História Love In Weeks - Traição

POV’S Ethan

— Bom... eu acho que vou embora também. - Connor, irmão mais novo de Emily diz. — Eu até ficaria um pouco mais pra curtir a minha sobrinha, meus sobrinhos, mas com esse clima... - Ele para em frente a Emily e beija sua testa e da Melissa. — Eu prometo voltar amanhã para ver vocês.

— Tudo bem, Connor. - Emily responde com um pequeno sorriso em seu rosto.

— Cara, se vocês precisarem de alguma coisa, alguma ajuda, não hesite em me ligar. Você sabe que eu venho correndo. - Ele fala para Luke que responde que ligará se for necessário. — Você vem, pai?

— Sim. - Elijah responde prontamente.

Em seguida, Ryder, Vivian, Henry, Sabrina e Tommy vão embora, deixando o resto de nós em silêncio.

Emily se levanta dizendo que precisa limpar a Melissa e que logo estará de volta. Minha irmã e minha noiva a seguem.

— Por que eu sinto que você está prestes a me dar um sermão ou coisa do tipo? - Pergunto para Luke quando tenho certeza de que elas estão longe o suficiente para não ouvir a nossa conversa. 

— Porque provavelmente você ainda é um pouco inteligente. Ou quase isso. - Ele responde. — Eu nunca, em hipótese alguma, me meti ou dei opiniões sem ser solicitadas ou que sei que posso dar sem nenhum problema. Até esse momento. Eu não sei o que está acontecendo no seu relacionamento com a Ivy e isso também não é da minha conta, mas você precisa sentar com ela, precisa conversar e resolver isso. Porque é óbvio que algo está acontecendo. - Fala sério. — E você precisa resolver isso para se resolver com a Jane também.

— Luke... - Surpreso, eu o encaro. Ele sabe mesmo o que houve entre mim e a Jane?

— Ela é a mãe do seu filho. - Diz, me interrompendo. — Você vai se tornar pai, Ethan. Eu entendo que você está em uma situação delicada e difícil, mas não pode ficar do jeito que está. - Ele se aproxima e para próximo a mim. — Jane não vai dizer, mas eu sei que ela está mal e decepcionada por que você não a procurou novamente. Cara... ela confirma que você é o pai do filho dela e você some; não dá nenhuma explicação. Até onde eu sei, ela pode até estar pensando que você não quer saber da criança. E se ela já sabe que você está noivo, eu tenho certeza que ela pensa exatamente isso. Então você precisa consertar as coisas. Precisa resolver isso o mais rápido possível. - Diz, enfatizando cada palavra. — Emily está mal com tudo isso. Ela não consegue e não pode ajudar a sua melhor amiga e nem a você, e isso a deixa triste. Duas das pessoas que são importantes para ela, estão em uma situação difícil e ela não pode ajudar. E você conhecendo a Emily como conhece, sabe que isso está a matando. O que é mais um motivo para você resolver isso rápido.

— Eu sei. - Digo. — E eu vou resolver, só...

— O que quer que você faça, lembre-se que agora você terá um filho. Você querendo ou não. Assumindo essa criança ou não.

— Estamos de volta. - Emily anuncia. — Acho que a Mel quer o papai um pouco agora.

— E o papai a quer agora também. - Ele diz. — Cadê a minha garotinha?

Com um sorriso enorme e bobo no rosto, Luke pega a Melissa dos braços da Emily. Como se a poucos segundos atrás, ele não estivesse me dado uma palestra. É impressionante como ele mudou rapidamente o seu comportamento.

Assisti-los me faz pensar em mim com o meu filho. No meu filho com a Jane.

E pela primeira vez, eu não fico apavorado.

Mas isso muda completamente quando vejo Jane passar pela porta com o Oliver em seus braços, sua barriga em completa evidência e Jordan atrás dela sorrindo de alguma coisa que parece ser um segredo entre eles ou como se ela acabasse de lhe contar algo engraçado.

— Eu disse que poderia carregar o Oliver, mas ela quase me espancou. Ela é uma grávida perigosa. Fujam dela. - Ouço a voz do Jordan dizer e saio da minha zona de pensamento.

— Você é louca. Sabe que não pode carregar peso. - Emily fala para Jane.

— O que eu posso fazer se Ollie queria a tia Jane??

— Vocês ao menos tomaram sorvete? - Ivy; agora minha noiva; pergunta.

— Sim. Fomos de carro, por isso a rapidez. - Jordan responde e ajuda Jane a colocar Oliver no chão. — Onde todo mundo foi?

— Embora. Depois que esses dois aqui criaram aquele climão, ninguém queria ficar por aqui. O que é óbvio. - Scarlett diz com a maior naturalidade.

— Scar... isso é coisa deles, não sua. - Emily chama sua atenção como se a minha irmã fosse uma garotinha.

— Ok, tudo bem. Vou ficar de fora. - Minha irmã responde e vejo Emily revirar os olhos. — Depois de tudo isso, eu só quero ir para casa e depois beber um pouco. - Ela volta a falar e vira o seu rosto em minha direção. — Você pode me deixar na casa da mamãe e do papai?

Olho para Ivy rapidamente e dou de ombros. — Sim, eu posso. - Digo. Será bom ter uma outra pessoa no carro além de mim e da Ivy. Mas eu não falo isso.

— Ótimo.

Nos despedimos rapidamente de todos e não demora muito para eu estar dirigindo até a casa dos meus pais.

Ao contrário do que imaginei, Scarlett e Ivy conversam o tempo todo, talvez querendo acabar e esquecer o momento constrangedor na casa da Emily. E eu aproveito a oportunidade para pensar na Jane e no meu filho. O que não é muito diferente do que venho fazendo nessas últimas semanas.

Não tem um único dia ou mesmo hora que eu não esteja pensando nos dois. Em meu filho principalmente. Mas também em como tudo ficará quando todos; quando Ivy descobrir que eu terei um filho. Mas não com ela.

A ideia de ser pai ao mesmo tempo que me assusta, me deixa feliz. Mesmo que eu não saiba o que fazer.

Será que eu estou pronto para isso?

— Ok, então nos encontramos quando você sair do trabalho. - Ouço a voz da minha irmã e percebo que já estamos perto da casa dos nossos pais.

— Tudo bem. Eu ligarei para você. - Ivy responde e vejo Scarlett assentir. Ela desce do carro em seguida e se inclina contra a janela e me encara.

— Seja o que for, vocês vão conseguir resolver isso. Boa noite, maninho.

— Boa noite, Scarlett.

Espero até que ela esteja na porta e volto a dirigir.

O caminho até o nosso apartamento é feito em completo silêncio. Ivy se recusa a olhar para mim ou dizer alguma coisa e com receito de que possa piorar a situação, eu não falo nada também. Momentos com esse, me faz pensar que ela sabe de alguma coisa ou que desconfia de algo.

Estaciono o carro. Ela sai primeiro e eu a sigo, ainda em completo silêncio. E continua assim até estarmos dentro do apartamento.

Ela fecha a porta, ando em direção a cozinha e pego uma cerveja. Eu não sou muito fã de cerveja já a alguns anos, mas hoje; especialmente agora; eu realmente preciso de uma.

— Lamento por hoje. - Ouço-a dizer e levanto minha cabeça para encará-la. — Eu lamento pelo que disse, pela forma em que eu disse. Mas você tem que entender, Ethan.

— O que eu preciso entender, Ivy? - Pergunto, largando a cerveja na ilha da cozinha.

— Você precisa entender que foi algo totalmente desconfortável para mim e ridículo - para fizer o mínimo, você querendo sentar e ajudar a Jane escolher um nome para o filho dela.

— Pelo amor de deus, Ivy! Jane está sozinha. Ela parece não ter o apoio do pai da criança e eu só queria ajudar uma amiga.

— Não é problema seu, Ethan. Se ela está sozinha ou não, se tem o apoio do pai ou não, isso não é da sua conta. - Diz com raiva — E ela não está sozinha. Ela tem os pais, o irmão, tem a Emily e o Luke e até o Jordan, ao que parece. Eles podem ajudá-la tranquilamente. Você não precisa se envolver.

— Jane é uma amiga. Somos os padrinhos do Oliver e ela é a melhor amiga da Emily... E se eu vejo um amigo precisando de ajuda ou apoio, eu estou lá. Você deveria saber disso melhor que ninguém. - Digo — Por que você está agindo assim? Ela é sua amiga também e agora ela precisa de todo apoio possível.

— Ela não é tanto minha amiga. - Se limita dizer e eu a encaro em silêncio por um tempo, até chegar a constatação mais óbvia.

— Você está com ciúmes? - Ela fica em silêncio e isso é toda a resposta que preciso. — Você está com ciúmes da Jane. Por que?

— Porque será, Ethan? Me diz. - Ela se aproxima e me empurra. — Você tem estado estranho a dias; não tem me dado tanta atenção...

— Eu disse que estava com problemas no trabalho.

— E quando está em casa e tem tempo livre, você quer ajudar a melhor amiga da sua prima a escolher nomes para o filho dela, ao invés de ficar comigo, sua noiva. - Diz irritada. — O meu noivo parece querer passar o tempo com outra mulher que não seja eu.

— Isso não é verdade, Ivy.

— Então por que você está chegando tarde quase todos os dias? E não diga que é por causa do trabalho.

— É o trabalho. - Respondo, omitindo uma parte da verdade.

— É besteira. Mentira. - Ela se vira, anda de volta para sala, mas desiste no meio do caminho e volta a me encarar. — Você está tendo um caso, não é? Essa é a única explicação.

— Você sabe que eu nunca faria isso.

— E por que não? Você é homem. - Diz, como se isso fosse a prova de uma traição. — Você tem estado distante e chegado tarde, é claro que está me traindo.

— Eu não estou traindo você. Eu nunca te trai. - E isso era verdade. O que eu tive com a Jane aconteceu quando terminamos - uma das muitas vezes que terminamos; o que significa que não é traição. — Você foi a única a fazer isso, lembra?

Ela me encara com um misto de choque, raiva e dor. (gif da capa). Eu me arrependo do que disse imediatamente. Eu não queria ter sido o responsável por trazer esse assunto à tona novamente. Um momento que eu preferia esquecer.

Mas aqui estou eu, reabrindo uma ferida mal cicatrizada, ao invés de dizer que chego tarde em casa porque vou até algumas lojas e compro coisas para o filho da Jane. Para o meu filho. Mas eu não falo nada disso. Eu apenas a observo. 

— Foi um erro, Ethan. 

— Um erro? Erro é quando acontece uma vez e não quando acontece várias vezes durante quase quatro meses, Ivy!

— O que você quer que eu diga? - Grita. — Eu errei e pedi desculpas, pedi perdão...

— E eu perdoei você. - A lembro.

— E por que você está jogando isso na minha cara?

— Porque você não confia em mim, droga! - Respondo exasperado. — Eu perdoei a sua traição, aceitei você de volta e nunca, nunca mesmo, dei motivo ou razão para você desconfiar de mim. Eu nunca trai você. Eu não estou tendo um caso!

Suspiro e ela me observa em silêncio, talvez assustada e surpresa com o meu descontrole. Eu a tinha pego de surpresa trazendo à tona sua traição, eu sabia disso. Mas não pensei que ela pudesse ficar tão surpresa assim.

— Droga! Eu preciso de ar.

Caminho em direção a sala e ela me segue.

— Onde você vai?

— Sair.

— Você está saindo de casa?

— Eu só vou tomar um pouco de ar fresco, Ivy. - Respondo.

— Você está indo embora, não é? Está me deixando.

— Por Deus. - Viro para encará-la. — Eu não posso ficar aqui agora. Se eu ficar, direi coisas que vou me arrepender e que vão machucar nós dois. Então, eu vou sair agora para esfriar minha cabeça.

— Você vai voltar para casa? - Pergunta hesitante e pela primeira vez, não vejo a mulher forte e independente que sempre vi nela.

— Eu não sei. Talvez eu vá dormir na casa dos meus pais... eu não sei. Não me espere acordada.

— Ethan...

— Eu preciso ir.

Dirijo por mais de uma hora sem saber para onde ir.

Ir para casa não era uma opção, a casa dos meus pais e um bar também não era. Então fiz o que eu deveria ter feito desde o início.

Estaciono em frente ao apartamento e subo.

O pensamento de que talvez não seja uma boa ideia surge na medida em que me aproximo, mas logo ignoro e toco sua campainha.

Um homem alto e forte é quem abre a porta e confuso, checo se estou no apartamento certo duas vezes.

— Posso ajudar? - Ele pergunta.

— É a nossa pizza, Thad? Diga que é. Estamos com muita fome aqui. - Ouço a voz de Jane se aproximar da porta e fico um pouco surpreso com a situação.

O homem me encara. — Definitivamente não é a nossa pizza.