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História Love Is Not Over - Infortúnio


Escrita por: jeonshocked

Notas do Autor


E aiii meus piticos iti iti <3 De boa na lagoa? Décimo sexto capítulo cheirosinho pra vocês rir e chorar no final porque nada nessa vida são rosas e eu estou bem má ultimamente hihihi

Aliás já quero vos avisar que daqui pra frente haverá muitos flashbacks okay? Começando à partir de hoje u.u

VOU JOGAR LENHA NA FOGUEIRA AGORA PORQUE O NEGÓCIO VAI FICAR PUNK!
É treta que cês quer? Então toma! iahsuahs

Até as finais bebês <3 Divirtam-se!

Capítulo 16 - Infortúnio


Fanfic / Fanfiction Love Is Not Over - Infortúnio

 

"Quando minha cabeça olhar para diferentes direções você saberá que meu coração nunca muda. E nas horas sombrias, você não precisa se perguntar se eu vou para onde você está." 
 

 

5 anos atrás
01:35AM, Bukchon Hanok


Encontrava-se na beira de um beco com uma iluminação mediana mais voltada ao amarelo queimado. Seus braços suportavam uma mulher de cabelos escuros e ondulados e em sua pele, havia apenas sangue.

Ela tinha sua boca entreaberta e lutava com todas as forças para se manter viva. Passou a palma de sua mão na bochecha rosada do garoto que lhe segurava e sorriu docemente sentindo uma gota de lágrima vermelha escorrer até sua roupa.

— N-não se...p-preocupe. 

O rapaz gritava por ajuda e ninguém aparecia. Abraçava a menina com tanta angústia sufocando-lhe o peito que era capaz de jurar que morreria ali, ao lado dela.

E na verdade, era exatamente o que ele mais queria.

— Alguém! Por favor! — sua voz saía embargada e a garota apenas levou seus dedos até os lábios machucados do rapaz negando suavemente com a cabeça — Ei! Você! — berrou assim que notou uma silhueta cruzar a mesma rua em que estava — Me ajuda. — seu grito fora tão alto que ecoou entre as paredes. Percebeu os passos do indivíduo cessar e seu coração acelerou.

Fixou seus olhos na direção do desconhecido em pé e com o celular na mão onde havia uma chamada em espera. E, sem que esperasse por aquilo, o viu dar meia volta e o deixou ali, sozinho e sem reforço algum.

O garoto praguejou.

Socou tanto o chão que ficara apenas visível a carne viva nas articulações de seus dedos.

E ele chorou. Chorou tanto.

— E-Eu sinto m-muito. — deitou sua cabeça sobre o da menina e aproveitou o máximo que podia junto dela.

Compartilhou de seu calor e mais do que isso, de seu sofrimento.

— Está tudo bem. — ela sorriu e acabou por fechar seus olhos em busca de alívio e descanso.

 

⊰•⊱

 

— Hey! Tá aí? Jackson chamando Yoongi. — abanou sua mão — Alô!

— Para com isso. — deu um tapa afastando-o de si e pegou sua taça, dando um pequeno gole no vinho tinto.

— Pensando em que? — questionou curioso.

— Em nada.

— Taehyung voltou...— avisou.

— Ótimo! — largou suas coisas na mesa ao lado de sua poltrona e firmou seus passos até a porta — Estava esperando por ele.

Ajeitou seu blazer slim preto atravessando o corredor com o maxilar rígido e com as mãos fechadas em punho. Empurrou Jackson que não largava de seu pé e logo em seguida, direcionou-se até a sala onde encontrava-se Taehyung sentado desajeitado e com as roupas rasgadas.

Tinha um sorriso debochado no rosto e o cotovelo apoiado no suporte do sofá o qual aguentava o peso de sua cabeça escorada em sua mão.

Yoongi revirou os olhos e levantou as mangas indo até Tae onde o puxou pela gola do blusão e o desferiu um soco na mesma bochecha em que estava machucada. 

O garoto passou a língua entre os lábios sentindo um gosto metálico inundar seu paladar e fitou Yoongi aguardando por mais.

— Só isso? Esperava mais de você, Suga.

— Cala boca, Taehyung. Cala boca.

— Qual é Yoongi. Não era você o fodão? — se levantou e esbarrou seus ombros de propósito no mais velho.

Sorriu no mesmo instante em que sentiu um chute em suas costas fazendo-o cair de bruços no chão.

— Yoongi! Não. — Jackson interrompeu indo na frente de Taehyung — Não tá vendo que ele já está todo fodido? Você vai matá-lo se bater mais ainda.

— Essa é a intenção. — deu de ombros sendo segurado por Wang que o lançou contra os braços de Matt — Olha o que esse imbecil fez! Está em todos os jornais. — grunhiu encarando Taehyung se reerguer.

— A identidade dele não foi revelada. — Jackson afirmou.

— Foda-se! Isso não muda o fato dele ter atraído quatro policiais. Caralho! Será que não entendem? Irão ficar em cima dele e eu não estou muito afim de me prejudicar por causa de um imbecil sem noção. — fuzilou o ruivo com o olhar.

— Convenhamos né Min Yoongi, até você sabe que esse seu joguinho de vingança não vai durar muito tempo. — ditou Tae cuspindo sangue e limpando seu rosto com os próprios dedos — Você se acha esperto mas não passa de um estúpido que guarda rancor. Fala sério...— riu — Se quer tanto chamar atenção, vai trabalhar num circo. — deu as costas e subiu as escadas mancando.

Yoongi o acompanhou indignado com tais palavras; Jackson abafou o riso e Taehyung...Bem, Taehyung voltou a ser o que era antes.

Ou pelo menos 50% do que era.

Simplesmente, não está nem aí com nada.

— Ele realmente tá testando minha paciência. — puxou seus braços de Matt.

— Você só da motivo pra ele provocar.

— Não sei se ainda o quero conosco. Não dessa forma...

— Olha bem o que você vai fazer, Yoongi. 

— Ninguém precisa saber. — pegou suas chaves no bolso e saiu.

 

[...]

 

— Namjoon, quero ir embora.

— Vai ficar querendo.

— Eu já estou melhor, quer ver?

— Jimin, você vai ficar aqui até segundas ordens.

— Cadê o Jungkook?

— Saiu com Hoseok. — abriu uma revista e colocou seu óculos de grau.

— Pra onde?

— Delegacia.

— Fazer o que?

— Resolver uns problemas. — folheava sem nem prestar atenção nos artigos da revista.

— Que problemas?

— Problemas que você não precisa saber.

— Preciso sim, eu quero ajudar.

— Você precisa se tratar antes.

— Tu é mais chato do que eu pensava. — cruzou os braços emburrado — Namjoon?

— O que foi, Jimin? 

— Pode ir lá na lanchonete comprar algo pra mim comer? Não aguento mais essa comida de hospital...— fez beiço.

— Tudo bem, o que quer?

— Qualquer coisa comestível e de preferência, bem salgado. — sorriu falso.

— Você parece uma criança.

— Por isso que o hyung tem que cuidar de mim. — piscou e Joonie riu.

Park olhou de canto observando Namjoon sair e aguardou mais alguns minutos até ter a certeza de que ele não estaria mais naquele andar.

Tirou o cobertor de seus pés e alcançou seu tênis que estava de baixo da cama. Vestiu o mesmo e saiu do quarto com o próprio roupão branco do hospital, o qual parecia mais um vestido deixando suas pernas malhadas à mostra.

Conferiu os dois lados do corredor antes de sair e sem perder tempo, agilizou seus passos até o elevador que se encontrava do outro lado.

Passou ao lado de uma criança que o encarou com uma cara feia e puxou o braço de sua mãe, o qual apontou discretamente à Jimin que planejava sua fuga do hospital.

Omma! A bunda dele tá aparecendo. 

— Ai meu Deus Kwan! — tampou os olhos do menino.

Park acionou o botão do elevador e esperou o mesmo subir, batucava seus pés impaciente com a demora.

— Bela bunda. — uma voz feminina comentou.

— Obrigado. Eu malho bastante os glúteos.

— Parece ser bem durinha.

— Poucos tem o dom.

— Qual o segredo?

— Sexo. — ouviu a risada da garota e isso despertou a curiosidade de Jimin que virou — Quer aulas práticas? — comentou sorrindo assim que a viu com as mãos na cintura — Parece que fui pego. — deu de ombros notando que, infelizmente, era uma médica.

— Vamos voltar para o quarto, que tal?

— E eu tenho escolhas? — perguntou acompanhando os passos da menor.

— Dessa vez não.

— Mas e aí, vai querer as aulas práticas? — sua voz exalava saliência — Pra mulheres como você eu faço de graça.

— Ah é? Por que?

— Porque você é gostos...— tossiu — Digo, está no meu nível. 

— Nível de que?

— De beleza. 

— Quem sabe numa próxima. — abriu a porta do quarto e entrou junto de Jimin que sentou-se na cama.

— Qual seu nome? — questionou o garoto.

— Chaeyoung e o seu fugitivo? — aproveitou para examiná-lo enquanto fazia umas anotações na prancheta.

— Gui. 

— Gui? Sério?

— Guiado por Deus pra ser seu futuro namorado. — fixou seu olhar nos dela e mordeu os lábios. 

Ouviu uma risada baixa e ficou admirando o sorriso angelical da garota.

— Devo admitir que essa foi uma cantada muito boa.

— E quem disse que foi cantada? Eu falei uma realidade mesmo.

— Ainda é convencido. — ajeitou seu estetoscópio — Pode desabotoar os primeiros botões? — se referiu ao roupão que encontrava-se fechado.

— Pra você eu tiro tudo. — curvou os lábios e abriu o "vestido" até o final de sua barriga notando a mesma passear com o objeto gélido em sua pele — Eu se fosse você parava, tô me sentindo desconfortável.

— Só estou conferindo seus batimentos. É rapidinho.

— Não é isso...— jogou a cabeça para trás — É sério, tô ficando excitado. — segurou os ombros da médica que depois de alguns segundos, caiu na gargalhada.

— Okay, Park Jimin...— olhou o prontuário do garoto tentando cessar o riso — Talvez amanhã podemos te dar alta.

— Tava na hora já. — ouviu a porta sendo aberta revelando Namjoon trazendo seu lanche — Até que enfim, pensei que foi fazer a comida.

— Exagerado. — entregou a marmita pro rapaz.

— Recomendo ficar de olho nesse garotinho. Está bem levado...

— O que ele fez dessa vez, doutora?

— Tentou fugir. — Jimin a encarou desacreditado na traição.

— Nem oficializamos nosso namoro e você já está me dedurando. 

— Você não toma jeito né, Jimin. — Nam negou com a cabeça, nem estava surpreso.

— Tenho que atender outros pacientes agora. Se cuida Park, foi um prazer.

— Prazer é todo meu, te mostro melhor na minha cama. — piscou e sorriu recebendo um tapa na nuca desferido por Namjoon.

— Cala boca Jimin. Desculpa a falta de educação. — fez reverência à ruiva que riu saindo do quarto — Preciso te ensinar a como se comportar? Desgraçado. 

— Aish! Me deixa em paz com minhas paqueras.

— Minha mão que vai paquerar essa sua cara de pau.

 

 

 

Já beirava fim da tarde e enquanto Namjoon ajudava Jimin a arrumar suas coisas para ir embora no dia seguinte, Jungkook e Hoseok haviam passado exatos 12 horas dentro da sala de reuniões do delegado.

O quadro negro estava cheio de rabiscos e a mesa toda bagunçada com papéis, fios de computadores e coisas do tipo.

Nesse meio tempo, Hobi tinha descoberto a localização das mensagens e também da ligação que Jeon recebeu naquela manhã. Mas de nada adiantou, pois como Hoseok já imaginava, aquele celular provavelmente estaria sendo reciclado.

Por outro lado, como um bom hacker, a única informação possível foi de que tudo havia acontecido ao lado de todos. Tanto os sms como a chamada, foram efetuadas em Incheon.

Mas o que mais lhe chamou atenção foi o fato da localização ter apontado bem ao lado do hospital em que reside Park.

De qualquer forma, foi a única coisa que descobriram até agora.

— Eu não aguento mais ler esses livros! — reclamou Jeongguk deitando a cabeça sobre os mesmo.

— Essa tal pessoa que sabe de tudo provavelmente é algum de nós.

— Você está louco, Hoseok? Está insinuando de que há um traíra entre nós? — Jeon levantou-se assustado.

— Não só estou insinuando como afirmando. Veja bem, por qual motivo essa pessoa lhe enviaria esse bilhete? 

— Droga. Mas mesmo assim, e se for mentira? Não podemos confiar com tanta certeza nisso.

— É um risco que corremos.

— E se o traíra for você? — Jungkook semicerrou os olhos.

— Quem me garante que não possa ter dedo seu nisso tudo? — Jung rebateu.

— Porque faz muito sentido ser eu né. 

— Ué, vai que você é aqueles tipos de ex namorado possessivo que não superam um término ou uma rejeição...

— Hoseok, me poupe. Mais fácil ser você.

— Por que?

— Você é todo reservado, quase não te vejo e sempre descobre a maioria das coisas.

— Bem pensado. Mas não sou eu. — Jungkook o olhou desconfiado — É sério. — ambos acabaram rindo com a seriedade que se implantou naquela sala.

— Eu não faço a mínima ideia do que pode ser essa numeração. — o garoto largou o celular em cima do amontoado de folhas.

— Não acredito que você ficou o dia inteiro nisso e não descobriu nada Jungkook...

— Vai me dar bronca ou vai tentar algo?

— Me dê o mapa de Seul.

— Pra que?

— Quero ver.

— Da pra focar nessa maldita mensagem? 

— Jungkook, o mapa. — insistiu.

— Pega essa merda! — o entregou emburrado.

Hoseok estendeu-a sobre a mesa e abriu a tampa de uma caneta vermelha passando a rabiscar o papel.

De início, circulou a área onde se encontravam: Seul.

Depois, fez um quadrado na parte onde houve o contato do indivíduo com Jungkook: Songpa-Gu.

E por fim, com pequenos pontilhados, ele ligou todos os caminhos. Desde Incheon até o hospital Asan medical.

— Quer me explicar tudo isso? — perguntou o jovem todo perdido naqueles riscos.

— Coordenadas. 

— O que isso significa?

— A pessoa que lhe enviou essa mensagem, entregou alguma localização.

— E o que você achar que pode ser?

— Os números indicam um lugar bem afastado da área de Seul. — apontou com o dedo — Mas ainda fica nesse meio, entre Incheon e Songpa-Gu. — alcançou o celular e abriu o gps — Como imaginei...— Jeon pegou o aparelho das mãos do rapaz.

— Será que Haneul...

— Tenho 60% de certeza que sim.

— E os outros 40%?

— Se estivermos certos, haverá sucesso e podemos encontrá-la, senão...

— Senão?

— Pode ser uma emboscada. E se quiser minha opinião, eu acredito mais nessa possibilidade.

— A gente só vai saber se irmos. — fechou os livros e estalou os dedos.

— Há! Mas nem ferrando que vamos ir pra lá sem nenhum preparo. Dessa vez você vai ter que ser mais paciente, Jungkook. — engrossou a voz — Porque agora é questão de vida ou morte, e você em hipótese alguma, pode fazer algo por impulso.

— Eu sei, estou ciente.

— Acho bom mesmo. — recolheu seu notebook — Te vejo mais tarde — saiu.

— Em nenhum momento eu prometi, Hoseok. — caminhou até a porta — Se tem uma coisa que eu não sou, é paciente. 

 

[...]

 

Havia cochilado por alguns minutos, não conseguia dormir nem se quisesse.

Por mais que sentia seus olhos pesados, parecia que seria uma péssima escolha.

Sabe-se lá se poderia os abrir novamente.

Ouviu um barulho de carro sendo estacionado logo na frente onde ficava aquela pequena janela e andou até lá.

Subiu em cima de um banco e pegou impulso para ficar em cima da mesinha destruída pelos cupins.

Apoiou suas mãos na parede e observou o lado de fora. Um choque percorreu seu corpo com o contato do sol em sua vista fazendo com que sua visão escurecesse por breves segundos mas logo voltou ao normal dando a possibilidade de enxergar quem estava por ali.

Notou apenas o pneu do carro e nada mais. Suspirou pesado e voltou para seu lugar.

Parecia que as horas nunca passavam.

E de uns tempos pra cá, Haneul começou a se questionar se alguém sentia sua falta ou se sabiam onde pudesse estar.

Olhava para si e só conseguia sentir tristeza.

Estava tão suja.

Tão mal cuidada.

Tão acabada...

Haneul estava derrotada de todas as formas.

Ela não queria morrer ali, trancada e no meio de lixos e poeiras. Não era esse tipo de "fim" que ela esperava pra sua vida.

Queria envelhecer e cuidar de seus netos.

Contar-lhes histórias de dormir e fazer o almoço de domingo pra sua família.

Almejava um dia se casar, vestir-se de noiva e olhar seu anelar com a joia mais bela de compromisso.

Mas por que dentre todos esses pensamentos felizes, ela só conseguia projetar Jungkook em todas essas cenas?

Riu tão fraquinho que sua voz mal saía de seus lábios, apenas um doce sorriso que logo se transformou em um pedaço quebrado e sem conserto.

Um rio de lágrimas inundou aquele sótão desprezível.

Às vezes nos questionamos o motivo de tudo ser tão injusto. O porquê das coisas acontecerem da pior forma do mundo.

Quando na verdade não é isso que devemos nos perguntar. Porque no meio de uma terrível tempestade, há um arco íris à se brotar no fim do caos.

A vida se resume nisso.

Nunca haverá respostas e sim uma solução.

E cabe apenas a nós decidir qual caminho deve-se seguir.

Notou a maçaneta girar e logo ajeitou as cordas novamente em seu pulso. Se escorou na parede e prendeu suas lágrimas respirando profundamente.

Soltou o ar pela boca até sentir seu emocional estabilizado novamente e notar a porta sendo empurrada revelando Jin e logo atrás de si...

— Você é um filho da puta, inútil, babaca, lixo human-

— Também senti saudade. — a interrompeu se agachando em sua frente — Como tem passado? Jin está cuidando de você? — Haneul tentou chutar-lhe mas teve suas pernas seguradas com firmeza pelas mãos pálidas do rapaz que a alisou logo em seguida.

— Vão pro inferno vocês dois! — cuspiu na camisa de Yoongi.

— Sorte a sua que já espaireci minha raiva mais cedo.

— E eu com isso? Quero que se foda! 

— Está com a boquinha bem suja ultimamente...— olhou de relance reparando o maior rir atrás de si — Será que vai precisar de mais uma lição? Não serei bonzinho igual da última vez, meu bem. — a puxou pela nuca grudando seus lábios no lóbulo da jovem — Você sabe que posso me tornar o seu pior pesadelo — largou-a de seu aperto — O que você acha, Jin? — levantou-se — Devemos provocar Jungkook e brincar um pouco mais com seu brinquedinho?

Reparou Seok sorrir minimamente e caminhar até a garota que recolheu seus pés e abraçou seus joelhos.

— Vocês vão pagar por isso! — resmungou a mesma fitando seus olhos a frente de Jin que puxou suas pernas e sentou-se sobre si.

— Minseok! — um garoto aparentemente jovem, empurrou a porta e logo engoliu em seco ao notar a encarada nada agradável dos dois rapazes ali — É-ér...

— Desembucha logo! Não tá vendo que estamos ocupados?

— O g-garoto fugiu.

— Como você deixou isso acontecer? — Yoongi bateu os pés e jogou o jovem contra a parede que bateu e caiu no chão.

Não tardou em se levantar e seguir logo atrás de Seokjin.

Haneul pôde se acalmar assim que ficou sozinha novamente e tombou sua cabeça observando em vão. Fixou até as janelas e viu o sol se pôr, a iluminação havia deixado o ambiente avermelhado.

Poderia ser um dia perfeito se ela não estivesse ali.

Retirou as cordas novamente e as segurou com firmeza como se estivesse preparada caso aparecessem por ali. 

Pelo menos aquilo não a apertava mais.

Um incômodo a menos.

Bufou soltando-lhe o ar preso em seu pulmão e virou o rosto se espantando com o que via.

Dia de sorte?

— Não pode ser...— efetuou passos lentos até a porta e segurou com firmeza na maçaneta onde virou e ouviu-se o pequeno estalo da tranca destravada. Sorriu involuntariamente.

Puxou com cautela e abriu passagem surpresa

Intercalou entre os dois lados do corredor escuro e frio.

Era extenso e parecia que não havia um fim.

A parede era cinza feita do próprio cimento e um calafrio percorreu até seus ombros.

Deu seu primeiro passo e andou encostada na parede gélida, se arrastou em silêncio até chegar no primeiro degrau de madeira.

Reprimiu os lábios com o ruído das escadas. Era macabro, completamente destruído.

Conseguia ver uma porta logo no final, estava torcendo para que a mesma também estivesse aberta.

Pela primeira vez conseguia controlar o nervosismo. Talvez tinha fé de que poderia sair dali.

Pousou suas mãos na maçaneta quebrada e a girou tendo mais uma vez êxito na ação.

Não tardou em fechá-la novamente.

— Tudo bem Haneul...Respira...— inspirou e expirou o ar — Só há um deles. Você consegue! — pegou a corda e a observou como se dependesse dela.

Tomou coragem e saiu daquele sótão. Deu apenas uma encostada na porta e se escorou na parede, sentando-se no chão.

Viu o cara sentado no sofá em frente à uma televisão assistindo pornô. Haneul quase vomitou ao ouvir um gemido sôfrego do rapaz e o olhou com nojo ao notar os movimentos obscenos que fazia.

Engatinhou por trás de uma mobília que estava posicionada atrás do homem, cujo encontrava-se muito ocupado para notar sua presença. Aproveitou para enrolar sua corda em seus próprios pulsos e olhou para cima não perdendo mais tempo.

Levantou-se rápido rodeando a corda em volta do pescoço do asiático e pressionou o instrumento com força na região.

Suportava o mesmo se debater enquanto escutava-o se engasgar aos poucos.

Haneul puxou mais para trás deixando o cara cada vez mais vermelho, beirando roxo.

Até que tudo finalmente cessou.

— Filho da puta resistente! — praguejou largando-o do aperto e certificando-se de que estava desacordado.

— O quê pensa que está fazendo? — olhou para trás e repentinamente, fora lançada contra a estante espalhando os objetos e quebrando a televisão.

Sentiu uma tontura tomar conta da sua visão e piscou algumas vezes tentando voltar ao raciocínio. Não esperava por aquilo.

Arregalou seus olhos no mesmo instante e jogou seu próprio corpo para o outro lado evitando que um pedaço de madeira atingisse-a. 

— Deveria ter ficado quietinha no seu quarto. — o homem lhe avisou firmando sua direção até a garota no chão.

— Fiquei entediada. — retrucou jogando um vaso no oriental que desviou e deu-lhe tempo para sair de seu alvo.

Fez um nó em sua corda montando um tipo de laço parecido com uma forca e encarou o mesmo chegando perto de si como um ogro. 

Balançou o objeto, rodando-o pelo ar e deu passos significativos para trás tentando manter distância.

Mirou com seus olhos, medindo tudo com precisão e agilidade.

Seria sua única chance.

— Você vai levar uma surra inesquecível, garota.

— Eu? Tem certeza? — impulsionou a corda lançando-a em direção do maior e acertou a mesma no pescoço.

Comemorou por alguns segundos e antes de deixá-lo arrancar de si, a garota puxou e automaticamente o nó se apertou.

Se aproximou do grandão sorrindo satisfeita e enrolando a corda em seu braço. Colocou seus pés em cima dele como se fosse um triunfo.

Assistia-o perder o fôlego com gosto. Sentou-se nas costas largas do bandido e sussurrou em seu ouvido:

— O tourinho tá bravo? — provocou puxando cada vez mais tratando-o igual uma caça.

— Va-va-va...— tentava falar porém não conseguia sequer pronunciar uma palavra.

— Va-va o que, otário? — saiu de cima do cara e chutou sua costela — Tenha bons sonhos. — adormeceu com a marca profunda no pescoço.

 

[...]

 

Jungkook saiu do carro e observou os arredores.

Não havia nada.

Apenas ele.

Olhou o celular vendo a seta do gps apontar bem naquela área e não entendeu o que deveria fazer.

Deu alguns passos para ver se a localização pudesse mudar a rota e quem sabe mostrar-lhe um outro caminho.

O que preocupava era o fato de já estar escurecendo e qualquer um sabe o quão difícil as coisas ficam sem uma luz solar.

E bem...Sua bateria nunca estava a seu favor.

— Só 25%? Eu carreguei essa merda não faz nem duas horas! — reclamou — Merda!

Olhou em volta e só via mato e mais mato.

Ligou sua lanterna e entrou por entre umas árvores onde tinham uma trilha aberta.

Resolveu seguir já que o gps apontava por ali.

Afastava os galhos que atrapalhavam seu caminho e vez ou outra, se assustava com os bichos que circulavam por ali.

— Você não pode ser um bebê chorão. Haneul precisa de você! — se auto motivava até engolir em seco com um barulho estranho em uma das árvores.

Mirou a luz na direção do som ficando com uma postura na defensiva.

Deu uma volta de 360 graus com o coração acelerado.

Prosseguiu seus passos com receio até sentir algo em seu ombro que o fez gritar escandalosamente e sair correndo desorientado. Tropeçou nos próprios pés e caiu com a cara numa lama fresca.

— Que ótimo! — ergueu-se do chão com o rosto marrom escorrendo terra molhada.

Passou os dedos nos olhos tirando o excesso para poder enxergar e limpou a lente do celular o qual iluminou novamente sua direção.

— Pai nosso que estais no céu...— Jungkook andava enquanto recitava uma oração — Santificado...— gritou mais uma vez se assustando com a própria sombra — Meu Jesus amado! — colocou as mãos nos joelhos controlando seu medo — Pensa na Haneul. Apenas na Haneul. Jeon Jungkook, foco!

Um brilho nos olhos se formou quando viu uma luz que não era de seu celular.

Desligou o mesmo evitando que a bateria se esvaísse e passou por baixo da cerca observando uma casa nos fundos onde havia apenas um poste de coloração amarela e piscava freneticamente. 

Caminhou até lá e percebeu que era apenas uma casa abandonada. 

— Eu vi muitos filmes de terror e sei que não devo entrar. — se alertou — Mas também sei que os personagens sempre entram. — subiu o pequeno degrau que ficava na frente da porta e com um leve empurrão a mesma se abriu vagarosamente acompanhado daquele barulho irritante da madeira velha arrastando no piso.

Puxou sua arma presa no coldre da sua cintura e curvou os ombros ficando devidamente armado.

Adentrava em todos os cômodos e a maioria estavam vazios e com cheiro horrível de bicho morto.

Abanou a mão na frente do nariz por conta do odor que impregnava naquela área e puxou o zíper de seu casaco até sua boca como se fosse uma máscara.

Ouviu um baque na outra porta traseira e se escondeu dentro de um quarto.

— Fodeu! — escutou passos apressados se aproximarem até onde estava e Jungkook já imaginou todos os monstros possíveis dos filmes que assistiu até hoje.

Carregou sua arma e com os olhos fechados saiu para fora e disparou pra qualquer lugar que fosse.

Estourou a parede e em seguida um grito ecoou.

Subiu as pálpebras com receio e não viu ninguém por ali.

Estaria ficando louco?

Resolveu ir adiante até ser interrompido por um empurrão que o fez colidir com suas costas no cimento e ao mesmo tempo sentiu o peso de um corpo sobre o seu.

— J-Jungkook?

— Poupe minha alma Senhor Deus da escuridão! — choramingou mas logo se acalmou quando viu que estava em volto de um abraço.

Piscou duas vezes desentendido e segurou os ombros finos da pessoa para poder ver seu rosto.

E sua única reação foi chorar e afundá-la em seus braços.

Agarrou-a com todo amor que tinha acumulado dentro de si.

Queria ver tanto seu rosto que segurou o mesmo com suas duas mãos e acariciou suas bochechas que estavam rosadas por conta dos machucados e arranhões que ali sangravam.

Seu peito doeu tanto ao vê-la daquela forma.

E antes de ficar com raiva por aquilo, o mais inesperado em toda sua vida aconteceu.

Haneul o selou com um beijo tão profundo e intenso que ele jamais pensou que um dia aconteceria novamente.

Parecia um sonho.

Um sonho dentro de um pesadelo.

Seus lábios estavam tão sincronizados e o beijo de ambos se misturavam com as próprias lágrimas.

Lágrimas estas que eram de pura saudades.

Cessavam os toques aos poucos e Jungkook estava vidrado nos lábios vermelhos e inchados da menina.

— Que belo lugar para se pegar, não? — comentou mordendo o queixo da menina.

— Eu sabia que você viria. — tinha um sorriso tão feliz que até se esqueceu de tudo ao seu redor.

Kim estava tão afetada emocionalmente que talvez, poderia se arrepender do que acabou de fazer. 

— Eu nunca te deixaria. — colocou os fios de cabelos da garota atrás da orelha.

Haneul o trazia paz.

E Jungkook sempre foi o porto seguro de Haneul.

— Aliás, como você chegou aqui? Onde estava? Por que está machucada? E essa corda? — atropelou a jovem com perguntas.

— Fugi e matei.

— O quê? Matou? Matou quem?

— Não sei, eu estava desesperada e usei essa corda. — explicava com desespero e com um toque de arrependimento achando que Jeon a odiaria por tal ato.

— Meu Deus! — entreabriu a boca — Você... É muito foda! Nossa eu tô...— a olhou — Orgulhoso.

— Vamos embora daqui. — saiu do colo de Jungkook e o puxou consigo — Estão atrás de mim.

— Há quantos deles?

— Tinham oito até eu entrar aqui nessa casa.

— Oito? — questionou mais surpreso ainda — C-Como...

— Sem perguntas Jungkook, vamos. — cruzou seus dedos com os do rapaz e correu para fora — Não devem estar tão longe.

Jeon não sabia se focava em fugir dali ou se parava o tempo para ficar olhando sua mão entrelaçada com Haneul.

Era surreal o quanto seus dedos se encaixavam perfeitamente.

Como se fossem feitas um para o outro.

— Acorda, Kook! — chamou atenção do garoto que parecia estar viajando pelo espaço.

— Tô tentando me recompor. — admitiu chutando a porta e arrebentando-a dos trincos.

O casal passou a correr freneticamente indo na mesma direção da floresta da qual Jungkook havia passado anteriormente. Kim deu uma leve vislumbrada pelos ombros e pôde avistar os capangas cada vez mais próximos.

— Jungkook...— ditou ofegante — Tá doendo demais. — grunhiu.

O policial fitou seu joelho aberto por um corte exposto. Podia até mesmo ver um pequeno pedaço de seu osso para fora.

— Por Deus...O que você andou fazendo? — suspirou passando seu braço por baixo das pernas da jovem e com o outro sustentou as costas desnuda de Haneul.

A ergueu em seu colo e passou a carregá-la com certa dificuldade.

— Não vamos conseguir...Me deixa aqui. — suplicou — Jeon...

— Eu não vou te deixar. — respirava pesadamente enquanto forçava sua vista para tentar enxergar.

Virou seu corpo na direção de uma árvore com um enorme tronco e sentou-se em uma das raízes grossas apertando a menina contra seu peito.

— Tenta regular sua respiração. — pediu aconchegando sua palma na nuca da mesma — Confia em mim.

Era possível ouvir o arrastar de algumas folhas e da própria areia do chão se movendo por conta de passos alheios.

Jungkook contraiu seus lábios tentando manter-se calmo mas Haneul sabia do seu medo pois seu coração acelerado, batucava em seu ouvido cujo estava apoiado naquela região.

Ficaram na mesma posição por curtos minutos e assim que o silêncio retornou junto do canto de corujas que circulavam dentro do matagal, o maior inclina seu corpo — ainda com Haneul em seus braços — e tenta alcançar seu celular no bolso traseiro onde o mesmo já alertava bateria fraca.

Desbloqueou a tela e ligou a lanterna com apreensão. 

— Acho que já foram. — comentou enterrando seus pés na terra e tomando impulso para subir sem largar a morena.

Encostou suas costas sobre o tronco e Haneul abraçou o mesmo com seus pés ficando exatamente igual à um filhote de koala.

— Desde quando ficou tão corajoso, Sr. Jeon? 

— Pra ser sincero eu tô me borrando todo. — riram abafado — Consegue se segurar em mim sem ter minhas mãos de apoio? — perguntou? — Vou aproveitar esses 10% de bateria pra ligar o gps. — Haneul apenas maneou a cabeça em confirmação e deitou-a sobre o ombro largo do rapaz.

— Como sabia que eu estava aqui? 

— Se eu te contar você nem acreditaria.

— Por que não?

— Porque até agora nem eu acredito.

— E...?

— Te explico quando chegarmos em casa.

— Você quem manda.

Jeon seguia o caminho pelo mapa do celular que, por incrível que pareça, estava os guiando para o lugar certo. 

Havia até encontrado aquela trilha e agora ele mesmo conseguia se localizar sozinho e sem nenhuma ajuda tecnológica.

Fato que o deixou mais aliviado.

Hoseok estava enganado em dizer que poderia ser uma emboscada. Se fosse para acontecer algo do tipo, os dois obviamente não teriam fugido de oito bandidos insanos.

E nada poderia terminar tão bem quanto aquela noite.

Jungkook estava explodindo de felicidades que ele não conseguia nem esconder. Seus dentinhos de coelho branquinhos e brilhantes enquanto carregava sua amada sã e salva em seu colo, já era o melhor prêmio que poderia ter conquistado.

E melhor que isso, ela havia o beijado.

O quão raro poderia ser comparando o fato de Haneul, depois de tantos anos, ter tido a inciativa de lhe dar um beijo?

Ele a amava tanto mais tanto...

Se um dia lhe perguntarem o significado de felicidade e amor, ele não vai saber responder. Porque é tão único e tão inexplicável que sua única resposta seria...

— Hoje não, pombinhos.— Jungkook sentiu uma ardência em sua nuca e não tardou em apagar no mesmo instante.

Haneul ecoou com seu grito espantando muitos pássaros na região. 

O garoto estava jogado no chão em cima de si, estava desacordado e seus dedos trêmulos sentiam o inchaço crescendo na região do pescoço que havia ficado vermelho na mesma hora pelo cano da arma que o machucou.

Yoongi, que estava ao lado de Seokjin com os braços cruzados vendo o mais velho fazer todo o serviço, ria como um maníaco se divertindo da situação.

O moreno puxou Jeon com ignorância e o pousou em seus ombros carregando-o como se fosse um saco de lixo.

Kim tinha suas orbes embaçadas e o rosto passando a ficar vermelho com as lágrimas que escorreram em ódio. Suga agachou-se e pegou a garota pelos cabelos fazendo-a se levantar e encará-lo.

— Pobre Haneul...Não sei qual dos dois é mais medíocre. — afundou seu polegar e indicador em ambas bochechas de Kim e girou seu rosto na direção de Jungkook desacordado — Olhe bem para ele, grave bem seu rosto pois vai ser a última vez de vocês dois juntos. 

E tudo escureceu quando Suga tampou sua boca e nariz com um lenço do qual acabou inalando um forte odor de clorofórmio fazendo-a cair na tão temida inconsciência.
 

 

"Você pode colocar um oceano entre nosso amor mas isso não vai nos separar.

Você poderia construir um muro e eu o escalaria só para chegar no seu coração."

— Martin Garrix & Khalid - Ocean


Notas Finais


MUAHAHAHAHAHAH aí adoro o Suga gente! Juntei ele com o Jin agora só vai dar coisa boa daqui pra frente. Me divirto horrores com esses dois porque né, olha só meo apareceram do além e estragaram as esperanças do casal. #TeamJeoneul (sou péssima em criar nome de shipp, me ajudem!)

Bom, como sabem não pretendo prolongar tanto daqui pra frente. Creio que não irei passar dos 25 capítulos (talvez até menos, só Deus sabe)...aMAS enfim, tô carente e com saudade de vocês ;-; Me contem suas teorias e o que vocês esperam pro final de LINO...é pro meu tcc gente, -q brincadeira. Mas seria bom saber o que pensam, pode ser que até me influencie em algo(embora eu já tenha um final em mente mas né, tudo posso naquele que me fortalece)

Tá ficando muito grande essa budega portanto já estou indoo!! Amo vocês demais, beijo no cangote!

Até mais seus lindos!! <3


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