História Love Issues - Messy

Nina

Eu estava sentada no sofá, abraçada em Gilinsky, enquanto possuía um copo de bebida em mãos. Era o meu segundo, na verdade. Balancei o copo e percebi que ele estava vazio.

- Vou pegar mais um – Jack disse, tirando o copo de minha mão e levantando do sofá.

Dei um sorrisinho e assenti. Eu estava com muita preguiça de acompanha-lo, minha cabeça ainda estava girando por tudo que tinha acontecido com Nathan de madrugada. Nunca pensei que veria meu irmão explodir daquele jeito. Soltei um suspiro involuntário e comecei a prestar atenção em minha unhas. Eu deveria ter retocado o esmalte.

- Nina? – uma voz masculina tirou-me dos devaneios. Olhei para seu rosto, pensando ser meu namorado, porém era uma pessoa completamente diferente.

- Nathan? – arqueei as sobrancelhas.

- O que você tá fazendo aqui? – perguntamos em uníssono.

- É a festa de um dos meus amigos de Omaha.

Nate e eu moramos em Omaha por alguns anos, mas logo depois nos mudamos para Seattle por conta do trabalho de meu pai. Ou seja, minha mãe não é a primeira da família a mudar de vida e cidade por conta do emprego. Só que, quando mudamos para Seattle, nossa família era completa ainda.

- Que amigo? – perguntei.

Por favor não diga Sam. Por favor não diga Sam.

- Sam – respondeu. Merda.

- Nate? – alguém o chamou, fazendo-nos virar nossas cabeças ao mesmo tempo.

- Jack?

Quê?

- Caralho – Nathan disse, abraçando Gilinsky.

- Quanto tempo – Jack disse e logo me olhou, entregando-me um copo com bebida.

- Muito tempo – meu irmão sorriu, porém não demorou para me olhar novamente – Quantas vezes eu te disse para não ficar bebendo em festas – disse. Encolhi meus ombros

– Vocês se conhecem? – Jack perguntou.

Eu quero morrer.

- Nina, este é Jack - respirei fundo – Jack, esta é minha irmã mais nova.

Percebi o rosto de Gilinsky ficar pálido. Parece que ambos não esperávamos que conhecêssemos o mesmo Nathan.

- Com quem você veio? – Nate perguntou. Parei de encarar o chão e encarei seus olhos castanhos.

Era minha vez de fazê-lo ficar constrangido.

- Melanie – respondi. O sorriso que estava em seu rosto simplesmente sumiu.

- Como vocês ficaram sabendo dessa festa?

- Ahn... – Jack estava incrivelmente quieto e tentava não parecer chocado.

- Melanie é amiga de um tal de Jack Johnson – menti. A expressão de meu irmão se fechou ainda mais.

- Hum.

Ambos olhamos para a escada e pudemos ver a cabeleira loira de minha melhor amiga, junto de Samuel. Eles estavam praticamente abraçados. Que bom que Stassie decidiu ir embora.

Sem dizer uma palavra, Nathan caminhou até a frente da escada e ficou parado, encarando Melanie.

- Por que não me disse que conhecia Nate? – perguntei para meu namorado.

- Eu não sabia que esse Nathan era seu irmão – respondeu ainda um tanto surpreso.

- Você conhece quantos Nates Maloleys?

- Não liguei os pontos, porra. Podia ser só uma coincidência – deu de ombros.

Assim que vi a expressão de Melanie ao ver meu irmão, decidi que seria melhor salva-la. Levantei do sofá e andei rapidamente em direção aonde eles estavam.

- Melanie, posso falar com você por um minuto? – Nathan perguntou.

Cheguei tarde, merda. Eu não podia interromper aquilo, talvez os dois ficariam extremamente putos comigo por não deixá-los ter essa conversa. Mel apenas fez que sim com a cabeça e andou junto de Nate para o lado de fora da casa. Sam estava completamente confuso, até mais do que Jack.

- Ela me beija e depois sai da minha festa com outro cara – murmurou. Provavelmente eu não deveria ter ouvido, mas apenas arregalei os olhos e olhei para ele.

- Ela te beijou? – perguntei.

- Bom, não... Mas ela precisou corresponder para o beijo acontecer – um sorriso malicioso se formou em seus lábios – Da onde ela conhece o Maloley?

- Por minha causa – respondi, esperando que ele entendesse o porquê. Mas tudo que recebi foi uma expressão curiosa – Eu, Nina Maloley, irmã de Nathan Maloley.

- Caralho, vocês são irmãos? – ele parecia surpreso – Por que Nate nunca disse que tinha uma irmã gostosa?

- Você pode, pelo menos tentar, fingir que tem um pouco de respeito por seu amigo e pela minha melhor amiga? – sugeri em um tom seco – Provavelmente ele não te contou porque sabia o quão babaca você é e não queria que alguém como você machucasse a irmã mais nova dele.

- Uou – Sam sorriu – Desculpe – revirei os olhos – Eles tem algo? – voltou ao assunto de Melanie e Nathan.

- Eles tiveram. Ficaram por um tempo, até que meu irmão tirou a virgindade dela – Samuel fechou a cara. Dei um sorriso perverso com sua reação repentina – O que foi? Ciúmes, Wilkinson?

- Isso foi recente? – ignorou minha provocação.

- Acho que sexta-feira passada – sorri novamente – Eu realmente os apoiava.

Ok, nunca apoiei Melanie e Nate, mas me soa melhor que Melanie e Sam.

- Ela...

- Ficou com você para esquecer o fora que Nathan a deu.

-Ela não faria isso...

- Pelo menos Melanie não namora – cutuquei.

- Com licença – ele disse, saindo de perto de mim.

Cruzei os braços e dei um sorriso vitorioso.

Melanie

Ver Nathan ali, parado no final da escada, fez todo o álcool que estava em meu organismo se evaporar. Vê-lo ali, fez com que borboletas brotassem em meu estômago e ao mesmo tempo, um aperto no peito. Eu possuía um pé em cada degrau e a mão no corrimão. O tempo pareceu parar quando senti seus olhos castanhos em mim. Sam parecia o conhecer também, já que disse seu nome ao mesmo tempo que eu.

Com a ajuda de Samuel, terminei de descer as escadas, ficando frente-a-frente com o irmão de minha melhor amiga.

- Melanie... – ele disse. Todos os pelos de meu corpo ficaram arrepiados.

Era incrível o efeito que Nathan tinha sobre mim.

- Nina me disse que você que a trouxe para cá – começou a dizer – Não sabia que era amiga de Johnson.

É, nem eu.

- O conheci em uma festa que fui com Jasmine e Nash – decidi não desmentir.

- Vocês se conhecem? – perguntei para os dois.

- Nós nos conhecemos em Omaha – Samuel respondeu.

- Ah sim – eu disse um tanto sem graça.

Isso não podia ficar mais constrangedor? Imaginei que sim, pois quando vi a silhueta de Nina se levantar do sofá e vir até nós, percebi que essa conversa não seria nada além de desconfortável e constrangedora.

- Melanie – Nate disse, fazendo-me parar de encarar minha melhor amiga, que ainda vinha em nossa direção -, posso falar com você por um minuto?

Assenti e o segui para o lado de fora da casa, deixando Nina sozinha com Samuel. Assim que fechei a porta de entrada, fiquei de costas para Nathan por mais alguns segundos. Vagarosamente, olhei para ele, que possuía os olhos fixos na grama. Nate parecia mais desconfortável que eu.

Seus olhos se encontraram com os meus e eu deixei o álcool falar por mim pelo menos uma vez.

- Eu estou ouvindo – falei.

- Me desculpe por ter sido um babaca com você. Você é uma garota tão linda e não merece ser tratada do jeito que te tratei – suspirou – Eu gosto de você, Melanie. E se você ainda estiver disposta, eu quero tentar algo.

Por mais que meu coração estivesse dando cambalhotas eu não podia deixar isso acontecer. Não sei o que seria pior para mim: escolher ficar com Samuel, um cara comprometido, ou Nathan, o cara que tirou minha virgindade e depois esfregou em minha cara que queria só isso.

- Não – eu respondi antes mesmo de poder pensar direito – Você só está interessado porque me viu com outra pessoa. Porque sabe que há possibilidades de eu ter te esquecido.

- Melanie...

- Não Nathan – respirei fundo – Você viu que eu não estou correndo atrás e percebeu que seria interessante investir. Não é isso que vocês, homens, fazem? Quanto mais atenção damos, menos recebemos. Quanto menos atenção damos, mais recebemos – soltei um risinho, mas na verdade, eu queria chorar – Como é aquele ditado? Pisa que gruda, gruda que pisa.

- Mel...

Merda, meu corpo está mesmo me sacaneando. Eu não posso ficar arrepiada toda vez que algum cara me chama pelo apelido.

- Desculpe, Nate – tentei parecer calma – Mas eu não estou disposta.

E assim que voltei para dentro da casa, senti uma lágrima escorrer em meu rosto. Talvez o certo fosse ficar sozinha mesmo, já que os dois caras que estou interessada não prestam.