História Love is Yellow - Capitulo 10

Liam’s POV.:

Sábado 9:00

Ahhhhhh, não consigo mais dormir! O que essa mulher ta fazendo comigo? Tudo que consigo pensar ou sonhar é ela. Não consigo me livrar dos arrepios que sinto quando me lembro de como foi tocar sua mão macia e... perfeita. Ahhhhh! Liam, para!!

Emprestei meu caderno de química pra ela essa semana.... Eu tenho que passar na casa dela pra pegar e bem que eu podia ir agora. Mal posso esperar pra vê-la.

Olho pro relógio na minha cabeceira. 9:27? Será que está muito cedo? Ah, caguei!

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A rua está quieta.

 Fora alguns donos com seus cachorros passeando e uns comércios começando a abrir, não tem ninguém na rua.

Senhora Mason, dona da floricultura, acena para mim. Paro e aceno de volta. Penso em levar uma flor pra Jenn, mas afasto essa ideia rapidamente e continua a andar pra casa dela.

Percebo que estou nervoso e meu coração bate mais rápido no peito... Já consigo ver a porta da casa dela daqui. Me encolho mais no meu casaco. Me convenço de que é por causa do frio, não por causa da ansiedade que estou sentindo.

Subo as escadas e me preparo pra bater na porta. Levo um susto quando Evanna sai pela porta.

-Liam, querido! –ela diz surpresa e eu sorrio em resposta – Ahmm... Eu estou de saída, infelizmente. E as meninas devem estar dormindo ainda...

-Ah, eu... vim pegar um caderno que deixei com a Jenn. Posso volta mais tarde.

-Ah não, pode entrar. Seu caderno deve estar no quarto dela. – ela diz ajeitando a bolsa no ombro após ter pego a chave do carro – tem panquecas e café pronto na cozinha. Fique avontade!

-Obrigado. Bom trabalho! – digo antes de ganhar um beijo na bochecha e entrar na casa.

-Um ótimo dia, querido! – ela diz sorrindo antes de fechar a porta. Já disse que adoro essa mulher?

Tiro o casaco e tomo coragem para subir as escadas. Chego à porta do quarto da Jenn e encosto no batente. Admiro-a enquanto dorme, mas seu rosto não está calmo como na vez em que dormimos juntos. Seu corpo está inquieto e algumas vezes seu rosto se contorce em uma careta para depois relaxar um pouco novamente. E então, levo o segundo susto do dia

-Mãaae! – seu grito agudo invade meus ouvidos e meu corpo todo se contrai sentindo a dor na sua voz.

 Ela senta na cama, apoia o braços no joelho e respira fundo. Mas, então, cai no choro e eu fico sem reação. Após algum tempo, sinto meus pés se moverem e meu corpo se aproximar da cama. Abraço-a sentando na cama com ela. Ela parece levar um susto e depois seu corpo relaxa, seus soluços aumentam e aperto mais meus braços ao seu redor.

-L-Liam – ela sussurra entre os soluços

-Eu estou aqui – digo. Ela afunda o rosto no meu pescoço – eu estou aqui.

Ficamos nessa posição pelo o que parecia ser pra sempre, mas é obvio que eu não me importava. Eu fico ali, alternando entre acariciar Jenn e aperta-la mais contra mim. Depois de um tempo assim, os soluços param e seu corpo relaxa mais. Ela levanta seu rosto do meu pescoço e eu tiro meus braços dela, nos afastando.

-Desculpa, eu... – ela diz secando um lado do rosto. Eu estico a mão para secar o outro lado e faço carinho em sua bochecha com o polegar.

-O pesadelo? – digo e ela assente. Ela começa a me avaliar parecendo confusa agora. Imagino que queira saber por que eu estou aqui – Eu vim pegar meu caderno...

-Ahh...- Ela diz e inclina a cabeça apontando para algo atrás de mim com o olhar. Me viro vendo meu caderno em cima da escrivaninha.

-Não vai precisar mais? – pergunto e ela acena que não com a cabeça. Levanto da cama, pego meu caderno e encaro o bichinho de pelúcia amarelo que me faz lembra de Aris. Afasto esse pensamento quando me viro e olho pra ela.

-Você devia voltar a dormir. Te vejo segunda – digo mesmo querendo secretamente ficar mais. Chego perto dela e beijo sua testa. Ela segura minha mão que esta apoiada em seu ombro

-Fica. – Ela me olha com aqueles olhos lindos, suplicando – Eu não tenho pesadelo quando estou com você – eu quase morro ao ouvir essa frase. Passo o polegar em seu rosto acariciando a máxima extensão de pele que consigo. Avalio seu rosto que suplica em silencio me encarando. Qualquer que fosse o motivo pra eu não ficar, desapareceu... Eu nem lembro mais qual era.

- Ta bem – digo, afinal, relaxando os ombros. Toda tensão da expectativa em seu rosto desaparece. Olho para sua boca que forma um leve sorriso com os lábios. Como eu queria beija-la agora.

Ponho o caderno de volta na mesa, me aproximo novamente da cama e tiro o tênis. Ela observa cada movimento meu sentada na cama.

Sento ao seu lado olhando em seus olhos, simplesmente porque não consigo parar de olhar. Ela sustenta o olhar e faz menção de deitar. Eu me deito de barriga pra cima sem quebrar o contato visual. Ela quebra por um instante para puxar o cobertor, me cobrindo. Ela me encara com uma pergunta silenciosa e por segundos, acho que vai me beijar.

 Ao invés disso, deita no meu peito e eu passo os braços ao redor dela. Afundo o nariz em seus cabelos e planto um beijo ali. Ela se agita com esse gesto, põe a mão em cima da minha barriga, se ajeitando.  Prendo a respiração quando sua mão vai de encontro a minha, que está repousada sobre minha barriga também, e ela brinca com meus dedos. Aperto mais o braço em volta dela. Ela se aconchega mais para perto e para com os carinhos em minha mão; descansando-a, simplesmente, em cima da minha.

Quando sua respiração fica mais leve, indicando que ela dormiu, solto um suspiro. Dou outro beijinho nela e em meio a pensamentos, caio no sono. Que bom que eu vim!