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História Love Is Hard - Gabis


Escrita por: Kiyndim

Notas do Autor


Boa leitura \o\

Capítulo 2 - Gabis


Tudo ficou bem. Já se passaram cinco anos desde que houve isso. No começo foi horrível, eu achava que não daria pra superar nunca mais. Quando começou a afetar meu trabalho, eu tive que separar vida profissional e pessoal, até porque levei puxão de orelha “você precisa manter o foco no trabalho, garoto. Não quero ter que te demitir, você é excelente”. Hoje já estou melhor, tanto no trabalho como pessoalmente. Nós terminamos em outubro e eu fiquei mau até a virada de ano. Os dias seguintes seriam o reflexo do primeiro dia. Não queria começar o ano chorando por ex, não queria começar triste, me lamentando e nem arrependido. Na virada de ano eu respirei fundo, pensei muito bem (tipo, muito mesmo!), e decidi que o que tivemos era passado, e naquele momento em diante eu não iria ficar remoendo o passado. Para que tudo fique bem, é preciso dar o primeiro passo, e o meu foi esse. Não posso garantir que desde que fiz isso os cinco anos seguidos não tive nenhuma recaída, até porque eu tive sim. Mas eram mais quando estava bêbado, e com o tempo, nem assim mais. Como eu presumia, nós não nos falamos mais. Não sinto mais nada por ele, mas também não o desprezo, isso seria ridículo de minha parte.

Nesses anos eu deixei meu cabelo crescer, hoje ele está pouco abaixo do ombro. A barba eu ainda tiro de vez em quando, mas não com tanta freqüência. Eu cheguei a namorar outros caras, mas sempre terminávamos, uns não eram o que eu achei que fosse e outros me traíram. Mas nunca desistir. Eu nunca tive problemas em falar de ex, então às vezes alguém me perguntava de algum ex, eu respondia na maior naturalidade, sobre Matheus não era diferente. Ah, também soube que ele está noivo há um ano. Eu fiquei surpreso no momento, achei que iria lembrar de tudo que tivemos e chorar pra caramba, mas isso não aconteceu (chorei um pouquinho, mas eu estava sendo infantil). Fico feliz que ele tenha seguido em frente e encontrado alguém, ele merece ser feliz, como qualquer um.

Eu estou interessado em um garoto do trabalho. Gabriel. Ele tem... Não sei quantos anos, mas parece ser novinho. É um pouquinho mais alto. Olhos castanhos, cabelo em estilinho emo, como Paula diz hahaha, e castanhos também. Magrelo do tipo “como e não engordo”, quando ele disse isso senti uma vontade de dar um soco nele. Meu tipo físico não é magro como ele, não é forte como de Matheus, e não é gordinho como de Davi, eu dou uma ilusão de ser forte por conta dos ombros largos e de usar camisas largas, mas eu tenho uma barriguinha hahaha. Mas voltando a ele, não sei se é gay, a gente conversa muito porque temos os mesmos gostos por animes, jogos e tudo mais, e ele é bem legal também. Talvez eu chegue a puxar esse assunto qualquer dia. Ta trabalhando aqui tem quase um ano, acho que uns sete meses.

Ah! Eu nem comentei, mas Paula e Davi tiveram uma filha, hoje ela tem 4 aninhos, e eu sou padrinho dela. Ela é uma fofura. “É a cara do pai, tadinha”, fala de Paula zoando o marido. E realmente é a cara e os olhos castanhos do pai, pele negra e cabelo ondulado igual da mãe. Gabriela o nome. Ela vai em casa de vez em quando pra brincar comigo ou com meu sobrinho (minha irmã teve outro filho, um tem 15 e esse outro tem 4 também). Eu me sinto uma criança quando estou com eles dois. É muita fofura e amor eles.

- Mah, você pode ficar com a Gabi hoje? – Davi me pergunta baixo quando Paula saiu. – Por favor. Vou fazer uma surpresa pra Paula, hoje comemoramos sete anos de casados. – Ele, se não me engano, tem 33 anos, e ela diz ter 18 desde que a conheci, mas todos sabem que tem 29.

- Fico sim. Se quiser pode deixar ela dormir lá.

- Posso mesmo? – Ele pergunta com um sorriso no rosto e eu confirmo com a cabeça. Mesmo que hoje seja sexta, não tenho compromissos. – Muito obrigado!

- Precisa agradecer não hahaha. Vou ensinar ela a matar zumbis.

- Se ela ficar agressiva na escolinha, você apanha. E não é nem de mim, é da mãe dela. – Ele diz rindo.

- Então é melhor não...

- Posso ir também? – Gabriel pergunta enquanto observa a conversa.

- Pode sim. – Digo NA INOCÊNCIA!

- Ir onde? – Paula diz chegando.

- Em casa jogar videogame. – Ela me olha com um sorriso. Ela sabe de minha “crush” por ele. Eu dou bato de leve meu joelho na sua perna.

- Legaaaaal... – Ela diz segurando um riso.

- Besta, não é nada disso. – Digo um pouco envergonhado.

- “Disso” o que? – Gabriel pergunta. Coitado, é tão inocente...

- Naaada... – Paula responde dando um sorriso malicioso. Eu não mereço isso, Senhor!

- Eu to indo pegar um café, alguém quer? – Davi pergunta se levantando. Passando por Paula da uma leve massageada em suas costas e um beijo em sua cabeça.

- Eu quero. Vou contigo. – Gabriel responde e os dois saem conversando.

- Hoje é meu aniversário de casamento... – Paula fala baixo sem tirar a atenção do que estava fazendo.

- Parabéns, anjo. Que venham muitos outros! – Eu não sei parabenizar pessoas.

- Obrigada... Davi não me deu nada. Nem uma flor de papel! – Ela suspira e nega com a cabeça. – Ano passado ele se esqueceu do dia dos namorados, esse ano o do casamento...

- Pois é... Mas no dia dos namorados não foi por que estava corrido tudo aqui?

- Sim, mas depois nem uma noite prazerosa tivemos.

- Você me contou mesmo... – Sim, ela contou e eu não queria saber dessa parte.

- Só espero que não se esqueça do aniversário de nossa filha... Em momentos assim, me pergunto se eu realmente devia ter casado com ele... – A vontade de contar da surpresa ta grande, mas isso estragaria tudo.

- Fica tranqüila, você vai dar conta de tudo. Você é muito mais forte do que parece. – Digo tentando confortá-la. – Tudo ficará bem.

- Roubando minhas falas? Que coisa feia, garoto!

- Mas sério, tudo ficará bem.

- Sempre fica. Olhe pra mim, eu sou gostosa pra caralho pra deixar uma coisinha dessas me fazer triste! – Ela joga o cabelo.

- Você é uma figura... – Digo rindo.

- Oi gente. – Aline diz chegando perto. Ela é gordinha, olhos verdes, cabelos loiros (tingidos) e com mexas rosa e azuis; é muito legal, educada, extrovertida, engraçada e carismática demais, sem contar que é linda também. – Tenho duas perguntas pra fazer. A primeira é: vocês estão bem?

- Sim, sim. – Respondo.

- Já estive melhor, anjo. E você? – Paula diz meio desanimada ainda com a história do casamento.

- Eu to bem sim. A segunda é: Marcelo, você está namorando?

- Não, mas queria, porém depende. Por quê? – Tenho medo da resposta.

- Bem... Eu tenho um amigo que é gay – Começou... –, é bonito pra caramba, super gente boa, trabalha, é inteligente, fazendo faculdade, solteiro, tem 24 anos, 1,80 de altura, forte e também é um amor. Quer sair com ele? Eu posso falar de você pra ele! – Ela diz empolgada esse final... Me da até uma dó de quebrar essa doce ilusão.

- Obrigado, mas.. – começo a dizer.

- Ele não pode, menina! – Paula me interrompe, falando empolgada e baixo. – Ele é do Gabriel.

- Mas eu achei que ele fosse hetero! – Aline diz no mesmo tom de voz. Essas duas juntas não prestam muito não. – Você conseguiu pegar ele? Bicha, a senhora é destruidora mesmo, viu viado?! – Ah, Aline é lésbica. Na verdade ela é bi, mas diz que está numa “vibe só garotas”.

- Não, não conseguiu. Mas Gabriel irá na casa dele hoje para “Jô-ga-rem”. – Paula da um enorme sorriso malicioso.

- Danado você!

- Não é nada disso que vocês estão pensando... – Tento dizer, mas parece que não escutam.

- Se eles ficarem vai ser lindo! – Aline diz. Da pra perceber seus olhos brilhando. – Eles super combinam!

- Também acho isso, amigaaaa! Os dois são lindos, fofos e amorzinhos!

- Da até uma vontadizinha de gravar eles transando... – Aline diz. Eu e Paula olhamos espantados para ela. Eu esqueci de dizer que ela também é uma “piranhona”, como ela diz.

- Aline... Amiga... – Paula ainda parece estar surpresa. – Eu nunca tinha pensado nessa parte! Você é incrível!! – Que? – Imagina ele de quatro enquanto Gabriel fode ele?! – QUE?!

– Eu assistiria feliz comendo pipoca. – Aline diz.

- Isso não vai acontecer! – Não que eu não queira... Até porque Gabi vai dormir em casa.

- A parte de filmarmos ou de vocês transarem? – Paula pergunta naturalmente.

-Ambas... – Digo depois de uns segundos.  – Ele ta vindo. Quietas!

- Oi Gabrielzinho! – Aline diz sorrindo carinhosamente para ele, e quando ele vira, seu sorriso muda para malicioso num piscar de olhos.

- Oi, Alinão! – Ele responde com o mesmo sorriso carinhoso. Os dois têm essa brincadeira por um ser mais alto que outro. – Tudo bem contigo?

- Tudo óóótimo! E com você?

- Eu to indo, né.

- Melhor indo do que voltando. – Que? – Bom, irei voltar pra minha área. Passei apenas para ver se o Celo tinha interesse num amigo meu... – Meu Deus, Aline... É tão difícil sair sem falar nada? – Mas ele está de olho em outra pessoa... Tchau, tchau. – Ela diz rindo e Paula abafa o riso também.

- Eu não sabia que você era gay... – Ele diz com cara surpresa. Por mais que trabalhe aqui há algum tempo, não conversamos sobre isso. Mas eu sempre achei que estivesse na cara.

- Há muito sobre ele que você não sabe... – Davi diz abafando o riso. Eu não sei o que falar.

- Um dia gostaria de conhecer. – EITA, PORRA! Por essa eu não esperava!

- Logo você irá! – Paula diz. Acho que não tenho voz própria aqui.

- EU OUVI ISSO, HEIN! – Aline grita do outro lado. Aparentemente ela não estava muito longe. Eu não sei onde enfiar a cara de tanta vergonha. Só queria sumir daqui. Eu não mereço isso!

Depois do expediente, passei meu endereço para Gabriel. No caminho pra casa Paula me manda mensagem perguntando por que eu não contei que Davi estava preparando uma surpresa, eu respondi obviamente porque era uma surpresa, ela disse “VOU TRANSAR A NOITE INTEIRA, PORRA!”... Às vezes me pergunto como ela consegue ser assim. Chegando em casa tomei um banho longo e depois comecei a preparar algo para comer, alguém bate no portão. Olho pelo vão da cortina pra saber quem é, dependendo de quem fosse eu diminuiria o volume da TV e fingiria que não tem ninguém aqui. Mas é Gabriel, então tenho que atender. E sim, eu estou vestido.

- Oi. – Ele diz ao me aproximar do portão.

- Olá...

- Trouxe comidas. – Diz mostrando umas três sacolas de supermercados com tranqueiras.

- Hahaha, não precisava. Aqui tem. – Digo o convidando para entrar com a cabeça. – Ignora a bagunça. – É uma frase clichê para dizer às visitas, mas é que está bagunçado mesmo.

- Você deveria ver meu quarto então haha.

- Sente-se. - Pego as sacolas de suas mãos. – Já ta na hora de Davi e Paula trazem a filhinha deles... – Falo da cozinha. – Você já a conheceu?

- Só de nome. Gabriela, né?

- Sim. Tem quatro anos e gosta de bagunçar. Por isso nem arrumei a casa. Quer alguma coisa?

- Agora não, obrigado! Tem gente no portão. Quer que eu abra? São eles.

- Pode ser! – Ele trouxe coisas de geladeira, então também estava guardando-as.

- Marcelo. – Paula aparece no batente da cozinha. – Nada de jogos e filmes sangrentos. Entendido?

- SIM, SENHORA! – Digo batendo continência. – Você sempre diz isso, eu sei que não é pra fazer isso... Por enquanto...

- E... – Ela se aproxima e diz baixo. – Se eu soubesse disso tudo, teria deixado a Gabi com a madrinha dela, aí vocês dois aproveitariam a noite. Igual eu vou aproveitar. Nossa finalmente poderemos usar vozes.

- Hahaha esses detalhes às vezes não quero saber. Mas voltando, ele sabia. Se ofereceu depois que eu tinha aceitado ficar com ela.

- Vocês três são uns filhos da puta. – Ela diz.

- O que é puta, papai? – Gabriela, minha fofurinha, diz no colo de Davi, seguido por Gabriel.

- Er... – Davi não sabe o que dizer e está com os olhos arregalados para todos procurando respostas. – Pergunta pra sua mãe.

- O que é puta, mamãe? – Ai que coisa mais linda do padrinho!

- É seu dindo. – Paula diz também de olhos arregalados. Olhando pra cara de Davi e Gabriel, da pra ver os dois rindo internamente.

- É verdade, dindo? – CLARO QUE NÃO, MAS COM ESSA SUA VOZ TÃO FOFINHA E CARINHA DE ANJO, EU SOU, MINHA VIDA!

- Sua mãe é doida, amor. Acredita nisso não. “Puta” é algo que não se pode dizer, ta bem? – Digo tentando manter firmeza.

- Mas o senhor disse...

- Mas foi pra te explicar.

- A mamãe também disse.

- Mas mamãe é... – Uma doida que precisa ser estudada. – Adulta. Adultos podem fazer isso.

- Porque adultos podem?

- Por que eles pagam as contas.

- O que é contas?

- É algo que papai e mamãe têm muito. – Paula diz. – Cê acredita que ela viu o comercial de uma boneca lá e agora quer porque quer essa mardita?

- Acredito sim, agora vocês dois não têm um encontro romântico pra irem? – Digo pegando Gabriela no colo para abraçar essa coisa fofa.

- Sim! Obrigado por ficar com ela, Mah. Te devo uma! – Davi diz dando um beijo na filha e um aperto de mão em mim e em Gabriel.

- Obrigada mesmo. – Paula me abraça. – Vou transar a noite toda, to até tremendo. – Diz baixinho no meu ouvido. Coisa que eu não precisava saber? COM CERTEZA! – Beijo, filhota. Se ela chorar de noite nos querendo, ligue. Mas por favor, tenta fazer ela se acalmar e dormir de novo!

- Por favor mesmo hahaha! – Davi responde. Gente... Esses dois parecem que não transam há quatro anos.

- Ta bem, ta bem. Vão logo! – Digo.

- MAMÃE AMA VOCÊ, FILHA! – Paula grita já dentro do carro.

- Confesso que não imaginava eles desse jeito... – Gabriel diz.

- É muito pior. Eles se controlaram por estar na frente da filha e no trabalho também se controlam. – Respondo. – Quem quer jogaaar?

- EEEEU! – Gabriela responde. E nós três entramos. – Dindo, quem é ele? – Fala baixinho no meu ouvido.

- Ele trabalha com o seu pai, sua mãe e comigo. O nome dele é Gabriel.

- É igual ao meu! – Ela responde surpresa.

- Diz oi pra ele. – Coloco-a no chão.

- Oi. – Ela diz meio envergonhada.

- Olá, garotinha. Tudo bem com você?

- Tudo. Sabia que seu nome é igual ao meu? – Parece que já perdeu a timidez.

- Sério?! Como é seu nome?

- Gabriela. E o seu é Gabriel. – Vê se não da vontade de apertar essa belezura!

- Que incrível! – Ele responde com voz e feição de surpresa.

- Você quer ser meu amigo? – Ela pergunta.

- QUERO! – Ele responde erguendo os braços. – Vamos jogar?

- VAMOS! – Ela responde na mesma intensidade.

- Vocês estão com fome? – Pergunto. Aparentemente, sou o único adulto agora.

- NÃO! – Os dois respondem juntos. Gente, que coisa fofa!

Ficamos jogando Bomberman. Como eu tinha dois controles e Gabriel trouxe mais um, éramos nós três contra. Bom, era pra ser assim, mas o time “Gabi” se formou e tentavam me matar toda hora. Isso não era justo, mas a pequena dava tanta gargalhada. Depois de uma hora e meia mais ou menos, fui pegar coisas para comermos. Jogamos vários outros jogos também, mas nenhum que colocasse a minha vida em risco. Assistimos filmes, Moana e Frozen eram as duas opções de Gabriela (de novo), mas eu coloquei Mullan. Ela amou e já quer ser uma guerreira. Demos janta para ela e continuamos a assistir outros filmes. Gabriela não desgrudava de Gabriel e ela o chamava de “tio biel”, ela é um amor! Chegando 23 horas ela já estava caidinha de sono.

- Gabi, ta na hora de dormir. – Digo.

- Dindo, eu não to com sono... – Ela diz coçando os olhos.

- Ta sim. Pode indo pra caminha.

- Posso dormir na sua cama?

- Pode sim, amor. Quer que eu vá com você?

- Não, o tio Biel vai... – Trocado pelo novato.

- Posso? – Ele pergunta para mim antes e eu concordo com a cabeça. – Ta bom, anjinho.

- Cavalinho. – Ela diz erguendo os braços para ele.

- Eu vou indo arrumar a cama para vocês... Espera aqui. – TA UMA ZONA MEU QUARTO, CARALHO!

Pego todas as roupas correndo e jogo dentro do guarda roupa, estico os lençóis e pego mais travesseiros e cobertores. Antes de sair dou uma olhada geral para ver se esqueci algo.

- Vem... – Digo.

- Pocotó, pocotó, pocotó. – Ele diz enquanto dava pulinhos baixos e ela rindo.

- Você a fará dormir. – Digo a ele. – Pode dormir aí com ela também.

- Eu vou embora hoje.

- Não vai não. Já terminou o horário de ônibus. 

- Uber. Deita aqui, anjinha.

- Eu irei dormir na sala. Pode dormir aqui tranqüilo. – Vai que ele ta com pé atrás por conta de descobrir que sou gay.

- Eu sei, mas a casa é sua. Você tem que dormir na sua cama.

- Tem o sofá e ele também é meu. – Por mais que tenha outro quarto, não tenho outra cama. E eu o uso como quartinho da bagunça.

- Ta bem então... Desculpe por isso.

- Sem problemas. Boa noite, amorzinho. – Digo dando um beijinho na testa de Gabriela. – Durma bem, ta bem? Se precisar de algo, grita bem alto.

- Uhum... – Ela diz se aconchegando no braço de Gabriel.

- Boa noite, “tio Biel”. – Digo rindo.

- Hahaha, besta. Boa noite.

Cubro-os e vou pra sala. Limpo a sujeira de comida, tranco as portas e janelas, apago as luzes e fico no sofá assistindo filmes. O cara por quem eu tenho uma quedinha está fazendo minha afilhada dormir no meu quarto, caralho. Paula mandou mensagem.

- Estamos voltando pra casa agora. Ta td certo aí?

- Ta sim. Ele está fazendo ela dormir.

- Perdeu o boy até pra uma criança... Cê ta fraco, hein.

- kkkkkk idiota.

- Chegamos em casa. Beijo, até amanhã. Se precisar de algo, liga. Mas vê se não consegue resolver sozinho.Bjbjbjbjbj vou tirar a ppk do pó.

Por mais que assuntos assim sejam um pouco constrangedores, é até legal falar disso com ela e Aline. Quando comecei a trabalhar lá, a Aline era uma garota tímida e na dela, aí Paula começou a chamar-la para almoçar com nós dois... Ela começou a se tornar outra pessoa. Me pergunto se ela já era assim ou nós dois a poluímos. E desde que soube que eu estava solteiro, vira e mexe fala de amigos gays ou bis dela. Alguns até peguei ou namorei.

Fiquei assistindo filme até 2 horas da manhã. Geralmente, no final de semana eu durmo tarde mesmo. Levantei para comer um pouco e beber água. Eu poderia também comer metade do sorvete porque sei que a Gabi vai querer bastante, mas tandinha, melhor não. Antes de voltar pra sala, dou uma olhada no quarto pra ver como estavam. Os dois dormindo e ela dormindo no braço dele. Que coisinhas fofas! Volto pra sala e decido dormir. Conhecendo minha afilhada, acordará gritando pra brincar. Único lado ruim de ter criança é que ela é seu despertador. Mas eu me enganei. Acabei acordando com o barulho de algo quebrando.

- QUE HOUVE? – Digo correndo até a cozinha.

- NÃO ERA PRA VOCÊ ACORDAR! – Gabriela grita brava, e mesmo brava é a coisinha mais fofa.

- NÃO MESMO! – Que? Gabriel grita também, como se fosse uma criança.

- PORQUE ESTÃO GRITANDO?!

- VAI PRA SALA, DINDO! – Ela começa a me empurrar. Olho pra Gabriel querendo entender.

- Ela quer fazer uma surpresa... – Ele diz. Percebo que o chão está todo branco e um copo de acrílico quebrado no chão. Como conseguiram quebrar acrílico eu não sei.

- Se você quer me empurrar pra sala, precisará de muito mais força, pequena! – Digo com “voz de vilão”.

- TIO BIEL, ME AJUDA! – Eita.

- TO INDO! – EITA! Ele pega ela e a coloca nos ombros. – MEGA GABI ATIVAR!

- AGORA VOCÊ QUE É PEQUENINHO! AHAHAHA – Ela da uma gargalhada. Eu e Gabriel rimos também.

- Okay! Você venceu! – Digo saindo. – Mas eu voltarei! MUAHAHAHAHA.

Dava pra ouvir conversas baixinhas entre os dois. Escovei meus dentes, arrumei a sala e o quarto. Fiquei sentado jogando enquanto morria de fome. Ainda era nove e meia. Essa hora era pra eu estar dormindo... O cheiro vindo da cozinha é bom.

- PODE VIR! – Finalmente!

 – TCHARAAAAAM! – Os dois falam juntos mostrando a mesa com panquecas e algumas geléias. Mas o chão ainda ta branco.

- WOOOOW! Vocês que fizeram? – Pergunto com cara de surpresa.

- Sim! Eu fiz o negócio, o tio colocou na panela e eu arrumei a mesa.

- Mentiraaa! Tem certeza que você não comprou?

- Tenho sim! Olha meu nariz... – O nariz dela está sujo, olho para Gabriel com uma cara de “sério mesmo?”, mas vejo que ele também está com a o rosto sujo e acaba rindo envergonhado.

- Então acredito.

Tomamos o café da manhã conversando e rindo. Gabriel me ajudou a limpar tudo enquanto Gabriela coloria um papel. Depois de tudo limpo ficamos colorindo, conversando e jogando mais. Paula me mandou uma mensagem dizendo que iriam almoçar aqui, então nada de besteira no almoço.

- Seus pais vão chegar já, já. – Digo. – Quer ajudar no almoço?

- QUERO! – Ela grita.

- Eu vou indo nessa, okay? – Gabriel diz se levantando e espreguiçando.

- Por quê? – Pergunto.

- Não quero atrapalhar. E eu nem escovei meus dentes, cara. Devo estar com um bafo do cão.

- Não está não... – Não mesmo, me “beja”, seu lindo. – Gabi, o tio Biel disse que vai embora.

- Nããão, fica mais! – Ela diz agarrando o braço dele, que me olha espantado, eu só dou um sorriso.

- Mas eu preciso ir... – Ele diz se agachando de frente pra ela. – Tenho que escovar meus dentinhos.

- Usa a escova do dindo! – Não.

- Mas escovas não se podem dividir. – Eu digo.

- Papai diz que é preciso dividir as coisas!

- Mas não escovas.

- Fica mais, por favor! – Ela gostou mesmo dele. Gabriela, eu to aqui também!

- Ta bem, ta bem... – Ele viu que ou faria uma criança chorar ou faria ela se acalmar.

- ABRE A PORTA DO CASTELO QUE A RAINHA CHEGOU! – Paula grita da rua.

- MAMÃÃE! – Gabi sai correndo pro portão.

- Oi, minha linda. Dormiu bem?

- Sim! Eu fiz... Fiz... – Ela não lembra o nome do que fez... Que linda! – TIO, O QUE EU FIZ?

- PANQUECAS! – Gabriel, que também estava lá fora, responde empolgado.

- PANTECAS! – Ela responde pulando.

- Sério? Que legal, amor. Sobrou alguma pra mamãe?

- Sim, o dindo guardou. – Ela corre pra casa, possivelmente pra pegar o pote com panquecas.

- ESSE PORTÃO NÃO VAI ABRIR NÃO? – Eu estou procurando a chave, caramba!

- É QUE EU NÃO VI NENHUMA RAINHA! – Achei.

- Você deixou minha filha mexer com fogo, desgrama? – Ela pergunta um tanto brava. Eu aponto pra Gabriel. Não levarei culpa de algo que não fiz.

- Ela fez a massa só. Eu que fiquei no fogo. – Dava pra perceber o medo em sua voz.

- Posso por o carro aí dentro? – Davi pergunta e eu concordo com cabeça enquanto bocejo e indo abrir o portão pra carro. – Valeu!

- Almoço ta pronto? – Sério Paula?!

- Íamos começar a fazer agora. – Digo. – Vocês chegaram, então vão ajudar.

- Menino, foi a noite toda e depois que acordamos! – Paula diz. Davi acaba ficando envergonhado. – Eu to morta.

- Ai tadinha... Mas vai.

Entramos e fomos direto pra cozinha. Gabriela estava sentada no chão de frente com a geladeira aberta... Comendo panquecas.

- MENINA, SE TU TIVER COMENDO MINHAS PANQUECAS VOCÊ VAI VER SÓ! – Paula grita, assustando a criança.

- Não fô. – Ela responde mastigando.

- Guarda. Você vai almoçar. – Davi fala sério. Ela o obedece.

- Vamos fazer o almoço agora, quer ajudar? – Paula pergunta pra filha.

- Não, eu vou brincar com o papai. – Ela pega a mão do pai e vai pra sala.

- Trocada pelo pai... Ta fraca hein. – Digo.

- Cala essa boquinha. – Paula diz rindo. – Eu pelo menos ganho em outras áreas. E você?

- Estou bem assim. – Digo rindo.

- Gabriel, pegue panelas pra fazer arroz... – Paula diz enquanto amarra o cabelo.

- É melhor fazer macarrão. Arroz demora muito e precisaria de outros complementos que não tem pronto. – Digo.

- Ok. – Paula. – Gabriel, pegue panelas pra fazer macarrão...

- Onde tem panelas? – Ele diz e ela aponta. – Essa ta bom? – Ele mostra uma grande.

- Supimpa! – Ela pega e enche de água. – Vocês se divertiram essa noite?

- Muito! – Gabriel, inocente, responde. Paula me olha com um enorme sorriso. – Sua filha é um amor. – Ela desfaz o sorriso.

- Ah... Sim... Obrigada. Foi feita com carinho, amor e tapas. – Ele acaba ficando corado. – Aliás, você tem filhos?

- Não. Só irmãos, mas são já de vinte e quinze anos.

- Hm... – Ela me olha pelo canto dos olhos. – Muito bem. Você namora?

- Não também. – Ela abre um enorme sorriso, aproveitando que ele tava de costas pra ela. – Creio que não sou “namorável”.

- Tem gente que discorda... – Ela diz.

- An?

- Nada não, anjinho... Mas porque acha isso? – Ela pergunta. É a primeira vez que nós estamos só nós quatro sem ser em trabalho ou com muitas pessoas do trabalho.

- Nenhum namoro meu dava certo. Todas que namorei me deixavam, eram diferentes de antes que começamos a namorar, me traíram, ou era uma babacas que me usavam. – Ele diz naturalmente. Isso é um assunto delicado... – Nenhum namoro chegou a durar. O mais longo foi acho que de três meses. Ela me traiu no sábado e domingo, na segunda ela me disse.

- Caralho... – Paula diz. Ela não achou que a conversa viraria pra esse lado.

- Pois é... E na segunda era o dia que completou três meses.

- Eita porra... – Eu digo agora. Coitado, isso deve ter sido horrível.

- Mas é passado, e eu não me importo com isso. – Ele diz mostrando um sorriso. – Vocês tiveram términos feios?

- Desse jeito aí não... – Ela começa. – Mas no ensino médio um cara terminou comigo no ultimo dia do segundo ano, e na frente da sala inteira. Disse que eu era grudenta de mais. Eu pulei no pescoço dele e comecei a bater nele.

- Cacete! – Digo.

- Faixa verde de karatê, bebê. – Ela diz piscando. – Mas hoje minha coluna é toda fudida e não agüento nada mais.

- Aham... Sei...

- Dessas coisas, Marcelo... Dessas coisas.

- E você? – Ele me pergunta. Paula olha pra mim com um olhar triste... Creio que pensou no meu caso com Matheus...

- Meus términos nunca foram dessas formas... Eram tudo tranqüilo ou “você é legal, mas...”... Acho que o mais trágico foi um no qual eu peguei o cara transando com outro.

- Me lembro desse filho da puta! – Paula diz já voltando ao normal... Um normal que eu quero nunca estar hahaha. – Juliano, né?

- Siiiim! – Digo. – A gente foi pra balada junto, estávamos namorando tinha umas semanas já. Ele disse que iria ao banheiro, mas tava demorando demais, quando fui procurar ele, vi num corredorzinho ele e um outro cara transando. Eu quis bater nele, mas de luta só sou bom no vídeo game.

- E o que você fez? – Ele pergunta.

- A coisa mais infantil e tosca. – Paula diz. – Mas engraçada.

- Um cara tava passando com aqueles baldes de gelo, eu o parei e pedi emprestado. Ele não deu, então dei dinheiro a ele. Joguei aquele balde de gelo e água gelada neles dois. Deve ter machucado, porque as pedras de gelo eram até que grandinhas. Mas aí joguei a cerveja que estava na minha mão também.

- HAHAHA – Risada linda essa dele também. Nunca tinha notado. – E o que ele fez?

- Gritou e tentou correr atrás de mim. Mas o chão tava molhado e ele escorregou...

- Ele foi banido daquela balada porque o cara não foi o único a cair. – Paula diz rindo. – Faz a carne moída.

- Eu nunca gostei de baladas mesmo, isso não foi nada.

- Hahaha vocês são uma figura! – Ele diz. – Queria ter tido atitudes assim quando aconteceram comigo, mas eu era muito tapado.

- E você só namorou meninas? – Paula pergunta na lata.

- Sim. – Ele responde tranqüilo.

- Pensa em namorar meninos? – Paula novamente. Direta? Nem um pouco.

- Olha... Nunca parei pra pensar nessa parte não. Ultimamente eu nem penso em namorar ou ficar.

- Entendi... – Paula diz... Pelo seu sorriso, suas esperanças ainda não se foram. Parece até que aumentaram. – Se um dia mudar de idéia, conheço umas amigas lindas pra você. E caso queira garotos... Pode ter certeza que Mah toparia no mesmo instante. – Filha da puta...

- Como assim? – Ele pergunta... Agora não sei se é por lerdeza de não entender ou de surpresa.

- É que eu e Aline fizemos uma aposta. – Oi? – Quando será o próximo namoro de menino Celo.

- E você acha quando? – Eu pergunto. Por que não sabia dessa.

- Pra ser sincera... Daqui uns seis pra mais. Aline acha que em menos.

- Seis o que?

- Dias, semanas, meses, anos... Décadas... Você nunca saberá.

- E qual o valor da aposta? – Ele pergunta.

- R$100,00. – Eu não valho apenas isso.

- Posso entrar também?

- Não. A Aline não iria gostar.

- Porque não?

- Por que... – Ela olha nos meus olhos. – Ela shippa vocês dois. – Mas que cacete!

- Sério? Hahaha – Ri não, caralho! Eu já to com vergonha, agora você rindo me sinto um lixo.

- Vamos parar com esse assunto. – Digo.

- E você nos shippa? – Ele pergunta.

- Hm... Não sei... Abraça ele de lado. – EU NÃO SEI SE EU TE MATO EU TE IDOLATRO!

- Assim? – Ele me abraça travando meus braços. Eu to tão envergonhado que não sei o que fazer.

- Sim! – Da pra ver na cara dessa desgraça que está adorando ver. – Mas Mar – ela quase nunca me chama de “mar”... Ai tem... –, tenta não ficar tão vermelho. Calma, vou tirar uma foto!

- Ta bem. – Ele ta me fazendo duvidar de sua sexualidade.

- Junta mais. Tipo casalzinho. - Eu quero morrer. Não sei se de felicidade ou de vergonha. – Da um sorriso lindo igual do Gabriel, Marcelo.

- Besta! – EU NÃO SEI O QUE FAZER!

- Fica calmo... É só uma foto... – Ela ta adorando isso, caralho. – Da um beijo nele, Ga.

- Pode ser na bochecha?  - Eu queria na boca, mas a situação me deixou bastante tímido.

- Pode sim! – Ele beija minha bochecha. – Agora continua aí no beijo pra foto. Isso, lindos! Pronto.

- NÃO! – Gabriela corre até nós dois e nos separa. – ELE É MEU DINDO! NÃO PODE BEIJAR ELE!

- Hahaha, filha, nós só estávamos brincando. – Gabriela é muito ciumenta. Mas da forma que eles dois estavam ontem, achei que ela iria ficar do lado dele.

- O dindo namora o tio Biel, mamãe? – Sim, mesmo novinha, ela sabe que o padrinho namora meninos.

- Filha, por mais que ele queira, não namora. – Paula diz e ele olha pra mim, eu nego com a cabeça. – Eles só estavam brincando.

- Entendi... – Ela faz uma cara pensativa. – Tio, se você quiser namorar o dindo, você tem que pedir pra mim, ta?

- Entendido! – Ninguém pergunta nada pra mim?

- O almoço já ta pronto? – Davi chega.

- To! – Paula responde.

- AQUI NÃO! – Digo já pra terem certeza.

- Só falta misturar tudo. – Gabriel diz indo misturar tudo.

Nós almoçamos, conversamos, rimos e arrumamos tudo. Depois do almoço ficamos na sala assistindo filme. Deu três horas da tarde, Paula e Davi foram embora, levando Gabriela, claro. Ficamos só nós dois. Cacete. Geralmente eu não deixo meus sentimentos a mostra tão facilmente... Pelo menos não quando é apenas um crush!

- Eu vou indo nessa também... – Ele diz.

- Certeza? – Ele concorda com a cabeça. – Tudo bem então. Vou pegar as coisas que trouxe, pera.

- Precisa não. Eu comprei pra vocês mesmo. – Ele levanta e estica os braços. Eu tento não reparar, mas da pra ver os pêlos da barriga descendo! Eu amo essa imagem! Mas bocejo e abaixo a cabeça. Não quero ver essas coisas agora não!

- Ta bem. Vou abrir o portão pra ti. – Digo me levantando e checando discretamente se nada acordou aqui. Ainda bem que não.

- Obrigado. – Ele diz atravessando o portão. – E desculpe por toda bagunça.

- Naaah, precisa se desculpar não. Eu que peço pelas coisas que Paula disse.

- Se preocupa com isso não hahaha. Quem sabe eu tenha que pedir mesmo sua mão pra Gabi. – Ele diz me dando um sorriso e uma piscada. – Vou indo nessa, beijão.

- Até.

Um beijinho de despedida seria bom. Mas não vou forçar a barra. Como eles me ajudaram a arrumar a casa, eu poderei jogar, assistir ou coçar em paz. Isso o final de semana inteiro. Claro que irei jogar! Comecei a jogar numa das fases que não to conseguindo passar... Mas... Aqueles pelinhos... Eles não saem da minha cabeça... E já senti que já é tarde de mais pra tentar não pensar. Já aviso agora para não haver complicações ou “nossa senhora, Marcelo! Tenha modos”, não tentarei ser cortês e culto com as palavras sobre esse assunto. Mas só porque acho engraçadinho. Vou pro quarto, ligo o notebook e assim que pega internet vou entrando em sites enquanto tiro minhas roupas... Na verdade eu tirei apenas o short e cueca, a camisa acho que não será necessária. Entrei em um site qualquer e procurei algum que seja amador, e de preferência solo. Acredito que no mundo da pornografia, muitas pessoas são forçadas a fazerem coisas que não querem, e muitas outras forçam gemidos e caras... Isso é um pouco broxante pra mim. Achei um vídeo ótimo! Começo a assistir e bater. Mas só porque achei um vídeo, não quer dizer que ficarei apenas nesse. Já tem mais cinco abas abertas hahaha.

Mesmo que eu adore transar, sentir corpo no corpo ou vídeo chamada, bater ainda é uma das minhas coisas favoritas desde a adolescência. Mas eu faço com moderação... Hoje em dia. Merda... A camisa teria sido uma boa tirar também. Acabou indo muito além do que eu imaginei. Terei que por pra lavar. Mas como meu pau ainda está duro, decido ir tomar um banho quente pra terminar de vez. Por mais que a porra grude tudo no corpo e pêlos, é tão boa a sensação. Transar no chuveiro já é mais complicado, por que pode acabar escorregando. É prazeroso, mas na cama, ou outros lugares, é melhor.

Depois do banho voltei pro meu joguinho e fiquei ali até de noite. Parei para comer e ir ao banheiro. Depois voltei para meu quarto, mas dessa vez foi para assistir série. Coloquei uma nova e fiquei assistindo até pegar no sono. Acabei dormindo e nem vi o que tava passando. Mas acordei no meio da madrugada com alguém batendo no meu portão. MÁQUEPORRA! QUEM BATE NO PORTÃO DOS OUTROS ÀS 4 HORAS DA MADRUGADA? FILHOS DA PUTA DE UMA CHOCADEIRA DO CARALHO! LEVANTO DA DESGRAÇA DA MINHA CAMA, VISTO A PORRA DE UMA ROUPA, PORQUE EU TAVA DE CUECA NESSE CARALHO, E VOU VER QUEM É O INFELIZ DESGRAÇADO SEM ALMA!

- JÁ VAI, PORRA! – Digo ao baterem novamente. Ao abrir vejo uma cena lamentável. Gabriel sendo carregado por uma mulher e um homem. – Que porra é essa?

- Oi, o senhor não nos conhece... – Senhor? Meu Deus... – Mas o Gabriel acabou bebendo muito mais do que deveria... Ele disse pra trazer-lo aqui nesse endereço. – O rapaz mostra o celular de Gabriel com a mensagem da minha casa.

- Só que ele meio que desmaiou... – A garota diz. – Não sabemos onde ele mora, e não podemos levar-lo conosco... – Eu tenho cara de babá de bêbados? – Por favor...

- Quem são vocês? – Eu pergunto com uma cara de irritado com a situação, porque estou mesmo.

- Somos amigos dele. – O rapaz diz.

- Nomes.

- Jamile e Tales. – Ela responde. – Por favor, senhor...

- Ta bem, caralho! – Pego Gabriel e o apoio nos ombros. – Querem mais alguma coisa?

- Não, não. Muito obrigada, senhor! – EU NÃO SOU TÃO VELHO ASSIM, PORRA! – E desculpe por isso! Desculpa mesmo! Até outro dia. – Espero que não.

Mas que porra. Eu não mereço isso. Entro arrastando ele, como alguém tão magro pode pesar tanto? O jogo na minha cama, tiro seus sapatos e blusa, pois estava fedendo. Ele ainda estava com camisa por baixo, e eu estou irritado demais pra pensar outras coisas. E mesmo se não estivesse, não faria absolutamente nada. Ele está inconsciente e isso é completamente errado (guardem isso com vocês para sempre, crianças!). Puxo o puff e sento lá pra dormir. Gabriel, por mais que eu queira dar uns pegas em você, no momento eu quero arrastar sua cara no asfalto quente, desgraçado! 


Notas Finais


Até o próximo /o/


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