História Love me, hate me and cure me - Daddy said shoot

Eu comprei uma mala para colocar o dinheiro, fui a uma loja de armas comprar um silenciador e mais uma caixa com munição. Cheguei ao meu apartamento, levei a mala com dinheiro e joguei em cima da cama, respirei aliviada. 

Comecei a rir, peguei o dinheiro e coloquei debaixo da cama. Comemorei, peguei a arma, observei um pouco, há tempos que eu não segurava uma arma. Depois guardei a arma dentro da minha bolsa da Gucci. 

XXX

Huntington Beach, Califórnia - Dois dias depois

    Jennifer não me procurou, mas tinha certeza que ela estava esperando eu abaixar a guarda.Tentei voltar a minha rotina normal, voltei ao centro comunitário para repor as aulas dos meus cursos. Senti a falta de Brian, contudo era melhor assim, quanto mais ele se afastasse de mim, Jennifer se manteria afastada de mim também. 

Quando terminei as minhas aulas, Jimmy apareceu, ele estava preocupado, não entendi nada. Ele sentou numa cadeira, dei uma xícara de café e um pedaço de torta de limão. Jimmy tomou café e comeu o pedaço de torta, pediu para que eu me sentasse.

- Se veio procurar o Brian, ele não está aqui, na verdade, ele não vem há dois dias. - Peguei um pedaço de torta de limão para mim. 

- Eu sei. - Ele falou baixo e acendeu um cigarro.

- Veio me ver.

- Sim, Vee. Ele ia terminar com Jennifer, então sumiu. - Deu um trago no cigarro. - Isso faz dois dias.

- Ela está fazendo a minha vida um verdadeiro inferno. - Coloquei a mão na testa.

- Toma cuidado com ela. - Ele me abraçou.

XXX

    Chegando na minha garagem, estacionei meu Camaro, saí rapidamente. Olhei para os lados, não vi ninguém, entrei no elevador e subi até meu andar. Quando cheguei à minha porta, Jennifer estava fumando um cigarro, ela tirou o casaco preto, eu vi a tatuagem com o rosto de Brian no braço dela. Cruzei os braços, ela deu um trago e soltou a fumaça no meu rosto.

- Eu quero meu dinheiro, Barbie. - Jennifer deu mais um trago. - Vou ser boazinha com você, tem um prazo de uma semana. - Arregalei meus olhos.

- É muito dinheiro para conseguir em tão pouco tempo. - Menti.

- Vou te dar um incentivo… - Ela pegou o celular de Brian no bolso, tinha uma foto de Margareth na tela de bloqueio, abriu a galeria e mostrou um vídeo. Brian estava amarrado numa cadeira, ela segurou os cabelos dele para trás. 

- Veronica não… - Ela acertou o taco de baseball nas pernas dele.

- Eu vou matar seu namoradinho, se você não me dar o dinheiro e a imprensa vai saber que você tem uma filha linda. - Jennifer deu a última tragada no seu cigarro.  

- Ok, você aceita 80 mil, amanhã?  - Ela balançou a cabeça positivamente. - Onde eu te encontro?

- Eu vou deixar o mapa na porta do seu apartamento. - Deu um sorriso perverso e pegou seu casaco. - Te vejo as meio dia.

- Claro. - Foi embora.

    Esperei aquela mulherzinha entrar no elevador, para depois eu abrir a porta do meu apartamento. Corri até a geladeira, peguei uma garrafa de vodca, dei um gole longo, eu precisava me livrar daquela mulherzinha para sempre. Eu tinha que beber bastante para ter coragem, estava com medo de amarelar no último segundo. Só que não era por mim, ou pelo idiota do Brian, sim pela Margareth que não tinha culpa.

    Em seguida, fui ao quarto, tirei a mala com dinheiro debaixo da cama. Peguei a arma dentro da minha bolsa, tirei todas as balas, deixei em cima da cama. Fui até o espelho do banheiro, fiquei apertando o gatilho na frente do espelho para poder treinar. 

Fui a sala e liguei o aparelho de som, numa música do Nightwish bem alta para poder atirar dentro de casa. Peguei uma lata vazia de molho de tomate, coloquei o mais distante possível, fui ao meu quarto e coloquei uma bala na agulha. Voltei até a sala, mirei a arma na lata de tomate, destravei a arma e atirei. Acabei errando o tiro, acertando a porta de madeira do meu quarto.

Mais uma vez, coloquei uma bala na arma, tentei mais uma vez. Peguei uma certa distância, mirei novamente na lata e errei o tiro. Acertei o porta-retrato com foto de Emma pendurado na parede, revirei meus olhos. A minha sorte que meu verdadeiro alvo, era infinitamente maior. 

Bateram na porta, algum vizinho deveria reclamar do som, então abri os botões da minha blusa, mostrando meu sutiã preto, assim para que ele perdesse o raciocínio quando fosse dar uma bronca. Continuou batendo, escondi a arma, colocando dentro da minha roupa, dentro da calça jeans que usava, na parte de trás. Abri a porta com um sorriso falso e era Gena. Deixei que ela entrasse, desliguei o som e fechei a porta.

- Achei que fosse algum vizinho. O que está fazendo aqui? - Perguntei.

- Estava preocupada com você, amiga. Mais uma vez cheirando a bebida, aquela louca te procurou de novo. - Gena sentiu cheiro de pólvora. - Andou atirando?

- Talvez, Gennie. - Ela arregalou os olhos. - Aquela mulher está dando nos nervos. Pode fazer um favor para mim? - Confirmou com a cabeça. - Pode comprar um Camaro velho para mim? E tem que ser hoje.

- O que houve? - Gena ficou preocupada.

- Não faça perguntas, apenas faz isso para mim, eu te dou o dinheiro. - Fui ao meu quarto, abri a mala e entreguei um embrulho com cinco mil dólares em cash. 

- Nem quero saber como você arrumou esse dinheiro. - Ela colocou a mão no meu ombro. - Pode contar comigo, eu compro esse carro para você.

- Amanhã eu busco na sua casa, tenta esconder ele. - Ela me abraçou forte.

- Se cuida, Vee.

XXX

    No dia seguinte, levantei cedo, não tinha dormido. Tomei um banho longo de banheira, precisa colocar a minha cabeça no lugar e pensar exatamente no que faria com Jennifer. Ela não poderia me vencer dessa vez, senão eu não poderia viver em paz, nunca mais.

Eu terminei meu banho, me enrolei numa toalha, fui até meu quarto, me sentei na cama, peguei meu celular, mandei uma mensagem para Zacky pedindo para poder morar novamente no apartamento dele. Ele me respondeu rapidamente, aceitando. Respirei fundo, ajeitei a mala com o dinheiro, coloquei sacos de papel picado para dar impressão de ter mais dinheiro.

    Penteei meus cabelos para trás, fiquei triste por meu cabelo estar curtos. Abri meu armário, tirei uma calça preta de moletom, uma regata branca e um casaco de moletom. Peguei uma calcinha vermelha de renda dentro da gaveta, eu me vesti rapidamente. Não parecia ser eu, peguei a arma, carreguei com todas as balas que pude.

    Coloquei dentro da calça de moletom, travada para não ter acidentes. Eu parecia um rapper. Peguei a mala de dinheiro e deixei na sala. Chamei um Uber para ir a casa de Gena, aplicativo me avisou que chegaria há cinco minutos. Peguei a minha bolsa da Gucci, pensei colocar a arma lá. Abri a porta, peguei o mapa do encontro com a louca de Jennifer, amassei e coloquei dentro da bolsa.

    Fui até a entrada dos fundos do prédio, o Uber apareceu rapidamente, entrei e era Michelle, a gêmea de Val, dei um sorriso amarelo para ela. Durante o trajeto, ficamos em silêncio, não tínhamos nada a falar. Quando chegou a casa de Gena, saí do carro dela, ela balançou a cabeça negativamente, apenas bati a porta.

    Ela acelerou, andei até a porta, toquei a campainha, Gena atendeu a porta rapidamente, entrei e ela me levou até a garagem. A loira me mostrou um Camaro azul velho e enferrujado, teria sorte se aquela porcaria andasse. Ela me deu as chaves, agradeci, joguei a mala de dinheiro no banco do passageiro, Gena me desejou sorte e dei um sorriso fraco.

    Entrei no carro, ela abriu a garagem, coloquei o cinto de segurança, liguei aquela porcaria. Peguei o mapa dentro da bolsa, pensei em colocar no GPS, mas seria suspeito. Peguei meu celular, joguei pela janela no meio do trânsito. Dirigi olhando o mapa para achar o local de encontro.

    Chegando lá, era um prédio industrial abandonado, Jennifer estava com um rapaz que vigiava Brian. Meu coração acelerou, não poderia amarelar naquele momento, abri minha bolsa e tinha uma pequena garrafa com uísque inglês. Eu bebi quase todo o conteúdo, esperava que não afetasse totalmente meus reflexos. 

    Depois peguei um pedaço de pano que havia colocado dentro da bolsa, coloquei o resto de uísque no pano, limpei tudo que eu havia tocado. Volante, porta, vidro, saí do carro. Pendurei a bolsa no ombro, segurei a mala de dinheiro bem firme em minhas mãos. Jennifer cheirou um pouco de cocaína em sua mão, andei em sua direção.

    Ela sorriu para mim, estava ficando com nojo daquela infeliz que usava um vestido dourado e curto. Estava em pleno inverno, estava fazendo uns 5°C, ficamos frente a frente. Espiei para Brian estava com o rosto sangrando, senti um aperto em meu coração, ela puxou a mala da mão, apontou a sua arma para mim. Coloquei as mãos atrás da cabeça, enquanto ela abria a mala e viu o dinheiro.

- Você sabe negociar, vadia. - Peguei um pacote com dinheiro e cheirou. - Maravilha, sabe que vai me dar mais.

- Claro, agora me dá o Brian. - Ela caiu na risada.

- Tudo bem. - Ela ficou rindo, jogando o dinheiro em seu corpo. - Fagulha libera o Gates. - O tal Fagulha começou a desamarrar Brian. - Depois você vai pagar o resto que me deve, miss universo.

- Só quero mais um prazo. - Fingi que fosse dar mais dinheiro a ela. Brian foi jogado dentro do Camaro, ele estava desacordado no banco do passageiro. - Acho que tenho mais dinheiro dentro do porta-malas. 

- Nossa como você é esperta. - O rapaz se afastou, abri o porta-malas com a chave, ela viu que não tinha nada, tirei a minha arma e apontei para ela. - Você não vai atirar, Barbie. - Deu uma risada.

- Tem certeza? - Dei um tiro e acertei sua cabeça, ela caiu no chão. O rapaz tentou se aproximar para pegar o dinheiro, eu dei um tiro próximo dele. - Se você se aproximar dessa mala, vai se juntar a sua amiga no inferno. - Ele saiu correndo de costas, eu dei dois tiros nas costas deles. - Homens mortos não contam histórias.

Cheguei perto de Jennifer, descarreguei a arma na cara dela, tentei não me sujar com o sangue dela. Depois que terminei, tirei Brian dentro do carro e o arrastei pelo chão. Arrumei a mala de dinheiro, coloquei o dinheiro de volta. Entrei no esconderijo e tinha várias coisas, mas achei o celular de Brian desligado.

Liguei o aparelho, esperei iniciar, liguei para emergência para que socorressem Brian. Eu tirei o casaco que estava com pólvora e sangue. Limpei as mãos e rosto, achei uma garrafa de vodca e fósforo, incendiei aquela porcaria. 

Peguei uma bicicleta que estava encostada na parede no prédio industrial antigo. Brian estava abrindo seus olhos, eu me aproximei dele e dei um selinho em seus lábios. Ouvi sirenes, peguei o mapa que tinha minhas digitais, coloquei dentro da minha bolsa e fugi do local sem que me vissem.

XXX

    No dia seguinte, resolvi visitar Brian no hospital para não ser tão suspeito. Fiz um bolo red velvet para ele, coloquei um vestido preto justo e um sobretudo por cima. Eu cheguei ao hospital, tinha várias mulheres na recepção para visita-lo, até Michelle, balancei a cabeça negativamente. Cheguei a recepcionista pedi para marcar visita, ela pediu meu nome e dei. Avisou que a minha entrada estava liberada, não entendi nada, mas agradeci e entrei no hospital.

    Ao chegar no quarto, ele estava paquerando a enfermeira, ela estava caindo no seu charme, assim que me viu, sorriu. Cocei a minha cabeça, deixei o bolo em seu colo, sentei na cama, ele tentou me beijar, mas recusei.

- Antes de tudo, quero agradecer por ter me salvado da Jennifer. - Colocou sua mão por cima da minha e apertou.

- De nada. - Eu me levantei da cama e lhe dei um beijo na testa. - Mas não fiz isso por você.

- Vou fingir que acredito.

- Estou falando sério… não pode ser tão inconsequente com quem se envolve. - Brian não entendeu. - Não pode comer qualquer uma, mulheres tem sentimentos, nem todas as mulheres são como sua mãe! Merda, você me colocou em perigo e a Margareth. Outra coisa, você não deveria contar nosso segredo para aquela mulherzinha.

- Eu não contei nada para Jennifer! - Brian tentou se defender.

- Só eu, minha avó, a Greta e você sabemos da verdade. Greta e avó não conhecem a Jennifer, eu não contei e então sobra você. - Eu me levantei. - Quando tomar jeito na sua vida, vou ter que afastar de Margareth.

- Isso não.

- Eu vou ter que contar para Greta sobre você. - Eu me afastei.

- Isso não é justo, Veronica.

- Ninguém te disse, a vida não é justa.

XXX

Havana, Cuba - Alguns dias depois

    No dia seguinte da briga com Brian, eu viajei para Havana. Estava novamente sem celular, não conseguia pensar em Brian. Eu não cumpri a minha ameaça de contar tudo para Greta, só que Margareth me contou que Brian disse que teria que parar as aulas porque ia entrar em turnê. Ele mentiu, só que eu consegui o queria.

    A minha viagem para Havana foi tranquila. Fui recepcionada pelo pessoal da revista que tiraria as fotos. Fiquei num belo resort que ficava em frente ao mar do Caribe, estava bem quente, mas meu quarto tinha ar-condicionado. Ligaram para meu quarto me avisando que eu teria ir a entrada do resort, não entendi nada.

    Coloquei um vestido branco transparente, um chapéu de palha e chinelos de dedos. Andei até a entrada, Matt estava com uma mochila nas costas e não entendi nada. Ele sorriu para mim, levei as minhas mãos na cintura, ele se aproximou de mim, tocou meu rosto.

- Eu me separei da Valary para sempre e vim ficar com você. - Encostou seu nariz no meu.

- Por que? - Sussurrei.

- Porque eu te amo… - Arregalei meus olhos.