir em direção ao banheiro da escola, ele encontrou o baixinho com mascando um chiclete enquanto conversava com Lúcifer e Charlie, estranhou Castiel não estar ali achando que poderia ter acontecido algo, mas excluiu aquele pensamento quando sua mente processou que o moreno poderia estar em algum lugar se pegando com seu irmão, e pensar aquilo era estranho.
- Hello. – ele saudou o grupo que se assustou de leve.
- Ai, seu capeta. – exclamou Lúcifer, injuriado.
- Ei, eu não quero pegar seu lugar no inferno. – rebateu rindo.
Os outros também riram, e ele se despediu alegando que iria mudar de roupa o que gerou uma nova onda de piadas idiotas. Por fim deu um pequeno selinho no namorado e andou, dessa vez de forma apressada até o banheiro mais próximo daquele hospício.
Entrou no banheiro e foi direto para uma das cabines que tinha no mesmo, não havia ninguém naquele ambiente sem ser ele, bom era isso o que ele achava.
Enquanto Sam retirava a camisa branca, outras pessoas também entravam no banheiro e mãos habilidosas fecharam a porta e Sammy estranhou o barulho do trinco que foi feito de forma tão sigilosa, os garotos maldosos se espalharam no banheiro tentando não chamar a atenção do maior, precisavam pega-lo de surpresa, e foi isso que fizeram.
Quando deu o primeiro passo para fora da cabine do banheiro, seus olhos cruzaram com outros desconhecidos que o olhavam de forma pervertida, mas não era um pervertido bom como quando Gabe o olhava, aquilo era diferente, era ruim.
Estreitou os olhos, pondo seu corpo em estado de alerta e andou até a porta, mas foi impedido por um soco deferido na lateral do seu crânio, o golpe o fez cambalear.
Das penumbras outras pessoas surgiram, ele poderia reconhecer todos aqueles rostos, mas um em especifico chamou sua atenção, Era Crowley o melhor amigo do seu irmão, mas ele não viu Dean ali e mal ele sabia que apenas veria seu irmão depois de duas semanas.
- O que vocês querem? – ele perguntou, assustado.
Procurou se afastar deles, o que foi uma coisa inútil pela fato de serem muitos e ele era apenas um, e também porque a pancada ainda doía sua cabeça de forma tenebrosa.
- Vamos apenas te dar uma lição, alce. – Crowley disse estralando os dedos, indo na sua direção.
Antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, o garoto que estava ao lado dele pegou um taco de beisebol e tentou acerta-lo no mais alto, que conseguiu se esquivar de todos os golpes, mas não por muito tempo. Os outros também se adiantaram para bater nele, e foi ai que ele percebeu que iria ser impossível se livrar de todos eles.
Sammy tentou bater nos outros, acertou maioria mas não o suficiente para derrota-los e a medida que ele se defendia também sendo nocauteado os garotos se enchiam de fúria e foi quando um deles se descontrolou.
Era um ruivo, ele tinha um brilho de horror nos olhos e pegou o taco das mãos do outro e foi para cima de Sam com tanta ira que todos os outros recuaram, e o Winchester foi pego de surpresa pois ele veio pelas suas costas e acertou os golpes com covardia.
O mais alto não teve tempo de reagir, nem de pensar e quando deu-se por si, estava no chão de barriga para baixo e o taco quebrou nas suas costas. Mas aquilo não foi o suficiente, os outros voltaram a ataca-lo, agora já estirado no chão ele recebia chutes e socos. E eles diziam coisas preconceituosas e idiotas e tudo o que o mais novo disse foi “Fodam-se vocês” e eles ficaram com mais raiva ainda, pois o garoto não implorava pela rendição.
- Seu viadinho. – o ruivo dizia, ainda furioso.
Agora o moreno tinha sido virado para cima, e a intensidade das pancadas aumentou e antes de tudo apagar ele pode ouvir uma risada tão maligna que até mesmo Lúcifer teria que ceder o lugar dele para o novo rei do inferno que ria daquela forma.
De repente, tudo ficou escuro e o sangue escorria dos seus lábios compulsivamente e a porta tinha sido arrombada pelo Winchester mais velho que ouvira as coisas enquanto passava pelo corredor a procura de Castiel, mas não encontrando o seu moreno e ouvindo aquelas coisas não hesitou em fazer tal ato, e quando o fez e se deparou com aquela cena seu coração parou.
Os garotos pararam de bater no moreno, e o Winchester teve um acesso de raiva tão grande que não percebeu que seus punhos já batiam em todos eles, e os garotos sabiam que se ousassem a rebater no loiro, as consequências seriam piores.
Todavia, o mais velho não havia notado no corpo do seu irmão que jazia inconsciente no chão frio e sujo daquele banheiro. Quando viu a sua face, quase que irreconhecível ele parou todas as suas agressões, e correu para o corpo do irmão.
Os garotos fugiram, todos eles menos um que continuou ali, nas sombras olhando atentamente cada gesto que o Winchester fazia.
- Não sabia que era tão guloso assim, Dean. – Crowley disse andando ao encontro do loiro que quando o olhou, sentiu seu sangue ferver.
- Você fez isso Crowley? – gritou, ainda segurando a face de Sammy entre suas mãos.
Porém, não houve resposta alguma, tudo o que o moreno baixinho fez foi dar de ombro em completo desdém, aquilo despertou em Dean a pior das raivas que se poderia ter dentro de alguém. Ele não tardou a levantar tão veloz que suas mãos agora agarravam a gola da camisa do moreno o levantando alguns centímetros do chão.
- Me responda! – ordenou. – Foi você quem mandou fazer isso com meu irmão?
- Sim, fui eu. – disse de forma tão simples que Dean não poderia acreditar no seu desdém se não tivesse presenciando aquela cena. – E faria de novo.
Foi tudo o que ele disse antes de o loiro lhe dar um soco tão forte que o fez cair no chão, e depois houve mais outros socos, e o Winchester precisou manter todo seu autocontrole para não matar aquele desgraçado ali mesmo.
Crowley cuspia sangue de forma compulsiva, e olhava para o loiro com tanta surpresa que sua expressão foi desenhada em espanto.
- Se ousar a encostar novamente em um fio de cabelo de qualquer pessoa que eu ame, eu juro que eu mesmo mato você. Esse é meu primeiro e último aviso.
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