História Love Me Harder Deep - SwanQueen - Melhores Intenções

                                                        Pov Regina

Estou perdida em um nevoeiro. Eu me sinto como se estivesse sido jogada de um precipício com toda essa declaração da Emma. Uma descoberta para me alienar da realidade, do vaivém do cotidiano e contínuo da minha existência.

Como uma alienada tirei uns dias de licença, porque não conseguia me concentrar no trabalho, não depois de todas aqueles absurdos que soube que Emma cometera por minha causa. Mas agora eu tenho muito tempo livre nas mãos. Eu deveria ter ido para a biblioteca de qualquer jeito, para me manter ocupada mas em vez disso, estou sozinha em meu pequeno apartamento, tentando recriar na minha imaginação todas as coisas que Emma eu passamos juntas. Se eu conseguir mergulhar nas maravilhosas lembranças do nosso relacionamento e da sensualidade sublime que vivemos, talvez possa mandar para longe os pensamentos a respeito do que está para acontecer se eu der uma resposta positiva à Emma.

Passei dias pensando no que Emma me disse. Repassei incontáveis vezes nossa conversa na lanchonete tentando me decidir como me sentia ao que ela confessara.

Que ela me observara antes.

Que ela ficou sócia da biblioteca por minha causa.

Que ela queria ficar perto de mim.

Mas pensei então um pouco em mim mesma.

Que eu fantasiava com ela sendo Nêmesis.

Que pesquisei pelos jornais e revistas e sites de fofocas sobre ela.

Será que ela é Nêmesis também? Essa é a pergunta que não quer calar.

Foi como se eu também a tivesse seguido todos esses anos. E se a situação fosse ao contrário?

Que inferno!

E se pensasse bem nisso fui eu que fui ao seu escritório me candidatar a sua nova submissa. Não consigo nem ao menos encontrar conforto nos meus salgadinhos e potes de sorvetes no fato de ter perdido completamente meu apetite e sim perdi um pouco de peso. A geladeira era uma constante tentação antes de me tornar uma submissa agora não me atrai mais. 

Não aguentando a pressão com tanto pensamento em minha cabeça saio de casa andando sem destino pelas ruas, sem objetivo estabelecido, encarando os passantes e as vitrines das lojas, porém minha mente só se concentra em uma pessoa Emma, Emma, Emma.

Finalmente volto para casa e acabo assistindo a um episódio de um filme romântico Imagine eu e Você na Netflix durante o dia, ao qual eu pretendia não assistir...e acabo perdendo o controle.

Que porra Regina!

Tenho que ligar para ela meu coração está pedindo. Bem lá no fundo mantenho a certeza que ela me deseja apesar dos pesares. Ou pelo menos é o que fico repetindo para mim enquanto pego o celular e fico olhando para a tela.

Não aguentei e liguei para Emma.

- Alô - disse ela.

- Emma. Sou eu.

- Gina. - Sua voz tinha um tom de empolgação contida.

- Tem um Sushi bar o Nakazawa na rua da biblioteca. Pode se encontrar comigo lá para almoçar amanhã ao meio-dia?

Fiz questão de chegar primeiro antes do meio-dia. Encontrei uma mesa um pouco ao fundo do restaurante e fiquei esperando por ela. Meu coração parou quando Emma entrou no restaurante. Seus olhos percorreram as mesas e ela sorriu ao me ver. E então em toda sua glória de 1,70 de femme-fatal ela veio direto à minha mesa, ignorando inteiramente os olhares femininos e masculinos que a acompanhavam.

É ela, essa mulher me queria. Me observava. É a mulher!

Seus olhos faiscavam e naquele momento, entendi que eu a havia perdoado.

- Gina. - Ela se sentou e me perguntei se Emma dizia meu nome com frequência porque gostava de me chamar de Gina ou se era porque todos me chamavam assim.

- Emma. - deliciei-me ao sentir seu nome saindo com tanta facilidade de meus lábios.

Pedimos o almoço e batemos papo. O clima ficava mais quente. Contei-lhe que tinha uma leitura de poesias  programada na biblioteca. Ela me perguntou sobre Ruby e o noivado com Zelena.

- Antes de falarmos de qualquer outro assunto. - disse ela, ficando séria. - preciso lhe dizer mais uma coisa.

Meu coração disparou. Perguntei-me o que mais ela poderia dizer que já não havia dito.

- Tudo bem.

- Preciso que saiba que estou fazendo terapia para trabalhar os problemas de intimidades e de  minha saúde emocional. Não de minhas necessidade sexuais.

Eu tinha uma boa ideia de onde ela queria chegar.

- Eu sou uma domme - prosseguiu. - E sempre serei uma domme. Não posso e não abrirei a mão desta parte de mim. Isto não quer dizer que não goste de outros...sabores. Ao contrário, os outros sabores dão uma boa variedade. - Ela ergueu sua sobrancelha bem feita. - Isso faz sentido para você?

- Sim...sim - disse um pouco nervosa com aquela conversa já me excitando. - Eu jamais esperaria que você abrisse mão dessa parte de si mesma. Seria como negar quem você é.

- É verdade. - disse pensativa.

- Assim como não posso negar minha natureza submissa.

- Exatamente. 

O garçom trouxe nossas bebidas e tomei um gole do meu saquê delicioso.

- Sempre me perguntei. - disse Emma. - e você não precisa me contar se não quiser, mas como você descobriu sobre mim?

Ai meu Deus! Hora da verdade.

Minha vez.

- Ah, por favor. - gesticulei meu desdém. - Todo mundo conhece Emma Nolan Swan a maior e famosa empresária de Storybrooke  no Maine.

- Talvez. Mas ninguém sabe que eu tenho certos gostos peculiares de prender as mulheres com algemas e vendar seus  olhos.

Engasguei com meu saquê.

Seus olhos dançavam.

- Você pediu.

Enxuguei a boca com um guardanapo, agradecida por não ter derramado saquê na minha blusa.

- Pedi. Completamente.

- Vai responder?

- Ruby era DJ da Habbit Hole uma boate aqui de Sotrybrooke e seu advogado ia sempre lá atrás de dançarinas para ser sua nova submissa. Até então você era só um nome que eu lia nas colunas sociais. E Ruby me falou e quando eu liguei a pessoa ao nome que você dava curso na biblioteca e então resolvi fazer essa loucura de me candidatar ao cargo de sub.

Nosso Sushi foi trazido à mesa. Atum picante e crocante e rolinhos de unagui para mim e uma variedades de nigirizushi com wasabi para ela.

Despejei molho de soja numa tigela e misturei com wasabi.

- Sua foto apareceu no jornal por algum motivo e Ruby comentou comigo sobre você ter se envolvido com uma antiga dançarina. - franzi a testa tentando me lembrar do nome. Acho que se chamava Samantha.

- Samantha? Sim foi uma antiga sub minha. Eu a conheci   com seu ex-namorado em  uma festa tipo reunião de submissas e dominadores. Ficamos algum tempo e depois nunca mais a vi, acho que foi para fora do país com algum magnata do petróleo. Mas Samantha não queria nenhuma fantasia com príncipe encantado ela queria muita grana e subir na vida. Uma alpinista social.

Coloquei um rolinho na boca, mastiguei e engoli.

- E você não tem mais algum segredo para confessar para mim? Tipo sobre alguns e-mails?

Dessa vez foi a vez de Emma se engasgar com seu saquê. Me contive para não rir.

- Você pediu. - falei.

Ela riu, chamando atenção de várias pessoas nas mesas.

- Pedi com certeza. - Emma deu uma risada gostosa.

Esperei até que a atenção de todos voltasse às próprias conversas.

- Foi Belle que deu a ideia. Ela sabia que você tinha acabado de se separar, e estava solitária sem ânimo e que precisava sair um pouco de casa. E quando eu contei para ela que estava interessada em você ela me sugeriu isso. Disse que que você gostava muito de mitologia grega. Então resolvi lhe enviar o e-mail como Nêmesis para me aproximar mais um pouco e saber mais de você e de sua vida.- ela fez uma pausa. - Disse que você estava insatisfeita sexualmente.

- Ou que estava subindo pelas paredes no meu caso. - falei finalmente olhando para ela com um sorriso contido. Pronto a Prostituta da Babilônia estava descendo novamente - Desde que me separei eu não conseguia ter um relacionamento normal com mais ninguém. Me fechei para o amor e relações. Preciso te agradecer por isso.

Emma sorriu com malícia como se soubesse exatamente do que eu estava falando.

- Acredito que para tudo tem sua hora Gina. Quem pode definir o ser humano é ele próprio. Eu sou desse jeito e você está se descobriu para vida através de Nêmesis.

Quem pode definir o que é ser normal?

- Francamente Emma eu fiz tudo que achava que era normal aos olhos da sociedade era tremendamente chato o que ganhei com isso? Chifres na cabeça. - disse rindo para melhorar o clima.

- Você já experimentou a dita relação normal? - comentei. - Com Fiona?

- Sim. - Ela deu uma garfada na comida. Observei seu maxilar sexy e ela engoliu. - Com Fiona foi um tremendo fracasso. Nós fracassamos por vários motivos... Fiona não é uma submissa natural e eu não reprimi minha natureza de domme. - ela suspirou. - Mas ela não queria admitir que não dávamos certos. Nunca entendi isso.

- Pelo que sei você é passado para ela agora.

- Graças à Deus. - ela sorriu.  E passou seu pé no meu por debaixo da mesa e eu soltei um suspiro. - E você?

- Se eu superei você? - pensei o que iria responder pois essa era a resposta que ela estava ali esperando. - Não Emma, não superei - sussurrei.

- Graças à Deus. - ela respondei me encarando com aqueles olhos verdes  profundos.

Ela estendeu o braço por cima da mesa para pegar minha mão.

- Nem eu Gina e acho que nunca irei superar.

Ficamos assim por vários segundos de mãos dadas olhando-nos nos olhos.

- Farei o que for preciso para recuperar sua confiança, Gina, não importa o tempo que levar. - seu polegar correu por meus dedos. - Você vai deixar?

Eu queria gritar e pular em seus braços, mas me contive.

- Sim. - respondi simplesmente.

Emma apertou minha mão antes de soltá-la. 

- Obrigado por me dá essa chance.

O garçom veio trazendo mais saquês.

- Você sabe fazer sushi? - perguntei a Emma, querendo levar a conversa para um assunto mais leve e me acalmar os meus hormônios.

- Não, nunca fiz mas sempre quis aprender. - disse Emma.

- Daremos um curso semana que vem - disse o garçom ouvindo nossa conversa.- Vocês querem vim?

Olhei para Emma. Devíamos marcar outro encontro? Agir como um casal normal? Nos encontrarmos sem expectativas? Deixar que ela começasse a reconquistar minha confiança?

Emma ergueu uma sobrancelha: queria que eu decidisse nosso novo encontro.

- Sim, quero muito vir.  - disse.

Emma assentiu com a cabeça. Me segurei para não pular nos braços dela...

Enquanto saíamos do restaurante, ela se virou para mim.

- Sábado tem uma estreia de uma peça no Majestic Theatre em Nova York quer ir comigo?

Outro encontro? Eu estava pronta para ver Emma Swan novamente?

Sim, estava.

- A que horas?

- Posso pegar você às sete...Podemos jantar depois da peça?

Estar no carro com Emma e ela me buscar no meu apartamento? Era um passo na direção certa. Pelo jeito ela estava com as melhores intenções. Não contive um sorriso.

- Às sete, então. - disse com o coração aos pulos sentindo uma alegria enorme em meu coração apaixonado.