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História Love me like you do -Romione - Coincidências e consequências


Escrita por: Dralrs

Notas do Autor


Oi queridos!!
Curtindo o sabadão?
Olha eu aqui de novo...
Estamos entrando na segunda fase da nossa história.
Tenho tanto a dizer pra voces sobre esse capítulo...
Mas vou fazer isso nas notas finais. Deliciem-se!

Capítulo 6 - Coincidências e consequências


Fanfic / Fanfiction Love me like you do -Romione - Coincidências e consequências

LMLYD- cap 6- Coincidências e consequências

Hermione desceu aquele elevador sentindo que que sua mente explodiria a qualquer momento. De um lado, o alívio de compartilhar com o terapeuta seu maior segredo. Do outro, a intrigante sensação de bem estar de ouvir o ruivo misterioso e principalmente, a pergunta que mais rondava sua cabeça: porque tinha a sensação de conhecê-lo de algum lugar? Porque seu subconsciente lhe insistia em dizer que já ouvira a voz do ruivo antes?

“Como ele conseguiu, sem falar quase nada, me fazer confiar nele a ponto de eu despejar tudo sobre meu passado? Que espécie de mágica ele tem pra me induzir a revelar um passado tão sombrio com meia dúzia de palavras?”

A mágica da transferência. A confiança do paciente no terapeuta, que permitia que o profissional acessasse seu subconsciente e nele intervisse, pilar no tratamento psicanalítico.

Ao chegar em casa, já não chorava. Parecia ter deixado toda a dor lá no consultório do Dr Weasley.

Abriu a porta e se deparou com Luna Lovegood dormindo no colo de Neville, também adormecido.

Mione sorriu com aqueles dois apaixonados e entrou sorrateiramente, indo até seu quarto, onde se jogou na cama decidida a desistir de desvendar o mistério por trás do que chamou de  ‘método Weasley de psicanálise'.

Não demorou a adormecer, e pela primeira vez em semanas entrou num sono tão profundo que nem sonhos teve.

Enquanto isso, preso num engarrafamento noutro canto de Ottawa, um ruivo voltava pra casa perturbado. Não haviam palavras suficientes para expressar a dor de Rony quando deixou o consultório aquele dia. Poucos casos na carreira dele tinham o  feito sentir uma contratransferência tão forte.

– Meu Deus, que passado... Ela é uma mulher forte demais para ter aguentado isso tudo durante tantos anos...– Ele pensava alto dentro do carro, enxugando as lágrimas que insistiam em cair dos seus olhos.

Ronald simplesmente não conseguia parar de pensar na jovem estudante de direito. A paciente havia transferido para ele toda a dor. E então, surpreendendo até a si mesmo, um assomo de raiva passou novamente por ele quando pensou no homem que quase adotara Hermione ; quis socar o volante.

– Ela tem a idade da minha irmã... Oito anos, apenas uma criança órfã... Que monstro é esse?

E então pensou em Draco Malfoy.

— Desgraçado... outro que precisa de uma aula de como tratar e respeitar uma mulher... Uma garota tão forte e aparentemente doce como Hermione...

Esgotado com o peso daquelas revelações, o ruivo murmurou apressadamente um oi para Harry, que tinha ido visitar Gina ( Harry havia decidido se mudar mesmo Arthur não tendo o expulsado), e subiu para seu quarto, sem sequer cumprimentar os outros.

Foi direto para o chuveiro esfriar a cabeça. Mas foi tolice pensar que seu cérebro se desligaria tão facilmente. Duas horas depois, mesmo com os headfones nos ouvidos entoando rock na altura máxima, seus pensamentos continuavam a girar em torno da paciente misteriosa. E ele então imaginou uma criança perdida e isolada num orfanato, exceto por um amigo. Ron procurou na sua mente qual o nome do garoto do orfanato, mas a lembrança não veio, concluindo que certamente Hermione omitira o nome do amigo.

– Bom, agora vou precisar estudar a fundo seu caso, Srta Granger. – o ruivo estava deitado na sua cama, encarando o teto. –Meu primeiro caso de trauma sexual... Não pensei que seria tão difícil.

E ali, sabendo que não dormiria, esticou os braços para se alongar e levantou, indo direto até sua estante para começar a pensar em como ajudar a moça dona da voz que mais mexia com ele. E antes sequer que abrisse o livro Ronald tentou, inutilmente, imaginar o rosto de Hermione.

Ela o estava tirando do juízo, o que só fez piorar com o passar dos dias.

No fundo, por mais que não quisesse admitir, sabia que aguardava com ansiedade a quarta feira seguinte para enfim poder dar um rosto àquela que domava seus pensamentos do raiar ao entardecer.

Só não sabia, nem poderia saber, que o destino daria uma mãozinha e o jogaria de frente para ela alguns dias antes do previsto.

...

 

– Bom dia mãe, bom dia Gi!

– Bom dia, querido.– Molly respondeu já colocando torradas na frente dele.

Gina olhou feio para o irmão e não respondeu.

– Que foi ? O que eu fiz?– Ron perguntou rindo.

– Nada, você não fez nada. É o Harry, que desapareceu justo hoje! Já era pra ele estar aqui, tomando café, o bendito apartamento é aqui do lado!

Ron revirou os olhos.

– Gina, são 6:30 da manhã. A feira não começa só 8h? Pra quê a pressa...

– Eu sou da organização. Os estandes estão montados mas sempre sobra coisas de última hora, e tenho que estar lá daqui uma hora!

– Se acalme, querida. Não faz bem para seu bebê.

Gina fez bico mas não respondeu, o que teria feito Ron rir não fosse a grande quantidade de panqueca que tinha na boca.

Nesse momento, ouviram a porta da sala abrir.

–Ah, veja, aí vem ele.

O moreno vinha chegando na cozinha, e Gina imediatamente correu para abraçá-lo.

– Bom dia amor. Desculpa a demora. – sussurrou retribuindo o abraço.

– Tudo bem, tá cedo ainda!– Gina disse, voltando a se sentar e puxando a cadeira pra Harry se sentar ao lado dela.

Molly e Ron se entreolharam sorrindo. Gina agia como se não estivesse surtando segundos antes.

– Você vai com a gente, né Rony?

O ruivo resmungou. Não estava com a menor vontade de ir, mas achou perigoso contrariar Gina considerando o olhar ameaçador que ela lhe dava. Harry por outro lado suplicava com o olhar que ele fosse para ter companhia.

Acabou de engolir o que tinha na boca e respondeu:

– Vou, Gina, vou só dar uma corrida antes, voltar pra tomar um banho e lá pras 9 apareço lá.– respondeu de má vontade.

Estava pretendendo estudar depois da corrida, mas não teria como escapar da tal feita de literatura inglesa promovida pela turma de Gina.

Com a mente cheia, terminou o café e enquanto Harry levava a noiva pra universidade, Ron saia pra corrida habitual. Pretendia limpar sua mente das duas grandes questões que precisava resolver: a proposta do prof Phelps para se tornar professor da universidade cujo prazo pra resposta se esgotaria no dia seguinte, e o difícil caso de Hermione Granger. Irritado que a mulher não saísse de sua cabeça, aumentou o volume da música que escutava no fone de ouvido, se forçando a prestar atenção na canção e acelerando o ritmo da corrida.

Até funcionou por um tempo, e ele então aproveitou para se decidir sobre o possível novo emprego. Dar aula significaria reorganizar sua agenda de atendimentos, isso o desanimava. Mas então se lembrou dos aplausos recebidos no dia da palestra, e na confiança que o professor demonstrara nele... Queria tanto dar aula... mas estava com medo.  

Não deixe o medo tirar de você mais do que já tirou, Ronald...- uma voz veio à sua cabeça.

Tomou uma respiração mais funda e acelerou até a porta de casa. E ao cruzar o portão estava  satisfeito com a decisão que tomara: seria professor da Carleton. Estava na hora de enfrentar um desafio novo.

...

– Você devia ir. Não é a doida dos romances ingleses? – Luna questionou a amiga enquanto se espreguiçava no sofá, ainda de pijamas.

Hermione estava tomando uma xícara de café, já quase esfriando, o pensamento longe.

– Amiga, você sabe que estou evitando ir na faculdade a não ser quando for estritamente necessário...

– Mi, quase ninguém na Letras te conhece. Aceita o convite da tal irmã do psicanalista bonitão!

– Ei! – protestou Hermione– não disse que ele era bonitão, só disse que parecia ser um homem jovem.– disse corando ao se lembrar do sonho que tivera com o homem que sequer conhecia o rosto.

Luna gargalhou.

– E você conhece quantos ruivos feios?

Mione sorriu, negando com a cabeça.

– Vai lá Mione, de uma volta naqueles estandes. Eu sei que você ama isso.

Mione bufou, frustrada por não conseguir pensar em nenhuma desculpa a mais, fazendo Luna sorrir vitoriosa.

–  Tchau!- Luna murmurou sonolenta alguns minutos depois, quando Hermione já havia se arrumado para ir à exposição de literatura inglesa.

– Só aquela maluquinha pra me fazer sair de casa sábado... mas bem, ela tem razão. Quase ninguém me conhece na Letras, e eu prometi à Gina que iria de toda forma. Seria feio não aparecer mesmo que pra parabenizar a organização...– Mione pensava, tamborilando os dedos no volante.

O telefone tocou, mas Hermione não quis atender os pais naquele momento. Retornaria a ligação mais tarde. Naquele momento, já que havia conseguido finalmente sair de casa, deciciu que se desligaria um pouco de todos e curtiria o dia na sua própria companhia. Era preciso, ela pensou, redescobrir como se divertir sozinha que nem fazia antes do ‘maldito Malfoy' traí-la e humilhá-la.

Hermione desceu do carro e não pôde deixar de notar que a exposição estava lotada. Logo na entrada, um folder exibia a frase ilustre:

“A real razão continua inescrutável – a leitura nos dá prazer. É um prazer complexo e um prazer difícil; varia de época para época e de livro para livro. Mas ele é suficiente. Na verdade, o prazer é tão grande que não se pode ter dúvidas de que sem ele o mundo seria um lugar muito diferente e muito inferior ao que é. Ler mudou, muda e continuará mudando o mundo.“– Virgínia Woolf(1882-1941)

Mione sorriu. Tão verdadeiro...

Entrou e um verdadeiro paraíso se abriu diante dos olhos curiosos da morena. A exposição estava montada segundo uma linha do tempo.

A exposição começava na Londres do século XIV, representada na literatura por Geoffrey Chauser, escritor dos famosos Contos de Canterbury.  Cópias de suas obras eram expostas em vitrines enquanto um estudante falava sobre o escritor, mostrando pinturas dele na época e ressaltando as polêmicas que seu texto provocava.

A seguir, ela seguiu para o estande que falava da vida e da arte de Thomas More. Hermione ouviu encantada a biografia do homem. Não tinha conhecimento sobre a literatura inglesa em séculos tão distantes, e estava realmente se divertindo. Depois, uma encenação de ‘Rei Arthur e os cavaleiros da Távola redonda’ atraía o público enquanto uma projeção mostrava curiosidades de Thomas Malory.

E assim Hermione foi passando por Shakespeare, que tinha um corredor inteiro falando de suas obras, e duas crianças vestidas de Romeu e Julieta entoavam trechos da obra, arrancando sorrisos da morena.

Quase no fim da linha temporal, Hermione finalmente encontrou Gina Weasley, a irmã de seu misterioso terapeuta, no estande de sua autora preferida, Jane Austen.

– Finalmente, achei que não viria mais!– a ruiva foi até ela assim que ela se aproximou, abraçando-a.

– Não poderia deixar de vir. Está incrível. Muito obrigada pelo convite.

Gina olhou para ela com gratidão.

– Fico feliz que tenha gostado. Estou uma pilha de nervos... E como você está?

Mione deu um meio sorriso.

– Bem melhor, graças a seu irmão. Ainda está difícil, dolorido, mas o Dr Weasley já me ajudou muito, mais do que ele possa imaginar.

A ruiva sorriu.

– Ele é ótimo, mas nesse momento eu quero enforcá-lo!

– Por quê?– perguntou curiosa.

– Ele chegou atrasado, tirou Harry do meu lado para conversar alguma coisa, e agora os dois sumiram nesse mar de gente!

O coração da morena disparou. Então ele estava ali, no mesmo lugar que ela... O homem que andara frequentando seus sonhos.

Mione então riu para despistar sua ansiedade em saber que conheceria Ronald em 3 dias e em saber que poderia até vê-lo e reconhecê-lo entre os vários rostos da multidão, embora soubesse que isso seria muito difícil, já que só conhecia suas costas.

– Não se preocupe, daqui a pouco eles aparecem. Bom, eu vou continuar na linha do tempo. Tá incrível demais, parabéns!

— Obrigada linda!– Gina abraçou a amiga, que retribuiu meio sem jeito.– Aqui, vou deixar com você meu telefone.

Mione aceitou o cartão, surpresa, e seguiu então para ver o restante da exposição, enquanto levava na mão alguns panfletos que estavam sendo distribuídos. Distraída, olhando para o lado, não viu quando um homem ruivo se aproximava, andando apressado em meio à exposição abarrotada de gente.

O esbarrão fez que os panfletos caíssem e os dois instantaneamente se abaixassem para recolher.

– Desculpe!– os dois disseram juntos, e nesse momento um arrepio passou pelo corpo dos dois.

“É ela!”

“É ele!”

Os braços se tocaram levemente quando levaram a mão para pegar o mesmo panfleto, disparando o coração de Ronald de uma maneira que parecia que sairia do peito, enquanto Hermione sequer pensava agora em recolher os panfletos mas em gravar na mente cada detalhe da mão firme do seu terapeuta.

– Desculpe, Sr, estava distraída. – sorriu sem graça enquanto empilhava de novo alguns panfletos. A vontade de olhar para ele era enorme, mas se conteve e tentou ignorar o seu subconsciente que avaliava o toque do ruivo sob sua pele.

– Eu que peço desculpas. Eu também estava viajando...– ele disse constrangido. Impulsivamente chegou a levantar um pouco o olhar, mas só o que vou foi um cabelo cacheado, caindo à frente do rosto.

Sacudindo a cabeça e sabendo que era contra as regras, se conteve e continuou a olhar para baixo para ajudar a arrumar a bagunça que ele provocara.

– Obrigada!

– Não foi nada.

Relutante, por saber que o toque era algo complicado, Ron estendeu a mão para a morena, que depois de alguma indecisão aceitou o cumprimento.

– Tchau!– disseram juntos.

Sem coragem entretanto de levantarem o olhar, Mione arranjou nos braços a pilha de panfletos, e olhando para o chão e saiu constrangida, enquanto Ronald estava paralisado. Vira brevemente o rosto envergonhado de Hermione, mas sequer conseguiu ver os olhos. Reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Era ela, a morena que tinha um passado doloroso e que Ronald deveria ajudar.

– É muita coincidência... Será que me reconheceu? – o ruivo pensou alto, extremamente perturbado com o esbarrão e com o efeito da mão dela sob a dele. O arrepio quando os dois se tocaram, e depois novamente quando ele estendeu a mão para cumprimentá-la...

A contratransferência que experimentava perto de Hermione estava começando a assustá-lo. Estava envolvido demais com ela...

Nem percebeu quando chegou até Gina.

– Finalmente!– a irmã lhe recebeu com um tapa no ombro.– Quer me dizer onde estava? Harry chegou dez minutos atrás!

– Onde você tava, cara? Saímos juntos da lanchonete e do nada não te vi mais!– Harry perguntou ao cunhado.

Ron sacudiu a cabeça e se forçou a prestar atenção nos dois.

– Me perdi– deu a desculpa mais esfarrapada em que conseguiu pensar.

– Sei...– Gina disse com uma risadinha descrente. – Sabe quem estava aqui agora a pouco?

Ele fez que não, enquanto enxugava a testa com as costas da mão e levantava as mangas da camisa.

– Sua paciente, Hermione. Ela parece bem melhor...

Ronald sentiu uma pancada atingí-lo.

– Vocês se conhecem?– perguntou tentando esconder a urgência na voz.

– Sim. A vi naquele dia em que fiquei te esperando depois do trabalho. Vi que ela era fã de literatura inglesa e começamos a conversar. Aí a chamei para vir na exposição. Nos tornamos amigas. Acabei de pegar o telefone dela e passar o meu.

– Ah sim.– murmurou tentando parecer desinteressado, quando na verdade seu coração estava disparado.

– Ela está gostando de você.– Gina comentou e Ronald cuspiu a coca cola que tinha na boca, se engasgando.

– Ela disse isso?– perguntou rouco, com lágrimas nos olhos provocados pela tosse.

– Sim, ela tá gostando muito da terapia, disse que tá tudo mais leve.

Muito mais aliviado, o ruivo assentiu.

– Ah sim. Fizemos um progresso enorme essa semana.– disse distraído.

– Achou que era outra coisa né?– Harry sussurrou no ouvido do amigo, dando um tapa nos ombros dele.

– Não viaja cara, Hermione Granger é apenas minha paciente.

Gina riu alto.

– Eu shippo! Né amor?– Gina perguntou a Harry, que de repente ficara pálido.– Harry, que foi?

– Ronald, como disse que é o sobrenome da Hermione que é sua paciente?

– Granger, por quê?

O moreno passou a mão pelos cabelos negros, e uma lágrima brotou dos seus olhos. Depois de tanto tempo havia encontrado a amiga de infância.

– Não pode ser... É muita coincidência.

– O que é coincidência? – Gina perguntou confusa a Harry enquanto se abraçava a ele.

– Lembra do dia que nós nos conhecemos? Havia uma menina comigo, minha amiga do orfanato. Ela foi adotada por um casal, chamado Granger, no dia que vocês foram me buscar. Ainda lembro como se fosse hoje de nós dois nos cumprimentando pela última vez.

– Harry, Hermione, venham à minha sala, queridos.– Minerva McGonagall os chamou docemente, assustando-os.

Os dois se foram, andando devagarinho, e cochichando:

“O que a gente fez de errado?”

“Nada! Mas tem algo estranho. Ela geralmente grita. E agora deu até um sorrisinho pra gente!”

“Muito estranho mesmo... ai, eu tô com medo, Harry!”

O moreno dá a mão à garota.

“Não se preocupe, tô com você! Se ela brigar eu te defendo!”

Mione se assusta com o toque dele, sentindo sua respiração entalar, mas fica sem graça de soltar e magoar o amigo. Afinal, ele não sabia que ela não suportava ser tocada.

Quando eles chegam à sala da diretora ele a soltou, mas instintivamente se colocou à frente dela, como um escudo.

– Hermione, Harry, temos uma ótima notícia pra vocês! Os dois serão adotados!

– Vamos ser irmãos?!– Mione perguntou animada pra diretora, cujos olhos instantaneamente se encheram de lágrimas.

Minerva deu a volta na mesa, abraçou forte os dois, e olhou de um pra outro ao responder:

– Infelizmente não, querida. A família Weasley adotou Harry, e a família Granger adotou você.

Harry e Hermione se olharam já chorando, e se abraçaram forte.

Uma vez mais calmos, os dois foram aos quartos pegar suas coisas antes de se encontrarem com os futuros pais, mas antes de cada um entrar num dormitório, se despediram:

– Ei, Mione, muito obrigado por tudo. Foi maravilhoso ter alguém pra brincar e conversar.

– Eu que agradeço, Harry. Sabe, você é meu único amigo. Vai fazer muita falta. Não consigo conversar com mais ninguém...

– Você também vai fazer falta todos os dias, mas vou te pedir uma coisa:  tenta fazer amigos onde está indo. Agora, te faço uma promessa: eu não vou esquecer de você, e se nos encontrarmos de novo algum dia pode apostar que já serei um delegado famoso.

A menina riu, e Harry ficou satisfeito de conseguir fazer a amiga sorrir um pouco.

– Bem, temos que ir. Adeus Harry!– Mione acenou, e Harry deu um rápido abraço nela.

– Adeus Hermione!– disse ao se soltar e ficou observando uma última vez os cabelos castanhos cacheados se afastarem a passos largos e firmes.

Então a ficha de Ronald caiu.

Ele e Hermione já haviam se encontrado anos antes, naquele orfanato.  A garotinha tímida dos cabelos castanhos, que saiu pouco depois. Claro, era Harry o amigo do orfanato, o único com quem ela conseguia conversar e brincar depois da sua trágica experiência com os Mason...

A cabeça de Ronald agora fervilhava com a descoberta.

– Ela me falou de um garoto do orfanato, seu único amigo. Mas nem cogitei que poderia ser você. Ela andou se perguntando onde você estava...

– Aí, Gina. Você disse que tem o telefone dela. Porque não combinamos um reencontro depois de todos esses anos?

– Claro!

– Não.– Ron foi firme. – Srta Granger está passando por um momento frágil demais. Temos que abordar tudo com calma. Deixe que eu trabalhe primeiro as outras questões dela. E então no momento certo eu abordo novamente o assunto do orfanato.

Gina bufou impaciente, mas nada disse.

– Tudo bem– Harry falou por fim, extremamente emocionado. – vou aguardar até que ela esteja pronta.

Horas mais tarde, quando Gina finalmente conseguiu ir embora, Ron dirigiu para casa sem sequer reparar o caminho que fazia.

O encontro inesperado com sua paciente, o toque acidental dos braços, depois o aperto de mão que ele impulsivamente incentivara, e o fato de quase ter visto seu rosto. Tudo isso rondava a mente de Ronald, ainda que tivesse tentado de todas as formas esquecer o incidente.

Se por um lado estava preocupado com a forma como a mulher o afetava, por outro vibrava por ela não ter recusado o aperto de mão, nem ter aparentado tensão por ter que fazer isso, mas apenas timidez, o que indicava progressos. Afinal, ela havia sido bem clara nas primeiras sessões que se incomodava com o menor contato com desconhecidos.

“Mas você não é um desconhecido...” - disse uma vozinha em sua cabeça. Isso trazia de volta a questão: teria sido reconhecido pela voz?

Estava se sentindo ainda mais ligado a ela agora, que havia experimentado o contato de sua pele macia com a dele.

‘Eu vou precisar me afastar um pouco dela, estou envolvido demais na história dela...”, pensou enquanto estacionava. 

Entrou em casa decidido a desmarcar todas as consultas da próxima quarta-feira. Chegou mesmo a discar o número da secretaria, mas desligou.

– Não seja ridículo, você é um profissional e ela apenas uma jovem que precisa de ajuda, Ron, aja como tal! – se repreendeu e se recolheu no quarto mais cedo aquela noite, procurando reestruturar o equilíbrio que aparentemente havia perdido.


Notas Finais


Eu simplesmente me diverti horrores escrevendo esse capitulo, e ele marca o pontapé inicial do relacionamento Romione.
É destino... você e suas pegadinhas, jogando um em cima do outro antes do previsto kkkkkk
O clichê do esbarrão, das mãos se tocando sem querer, os dois com medo de se olharem, mas querendo dar uma espiada um no outro mais que tudo... tão singela a relação desses dois...
Na semana que vem eles não escapam, vão ter que se perder nos olhos um do outro... e eu mal posso esperar para mostrar isso.
E então, temos Harry e Ron descobrindo que Hermione era a garota do orfanato. Não vou negar que meu coração deu uma doida de escrever o flashback e imaginar os dois se despedindo no orfanato...
Enfim, já viram que emoção não falta nos proximos caps né?
Até breve!!


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