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História Love Shot - Vício


Escrita por: imakinox

Notas do Autor


oioioi pessoal!
tudo bem? espero que sim!
trouxe mais um capitulo para vcs!
nos vemos nas notas finais.
— a música do capítulo é 'pillowtalk' https://open.spotify.com/playlist/70KPyisJD7Bn61fp2zojKW | https://youtube.com/playlist?list=PLv8GR2J2FVhrYQNEvCUJIdqMkR163Exv3
boa leituraaa

Capítulo 12 - Vício


[ meu inimigo, meu aliado
prisioneiros, é excitante ]

 

 

Na delegacia, Levi e Hange estavam ouvindo a gravação de apenas três segundos que Nanaba e Mike conseguiram gravar da ligação.

“Então eram vocês, eu não acredito que…” 

Levi olhou para Hange, ambos com olhares preocupados.

— Antes achávamos que era uma pessoa, mas são duas. — Levi jogou-se na cadeira com preguiça enquanto bebia o café que a amiga havia levado. — Quantos passos vamos dar para trás até chegar nessa pessoa?

— A pessoa que estava com o assassino ou coruja, que seja, pode ser o informante. — Mike falou. — Seria uma boa forma de explicar como o informante sempre sabe quem será atacado…

— Faria sentido essa pessoa ter um ajudante e digo mais… — Hange começou, mas foi interrompida.

— Essas pessoas conheciam Sadies, isso tudo indica que não foi o assassino que o mandou vir aqui. — Levi falou. — O tom de surpresa, a voz trêmula… Era alguém que ele não esperava.

— Exatamente. — A morena deu de ombros. — Fico pensando o que aconteceu nesse curto espaço de tempo, será que o assassino ou assassina sabia que Sadies veio até aqui?

— Não fazemos ideia, mas estávamos tão perto… — Nanaba suspirou frustrada. — Se ele dissesse tudo o que sabe…

Levi pensava enquanto analisava o painel montado com as informações logo à frente. A questão que Adaga havia colocado em sua cabeça estava borbulhando em seus pensamentos e um Erwin ausente somente o incomodava mais e mais.

E claro: não conseguia tirar Eren da sua cabeça. Não que fosse algo que o preocupasse, talvez tenha sido apenas o efeito da noite anterior que tiveram, isso se não fosse o acréscimo daquele sorriso bonito pra caralho sempre depois que o provocava e os apelidinhos, jamais admitiria em voz alta que aquilo mexeu lá no fundo de sua alma, mesmo que eles fossem cafonas.

Balançou a cabeça pensando nisso enquanto acendia um cigarro sem muita cerimônia. 

— ‘Tá com a cabeça no mundo da lua. O que ‘tá acontecendo? — Hange começou, dando um tapa de leve na nuca do amigo. 

— Tsc, só estou cansado. — Ele assoprou a fumaça despreocupadamente. 

—  Claro, está cansado. — Ela cantarolou vendo o azedume que o amigo estava e olhou para o próprio celular, vendo uma mensagem ali e pegou suas coisas. — Temos algo até amanhã de manhã para resolvermos? Passamos tudo aqui nesse momento, só está faltando o resultado da autópsia. 

— Acho que não, por que? — Mike perguntou enquanto coçava os olhos em um cansaço evidente.

— Preciso sair, tenho que me encontrar com alguém. — Zoe disse, fazendo Levi arquear as sobrancelhas. — O quê? Não é só você que tem um vampiro sugador de pescoços por aí. — Provocou, apenas para vê-lo ranger os dentes.

— ‘Tô pouco me fodendo pra isso, só achei que não havia segredos entre nós. — Levi revirou os olhos, se levantando, claramente ofendido pela infidelidade da amiga.

Hange gargalhou alto, abraçando o amigo pelo pescoço, que claramente lhe lançou um olhar de ódio e incredulidade. 

— Já estou de saída. — Levi acenou com a mão para os dois loiros e foi arrastado por uma Zoe sorridente.

— Tchau, pessoal. Até amanhã, qualquer novidade estaremos no telefone. — Ela falou, ainda abraçada a Levi e saíram da sala, andando pelos corredores. — Não sabia que você tinha ciuminhos de amizade a meu respeito, estou tocada. Se eu não soubesse que você fosse gay, eu insistiria.

— Quer fazer o favor de calar a boca? — Ele murmurou, mas rindo minimamente. Zoe o atentava, mas eram bons amigos. — Com quem você vai sair?

— Está realmente com ciuminho, que fofo! — Ela beijou a bochecha magra de Levi, ouvindo um suspiro fundo de reprovação logo em seguida. — Eu não vou sair com ninguém, bobo! Só falei aquilo para sairmos logo, estou cansada. Diferente de você, virei a noite trabalhando, sabe, e não dando a bunda por aí.

— Isso está soando em tom de inveja. — Levi deu de ombros, rindo cínico. — Eu também estava trabalhando em prol da operação.

A gargalhada de Hange foi alta o suficiente para chamar a atenção de alguns agentes que ainda estavam ali e logo ambos estavam do lado de fora da delegacia. Zoe deixou Levi em seu apartamento e selecionou um contato em seu celular e esperou o mesmo atender, vendo a luz do andar de Levi se acender e logo após a voz ecoou do outro lado da linha.

“Hange? Estou a caminho.”

— Me passe o endereço, Farlan, consegui sair e estou indo com você.

 

______

 

Hange se encontrou com Farlan em frente a uma casa noturna, de acordo com o endereço passado. Olhando de fora ninguém associaria o que acontece, de fato, lá dentro. Eles pagaram uma quantia para entrar e logo deram de cara com um corredor único e longo. Foram andando pelo caminho até a porta no seu final, sendo guardada por um segurança que logo permitiu a passagem. 

Quando a porta se abriu, as luzes e a música alta ecoaram por todo o corredor, Farlan encarou Hange e assentiram antes de entrarem totalmente. 

Lá havia muitos pole dances, diversos bares, sofás e mesas espalhados pelo enorme salão que brilhava na cor vermelha, rosa e roxa. 

Farlan logo notou que havia diversas moças, ainda jovens, dançando na barra de prata enquanto outras estavam no colo de homens com o dobro de sua idade. Hange tentou não se surpreender muito com aquilo, visto que era algo normal naquele tipo de ambiente. 

Trocaram olhares silenciosos e cada um foi para um local: Farlan foi se sentar em um dos estofados enquanto Hange foi na direção de um dos bares, separados conseguiriam reunir mais informações. 

No bar, Hange pediu uma bebida enquanto observava o local. A bartender não aparentava ser tão jovem como aquelas moças, no máximo seus quarenta e poucos anos. Pediu algo não tão forte, mas o olhar de curiosidade da mulher estava sob si. 

— Lésbica, é? — Ela perguntou enquanto preparava o drink de Hange. — Parece ser a sua primeira vez. 

— Ah, eu pego de tudo. — Hange cantarolou, empolgada com o assunto repentino. — Eu já estive em locais assim antes. 

— Entendo. Aqui várias garotas fornecem esse tipo de trabalho, na verdade elas preferem moças do que homens. — Ela continuou. — Sabe, assédios e estupros. 

— Ainda acontecem estupros nessas casas?

— Mais do que você imagina, acredite. Estou aqui há mais de vinte anos, não houve um mês que isso não aconteceu com alguma das nossas meninas, infelizmente. 

As palavras da mulher ecoaram repetidas vezes na mente de Hange. Se ela trabalhava ali há mais de vinte anos, significa que ela poderia ter conhecido Kuchel? Talvez tivessem conversado e quem sabe ela havia dito para onde iria? 

Mordeu a própria boca enquanto pensava nisso. Seria coincidência demais, não é?

— Eu queria usar os serviços de uma mulher. Me falaram que ela é excelente e eu gostaria de vê-la. — Hange falou, pedindo desculpas internamente a Levi por se referir daquela forma à sua mãe. 

Hange e Farlan fizeram uma cópia da foto que estava no apartamento do amigo enquanto o mesmo dormia nos dias em que suas crises voltaram. Era uma foto antiga de Kuchel, visto que faziam vinte anos que ela havia desaparecido e era o único registro fotográfico que tinham desde então.

— Quem é? Assim eu posso chamá-la para você. 

— É essa aqui… — Hange estendeu a foto. — Ela se chama Kuchel. 

A mulher olhou a foto várias vezes, pegando-a na mão inclusive, mas não disse nada. Olhou ao redor como se procurasse por algo e depois olhou para Hange novamente. 

— Você é da polícia? — Ela sussurrou. — Somente alguém da polícia viria atrás da Olympia depois de tantos anos. 

Hange arqueou as sobrancelhas em surpresa e virou-se para ver se havia alguém por perto e concordou minimamente. 

— Estamos tentando localizá-la. 

— Como está o filho dela?

— Como você sabe que…

— Ela o trouxe aqui várias vezes enquanto trabalhava, parece que o tio estava trabalhando fora quando ela fazia isso. 

Hange mordeu o próprio lábio pensando nisso. Levi havia passado por mais coisas do que imaginava. 

— Ele está bem, vivo e forte. 

— Ele era bem pequeno para a idade dele quando ela o trazia aqui. Era o xodó das meninas. 

— Ele ainda continua bem pequeno, acredite. — Hange deu um riso soprado. — Somos amigos, ele também é da polícia. — Ela se endireitou na cadeira e novamente a expressão séria estava lá. — Por que se referiu a Kuchel como Olympia?

— Porque esse é o nome que ela usava aqui… — A mulher começou. — Ela era muito famosa, a beleza dela era inigualável. Eu queria te ajudar, mas não sei o que houve exatamente. Ela saiu daqui e disse apenas para mim que havia arrumado um lugar melhor para trabalhar, longe desse mundo todo de prostituição. Eu fiquei muito feliz, sabemos que quem entra nesse mundo é difícil sair. 

Hange apenas concordou com a cabeça, sabendo da história que Farlan havia lhe contado que Kuchel deixou Levi com o tio com a promessa de que havia arrumado um trabalho bom e que as coisas melhorariam, mas que trabalho era?

— Que tipo de trabalho era? — Hange perguntou. 

— Não sei dizer, ela não me disse. Tem uma moça que trabalhava aqui e elas eram bem unidas, seu nome usado aqui era Carly. Ela cuidou muito de Levi enquanto Kuchel estava nos quartos.

— Você sabe o sobrenome dela ou algo do tipo? — Hange perguntou. — Ela ainda trabalha aqui?

— Infelizmente não. Saiu um pouco depois de Kuchel, nunca mais a vi também. 

— Você pode me dar uma descrição física dela? É muito importante para nós. 

— Claro. Ela tinha na época cabelos castanhos ondulados compridos, olhos castanhos-mel sagazes e estava sempre com um sorriso no rosto. Nariz pequeno e rosto fino. 

Hange assentiu com a cabeça e continuou com a conversa. Ao longe depois de um tempo, viu Farlan acenar para si e se levantou, deixando a quantia ali. 

— Pode ficar com o troco. — Ela falou para a mulher. — Por que me ajudou tanto assim?

— Porque nesse inferno todo Kuchel foi a única que ajudou todas, mesmo que estivesse tudo desabando para ela… Todas as meninas daquela época gostavam mesmo dela e ficaram felizes quando souberam da mudança de vida. Espero que ela esteja bem, seja lá onde estiver. 

Hange assentiu com a cabeça e sussurrou um obrigada, saindo indo rumo à porta onde o loiro a esperava. 

Saindo de lá, os dois pararam em frente ao carro da morena e Hange explicou tudo o que havia acontecido e a conversa com a bartender enquanto Farlan disse que não havia conseguido nada, já que as moças eram muito novas. 

— Vou tentar procurar por esse nome, mas é como procurar agulha em um palheiro… Esse nome é popular. — O loiro disse. 

— Sim, mas… Não podemos desistir, não conseguiria parar mesmo se eu quisesse. 

— Sinto que preciso fazer isso pelo Levi. 

— Vamos achá-la, tenho certeza disso. 

 

_____

 

No dia seguinte, Eren estava na mesma casinha pequena afastada da cidade, olhando para os lados antes de entrar totalmente. 

— Frieda, boa tarde. Como está?

— Eren, boa tarde. Estou bem e você? Entre, ela está no quarto. 

— Houve alguma visita?

— Não, nenhuma. 

— E melhora? 

— Ela está melhorando, o último tratamento está surtindo efeito. — A mulher olhou para dentro do quarto. — Mas tem algo que eu quero te falar. 

— Diga. 

— Ultimamente ando notando um movimento estranho. — Ela começou, falando baixo enquanto se escorava na parede ao lado da porta.

— Que tipo de movimento?

— Um carro SUV preto está rondando o quarteirão há umas semanas. A última vez que o vi foi ontem à noite. Não sei o que é, mas estou alerta. Há dias que vou ao mercado ou passo na farmácia e o vejo rondar. Não sei, posso estar sendo paranóica, mas…

— Frieda, há quanto tempo isso acontece? — Eren perguntou preocupado. — Por que não me ligou?

— Eu queria ter a certeza que era aqui… — Ela suspirou. — Pelo menos agora você sabe.

— Vocês estão correndo perigo aqui. Se lembra ao menos a marca do carro?

— Sim, era uma Lamborghini. Não sei modelo ou ano, não sei muito sobre essas coisas, mas… Eu reconheceria o logo de qualquer lugar e bem… Não queria dizer, mas quem tem frotas de SUV com essa marca é…

— Sim, o meu pai. — Eren tinha o rosto tenso enquanto cruzava os braços, tentando pensar. — Frieda, procure o quanto antes algum outro lugar, de preferência um apartamento. Casas terrestres são mais fáceis de… — Ele parou de falar, temendo assustá-la. 

— Eu sei, Eren… — Ela tentou não vacilar na resposta. — Estou sempre em alerta, mas acho que alguém te seguiu até aqui alguma vez e você não percebeu. Realmente ninguém vem aqui, não tem como saberem que a sua mãe está aqui depois de todo esse tempo, não existe outra explicação plausível. Só… tome cuidado, sim? Eu me preocupo com você e mais ainda com ela, já sofreram demais separados… Espero que ela dê a volta por cima diante tudo isso… 

Eren apenas assentiu, sentindo a culpa pesar nos seus ombros mais uma vez. Talvez tivesse sido melhor nunca ter cruzado na vida da sua mãe. Por mais que não se arrependesse de tê-la encontrado, dos momentos que passaram juntos e todas as descobertas, aquele peso ainda estava lá e uma voz ecoava na sua cabeça dizendo que o que havia acontecido era culpa sua. 

Aquilo era o reflexo de quem se envolvia com qualquer um com o sobrenome Jaeger e imediatamente o rosto marrento de Levi veio na sua cabeça. Mesmo que tivesse ambições um tanto que superficiais quanto ao baixinho, tinha que admitir que ele o deixava louco e a noite que tiveram juntos apenas potencializou mais ainda aquele sentimento de possessividade e proteção.

Não sabia dizer de onde vinha aquilo ou o porquê, mas não queria perdê-lo de vista. Ainda mais agora que se reencontraram depois de algum tempo e descobriu que o homem baixinho com quem flertou descaradamente na balada coberto por uma máscara era na verdade Levi, que esteve ali debaixo do seu nariz desde que a noite aconteceu…

Aquilo era estranho. Seria muita coincidência, não seria? Levi ter dormido com ele e logo depois aparecer desfilando bem debaixo do seu nariz dias depois. Não era bobo e muito menos presa fácil; sabia que tinha algo de errado e mesmo que aquele baixinho de olhos intensos azulados cinzentos quisesse disfarçar o segredo que guardava, não era burro ou ingênuo a ponto de saber que algo ali estava acontecendo bem à sua frente. 

“Descobrir quem ele é e fazê-lo se apaixonar por mim? Não me parece tão superficial mais.” Ele deu um risinho enquanto entrava no quarto de Carla.

Sentou-se na poltrona que havia ali, dispersando totalmente aqueles pensamentos da sua cabeça. Sua mãe estava bem ali na sua frente e mesmo que ela estivesse olhando para um ponto fixo qualquer no quarto, saber que ela estava viva era um presente – ou talvez uma sentença para o arrependimento ou culpa, não sabia dizer.

— Mãe, como você está? — Eren falou, costume frequente de conversar com Carla e mesmo que ela não respondesse nada, sabia que ouvia. — Eu vou contar um pouco como foi a minha semana. 

Eren começou contando tudo o que aconteceu, ocultando alguns detalhes que não fossem tão agradáveis assim com um sorriso melancólico no rosto. Aquilo lhe trazia lembranças de quando ele e Carla se encontravam, seja no fim ou no meio da semana, paravam em um café e colocavam o papo em dia. Sentia falta das risadas escandalosas, os afagos gentis e os olhos acolhedores que ela tinha… 

Era um fato que nunca teve alguém ou um apego emocional muito grande nas pessoas. Desde pequeno sendo maltratado e esnobado pela pessoa que seu pai dizia ser sua mãe, Dina, se perguntava se todos seriam como ela, que gritava aos quatro ventos que não havia parido uma criança tão feia como aquela. Grisha não era diferente, mesmo que dissesse que o amasse e lhe desse tudo o que queria, nunca o tratou como um filho de verdade. Sempre cresceu sendo comparado com Zeke – filho legítimo – e deixado de escanteio e poderia dizer que se surpreendeu quando seu pai disse para o meio-irmão ensiná-lo sobre a diretoria do clube Vanilla, para um dia assumir e tomar conta de um dos vários negócios da família.

Bom, Mikasa era uma exceção nisso tudo. A caçula veio como uma forma de alívio no meio daquela gente e mesmo que seu comportamento quando criança fosse um tanto que violento e extremamente duvidoso – precisando de tratamento com especialistas –, era a única pessoa que amava com todo o seu coração. Zeke era indiferente consigo nos dias de hoje, sempre gostou do meio-irmão e durante a infância foram verdadeiros parceiros, mas conforme o mais velho foi assumindo algumas das várias coisas que o pai comandava, foram se afastando. Hoje, tomando conta de diversas coisas ao mesmo tempo, era difícil terem um assunto em comum ou prolongado. Ainda existia o amor, ali dentro em algum lugar, mas não era demonstrado ou sequer sentido; totalmente trancado a sete chaves.

Todas essas coisas foram como uma escola para que ele fosse quem é hoje. Sempre percebendo quando pessoas se aproximavam de si por interesse no que tinha, sendo calculista com a maioria para ver se poderia ou não tirar um proveito da situação e frio a maioria das vezes quando se tratava de sentimentos alheios. Cresceu sem isso, não sabia como replicar em outras pessoas carinho, apego, afeto. 

A verdade é que gostava de brincar com os sentimentos alheios. Era uma das formas que tinha de se divertir, talvez soasse um tanto narcisista se comentasse com alguém sobre, mas não ligava. Dormia com qualquer pessoa sem dificuldade, era rico e sabia que era bonito – extremamente bonito, gostoso e bom de lábia –, então não tinha dificuldades; no entanto, sempre que recebia uma declaração ou algo assim era extremamente decepcionante ou desinteressante. 

Nunca houve a famosa emoção de montanhas russas, altos e baixos, aquelas histórias de amor loucas de filmes e intensas como dizem as músicas clichês, aquele frio ridículo na barriga como todos os amantes dizem ter. Ninguém havia despertado aquilo nele, pelo menos não até conhecer um baixinho de olhos estreitos e cara de poucos amigos com uma bunda gostosa. 

Deu um riso quando pensou em Levi, um tanto que convencido e talvez saudoso, mesmo que tivessem se visto há quase dois dias. Com todo aquele jeito marrento e imponente, ele se preocupou consigo de uma forma que fazia muito tempo que não se importavam e aquilo o deixou surpreso. Ele o fez esquecer da humilhação que seu pai lhe fez passar, sendo como um remédio para aquela ferida aberta e prontamente disposto a tornar-se seu novo vício. 

Mesmo que fosse misterioso, irritadinho e difícil; mesmo que fizesse com que ficasse com mais e mais vontade de conhecê-lo, de saber mais sobre ele; mesmo que tivesse colocado como objetivo que faria com que ele se apaixonasse por si – e tinha certeza que isso aconteceria – e dito que iria descobrir quem ele era, da onde veio e tudo isso; mesmo que tivesse essa mistura incerta e arriscada de coisas, estava para admitir que estava fascinado com ele. Não sabia dizer, mas tinha uma coisinha ali desabrochando aos poucos.

— Ah é, mãe. Eu também conheci uma pessoa. — Ele começou, lembrando-se. — Ele é mais surpreendente do que eu pensei que fosse...

 

____

 

— Petra, me ajuda com esse dever de farmacologia? — Mikasa perguntou, vendo a ruiva assentir prontamente. — Onde estava ontem à noite? Eren disse que você fez hora extra. Pensei que depois que eu tinha te dispensado você tivesse ido embora… — Mikasa observou a caneta vacilar um pouco na mão da empregada e viu a mesma desviar o olhar. — Estava com a Dina?

Petra apenas assentiu com a cabeça, focando sua atenção em uma questão sem solucionar no livro de Mikasa. Perguntou a ela a dúvida que tinha, tentando mudar de assunto e a morena percebeu isso, mas não se importou muito e logo ouvia com atenção a explicação da ruiva.

— Você é muito boa nisso. Fez Ciências Farmacêuticas, não é? Por que não segue a área?

— Eu gostaria, mas minha área é complicada de se ter uma oportunidade, como eu disse um dia gostaria de trabalhar em laboratórios produzindo fármacos… — A voz era calma e doce e um sorriso melancólico brotou em seus lábios.

Que escolha tinha? Ela, mais do que ninguém, sabia as consequências gravíssimas que era estar dentro da mansão Jaeger. Estando no meio da família por quase vinte e cinco anos, conhecia os segredos de cada um. Era quase como uma confidente particular, todos vinham até si para despejar seus podres ou então quando se esgueirava pelos enormes corredores sempre acabava ouvindo alguma coisa. 

Sabia que se saísse dali acabaria morta e não estava disposta a morrer, não ainda… Tinha uma coisa que precisava fazer, mas somente quando as coisas estivessem no seu ápice, prontas para serem descobertas.

E sagaz como era, sabia que isso não demoraria a acontecer.

— O que eu faria sem você? — Mikasa abraçou a ruiva pelas costas, mostrando carinho pela empregada que poderia considerar uma amiga. Petra apenas suspirou fundo, sentindo os tremores na mão virem e tentou controlá-los com muito custo.

— Está tomando os remédios, Mika? — Ela perguntou.

— Estou sim… — A morena assentiu. — Esqueci de tomar ontem, mas hoje tomei certinho.

— Fico feliz em ouvir isso. — Petra sorriu falsamente. — Precisa de mais alguma coisa?

— Não. Pode terminar o que estava fazendo.

 

_______

 

Mais tarde naquele dia, no cair da noite, Levi tinha recebido uma ligação da delegacia, onde Nanaba disse para irem até lá que tinham algo sobre a autópsia para discutirem. 

Não tardou e chegou até a delegacia, questões ainda atormentando sua cabeça, mas tentava descontar tudo no cigarro – que de certa forma o acalmava. Hange já estava na sala quando ele chegou e logo se sentou desajeitado na cadeira, pés em cima da mesa como de costume e puxou um cinzeiro que estava disposto ali próximo.

— Boa noite para você também. — A morena falou, dando um tapinha na nuca exposta e antes que Levi questionasse o motivo daquela atitude ridícula, viu a morena fazer um movimento com a cabeça para a sala ao lado. Levi olhou e viu a sala de Erwin acesa, mas o loiro não estava lá. Trocaram olhares silenciosos antes de voltarem a atenção para o que queriam, de fato.

— O que descobriram? — Levi perguntou enquanto tragava o cigarro.

— Diferente dos corpos anteriores, esse não teve sinais daquela droga nova no organismo… — Mike começou.. — Não sabemos o motivo, mas não houve vestígios. Mas tem algo novo.

Levi arqueou as sobrancelhas com as fotos do cadáver jogadas por Hange em cima da mesa onde estava e encarou a morena.

— Ele levou um tiro, Levi. — Nanaba falou. — A ligação provavelmente foi desligada antes do disparo acontecer. Achamos que a droga era para inibir os sentidos para ficar mais fácil de fazer todos os cortes depois.

Levi pareceu analisar bem. Se as pessoas mortas anteriormente ingeriram a droga, significa que se encontraram com o assassino em potencial. Somente assim conseguiriam tomá-la.

— Será que conseguimos os extratos bancários das vítimas do assassino? — Levi perguntou enquanto se levantava e parava na frente do painel montado com as vítimas e mais detalhes dos crimes.

— Por que isso é relevante? — Hange questionou.

— Porque essas pessoas podem ter se encontrado com o assassino antes de serem mortas. Bom, óbvio que se encontraram, mas eu digo casualmente. Isso foi colocado na bebida deles. — Levi respondeu. — Sabendo a última movimentação e o horário, podemos puxar o local e ver se conseguimos as câmeras do estabelecimento. 

— Você é muito inteligente, sabia? — Hange elogiou, vendo o amigo dar de ombros convencido. — Mas escute a próxima notícia, é bombástica.

— O que é?

— Foi encontrado uma unha no local. — Nanaba entregou uma foto. — É uma unha de gel segundo o que foi passado, na cor preta. 

— O assassino não é mais ele. É ela. É uma mulher quem está matando esse povo. — Mike falou. 

— Tem algum rastro de dna debaixo delas? — Levi perguntou, totalmente surpreso com tudo aquilo. Não estava esperando aquela virada toda, normalmente quem fazia isso eram homens fortes e bombados, mas aquele caso era diferente… Totalmente inesperado.

— Somente da vítima, a unha é grande, acho que houve atrito forte e ela acabou quebrando… Acho que nem a assassina se deu conta disso. — Nanaba falou. — Uma pena, as manutenções dessas unhas são tão caras… — A loira olhou para as suas unhas naturais, ainda por fazer, claramente sem tempo para aquele tipo de luxo.

— Levi. — Hange chamou enquanto olhava no celular, mas sem resposta.

— O tiro foi desajeitado, claramente a pessoa não tinha destreza com uma arma… — Levi observou as fotos e o laudo.

— Levi. — Hange chamou novamente.

— Não podemos esquecer da outra pessoa. O assassino pode ser um homem ainda, mas quem ajuda pode ser uma mulher. Ou o contrário. Ou podem ser duas mulher. Ou pode ser um homem trans. Ou pode ser um homem que gosta de pintar as unhas. São tantas…

— Levi Ackerman! — Hange gritou. — Preciso conversar com você. Agora.

Os três na sala se surpreenderam com o grito repentino e com uma sobrancelha arqueada, Levi seguiu até o corredor logo atrás da amiga que olhava no celular preocupada.

— Que merda foi essa? Estamos discutindo algo importante, o que foi que…

— Que tal ouvir as notícias? — A morena raspou a garganta olhando para o celular. — “O jovem famoso milionário Eren Jaeger foi visto nas festas de rua do subúrbio e estava com um novo affair. Segundo fontes, era uma pessoa baixa e um homem. Não é segredo que Eren é bissexual, mas relatos dizem que o novo rolo de Jaeger é uma delícia.” — Hang falou com a voz de um locutor, olhando do celular para Levi que tinha os olhos levemente arregalados. — “Houve beijos molhados no meio da rua, dança com direito a reboladas quentes e muita bebida. A noite desse colírio foi realmente quente.” — Ela abaixou o celular. — E aí, “affair do colírio Eren Jaeger”, o que acha disso? — Ela provocou com um riso nervoso.

Levi abriu e fechou a boca algumas vezes, totalmente surpreso com aquilo. Com certeza teria notado se alguém estivesse de olho nos dois. Bom, teria notado se não fosse o fato de estar com o cu cheio de cachaça e depois cheio de algo chamado “rola colossal de Eren Jaeger” – havia apelidado assim em sua cabeça, mas nunca diria isso em voz alta.

— E tem uma foto! — Ela virou o celular para Levi, que a essa altura estava mais branco que papel sulfite, mostrando a foto: estava desfocada, totalmente feita por um amador e seu rosto não era possível de ser visto já que estava de costas, mas claramente dava para ver que estavam se beijando. — Tenho que admitir que essa pegada na bunda parece ter sido surreal, meu Deus… — Ela se abanou, guardando o celular e cruzando os braços. — Levi, você está perdendo o controle. Eu não ligo para a sua vida pessoal, mentira, ligo sim, enfim, o que eu quero dizer é: faz o que quiser da sua vida, desde que não seja com um dos alvos em potencial da missão! O que está acontecendo? Nunca te vi tão imprudente assim! Se alguém fotografasse o seu rosto, você estava fodido, meu filho. Fodido! Com todas as palavras e letras e seria expulso da Survey Corps sem direito a nenhuma agência especial te aceitar por ser descuidado a ponto da mídia te localizar! Você bebeu? O chá de rola foi tão grande? — Foi dura, por mais que odiasse ser assim com Levi.

Levi suspirou fundo, passando as mãos no rosto, tentando organizar os pensamentos. O que estava acontecendo? Nem ele sabia bem. Eren com tão pouco tirava seus sentidos e se tornava um ser totalmente irracional diante dos toques e beijos daquele infeliz.

Não sabia o que porra estava fazendo com sua vida. Era tudo em prol da operação, precisava abrir mão de algumas coisas para ser bem sucedido, mas será que aquilo era realmente o certo? Não estava pensando direito no rumo que sua vida tornaria com as ações que estava tomando e nunca foi assim, de fato ele não era assim.

Por que, então, com Eren era tão diferente? 

— Eu não sei o que porra está acontecendo! Quem postou essa merda? — Ele quase gritou.

— Um site de fofoca teen. Creio que não irá para veículos maiores por conta da má qualidade da foto, mas isso é muita imprudência. 

Levi abriu a boca para falar algo, mas os passos barulhentos se fizeram presentes no corredor e ao olhar, viu Erwin com cara de poucos amigos se aproximar.

— Levi, na minha sala. — Ele entrou, ignorando totalmente Hange.

Ele olhou para a morena que fez um “boa sorte” e logo depois entrou novamente na sala de Nanaba e Mike. Com um suspiro fundo, entrou na sala do comandante.

— Quanto tempo, Levi. — Erwin falou enquanto afrouxava a gravata. — Sente.

— Estou bem aqui, obrigado. — O Ackerman cruzou os braços, parando de frente a mesa. — O que foi? Estou ocupado resolvendo dois casos, se não for falar, estou de saída…

— Ocupado com dois casos ou ocupado em sentar o rabo no pau do filho de Grisha? — Erwin cuspiu as palavras. — Eu vi a reportagem, Levi.

— Quem diria que você gostasse de fofocas teens. — Levi provocou, sorriso cínico nos lábios ao ver o rosto a sua frente ficar vermelho e se contorcer em raiva e ódio.

— Quem diria que você fosse descuidado a esse ponto. — Erwin bradou. —  Foi se engraçar com um pirralho de merda e me nega sempre! 

Levi arqueou as sobrancelhas, surpreso com aquela explosão repentina e atento aos movimentos do loiro a sua frente. Aquilo era sobre trabalho ou mais por um ego ferido?

— Escuta. — Levi começou. 

— Escuta você. — Erwin falou. — Está com ele por dinheiro, não é? Aposto que deu para ele como uma vadia, tudo por conta de dinheiro e status. Eu conheço gente da sua laia, não me engana.

— Enlouqueceu? — Levi arqueou as sobrancelhas. — O que a minha vida pessoal tem a ver com você? 

— Não é pessoal a partir do momento em que ele é um alvo, Ackerman! 

— Diga o que quiser, estou fora dessas lorotas todas. Você é louco. — Levi fez menção de sair.

— Ou dorme comigo, ou digo para o chefe da Survey Corps que o melhor agente dele está se engraçando com um alvo. — Levi virou-se, vendo o sorriso convencido e a voz carregada de segundas intenções. Quis vomitar naquele momento. 

Como aquele homem poderia ser nojento aquele ponto?

— Vá em frente. Conta para ele, para a Survey Corps inteira. Eu ‘tô pouco me fodendo para isso, seu merda. — Levi cuspiu as palavras. — Conta que eu digo para o seu superior do seu rabo preso com Grisha.

— Mas como você sabe sobre…

— Oh, então é verdade? — Levi sorriu vitorioso. Jogou verde e colheu maduro, bem maduro. Na verdade, colheu a horta toda. — Escuta aqui. Estou aqui a mando seu, você me contratou pelos meus trabalhos. Só não esperava que algo assim fosse acontecer, não é? Eu não sei o que está acontecendo, mas a bomba está para explodir e você sabe bem do que eu estou falando. Os assassinatos, o cracker, essas encomendas, tudo leva até Grisha. Agora me diga, o que você tem escondido para estar onde está hoje? Quantas funcionárias e funcionários você assediou dessa forma? Você é nojento.

— Eu fiz o que tinha que fazer e isso não diz respeito a você. — Erwin parecia nervoso e a ponto de explodir.

— Não diz respeito a mim, mas eu vou descobrir. Então saia do meu caminho, é o meu último aviso, caso contrário levo diretamente essas ameaças e assédios ao seu superior. — Levi falou irritado. — Firmamos um contrato e você não pode quebrá-lo, ou eu termino a missão ou eu fracasso. Das duas ou uma, você sabe bem as cláusulas.

— Eu vou te fazer cair, Ackerman.

— Não se eu fizer isso antes. 

Dizendo isso, Levi saiu. Sua cabeça doía muito, mais do que jurou um dia ser possível. Foi até a sala de Nanaba e Mike, encontrando o trio o encarando confuso, pegou suas coisas e saiu rápido dali. 

Precisava de um alívio ou um escape e o cigarro não estava compensando aquilo de uma boa forma e sabia que precisa de alguém, ignorando todas as vozes da sua cabeça e seguindo seus próprios instintos.

Andou um pouco, pegando um táxi, pedindo para ser levado até o clube tão conhecido. Sabia que Eren estaria lá.

 

____

 

Já no clube Vanilla, Levi adentrou o local procurando por um moreno de olhos verdes cabeludo. O local estava cheio, provavelmente teria algum show grande aquela noite, mas não ligou muito. Enquanto cruzava o local, indo até o mezanino, sentiu seu braço ser puxado com força. 

— Que porra é…

— Oi, neném. — Eren falou e Levi o encarou na hora, aquele sorriso cafajeste estava lá e porra, por que tinha que ser tão bonito? — Estava procurando alguma coisa?

— Sim, você. — Levi falou tranquilamente. Sua cabeça doía e o barulho da música com aquelas batidas não estavam cooperando. Sentiu sua camisa ser puxada e viu Eren se abaixar para beijá-lo, mas parou no processo.

— Calma, aqui não. Eu não vou querer parar no meio do caminho… — Eren falou malicioso, sussurrando próximo ao ouvido de Levi. — Que tal ir lá para cima, hum? 

A mente de Levi ecoou aquela frase mais vezes do que jurou possível. Iriam subir no local onde possivelmente encontrariam uma pista em potencial. Aquilo poderia mudar tudo.

Apenas concordou com a cabeça e sentiu seu braço ser puxado por Eren, que parou na porta do elevador e apertou o botão, esperando que o mesmo descesse até ali.

Não demorou muito e eles estavam dentro do elevador e Levi não viu bem quando Eren o prensou na porta do elevador e começou a beijá-lo como se sua vida dependesse disso, mas quando a porta metálica foi aberta e caminharam entre uma sala e um corredor pequeno – onde uma porta havia uma trava eletrônica de senha –, lembrou-se que precisaria analisar aquela fechadura e passar para Hange e se conseguisse acessá-la, seria melhor ainda.

Talvez ter um envolvimento com Eren não era tão ruim assim, no fim. Além dos benefícios da missão, provar aqueles lábios, sentir aqueles toques no seu corpo e sentí-lo dentro de si era quase como um pecado pronto para condená-lo e mais: se não tomasse cuidado, aquilo poderia levá-lo à perdição e ser o seu mais novo vício. 


 

Só que Levi sequer sabia que já havia se perdido no momento em que beijou Eren pela primeira vez.

 


Notas Finais


gente do ceu, pera ai o erwin-- KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK tomou na tarraqueta
o Eren falando do Levi pra mãe dele, NAO NAO NAO NAO!!!!!! MEU FILHO VOCÊ TA FODIDO! acho que nesse capítulo vimos o que se passa na cabeça do nosso eren, né? aliás, BEM CONTURBADA POR SINAL
a investigação da mãe do levi ta começando a tomar forma! qual o palpite de vocês?
ALIÁS, ACHARAM UMA UNHA NA CENA DO CRIME PERA LA
petra atentah, quem amou?
OS ERERI CAINDO NAS ARMADINHAS UM DO OUTRO, GENTE O PERIGO!!!!!!!!!! quem vai cair primeiro nesse joguinho deles?
amando as teorias de vocês! estamos na metade da fanfic e ainda vai acontecer muita coisa!
queria agradecer a todos os comentários e favoritos, vocês me incentivam muito muto muito! tenho os melhores leitores, tenho certeza disso! obrigada pelo apoio e cada surto comigo.
enfim, sou gay mesmo como notou? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
até o próximo, amo vocês! ♥


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