História Love Or Kill - I got to heaven?

- Você tem certeza que não quer que eu mande outra pessoa fazer isso Megan?- Ele perguntou receoso e eu bufei.

- Qual é Stiller? Instinto materno?- Falei rindo e ele revirou os olhos.

- Não é isso, só que esses caras são profissionais e não deputados de 60 anos.- Falou e eu engoli seco.

- E eu sou amadora?- Perguntei rancorosa e ele suspirou.

- Não Meg, só não quero te colocar em risco, mas se você insiste tudo bem.- Falou levantando as mãos em sinal de rendimento.

- Vai ficar tudo bem.- Eu disse sorrindo para ele.

(...)

- O Bieber é um playboy ladrão metido a besta, tem 26 anos e atua como traficante de drogas desde os 13. O cara é esperto, pegar ele não é fácil, ele é muito conhecido também, o maior vendedor da região, só faz negócios com gente grande, os caras dele são fortemente treinados, Megan todo cuidado é pouco, você não foi treinada para isso, espero que saiba o que está fazendo.- Stiller disse enquanto eu degustava meu café com chantilly, olhei para ele atenciosa em tudo que ele dizia, eu realmente nunca fui treinada para isso, mas tudo tem uma primeira vez.

- Ok, estou pronta. Mande buscar as armas.- Falei levantando da cadeira e calçando minhas botas pretas de couro enquanto Stiller olhava atenciosamente cada passo meu.

- Boa sorte.- Falou me puxando para um abraço.

- Esse Bieber é um babaca, vou acabar com ele Stiller.- Falei o abraçando de volta.

(...)

“- Tudo pronto para a senhora.”- O homem com a voz rouca no radio disse e eu suspirei fundo, essa era a hora, não dava mais pra voltar atrás e nem pedir arrego, eu tinha que ir lá e mostrar com quem ele havia se metido... Me ajeitei no banco do carro e coloquei o cinto, virei a chave e senti o motor roncar, fechei os olhos aproveitando essa sensação gostosa do barulho do motor e relaxei no banco. Estava na hora, eu já estava pronta.

(...)

Desci do carro olhando para os caminhões carregados de cocaína tombados em minha frente, sem duvidas sozinha eu não teria conseguido. Corri até um dos carros pretos estacionados atrás do meu e ordenei que eles levassem os caminhões para o meu galpão antes que alguém visse nossa festinha.

- Sejam discretos e limpem a bagunça depois.- Ordenei e fui caminhando de volta para o meu carro, o serviço estava feito. Não era tão difícil assim. Disquei o numero do Stiller e esperei ele atender.

- Tudo bem?- Perguntou com um tom preocupado.

- Terminamos por aqui.- Eu disse ligando o carro e saindo da estrada de barro em direção a avenida local.

- Ok, parabéns, volte logo pra cá!- Falou e de imediato desligou a ligação sem me dar chance de dizer nada. Eu podia sentir a adrenalina se esvaziando das minhas correntes sanguíneas e a sensação de vitoria chegando, minha barriga roncou e eu revirei os olhos, vou parar em um café antes de ir encontrar Stiller.

(...)

- Stiller?- Cheguei e joguei minha bolsa em cima do sofá branco de couro, a casa estava vazia e as luzes apagadas, fui caminhando devagar em direção ao meu quarto, Stiller deveria estar aqui a minha espera, fiquei com medo de que alguém tivesse invadido o apartamento, mas na porta não haviam marcas de arrombamento. Entrei no quarto devagar e liguei a luz me deparando com Stiller de toalha sentado na cama apoiando o rosto nas mãos, levei um puta susto e dei um pulo para trás.

- Você está bem Stiller?- Perguntei ignorando o fato dele estar de toalha no meu quarto.

- Na verdade não.- Ele disse seco e eu dei um passo a frente me aproximando. Seu tom me deixou preocupada.

- O que houve aqui?- Perguntei me sentando ao seu lado e ele suspirou.

- Eu tentei esconder mas não quero mais Megan, já ficou na cara mas você ainda não se tocou.- Ele disse amargurado e eu engoli seco. O que eu havia feito de errado?

- O que eu fiz Stiller?- Perguntei com medo e ele riu.

- Não querida, você não fez nada, esse é o problema.- Ele disse segurando meu rosto e aproximando nossos corpos, senti seu calor violar o algodão dos meus trajes e suspirei fundo.

- O que você está dizendo?- Falei em um fio de voz e ele mordeu o lábio.

- Eu amo você Megan.- Foi como uma pancada na cabeça, me sentia pisando em nuvens, minhas mãos formigavam e eu estava a um passo do abismo. Soltei o ar quando percebi que já o estava prendendo a muito tempo. Fui surpreendida quando ele avançou e me beijou, uma onda de energia passará por entre minhas terminações nervosas e minha cabeça latejava conforme o beijo continuava. Me sentia cometendo um suicídio, era como se fosse algo premeditado, como se todos soubessem que ia acontecer, menos eu. Eu com a minha consciência sabia que aquilo iria machuca-lo depois, eu não o amo, não desse jeito. Mas mesmo contra minha vontade eu retribui seu beijo e tudo o que veio a partir dele. Nos despimos, o apartamento estava silencioso e a única coisa que se escutava era o barulho das nossas respirações freneticamente descompensadas, eu podia sentir seu coração batendo fortemente em seu peito que agora estava grudado ao meu, meus pulmões imploravam por ar e eu já estava exausta quando escutei algo que implorei para que não tivesse sido dito realmente.

- A Savanah...- Dei um pulo da cama jogando Stiller no chão e parti para cima dele embrulhada em lagrimas e ele me olhava assustado. Chutei sua perna  e o xinguei de todos os nomes ofensivos dos quais eu me lembrava na hora.

- Como pode achar que algum dia poderá amar alguém se você sequer esqueceu essa mulher?- Gritei jogando um vaso de porcelana nele.

- Me perdoe Meg, não foi por querer, me perdo...- Falou enquanto tentava se esquivar das coisas que eu arremessava nele. Minha raiva era tanta que eu mal conseguia escutar o que ele dizia. Um sentimento ruim e triste foi me invadindo conforme a raiva passava, eu já não tinha forças para brigar com Stiller, eu só queria que ele sumisse da minha vida.

- Megan por favor.- Ele suplicava aos meus pés e eu o olhava com indiferença.

- Vá embora da minha casa, suma da minha vida, eu não preciso mais de você!- Falei me vestindo e ele me olhou incrédulo.

- Então era isso o que eu significava para você? Um objeto particular para ser bem sucedida na vida?- Perguntou rancoroso e eu ri.

- Quase isso.- Falei grosseira.

- Megan, por favor, eu te amo...- Falou com a voz embargada de choro e eu deixei escapar uma lagrima.

- Vá embora, por favor...- Falei me sentando na cama e deixando as lagrimas molharem minhas pernas nuas. A ultima pessoa que eu queria ver agora, era ele. Me levantei e sequei as lagrimas, minha cabeça rodava e eu me sentia como a dois anos atrás, parecia que eu tinha levado uma surra. Eu estava um caco, me olhei em frente ao espelho e me senti um lixo, arranquei minha roupa e vesti um short e uma regata do time de beisebol local, calcei meus chinelos e sai em direção ao ponto de ônibus, o relógio marcava 04:00 da manhã e meus olhos roxos e marcados pelo choro denunciavam minha falta de sono. O ônibus me deixou na orla da praia mais próxima, tirei os chinelos e arranquei a blusa e o short, ficando só de roupa intima e fui caminhando em direção ao mar, cada passo em direção a água fazia eu me sentir mais limpa, era como estar descarregando um litro de sujeira debaixo de um chuveiro com jato potente. Cheguei na areia molhada e fui caminhando mais devagar, a água já tocava a ponta dos meus dedos e a gélida sensação me despertava do meu estado vegetativo, continuei a caminhar até quando a água tocou meu umbigo, me joguei nas ondas permitindo que elas me lavassem por inteira, senti um peso sair de minhas costas, uma sensação enorme de alivio e paz me invadia, o fôlego estava acabando e meus pulmões já pediam por ar mas minhas pernas não respondiam aos meus comandos, era como estar em coma, comecei a sentir a água salgada invadir meus pulmões e aquela sensação desesperadora de afogamento me amedrontou, era como se meu sistema operacional estivesse dormindo, comecei então a tentar me mexer mas foi em vão, minha visão estava ficando turva e eu já havia engolido água o suficiente para desmaiar, então senti mãos firmes me puxando para a superfície e a ultima coisa que vi foi um homem forte de cabelos loiros e olhos cor de mel me carregando para fora da água. Já cheguei ao paraíso?