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História Love or not Love ? - XXx


Escrita por: EuSemideus

Notas do Autor


Bem pessoal, esse eh o último... Estou meio em choque ainda com isso, mas vou superar. Acho q meu único consolo eh o epílogo. Mas, voltando ao cap, espero q vcs gostem.

Capítulo 31 - XXx


XXX

Annabeth

O barulho dos passos estavam prestes a enlouquecer Annabeth. Ela olhava para o marido, que, naquele momento, mais parecia um leão enjaulado do que um médico em sua própria sala.

Eles estavam no hospital. No Alfa, especificamente. Aproveitando que ela estava de folga, Percy arrastara-a para lá, logo depois de deixarem Mel na escola, no intuito de fazer-lhe um exame de sangue. Este, naquele momento, já havia sido realizado e ambos esperavam o resultado.

Desde que haviam entrado naquela sala, Percy simplesmente não tinha parado quieto. Mexera no computador, conferira alguns papéis, abrira o frigobar debaixo de sua mesa pelo menos dez vezes e então passara a andar de um lado para o outro, como fazia naquele momento.

O nervosismo dele estava começando a afeta-la. Não imaginou que pudesse ser algo grave a ponto de ele ficar tão preocupado. Aos poucos a loira sentiu seu coração apertar e o estômago embrulhar. Agarrou seu pingente em forma de coração e fechou os olhos, pedindo a Deus que tudo ficasse bem.

Annabeth notou que os passos de Percy cessaram. Sentiu uma mão sobre a sua que agarrava o colar e outra em seu rosto. Levantou as pálpebras lentamente e fitou-o. Seu marido sorria fracamente e jazia sentado em uma cadeira a sua frente.

– Não precisa ficar tão nervosa - ele avisou, acariciando seu rosto.

– Eu não estava, mas você não me ajudou muito a manter esse estado - explicou a loira.

Percy suspirou e afastou-se um pouco.

– Desculpe-me - pediu ele, passando uma das mãos pelos cabelos - É que só de pensar na remota possibilidade de ser algo sério, eu quase entro em desespero.

Annabeth viu o moreno recostar-se na cadeira, respirar fundo fechando os olhos e, quando abriu-os, sorrir para ela.

– Mas vamos passar o tempo fazendo outra coisa - ele sentenciou - Vamos, me conte algo sobre você que eu não saiba!

A loira o fitou confusa.

– Que você não saiba? - indagou - Que tipo de coisa?

Percy sorria animado.

– Qualquer coisa, desde que seja novidade para mim - ele explicou.

Annabeth vasculhou sua mente em busca de qualquer informação, mas não encontrou nada relevante. Mas, ei, ele não dissera era necessário ter relevância.

– Aprendi a nadar há três anos - contou dando de ombros.

Para sua surpresa, o moreno fitou-a completamente incrédulo.

– Como é?!

A loira confirmou.

– Thalia foi me visitar na Grécia e cismou em ir a praia - disse lembrando-se daquele dia - Como eu disse que não sabia nadar, ela me ensinou.

Percy balançou a cabeça ainda surpreso e sorrindo.

– Bem, acho que agora é a minha vez - ele disse e coçou a parte de trás da cabeça - Fui campeão estadual de natação representado a minha escola, no Ensino Médio.

Foi a vez do queixo de Annabeth cair.

– Você nada?! - perguntou sem acreditar.

Percy riu meio envergonhado.

– Nadava - ele corrigiu - Fiz natação dos 4 aos 18 anos de idade. Ajudava com a asma - ele contou dando de ombros.

Em seguida o moreno sorriu e fitou-a divertido.

– Pronto, agora é a sua vez - anunciou.

Annabeth olhou para o teto, em busca de alguma ideia. Seus dedos brincaram distraidamente com o pingente em seu pescoço, acendendo-lhe uma luz. Bem, talvez já estivesse mesmo na hora de contar aquilo.

– Eu já sabia significado - ela falou olhando para o colar.

Percy franziu o senho.

– Significado do que?

Annabeth sorriu. Nico tinha razão, ele era mesmo um Cabeça de Algas.

– Eu já sabia o significado do colar - ela sorriu, ainda fitando o coração dourado - Mesmo antes de você me contar.

A mulher ouviu seu marido engolir em seco e levantou os olhos para fita-lo. Percy tinha os olhos arregalados e o rosto estava pálido, completamente sem ação.

– Como... - foi a única palavra que ele conseguiu pronunciar.

Annabeth sorriu docemente e segurou a mão do moreno.

– Vovó Lise me contou no dia em que você deu-o para mim - explicou - Ela me parou no corredor dizendo estar aliviado por me ver com o colar e, como eu não entendi o porquê, ela me contou.

A loira desviou os olhos ainda sorrindo e sentiu o rosto esquentar.

– Eu entrei em desespero na época, não sabia o que fazer - admitiu envergonhada, naquele momento tudo aquilo parecia tão bobo para ela - Não sabia direito o que sentia por você e não queria te machucar. Tentei me convencer de que talvez não fosse tão importante para você quando sua avó achava, mas quando me disse que eu fui a primeira a quem tinha dado o colar e seria a única, todo aquele medo voltou.

Annabeth sentiu seus olhos encherem de lágrimas e voltou a fitar Perseu. Ele ainda parecia surpreso, contudo deixava um belo sorriso escapar de seus lábios.

– Então eu liguei para Thalia - continuou a loira, limpando os olhos com a mão livre e sentindo Percy apertar a outra - Ela me perguntou por que eu tinha aceitado namorar com você e, quando eu disse, ela disse que eu estava completamente apaixonada - Annabeth soltou uma risada - No fim, ela estava mesmo certa.

O moreno continuava completamente sem ação, segurando sua mão com firmeza. Quando ele parecia, finalmente, prestes a dizer alguma coisa, a porta se abriu. Percy endireitou-se na cadeira, assim como Annabeth, e virou-se em direção a entrada. Apolo atravessava o batente, logo fechando a sala. Ele carregava um envelope na mão, vestia seu habitual jaleco e tinha uma expressão neutra.

– Aqui está, Percy - disse ele entregando o envelope a seu marido - Espero que não se importe, mas, na autoridade de médico, analisei os resultados.

Perseu levantou-se e fitou Apolo.

– Então, o exame apontou algo?

O loiro assentiu.

– Parabéns! - ele disse sorrindo e virando-se para Annabeth - Você está grávida!

O mundo de Annabeth pareceu parar por alguns segundos. Tudo parecia turvo e um tanto distorcido, como uma pintura de Picasso. Involuntariamente colocou as duas mãos sobre seu ventre, lembrando-se do menino moreno de olhos verdes que constantemente aparecia em seus sonhos. Os olhos encheram de lágrimas. Ele era real. Finalmente ele era real!

A loira fitou Percy, esperando uma reação. Alguma parte de seu cérebro registrou que Apolo deixara a sala, mas ela não se fixou muito isso.

Seu marido estava completamente paralisado, ainda olhando para a porta fechada.

– Percy - chamou com a voz embargada.

O rapaz voltou-se para ela. Seus olhos ainda estavam arregalados e a boca levemente aberta, mas, quando seus olhos focaram a loira, um sorriso sem tamanho tomou seu rosto. Caminhou lentamente na direção da cadeira onde ela estava sentada e agachou-se, aplicando um carinhoso selinho em seus lábios e outro em sua testa. Annabeth sentiu as lágrimas rolarem quando o viu cair de joelhos e tocar sua barriga com as duas mãos, encostando a cabeça nela. A mulher acariciou os cabelos negros, sentindo o gosto salgados das gotas que escorriam de seus olhos.

Annabeth não saberia dizer quanto tempo se passou enquanto eles continuavam naquela mesma posição. Sem aviso, Percy levantou a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos, o rosto manchado pelas lágrimas e o sorriso nos lábios.

– Vovó Lise precisa saber disso - ele disse animado.

Tudo que Annabeth pode fazer, foi rir daquela sentença.

–------------------

A noite dominava Nova York e as luzes da cidade brilhavam no lugar das estrelas, ofuscadas pelas mesmas. Tudo que se podia ver do céu noturno era a lua, cheia, imponente e bela, assumindo seu mais que merecido lugar na escuridão.

Reunidos em um quarto de apartamento, estava a família Jackson. Mel jazia sentada em sua cama, abraçada a Tobias, o antigo ursinho de sua mãe. Já esta estava ao lado da filha, enquanto Percy sentava na poltrona ao lado da cama, onde costumava ler para a pequena.

Annabeth acariciava os cabelos da filha, trançados de lado, assim como os seus. A pequena usava um pijama branco com alguns detalhes em rosa bem claro e olhava curiosa para os pais. Percy também já estava vestido para dormir, com seu short e blusa, ambos verdes bem escuro, enquanto a loira mais velha usava nada mais do que sua típica camisola branca.

– Aconteceu alguma coisa? - perguntou Melany, curiosa para entender o porquê daquela reunião em seu quarto.

Annabeth sorriu, tirando uma mecha de cabelo do rosto da filha.

– Pode se dizer que sim - disse ela.

A pequena fitou a mãe assustada.

– Você ta doente mesmo?! - ela indagou assustada.

Os olhos arregalados e o semblante de puro pavor da filha, fizeram com que Annabeth praticamente cuspisse a resposta. Porém, antes que o fizesse, Percy se pronunciou.

– Mel, sua mãe está bem - garantiu Percy, tomando a atenção da filha - Na verdade, ela está tão saudável, que está grávida.

A menina arregalou os olhos e voltou a fitar Annabeth.

– Tem um bebê na sua barriga? - perguntou Mel - Que nem o Jack estava na barriga da tia Thalia?

Annabeth assentiu sorrindo. Mel continuou olhando para ela e então abaixou a cabeça. A mulher esperava qualquer coisa, menos o que viria a seguir.

– Eu posso ficar com o Tobias? - perguntou a menina, apertando com força o urso-de-pelúcia em seus braços.

Annabeth franziu as sobrancelhas.

– Como?

– Vocês vão pelo menos me visitar? - continuou a garotinha, agora com a voz embargada - É que eu vou sentir muita saudade.

Foi nesse momento que Mel levantou os olhos. O coração de Annabeth apertou e ela quis chorar ao ver a expressão de sofrimento no rosto da filha e as lágrimas grossas rolando por suas bochechas. Sua única reação foi abraça-la. A pequena agarrou-se com força sua camisola e chorou copiosamente, molhando-a.

– Do que você falando, meu amor? - perguntou Annabeth à beira do desespero.

A pequena levantou a cabeça, mostrando o rosto com marcas de choro, tais que fizeram o coração da loira mais velha praticamente se despedaçar.

– Vocês vão me mandar de volta para o orfanato - ela disse em meio aos soluços, porém segura - Agora vocês têm um filho de verdade, não precisam mais de mim.

Annabeth paralisou completamente. Ela realmente acreditava que eles fariam isso!

– Melany Chase Jackson! - a voz de Percy retumbou alta e firme pelo quarto - Nunca mais repita uma coisa dessas!

As duas loiras o fitaram surpresas. O rosto de moreno estava sério. As sobrancelhas franzidas e a boca crispada.

– Nós somos seus pais, nunca te abandonaríamos! - ele disse parecendo bravo - Não interessa se você nasceu da barriga da sua mãe ou não! Nós te escolhemos, você é nossa e nenhum criança vai te substituir ou tomar o seu lugar como nossa filha!

Annabeth sentiu a filha encolher-se em seus braços por conta do tom de voz do pai, ambas nunca tinham visto Percy falar daquela maneira.

O homem abaixou a cabeça e suspirou, passando uma das mãos pelos cabelos.

– Nós te amamos de mais, Mel - admitiu ele quanto voltou a olhar para a menina, já com a voz doce como de costume - Não seríamos capazes de viver sem você.

– Mesmo? - indagou a pequena, ainda entre soluços.

– Mesmo - garantiu Annabeth, apertando-a um pouco mais em seus braços.

Logo Percy também tinha se juntado ao abraço e aos poucos o choro de Melany diminuiu.

– Quanto tempo vai demorar pro meu irmãozinho chegar, mamãe? - perguntou a menina quando já estava mais calma.

Annabeth sorriu e acariciou os cabelos do filha.

– Só um pouquinho.

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Melany

Para Melany aquele "pouquinho" demorou demais. Não que tenha sido ruim. A pequena tivera a oportunidade de acompanhar toda a gravidez da mãe.

Viu a barriga da mulher crescer. Sentiu os primeiros movimentos do bebê, enquanto seu pai, que olhava a cena, chorava discretamente. Desenhou milhares de rostos diferentes na pele de sua mãe, tentando imaginar como seu irmãozinho se pareceria - sim, menino, mesmo antes do exame sua mãe já tinha certeza absoluta disso. Mel sentiu pena daquela mulher que tanto amava quando, no final da gestação, ela só podia dormir sentada e mal podia descer as escadas.

Durante aqueles meses, ouvira muitas coisas a respeito do bebê e si mesma. Seus avós - todos os quatro - tinham ficado eufóricos com a notícia e, quando a viram, avisaram que ele serzinho também seria responsabilidade dela. Como irmã mais velha, ela tinha o dever de protegê-lo. Sua bisa Lise também falou algo parecido. Ela explicou que quando o pequeno nascesse talvez seus pais a deixassem um pouco de lado, mas também afirmou que isso não era porque eles não se importavam, mas porque o bebê precisaria de muitos cuidados. Nem mesmo de uma formiga ele saberia se defender! Assim, Melany também precisaria ajudar a cuidar dele.

Oliver nasceu em uma quarta-feira de sol.

Mel estava na escola. Seu pai dissera que seu irmãozinho poderia nascer a qualquer momento, então ela queria voltar logo para casa para ficar com sua mãe.

Andava de uma lado para o outro no pátio, impaciente, até que alguém colocou a mão em seu ombro. A pequena virou-se e encontrou Piper, mãe de suas amigas Marcia e Eduarda. A mulher sorria para ela e segurava, com a outra mão, um menino de cabelos loiros bem claros e olhos azuis.

– Mel! - exclamou Tyler soltando-se da mãe e abraçando-a.

Melany sorriu e retribuiu o abraço.

– Oi, tia Piper - cumprimentou ainda agarrada ao pequeno.

– Olá - disse a mulher.

Mel sentiu Tyler soltar-se dela e correr em outra direção. Seguiu-o com o olhar e viu que as irmãs do pequeno jaziam paradas, chamando-o.

– Tia, você sabe do meu pai? - ela perguntou - Ele ainda não chegou e ele nunca se atrasa.

Piper sorriu e abaixou-se na altura da menina.

– Mel, seu pai pediu que eu te buscasse - contou ela - Seu irmãozinho está nascendo e ele teve que levar sua mãe para o hospital.

Depois daquilo as memórias da pequena se misturavam um pouco, não lembrava-se de nada com muitos detalhes. Sabia que Piper havia levado-a até o hospital e que, quando chegaram lá, encontraram toda sua família esperando. Não recordava-se de com quem tinha conversado, mas tinha certeza que Connor a abraçara em algum momento e que seu avô Poseidon a pegara no colo.

A pequena só voltava a se lembrar com clareza a partir do momento que já estava em um quarto de hospital. O ambiente era completamente branco. Admitia, não prestara muita atenção no que estava a sua volta. Só focara no pequeno berço e na cama ao lado dele, onde sua mãe, vestida com uma espécie de camisola azul clara, segurava um embrulho nos braços.

– Pode se aproximar, meu amor - disse a mulher.

Mel caminhou vagarosamente e parou ao lado da cama. Esticou-se, ficando na ponta dos pés para ver o pequeno, porém nada conseguiu. Reprimiu uma exclamação de surpresa ao ser erguida por mãos fortes, mas logo notou que não passava de seu pai. Só então pode ver o rosto do bebê.

Em sua opinião, ele parecia muito com Jack quando este nascera. O rostinho era meio enrugado e tinha tufinhos pretos de cabelo na cabeça quase careca. Ele dormia calmamente, parecendo confortável no colo da mãe, segurando com a pequena mão um dos dedos da mesma.

Melany se inclinou e esticou o braço, tocando os pezinhos cobertos do bebê.

– Seja bem-vindo, Oli - ela desejou, sorrindo para aquela linda criaturinha.

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Já tinha mais ou menos uma semana que Oliver estava em casa e tudo ali mudara. Mel não tinha uma boa noite de sono desde então, já que o pequeno acordara chorando em todas elas. Sua mãe não ia trabalhar e seu pai passava o máximo de tempo possível em casa. Até Blackjack estava diferente. O labrador estava sempre alerta para qualquer protesto do bebê.

Até aquele momento Oli tinha se mostrado um tanto chato. Ele só sabia, chorar, sorrir, comer, dormir e fazer xixi e cocô. Ele não reagia a praticamente nada. Em verdade, o pequeno passava a maior parte do tempo dormindo. Mas que ele era fofo, era, isso ela era obrigada a admitir.

Era noite. Tarde da noite. Seu pai já tinha colocado-a na cama e lido para ela. Mel já deveria estar dormindo a muito tempo. Mas ela não estava.

A pequena tinha levantado da cama e andava silenciosamente pelo apartamento. Caminhou até a sala, pensando em pedir para sua mãe cantar para que ela dormisse, quando ouviu seus pais conversando.

– Não há uma maneira de impedirmos isso? - a voz de sua mãe parecia aflita enquanto perguntava.

A pequena esgueirou-se curiosa, fitando os pais do batente da porta, só com a cabeça para dentro da sala.

Seu pai suspirou.

– Não é algo que possamos prever, Annie - explicou ele.

Sua mãe abaixou os olhos e seu pai sentou-se ao lado dela. Do que eles estavam falando?

– Você está me dizendo que, até ele fazer um ano, ele morrer enquanto dorme sem que ninguém perceba? - ela indagou.

Mel arregalou os olhos. Eles estavam falando de Oliver?!

– É assim que a Morte Súbita funciona - confirmou seu pai - Não é algo que aconteça sempre, mas é uma possibilidade, meu amor. Temos que lidar com ela assim como lidaremos com todas as outras.

Mel viu sua mãe assentir e recostar-se contra o corpo de seu pai.

A pequena encostou na parede do corredor, ainda assustada. Seu irmão poderia morrer a qualquer momento até fazer um ano de idade?!

Andou com toda rapidez que conseguia, de modo a não fazer barulho, até o quarto de sua mãe, onde o bebê dormiria até ficar um pouquinho maior. Aproximou-se do berço e viu-o dormir calmamente, com as mãozinhas fechadas perto do rosto. Passou o braço por entre as grades e aproximou o indicador das narinas do irmão. Suspirou aliviada ao sentir a respiração dele contra seu dedo.

Por um ano ela orou para que ele não morresse. Por um ano ele conferiu se ele estava vivo todas as noites. Por um ano ela cuidou e se preocupou com o pequeno como nunca tinha feito com ninguém. Tudo isso sem que seus pais, ou qualquer outra pessoa, soubessem.

Nunca sentira-se tão aliviada quanto no primeiro aniversário de seu irmão. Naquele dia deu a ele Tobias, o ursinho que fora de sua mãe e que ela tanto amava. Oliver gostara tanto do presente que andara com o brinquedo para todos os lado, como passou a fazer a partir de então.

O primeiro ano tinha acabado e aquilo era o bastante para Mel acreditar que a pior parte já havia passado.

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Percy

Percy acordou com os raios de sol em seu rosto, mas não de uma maneira ruim. Afinal, um novo dia estava se iniciando.

O rapaz respirou fundo, apreciando o ar puro da manhã da manhã. Sentiu um peso sobre seu peito e, então, abriu os olhos. O moreno não conseguiu deixar de pensar que não havia melhor maneira de acordar quando encontrou duas íris cinzas o fitando e o sorriso que invadia seus sonhos, a sua frente.

A loira sorriu ainda mais ao perceber que ele acordara. Ela levantou levemente o corpo, inclinando-se em sua direção.

– Bom dia, amor - disse após dar-lhe um beijo rápido.

– Bom dia... - ele respondeu ainda sonolento.

Por algum motivo, aquela cena lhe parecia familiar. A posição em que estavam. O baby doll de Annabeth. O dia lá fora. O sorriso de sua esposa. Não era porque momentos como aquele se repetiam todos os dias. Percy sentia como se já tivesse vivido tudo aquilo.

– Anda, temos que levantar - chamou Annabeth, sentando-se na cama.

– Estou cansado - o moreno reclamou, quase automaticamente.

Sentia seu corpo pesado, os olhos lutando para se manterem abertos. Tinha certeza de que, se relaxasse novamente, voltaria a dormir em segundos.

Annabeth abriu um sorriso malicioso em resposta. Já vira tudo aquilo. Seria um déjà vu?

– Sei que a noite de ontem foi 'animada', mas não temos muita escolha - ela disse passando os dedos pelos cabelos escuros do rapaz - Logo seu filho acorda e você tem que leva-lo para escola.

Filho. Percy não pode deixar de sorrir ao ouvir aquilo. Oliver havia feito cinco anos na semana anterior. O pequeno estava cada vez mais parecido consigo e, consequentemente, com o menino que costumava aparecer em seus sonhos. E... Não! Espera! Teria vivido tudo aquilo em um sonho?!

– Ele e Mel estão tão felizes em ganhar um irmãozinho - comentou a loira de forma sonhadora, colocando uma das mãos sobre a barriga.

Aquilo foi o bastante para Percy sentar-se na cama e colocar sua mão junto da dela, abandonando seus pensamentos anteriores. Mal pode acreditar quando ela lhe dissera, dois dias antes, que seria pai pela terceira vez. Aquela gravidez, apesar de não planejada, como a de Oliver, não poderia ter sido mais desejada e bem recebida. Ver Annabeth gerando uma vida, que também era parte dele, era uma das maiores alegrias que o rapaz poderia ter.

Annabeth sorriu e acariciou seu rosto com a mão livre. Porém aquele momento de paz e harmonia foi interrompido por um grito de criança.

– Mamãe!!!

A loira sorriu. Beijou-o rapidamente e levantou-se.

– Já vou, meu filho! - gritou em resposta e voltou a olhar para Percy - O dever me chama. Levante-se, já estamos atrasados!

A última coisa que ele viu antes de fechar os olhos e encostar-se na cabeceira da cama, foi Annabeth saindo do quarto.

– Pai - uma voz calma e meiga chamou segundos depois.

Percy suspirou, sabendo que não teria direito a mais nenhum minuto de sono, e abriu os olhos.

Encontrou uma menina encostada ao batente da porta. Ela usava um pijama curto, com alguns desenhos, e tinha os cabelos loiros presos em uma trança frouxa, que caia sobre seu ombro direito. No alto de seus doze anos, Mel já era tão linda quanto a mãe.

– Bom dia, querida - ele a cumprimentou.

A menina sorriu e adentrou o cômodo.

– Bom dia, pai.

Mel sentou-se ao seu lado na cama e colocou uma mecha de cabelo, que caia nos olhos, atrás da orelha.

– O que faz acordada? - perguntou Percy, confuso. Afinal, sua filha estudava durante a tarde.

A pequena mordeu o lábio inferior e fitou-o com seus olhos esverdeados. Como podia ser tão parecida com Annabeth?

– É que, sabe pai, a maioria dos meus amigos saiu da escola - ela começou meio insegura - E como a Marcia e a Eduarda passaram para o turno da manhã, eu estava pensando se eu também não podia, sabe... Mudar de horário.

Percy segurou-se para não rir do nervosismo de sua loirinha.

– Já falou com sua mãe sobre isso?

Mel assentiu, fitando-o com expectativa.

– Ela disse que seria até melhor - contou a menina - Que assim eu poderia ficar com o Oli durante a tarde.

Percy sorriu e acariciou os cabelos de sua filha.

– Se é assim, por mim tudo bem - ele disse vendo um lindo sorriso no rosto da menina - Hoje mesmo converso com Ártemis e, talvez, amanhã você já possa ir no horário novo.

O homem só conseguiu se dar conta do que estava acontecendo depois. Já que no segundo seguinte havia uma pré-adolescente encima dele,abraçando-o e beijando seu rosto entre muitos "Obrigada!"s . Dessa vez o moreno riu e retribuiu o abraço.

– Tudo bem, tudo bem - ele disse colocando-a de volta no chão - Agora aproveite que está acordada e vá lá embaixo ajudar sua mãe.

A menina assentiu e correu para fora do quarto.

– O que que você ta fazendo acordada? - pode ouvir seu pequeno perguntar logo em seguida.

– Não ganho nem um "Bom dia"? - a voz de Mel começou a ficar mais baixa e logo Percy ouviu passos na escada.

Levantou-se em um pulo, dirigindo-se para o banheiro.

Haviam mudado-se para uma casa poucos meses depois do nascimento de Oliver. A residência havia sido um presente de casamento conjunto de seus pais e a própria Annabeth a projetara. Era uma casa grande de dois andares. Percy acreditara que era grande demais até saber da nova gravidez de sua esposa. Ela já tinha feito a planta da casa com um quarto a mais, como se soubesse da existência do filho que estava por vir, assim como tinha decidido o nome de Oliver muito antes de seu nascimento.

Quando finalmente chegou a cozinha, encontrou uma cena um tanto bela. Annabeth estava ao fogão, fazendo panquecas, e rindo de algo que uma das crianças falara. Mel tinha um copo de achocolatado em uma das mãos e gargalhava, assim como Oli, que jazia com as duas mãos sobre a barriga.

Annabeth virou e o viu. Anos antes ele estava sem muitas esperanças de achar o amor de sua vida e, quando a encontrou, ela simplesmente nem acreditava nesse sentimento. Lembrava-se de tudo pelo que tinham passado para chegar até ali. A "aposta". Cada encontro. O primeiro beijo. A primeira vez que ela disse "Eu te amo".

Cada sacrifício. Cada problema. Cada dia de espera. Tudo valera à pena. Nada era mais precioso do que o que ele conquistara. Do que sua vida com Annabeth. Do que sua família.

Sorriu para ela, ainda ao som das risadas dos filhos, e viu-a retribuir o sorriso. Tinha a vida, literalmente, de seus sonhos. E não a trocaria por nada, nunca.


Notas Finais


Bem, eh isso. Espero q esteja a altura do último cap!
Ah, vou deixar aki a sinopse da minha prox fic, vejam se gostam

Sinopse:


Parents for our children

A vida nem sempre é um conto de fadas. E Annabeth sabia muito bem disso. Encontrou-se sozinha e grávida ao dezenove anos e tivera que se virar para criar a filha e terminar a faculdade.

Aos 25 anos, formada em arquitetura, finalmente vivia uma vida equilibrada e, por uma proposta irrecusável de emprego, mudou-se para Nova York. E foi na cidade que nunca dorme, que sua filha fez um amigo na escola. Um amigo que mudaria tudo e mostraria a Annabeth que os contos de fadas podem não ser perfeitos, mas sempre têm um final feliz.

Bem, por favor, me digam o q acharam. N deixem de comentar, pf! Se sentirem vontade, favoritem e recomendem!
Espero ver vcs no epílogo!
Bjs, até!
EuSemideus


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