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História Love me like you do -Romione - Exposições


Escrita por: Dralrs

Notas do Autor


Oi meus amoreeeeeess!!!
Surpresa!!
30 favoritos e eu fiquei tão feliz que apareci com um capítulo no meio da semana kkkkkkkkkkkkkk
Podem parar de roer as unhas que hoje tem mais uma consulta da Mione com o Ron
Espero que gostem!!

Capítulo 4 - Exposições


Fanfic / Fanfiction Love me like you do -Romione - Exposições

LMLYD cap 4- Confissões

Luna chegou em casa no meio da madrugada, estranhando ao ouvir ruídos de objetos caindo no chão, vindo da direção do quarto de Hermione. Embora com medo que pudesse ser um assaltante fazendo Hermione de refém, Luna se aproximou e viu que a luz do quarto estava acesa, e a porta entreaberta.

Antes mesmo de abrir, Luna ouviu:

– Você vai sumir da minha vida, desgraçado. Vou fingir que esse ano nunca aconteceu. Você nunca existiu, nem você nem esses seus presentes idiotas!

E então Luna entrou no quarto preocupada, vendo Hermione encher uma caixa enorme de coisas que Draco havia dado a ela ao longo do namoro. Um enorme urso de pelúcia estava arremessado no chão, bem com um porta retrato e algumas fotos rasgadas em vários pedaços.

– Mione, o que aconteceu aqui?

– Aquele desgraçado estava na cama, com uma puta qualquer. Foi se enfiar entre as pernas da primeira vagabunda que quis dar pra ele! – Mione gritou e Luna ficou sem saber o que fazer. Jamais havia visto a amiga assim, tão furiosa, xingando.

– Vou jogar todas as tralhas fora. Não quero nada que tenha vindo dele!

Com cautela, a amiga foi até a morena e a abraçou forte. Mione, ainda que não fosse a maior fã do mundo de abraços, se sentiu tão acolhida ali que desabou nos ombros dela, se acalmando apenas quando o dia já amanhecia.

– Miga, sei que vai demorar, mas daqui um tempo essa ferida cicatriza. Você se livrou de um canalha. Pensa nisso... – Luna se afastou com os olhos marejados. E dando um beijinho na testa dela, foi se arrumar para a faculdade.

Hermione pensou em não ir. Seria horrível esbarrar em Malfoy pelos corredores. Mas não podia faltar à aula por causa dele. Afinal, ela não havia feito nada de errado, ele sim. Traiu, expôs um problema extremamente pessoal para uma fofoqueira que certamente se encarregaria de espalhar pra faculdade inteira e, pior de tudo, a fez se sentir um objeto.  Todas as palavras doces, os mimos, os jantares, todos com um único objetivo: levá-la para a cama. Que teria acontecido se ela tivesse cedido? A pergunta rondava a mente de Hermione.

“No mínimo ele ia me exibir como um troféu e me jogar fora”, pensou amargurada enquanto ia à faculdade, Luna constantemente lançando a ela olhares preocupados.

Os olhos de Hermione comichavam, pelo sono e o excesso de choro nas últimas horas, de modo que foi quase impossível se concentrar nas aulas aquela quinta-feira. Seu pensamento vagava até a noite anterior, a voz debochada de Malfoy reboando em seus ouvidos.

As sirenes soaram anunciando as aulas do fim da manhã e Hermione suspirou aliviada. Embora fossem da mesma turma, Parkinson não tinha aparecido na aula, então seu problema, ao menos por hora, não caíra na boca de todos.

Ou ao menos foi o que pensou.

Ao virar o corredor para chegar ao refeitório, lá estavam Pansy e sua turma de amigos nojentos, e ao a avistarem, Pansy pegou um megafone:

–Atenção, todos vocês, vamos nos ajoelhar diante da nova Virgem Maria! Pode passar, Santa Granger! – Ela falou e todos em volta explodiram em gargalhadas.

Hermione estava com o estômago revirado, o sangue fervendo de ódio pela humilhação. Mas não se rebaixaria ao nível dela, então segurando as lágrimas que formavam um nó em sua garganta, a morena apenas ignorou os comentários de todos e passou direto, sem parar na lanchonete e foi direto até a sala do seu orientador.

– Professor Dumbledore, com licença. – pediu ao bater na porta aberta.

– Srta Granger, sente-se. Estou um pouco surpreso em vê-la, achei que nossa reunião seria mais tarde.

– E seria – Mione murmurou enxugando o canto dos olhos. –  Mas vim por outro motivo, preciso de um advogado. Quero um processo de danos morais contra Pansy Parkinson.

 O homem a encarou surpreso por cima dos óculos. Ciente de que o sigilo entre advogado e cliente era um dos princípios de seu professor, Hermione contou resumidamente ao homem sobre o fato de sua virgindade ter sido exposta diante da faculdade inteira.

– Muito bem, vou tomar as providências. E quanto ao seu TCC, não precisa vir hoje à reunião. Tire uns dias para você, filha, ao menos até colocar a cabeça em ordem. Temos tempo ainda até sua defesa e está quase tudo pronto. Descanse e quando estiver melhor me procure.  

– Muito obrigada, professor. ­– disse enxugando as lágrimas que já não segurava.

O idoso sorriu gentilmente e acenou para ela, que saiu da sala pensando “O que é seu te aguarda, vadia, vou quebrar suas pernas no tribunal...”.

...

– Eu não sei se vou. – Hermione resmungou, deitada no sofá, abraçando a almofada.

Luna deu um resmungo de irritação e arrancou a almofada dela, fazendo-a se sentar.

– Claro que vai. Nem que eu te leve amarrada até aquele consultório. E não duvide, sou doida o suficiente para isso! – disse sacudindo o dedo diante da amiga.

– Se eu for vou acabar chorando! – Mione tentou contra-argumentar, mas sabia que essa desculpa não era forte o suficiente.  

Luna começou então a andar em círculos na frente dela, gesticulando e falando:

– Pois chore então. Acha que vai ser a primeira a chorar numa consulta? Você precisa que alguém te ouça, colocar para fora tudo que está sentindo ou vai explodir. Você mesmo disse que se sentiu muito melhor semana passada, depois da primeira consulta. – terminou, exasperada, olhando no fundo dos olhos de Hermione.

– Sim, me senti. – ela murmurou olhando para o chão.

–  Então se arrume e vá, chega mais cedo, ouve uma música enquanto espera seu horário... Mas por favor, não deixe de ir. Sua semana foi um pesadelo, um pesadelo que você pode dar fim quando finalmente se livrar do seu medo e encontrar um amor de verdade. E nisso, minha amiga, infelizmente eu não posso ajudar.

Mione suspirou e levou as mãos acima da cabeça, em rendição.

– Ok, vou tomar banho e já saio.

Meia hora depois estava no consultório do Dr Weasley. Deu o nome à secretária, pagou a sessão, esperando que o dinheiro estivesse sendo bem gasto, e se sentou para aguardar sua vez. Realmente tinha chegado bem cedo. Faltavam ainda 30 min para a sua sessão, então ela pegou um livro que tinha na bolsa e começou a ler.

Abriu um sorrisinho ao abrir mais uma vez as páginas encantadoras de ‘Orgulho e Preconceito’. Já tinha lido tantas vezes o livro que quase decorara por completo a história.

De repente, passos apressados na sala de espera a chamaram a atenção.

Uma garota ruiva, parecendo nervosa, chegou e foi direto até a secretária.

– Parvati, Ron ainda vai demorar pra ficar livre?

– Sim, Srta Weasley, Dr Weasley acabou de começar um atendimento e depois ainda tem outro. – A secretária indicou Hermione com a cabeça.

Gina murmurou um gemido desesperado.

– Tudo bem, eu vou esperar.

–Quer uma água? Uns biscoitos?

– Não, obrigada.- Gina esfregou as mãos no rosto em nítido sinal de desespero.

Mas quando ia se sentar, viu que Hermione lia uma das maiores obras primas da literatura inglesa, e sendo estudante de literatura estrangeira, a ruiva não pode deixar de interrompê-la.

–  Incrível, não é? – Gina murmurou timidamente ao se sentar do lado de Hermione.

– Sim, amo Jane Austen.

Foi o suficiente para arrancar de Gina um enorme sorriso, e as duas engatarem uma conversa sobre literatura inglesa de todos os gêneros, Hermione chegando a anotar algumas indicações de Gina sobre alguns livros. Descobriram que estudavam na mesma universidade, tinham a mesma idade praticamente, a ruiva apenas uns meses mais nova, e Gina explicou que era irmã do Dr Weasley, que estava aguardando o irmão terminar o dia de trabalho.

– Entendi. Hoje é minha segunda sessão, apenas. Mas gostei bastante.

Gina sorriu, orgulhosa.

– Ele é incrível, você vai ver. Seja lá o que for que esteja acontecendo com você, ele vai resolver. – Disse mais para si mesma que pra Hermione. Precisava mais que nunca acreditar naquilo agora, quando estava prestes a se abrir com o irmão e pedir socorro.

O paciente saiu do consultório e a secretária chamou Hermione, que guardou o livro na bolsa e se despediu da nova amiga:

– Tchau, Gina.

– Tchau Hermione. Até a exposição!

A morena sorriu e escutou a voz firme do ruivo misterioso:

– Entre Srta Granger.

A simples voz do homem chegando a seus ouvidos conseguiu arrepiá-la.

– B-boa tarde, Dr Weasley. – disse se sentando e se amaldiçoando por gaguejar. Por que raios se sentia tão nervosa naquele consultório? Seria por conta do mistério todo do ruivo que insistia em não lhe mostrar o rosto?

Enquanto ela se acalmava, Ron fechou os olhos involuntariamente, apreciando a voz doce da morena.

‘que voz perfeita...’, ele se pegou pensando e em seguida repreendeu a si mesmo. Hermione era só mais uma de suas várias pacientes. Então por que sentia o coração acelerado quando a ouvia falar?

– Quando quiser começar, esteja à vontade para me dizer como foi sua semana.

Hermione disse, com a voz mais rouca que pretendia:

– Não sei se é justo com o Sr eu lhe responder a pergunta, pois vamos ficar muito tempo aqui se eu fizer isso. E bem, talvez a consulta termine com um consultório alagado.

Ron precisou se controlar para não gargalhar alto.

 – Não se preocupe com o tempo, a senhorita é minha última paciente do dia e eu sou todo ouvidos. Quanto à inundação, será um risco que teremos que correr. Por sorte meu divã é impermeável.– disse com uma inconfundível nota de diversão na voz.

Mione riu fraquinho, e enxugou algumas lágrimas.

– Bem, tive uma das piores semanas da minha vida. – Hermione começou, a dor ameaçando sufocá-la. – E tudo começou quando saí aqui do seu consultório.

Ron franziu o cenho, olhando para a parede mas absolutamente atento ao relato e até a respiração ofegante de Hermione.

Ela vendo que não seria interrompida, deitou no divã e olhando para o teto continuou:

– Eu te procurei porque queria ter uma chance de reatar o namoro com o meu namorado. Eu tenho traumas no meu passado. Traumas que eu não estou pronta ainda para falar, mas que tem a ver com o motivo de eu ter procurado ajuda. Meu namorado não aceitou bem meu trauma, me humilhou, terminou, e eu vi que precisava me livrar do meu maior medo se quisesse ter qualquer relacionamento, fosse com o desgraçado do Draco ou não.

Ronald ouviu atentamente e reorganizou na sua mente o quebra-cabeças do quadro de Hermione, anotando mentalmente que Draco seria o nome do namorado, aparentemente ex-namorado. Decidindo que precisava de mais informações, e que Hermione parecia perdida por onde continuar, Ron sugeriu.

– Se importa de me dizer há quanto tempo namorava?

Aliviada que ele tivesse a ajudado a continuar, Hermione fechou os olhos e começou a contar sobre o relacionamento com Draco:

– Estive com o mentiroso Draco Malfoy por 11 meses e meio, até na última quarta-feira, quando o peguei na cama com a vadia da minha sala, Pansy Parkinson. Mas pra você entender o porquê chegou nesse ponto, tenho que te contar uma coisa antes.

– Fique à vontade. E não se esqueça, o que é dito dentro desse consultório, morre entre as paredes– Ron reiterou.

– Obrigada. Bem, tenho vergonha de dizer que me deixei enganar pelo Malfoy porque já sabia que ele não prestava. Ele era professor recém contratado de direito penal da Universidade de Carleton, onde eu estudo, mas não tinha chegado a ter aula com ele, pois já estou no último ano. Mas já tinha ouvido a fama dele de levar as alunas para cama. Ele colecionava mulheres e as descartava, como um troféu. E é isso o que mais me dói... eu deixei ele fazer o mesmo comigo, sem perceber, mas ele foi tão gentil comigo... Eu cai nas mãos dele num dia em que a minha felicidade me impedia de pensar direito...

Hermione fechou os olhos e foi transportada até quase um ano antes.

– Um brinde à nossa brilhante aluna que conseguiu sambar em frente à suprema corte e condenar um criminoso do colarinho branco!

Hermione sorria sem parar ao levantar o copo para brindar com o professor e com os outros colegas que também faziam o estágio com ela.

– Obrigada, professor Flitwick!

– Me agradeça sendo a melhor promotora dessas bandas do Canadá! – o homem franzino a olhou orgulhoso. Vocês todos – acrescentou olhando para os outros– serão o orgulho da profissão. Ao contrário de alguns jovens que acham que sabem de alguma coisa e só visam benefício próprio– o professor cuspiu as últimas palavras ao ver Draco Malfoy se dirigir ao balcão do bar, com cara de poucos amigos.

Por mais que o professor estivesse já alterado pelas três caipirinhas, Mione e os colegas se entreolharam, e a morena suspirou:

– Ele me odeia.

– Certamente.– o professor confirmou e Hermione engoliu em seco– Você acabou de derrotá-lo diante da suprema corte. Provou o assassinato sendo ainda estudante. Ele passou as últimas oito horas tentando fazê-la sair correndo do tribunal mas a senhorita impôs seu lugar sem eu precisar sequer me mover para ajudá-la.

Mione corou de orgulho. Era tão bom se sentir bem com o que fazia...

E então horas mais tarde, decidindo que era hora de ir embora, Hermione se despediu dos colegas e do prof Flitwick, cada vez mais alterado, e passou no banheiro antes de voltar para casa.

Na saída, já ia pegar o telefone para chamar o táxi quando...

– Acho que isso vai fazer falta pra senhorita.

Hermione se virou para trás assustada, vendo Draco Malfoy parado, com um sorriso cínico nos lábios, segurando a chave do apartamento da morena.

– Por que está com as minhas chaves?

– Por que você deixou cair na porta do banheiro. Eu estava logo atrás de você quando caiu. Mas você é segura demais de si e não percebeu...nem me ouviu te chamando.

– Obrigada– disse de má vontade e se voltou para a rua, pegando o telefone pra chamar um táxi.

– Viu, por mais segura e independente que você seja na frente de um juiz, precisou da minha ajuda hoje pra entrar em casa. Caso contrário dormiria na rua.– O loiro comentou, acendendo um cigarro.

Hermione sentiu o sangue ferver.

– Não enche, Malfoy.

Ele abriu um sorriso cínico.

– Prefiro ser chamado de Dr Malfoy. Não temos intimidade..

 – Não temos nem hoje nem jamais. E sinceramente, fazendo o que faz não sei se merece ser chamado de Dr. Como consegue defender alguém que você sabe que encomendou um assassinato da própria mulher?

Ele abriu a boca para responder mas o táxi apareceu e Hermione entrou, deixando o loiro com um cigarro apagado a meio caminho da boca.

– Ah, Dr Weasley, se soubesse como me arrependo de ter respondido ele... Ele ficou muito espantado de eu ter enfrentado ele na porta do bar e começou a me cercar de todos os lados. Demorou uns dois meses mais ou menos até eu aceitar o convite dele para sair.

Ron escutava atentamente, a pena que sentia de Hermione começando a consumi-lo à medida que a história começava a se encaixar.

– A gente sempre saía, nos beijávamos, mas nunca passava disso. Nunca fui fã de abraços, pelo contrário, até os 10 anos não deixava que ninguém em encostasse...

Ron se endireitou na cadeira. Era essa a informação mais importante que a morena já havia lhe confiado até agora. A tentação de se virar para ver o rosto dela estava o matando.

–... Então eu tinha uma certa dificuldade de ir além. Namorei três vezes antes disso, mas o término foi antes de... Você sabe...

Ron balançou a cabeça afirmativamente, e pediu:

– Entendo. Prossiga.

– Mas com o tempo Draco foi me deixando mais segura. E as carícias começaram a chegar mais e mais longe, mas então eu sempre barrei ele. Não estava pronta ainda para o sexo. Então, algumas semanas atrás, eu e ele tivemos uma briga feia, mas não chegamos a falar em terminar. Mas eu estava realmente muito magoada. Fui chamada de bicho do mato... Mas no dia seguinte ele apareceu lá em casa e... – Mione fungou, limpando o rosto no lenço – eu fui idiota o suficiente para perdoá-lo. Nós nos beijamos, e mais uma vez ele tava excitado, e eu constrangida com aquilo. Mas ele foi tão delicado com as palavras, e eu pensei: “ eu gosto dele, quero estar com ele”, e tentei me entregar. Depois de um ano eu tava pronta para ter a minha primeira vez.

Ronald sem perceber cerrou os punhos, com medo do desfecho da história.

– Mas não consegui. Eu o afastei quando ele começou a me apertar forte nas costelas – Mione deu uma pausa para limpar algumas lágrimas.– meu coração começou a acelerar, e a minha garganta foi fechando a medida que a mão dele ia descendo e... Enfim, mandei ele parar, em pânico, e ele me humilhou de vinte maneiras diferentes, batendo a porta da minha casa.

Ela tomou um fôlego antes de continuar.

– E é por isso que estou aqui. Eu tenho medo de me entregar para meus namorados. E então me disseram que talvez o Dr pudesse me ajudar, embora no fundo eu já saiba que não nasci para ser amada. E agora fui estragada para o amor.

Nesse momento todos os pelos do corpo de Ronald se arrepiaram. Como podia os dois falarem a mesma coisa?

– Eu farei o que for possível para ajudar. Por favor, prossiga.

– Então eu saí animada aqui da última consulta e resolvi ligar pra ele, contando que eu estava tentando resolver meu problema e também para colocar um ponto final naquele relacionamento. Quem não é homem o bastante para me entender e apoiar não me merece. Ele ignorou as ligações, eu me irritei, e fui pessoalmente ao apartamento dele, que por acaso eu tinha a cópia da chave, então nem toquei a campainha. E quando entrei, senti o perfume de outra mulher na casa. Não deu outra, ele estava na cama com a primeira vagabunda que encontrou na frente. Pansy é uma vadia da minha turma, que já passou por vários homens, e tava lá, pedindo a Draco para terminar comigo. E então, eu me escondi atrás da porta e ouvi claramente ele dizer que já tinha me largado, e que não tinha tempo para me ver brincar de Virgem Maria. Ele contou meu problema pra essa vadia, e no dia seguinte, ela espalhou a minha situação sexual diante da faculdade toda.

Ron agora quase esmagava o próprio punho, irritado com o ex de sua paciente e a outra mulher. Entendia agora o constrangimento de Hermione na primeira consulta e o emocional abalado na sessão daquele dia. Mas ainda havia muito o que ser dito, ele sentia, e acreditava que ela estaria pronta para se abrir totalmente na consulta seguinte. Satisfeito com o progresso, Ronald quebrou o constrangedor silêncio.

– Muito bem senhorita Granger, eu estou bastante satisfeito com a evolução que teve hoje, e me parece que em breve chegaremos à origem do seu problema. Não se preocupe, eu irei ajudá-la a superar seu medo. Mas por hora peço que vá para casa, descansar e que volte semana que vem nesse mesmo horário.

– Obrigada, Dr– Mione disse aliviada.

...

Depois daquela sessão reveladora, o ruivo ainda estava com os pensamentos fervilhando ao colocar o casaco, pegar a pasta e fechar a porta do consultório. E então, olhando para o lado viu a irmã na sala de espera.

Por mais surpreso que estivesse não pode deixar de dar um sorriso. Ela ainda não havia o visto, e se distraía lendo uma revista.

– Não me lembro da senhorita ter marcado uma consulta...

Após deixar a revista cair com o susto, Gina se levantou para abraçar o irmão, que estava às gargalhadas.

– Não pensei que levaria um susto tão grande!– Ron falou, bagunçando os cabelos da irmã.

– Rum.– ela disse apenas, revirando os olhos e pegando a bolsa na cadeira.

– Agora sério, porque minha irmãzinha veio me esperar no fim do expediente?

Gina o olhava intensamente, considerando como responder à pergunta, e então suspirou pesadamente.

– Ron, brincadeiras a parte, é o meu irmão preferido, você sabe disso. Confio em você e... Estou com um probleminha que talvez você possa resolver.

– Quão grande é esse “probleminha”?– perguntou divertido enquanto acenavam para Parvati e entravam no elevador.

– Grande o suficiente para eu te pedir ajuda.

Ron perdeu a pose divertida.

– Gina, você foi agredida?– perguntou protetoramente.

– Não, não é nada disso. Ouça, eu vou te contar tudo, mas num local reservado. Vamos jantar no PlayFood & Wine.

Ron a olhou preocupado e assentiu.

Não se lembrava de jamais ter visto a irmã tão séria.

Entraram no carro dele e em minutos estavam sentados na mesa mais afastada do restaurante, logo fazendo os pedidos. Não querendo serem interrompidos por garçons, conversaram casualidades até que os pratos chegassem, e então, enquanto enfiava uma batata frita após a outra na boca, Ron pediu:

– Por favor, desembucha.

Gina olhou nauseada para o monte de batatas fritas, pensando como começar a falar.

– Sabe Ron, desde que Harry chegou lá em casa, tivemos uma amizade muito forte...

O ruivo engoliu a batata e riu aliviado.

– Ah, você me chamou aqui pra dizer que namora Harry escondido? Sei disso a séculos!

– Quê?– Gina quase se engasgou com o suco.

– E antes que me pergunte, não, ele não contou. Gina, eu sou psicólogo, conheço o comportamento humano. Logo vi que estavam apaixonados.

– Você nunca...

Ron deu de ombros.

– Não entendi como um amor de irmãos de criação se tornou algo mais forte, mas sinceramente, a menos que ele te machuque, não é da minha conta.

Ela suspirou um pouco mais aliviada, mas o pânico tomou conta em seguida.

– Droga! Será que mais alguém lá em casa desconfia?

Ron engoliu mais uns petiscos antes de responder.

– Não. Vocês disfarçam bem. Eu percebi porque sou treinado pra saber quando os pacientes estão mentindo ou omitindo algo. Inclusive, a julgar pela força que você segura esse copo e o posicionamento dos seus ombros, você tá querendo me contar mais alguma coisa.

– Você é simplesmente espantoso, Ronald. – disse, e levou trêmula uma batata frita na boca.

Ron ergueu as sobrancelhas ao ver que ela tremia. Nunca a tinha visto assim.

–Ei, não precisa ficar tão nervosa, eu sou seu irmão. Vou ajudar você, o que quer que seja que tenha acontecido.– ele segurou uma das mãos dela por cima da mesa.

Gina suspirou fundo e se preparou para soltar a bomba.

– Eu estou grávida, Ron.

Fosse o que tivesse esperando, certamente não era isso, pois ao ouvir a irmã a taça de vinho escapulira da mão de Ronald e se agora estava espatifada no chão, chamando a atenção do restaurante inteiro para eles.

Quando os curiosos desviaram o olhar  e os garçons foram embora após limpar a bagunça, Ron, branco feito cal, passou a mão pelos cabelos.

Gina o encarava atentamente, sem dizer qualquer palavra.

– Harry já sabe?– foi a primeira frase que a mente perturbada de Rony conseguiu pronunciar.

– Não. Estou com medo da reação dele.

Ron riu ironicamente.

–Deveria ter medo da mamãe e do papai... Céus Gina, você sabe a opinião deles sobre ter filhos antes do casamento! E eles sequer desconfiam que você e Harry se gostam.

– Eu sei, droga! Por que acha que te chamei aqui?! Preciso que me ajude a contar pra eles que eu e Harry nos gostamos.

– E que vão ter um bebê...– Ron bufou, irritado.

Os olhos de Gina se encheram de lágrimas.

– Sim, e que vamos ter um bebê.

Ron ficou com pena ao ver que a irmã estava prestes a sucumbir às lágrimas. Por mais acostumado que estivesse a ver mulheres chorando no consultório, era sua irmã ali, e ele estava totalmente perdido.

Entregou um lenço seu a ela.

– Obrigada– sorriu fraquinho. – E aí, vai me ajudar com meu probleminha?

Ron bufou.

– Probleminha não né Gina, um problemão. E é claro que não vou abandonar minha irmãzinha na hora que ela mais precisa.

E assim dizendo, pegou o telefone no bolso do casaco.

– Pra quem você vai...– perguntou ao ver ela discar um número.

Ele fez sinal que se calasse e ela passou a mão nos cabelos, desesperada. Nunca na sua vida tinha sentido tanto medo quando naquela tarde, quando se agachara no palito e o vira ficar azul.

– Harry, sou eu mano. Me encontre na PlayFood & Wine imediatamente... Não interessa que esteja quase lá em casa. O assunto é sério. Gina está aqui comigo... Ok, te aguardo.

Gina o olhava boquiaberto.

– Ah, céus Ron. Não tô preparada pra contar a ele. Você tinha que ter me dado uns dias pra falar com ele!

O ruivo fez que não.

– O tempo passa voando, Gina. Esse tipo de notícia não se esconde muito tempo. Encare as suas consequências o quanto antes.– ele disse sério, assustando-a.

– Você tem raiva de mim por eu ter engravidado?– Ela perguntou, engolindo em seco.

Ron suspirou e segurou novamente a mão da irmã por cima da mesa.

– Claro que não. Eu amo minha irmãzinha caçula, e vou ajudar vocês dois, embora minha vontade seja dar um soco em Harry.

Ela riu de nervoso.

– Tente comer alguma coisa.– ele disse para quebrar o clima estranho.– Não se preocupe, não vou espancar Harry no meio do restaurante.

Ela forçou uma risada, mas suspirou aliviada depois. Ao menos o apoio de Ron já teria.

Cedo demais na visão de Gina, Harry veio entrando no restaurante.

– E aí cara?– Harry cumprimentou Ron primeiro, levando a mão para fazer o toque especial dos dois, mas ele não retribuiu. Em vez disso, disse a ele secamente:

– Senta.

– Oi Gi.– Harry acenou pra Gina ao se sentar ao lado dela, segurando para não beijá-la.

– Pode parar com o teatro, Harry, ele sabe sobre nós.– Gina falou, se aconchegando em Harry.

Harry olhou nervoso para o irmão e melhor amigo, esperando o soco, e vendo que Ron não o atacaria, passou seu braço pelas costas de Gina.

– Oh céus. Como descobriu?– ele olhou pra Gina, preocupado.

– Trouxe ele aqui hoje pra contar a ele, mas ele já sabia antes.

Ron assentiu.

– Rony, eu não...

Ron o cortou.

– Não me interessa como se apaixonaram. Gina, conte logo o que você veio me contar.

Harry olhou a ruiva, que estava a ponto de desmaiar de nervoso.

Gina virou o rosto dele pra si, e segurou na mão dele que estava acima da mesa.

– Estou esperando um filho seu.

Harry gargalhou.

– Gi, meu bem, vamos falar sério, tá bem tarde já, tô cansado. O que tem pra me dizer?

Ron bufou, e ao ver que Gina não ria, Harry se recostou no banco, fechando os olhos.

– Tem certeza disso Gina? Isso é muito sério!– ele murmurou desesperado, agarrando os próprios cabelos.

– Acha que não sei que é sério? Por que acha que traria Ron aqui pra brincar com isso?– disse irritada.

– Mamãe vai nos matar! Aliás, nessas condições ela é ao mesmo tempo minha mãe e minha sogra!– ele constatou desesperado.

Rony riu e completou, enquanto comia:

– Faltou dizer que papai é seu sogro.

O moreno deixou cair a batata frita que nervosamente colocava na boca.

Harry parecia ter perdido o chão, e Gina as forças, olhando para o nada. Quando Harry pareceu ter recuperado a fala, ele se dirigiu ao irmão:

– Ron, eu amo sua irmã, e já tinha planos de me casar com ela. – E olhando para Gina– Tem uma prova do nosso amor aí dentro, e vou dar a minha vida pra proteger vocês, meu amor.

Ronald deu um meio sorriso. Embora preocupado com a reação que os pais poderiam ter, ele estava feliz pela irmã ter encontrado alguém para amar, coisa que ele, com três anos a mais não tinha conseguido.

E inconscientemente seus pensamentos se voltaram pra morena que estava mais cedo em seu consultório. Hermione Granger também disse que tinha sido estragada para o amor... Quanta semelhança com ele mesmo... ambos pegaram os ex na cama com outra pessoa. Mas ao menos ele não fora humilhado em público...

Sacudiu a cabeça e voltou sua atenção a Harry, que tinha a mão na barriga da Gina, e os rostos próximos.

– Bem, vamos, antes que vocês se beijem na minha frente. Não sei se aguentaria isso. – ele disse já se levantando.

– Espera, Ron, não vamos contar nada hoje ainda. Estou exausta...

Ron assentiu.

– Vou dar a vocês até domingo. A festa do Percy é no sábado, e vai amanhecer todo mundo lá no domingo.

Harry coçou a nuca preocupado.

– Bom, então tenho 3 dias pra procurar um apartamento... Na certa vão me expulsar de casa.

Ron deu de ombros mas Gina o beijou no canto dos lábios.

– Não se preocupe antes de acontecer.

Entre o problema da irmã e o problema do impacto da voz e da fala de Hermione sobre ele, Ron voltou pra casa mais aflito que nunca por uma boa noite de sono e paz em casa, paz essa que, agora sabia, não tardaria a acabar.

 


Notas Finais


Hehehehe
Eu disse que vinha granada por aí, e veio. E capítulo que vem, uma bomba atômica.
Até sabado


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