Hospital de Turim
Turim, Itália.
Paulo Dybala
Nunca dirigi tão rápido em toda minha vida, o caminho que demoraria 20 minutos eu fiz em 10, e agradecia aos céus por não ter morrido. Eu estava desesperado.
Entrei no hospital igual um furacão e senti todos os olhares na recepção me encararem.
-Minha mulher deu entrada aqui com uns socorristas. - Eu falava desesperado para o atendente e ele me olhava atentamente
-Qual o nome dela, senhor? - Ele perguntou calmamente e eu quis voar no pescoço dele
-Sophia. - falei rápido - Sophia Martins. Ele assentiu e digitou algo no computador, eu estava perdendo a pouca paciência existente. Se acalma, Paulo Dybala.
-Aqui o seu crachá - Ele me entregou um adesivo e indicou que eu colasse na blusa. - Entra naquela porta ali, tem outra recepção e te informarão melhor. - assenti
-Obrigado - Disse indo em direção à porta.
(...)
Eu estava na sala de espera aguardando a liberação do médico para eu ir ver a Sophia.
-Você é o marido da Sophia, certo? - Um cara de jaleco, que devia ser o Dr. Theo, me perguntou estendendo a mão.
-Sim. Paulo - Estendi a mão apertando a sua
-Não sabia que ela era casada com um grande astro do futebol - Ele disse sorrindo e eu assenti. Que cara doido
-Doutor, como ela está? - Eu perguntei nervoso e ele analisou meu rosto, devia ser de um maluco desesperado - Ela tá grávida, de 6 meses. E... - Eu atropelava as palavras, bem nervoso mesmo e ele colocou a mão no meu ombro.
-Ela tá estável, Paulo. Está tudo sobre controle, o bebê também está bem. - Ele disse e senti minhas pernas bambearem. Assenti suspirando em alívio. - Você já pode ir vê-la, ela está sedada para não passar muito nervoso nesse primeiro momento. Ela teve um sangramento já no hospital, o que indicou um descolamento da placenta, o que poderia ter causado um aborto espontâneo, mas foi leve. Também teve uma fratura no braço e uns ferimentos leves, ela e o bebê foram bem abençoados. - Ele falou sorrindo para mim
-Obrigado, doutor. - Eu estendo a mão e ele aperta.
Sigo até a porta em que ele indicou, era um quarto. Abro a porta com cuidado, eu estava com medo, fato. Não sei se aguentaria ver minha Sophia naquele estado. Respiro fundo e encaro ela deitada na cama, ela tinha um curativo na testa e uma tala no braço esquerdo. Seu rosto estava pálido e tinha alguns hematomas pelo corpo, sua barriga ainda estava ali, sorri ainda parado na porta.
Fiz uma reza, agradecendo por Deus ter permitido que aquelas duas vidas ali, que eram a minha, continuassem prosseguindo.
Me aproximei de seu corpo e fiz um carinho em seu rosto, ela dormia profundamente, como de costume. Deixei um beijo em sua testa e sentei no sofá que tinha ali, ligando para Douglas. Expliquei toda a situação e pedi que ele ficasse com Lorenzo essa noite. A parte mais difícil foi ligar para os pais dela, minha mãe e Alvaro, consegui tranquiliza-los e a mãe dela disse que viria no fim da semana para cá.
Recebi mensagens de nossos amigos e imaginei que Douglas tivesse falado com a galera. Suspirei fechando os olhos, estava escurecendo e eu estava cansado.
Uma enfermeira entrou no quarto e se assustou ao me ver, o que foi um pouco engraçado. Ela checou Sophia e disse que a medicação estava passando seu efeito, isso quer dizer que Soph acordaria a qualquer momento.
Eu estava com a cabeça baixa com os olhos fechados e com a mão em cima da dela quando senti ela apertar minha mão, encarei e ela tinha dificuldade para abrir os olhos.
- Meu amor! - Eu levanto e fico em pé ao seu lado e então ela abre os olhos.
-A nossa filha tá bem? - Ela passa a mão levemente na barriga, provavelmente sentindo que Liz ainda estava ali. Ela parece lembrar do acidente, o que deve ser um bom sinal.
-Está sim - Ela sorri para mim e eu me derreto. - Vocês me deram um susto - Eu Rio nasalado
-Eu não lembro bem o que aconteceu no momento, lembro que sofri o acidente e o socorro depois ele me deram uma injeção e eu imaginei que fosse sedativo. Eu fiquei com medo de perder nossa filha. - Ela fala e seus olhos enchem de água.
-Está tudo bem. Fica calma - Eu passo meus dedos pela sua bochecha acariciando e deixo um beijo em seus lábios.
-E Lorenzo?
-Está com Douglas, eu já avisei para todo mundo. - Eu falo sentando na brechinha que tinha na cama e colocando a mão na sua barriga - Oi, minha filha. Tá tudo bem aí? - Eu pergunto e Liz chuta e nós rimos
-Paulo - Soph me chama e eu a encaro - E o meu carro? - Eu solto uma gargalhada
-Deu uma amassada boa, amor. Mas já mandei pra empresa e eles vão consertar e te devolver novo em folha. - Eu beijo sua bochecha
-Achei que ia ficar sem meu carro. - Ela me olha com uma carinha fofa e eu dou uma risada
Eu e Soph ficamos conversando coisas aleatória como sempre fizemos, eu debochava dela e ela fazia biquinhos muito fofos.
-Deita aqui comigo - Ela me deu um espaço na cama e eu me ajeitei
-Dorme com Deus, amor. - Eu beijo sua testa e abraço seu corpo.
(...)
Sophia Martins
Logo que eu acordei eu fui levada para um monte de exames inclusive com a Dr. Helena, obstetra, porque ela veio me ver e nós vimos se estava tudo 100% com a Liz. Paulo quis ficar, mas ele não poderia fazer nenhum exame comigo, então ele foi em casa tomar banho e liberar Douglas e explicar tudo para Lola.
Eu já estava no quarto novamente e via meu Instagram depois de responder varias mensagens e ligações da minha mãe e de Álvaro.
-Olha quem veio ver a mamãe. - Paulo entrou no quarto com Lorenzo em seu colo, que segurava uma rosa vermelha.
-Mamãe!! - Ele voou em mim me abraçando quando Paulo chegou perto
-Cuidado com a sua mãe e sua irmã, carinha. - Paulo riu passando os dedos pelos cabelos lisos de nosso filho.
-Oi, meu amor. Você está bem? - Eu passei minha mão pelo seu rostinho - Comeu direitinho? Dormiu bem?
-Sim’- Ele respondeu - Isso aqui é para você - Ele me estende a rosa vermelha e eu beijo sua bochecha.
Obrigada, meus amores. - Paulo beija minha testa
Uma enfermeira entra no quarto para ver se tava tudo direitinho e sorriu ao ver Lorenzo.
-Você é muito lindo, sabia? - A enfermeira brinca com ele
-Eu sei, todo mundo fala que eu sou bonito igual meu pai. - Ele fala na maior cara de pau e a gente cai na gargalhada ela encara Paulo e o analisa e depois olha para Lorenzo.
-São idênticos mesmo. - Ela sorri e se despede. Eu rio baixinho porque Paulo ficou sem graça.
-Ficou sem graça da mulher ter te chavecado? - Eu pergunto encarando ele e ele me olha com deboche
-Ela nem falou nada, amor. Que ciumenta - Ele levanta as mãos em rendição
-Mãe, o que é bonito todo mundo olha mesmo - Lorenzo fala simples e brinca com o batmam em miniatura que ele tinha em mãos
-Menino sensato esse meu filho - Paulo beija o topo da cabeça do nosso filho.
Ouvimos um toc toc na porta e ela se abriu.
-Surpresa - Eram Douglas e Alex.
-Oi, meninos. - Eu aceno e eles cumprimentam Paulo e brincam com Lorenzo. Se sentam no sofá, ao lado de Paulo.
-Como você está? - Alex pergunta
-To melhor, vou sobreviver - Respondo engraçada e eles riem - Nós vamos - Corrijo lembrando da Liz
-Você vai embora que dia? - Douglas pergunta se ajeitando no sofá em cima de Paulo e levando um tapa do mesmo.
-Eu ainda não sei, talvez hoje mais tarde. - Respondo olhando a mensagem que Alice tinha me mandado.
Os meninos ficaram mais um pouco ali jogando conversa fora, quase sempre falando de futebol enquanto eu curtia meu filhinho que tinha dormido e depois foram embora, Alex porque tinha que buscar Caroline no aeroporto e Douglas porque talvez conseguisse consertar a besteira com a tal menina.
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