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História Love Shot - Traição


Escrita por: imakinox

Notas do Autor


oioioi gente!
como vão? espero que todos bem!
trouxe mais um capítulo uhu! cheio de coisinhas (como sempre), fim do interrogatório, ponto de vista do Eren e tudo algumas especulações! prontos pra montanha russa? AIUSHUIASHAI
nos vemos nas notas finais!
— a música do capítulo é 'blood sweat and tears' https://open.spotify.com/playlist/70KPyisJD7Bn61fp2zojKW | https://youtube.com/playlist?list=PLv8GR2J2FVhrYQNEvCUJIdqMkR163Exv3
boa leituraaaaa

Capítulo 11 - Traição


[ até meu sangue, suor e lágrimas
até meu corpo, mente, alma
sabem perfeitamente que sou todo seu ]

 

 

 “Levi? Como assim fodeu?”

— Eu fiz sexo com o Eren.

“Eu deveria dizer que estou surpresa, mas vi seu cu piscando desde a primeira vez que colocou os olhos nele.”

— Vai se foder, quatro-olhos de merda! Não acabou aí.

“O quê?! Levi, não vai dizer que se apaixonou só por causa de um chá de pica…”

— Ele viu as minhas tatuagens.

“Você enlouqueceu?”

— Transamos antes da operação.

“Espera… O quê?! Levi, isso é muito grave, você tem total ciência disso. O que está acontecendo com você? Se envolve com uma pessoa que já se envolveu antes da operação, deixa essa pessoa ver suas tatuagens e pior ainda: essa pessoa é um alvo. Perdeu a cabeça?”

— Eu não sabia que era ele! Foi naquela maldita balada de máscara que você levou…

“E como você sabe que é ele? Não sabia que você tinha sensibilidade para distinguir os paus que você já cavalgou.”

— Por que eu fui ligar para você e desabafar, caralho? Você é horrível.

Nesse momento Levi ouviu as risadas da amiga do outro lado. 

“Levi, se despede dele e vem pra delegacia. Estamos no meio de um interrogatório, na verdade demos uma pequena pausa. Vou avisar o pessoal que você apareceu e que retornaremos assim que você chegar aqui. Te espero em trinta minutos.”

Levi olhou para a tela, vendo que a ligação havia sido encerrada e suspirou. Hange era uma boa amiga e confidente, sabia de praticamente tudo da sua vida e sempre que se via em situações complicadas como aquela, sabia que poderia contar com sua ajuda.

Pegou suas roupas e se vestiu rapidamente, sempre atento a porta do banheiro para saber se Eren sairia ou não. Naquele momento sentiu um dejavú, pois agora que sabia que o filho de Grisha era o homem mascarado que havia transado há algum tempo atrás antes da operação, e havia ido embora do quarto exatamente quando o mesmo estava no banheiro, agora não eram apenas desconhecidos. Não que ligasse para coisas do tipo, não devia nada para ele, mas precisava entrar no personagem de “ficante sério” e agora as coisas funcionavam de forma diferente. 

Suspirou fundo e exausto pensando até onde iria por aquela operação que se realmente desse certo e obtivesse sucesso, estaria feito na vida e seu nome estaria em primeiro de agentes especiais não somente da Survey Corps, como de outras organizações também – e consequentemente o valor subiria a cada serviço prestado. 

Caminhou até o banheiro lentamente e abriu a porta que estava encostada, sentindo aquele incômodo chato no quadril e fez um lembrete mental de passar na farmácia mais próxima e comprar um analgésico para aliviar a dor. Viu Eren secar o cabelo com uma toalha, enquanto a outra estava enrolada em sua cintura e se amaldiçoou por notar cada detalhe do corpo a sua frente e se repreendeu quando acompanhou com o olhar algumas gotas solitárias escorregarem pelo abdômen musculoso e definido e sumindo entre o tecido de algodão enrolado no quadril alheio.

— Pensei que fosse vir comigo, neném. — Eren sorriu, virando-se para Levi, vendo-o vestido. — Ou não aguenta mais uma?

— Vai se foder, Eren. — Levi revirou os olhos, estalando a língua no céu da boca. — Anda logo, preciso trabalhar e estou atrasado e também preciso usar o banheiro. 

— Claro, é tudo seu. — Eren se referiu ao banheiro, mas Levi imediatamente levou o olhar para o corpo alheio com o duplo sentido da frase e Eren riu soprado. — Até o meu corpo, se quiser.

— Sai daí logo, que caralho. 

Eren deu de ombros rindo, enquanto pegava suas roupas que estavam dispostas penduradas no lugar próprio para isso e quando Levi entrou, passou a mão na sua bunda só para provocá-lo.

— Você trabalha com o quê? — Eren perguntou.

— Não te interessa. — O mais velho respondeu áspero enquanto fazia sua higiene pessoal e de canto de olho viu o moreno dar de ombros, enquanto terminava de se vestir. 

Antes a indiferença que Eren mostrava ter – o que depois se mostrou claramente um personagem montado com maestria por ele próprio – não incomodava Levi, mas agora incomodava. Sabendo que o filho de Grisha era perspicaz, analítico e sabia mais do que aparentava, aquele silêncio o incomodou profundamente.

Depois que terminou de se arrumar, pegou Eren e o levou para sua casa – outra coisa que jamais fez ou faria com qualquer ficante – e se incomodou com o selinho ganhado de despedida, seguido de um sorrisinho de canto de rosto. 

— Agora posso mandar mensagem pra você, já que consegui o seu telefone. — Eren sacou o próprio celular com um sorriso no rosto e se afastou da moto, com o capacete de Levi em mãos. — Espero que a gente possa se esbarrar de novo no Vanilla. 

— Eu sempre vou lá, não é como se nunca mais fôssemos nos ver. — Levi revirou os olhos e estendeu uma mão. — Dá o meu capacete.

— Hum? Não. Vou ficar com ele, assim eu consigo te trazer aqui em casa quando você, de fato, precisar usá-lo. — O sorriso era malicioso e Levi entendeu bem o que ele queria dizer com aquilo. 

Bem, não que ligasse para um capacete e com certeza não voltaria lá para buscá-lo, mas aquela pequena frase foi música para os seus ouvidos. Iria ter acesso à mansão altamente restrita dos Jaeger, poderia ver como era por dentro e quem sabe teria acesso a algum escritório ou quarto, seja de Grisha ou Zeke. 

Aquilo não poderia ser melhor.

— Faça o que quiser com essa merda. — Levi resmungou. — Garoto, não fale para ninguém sobre…

— Eu sei. Sobre as tatuagens. — Eren virou-se de costas e Levi não notou o seu olhar, mas com certeza ele não gostaria de vê-lo. — Aliás, obrigado pela noite. Eu me diverti muito, neném.

— Dá pra parar de me chamar dessa merda? 

— Hum? O que? Você prefere amor? Não sabia que era do tipo sentimental. — Eren virou-se e Levi viu o sorriso de provocação e revirou os olhos, bufando no processo. Desde quando caía nos joguinhos fúteis dele? — Ah, sim. Então vou te chamar dos dois. 

— Vá se foder, eu ‘tô pouco me fodendo pra isso. — Levi revirou os olhos e colocou o capacete, dando partida na moto. — Até.

— Tchau, neném.

______

Com passos duros, um copo de café na mão e um cigarro na outra, Levi caminhava pelos corredores da delegacia atraindo olhares pelas roupas despojadas e não usuais do agente especial e o pescoço – antes branquinho – marcado dos dois lados também foi motivo pra cochichos indiscretos, mas ele nem se importou. 

Adentrou a sala onde era possível assistir o interrogatório, dando de cara com Hange, Nanaba e Mike e o trio o encarou assustado pela aparição repentina e logo os pares de olhos curiosos percorreram as roupas e o pescoço – era praticamente impossível não olhar aquela região – e a cara com a carranca usual e uma aura tenebrosa se fazia presente em volta daquele corpo pequeno e quando se jogou em uma das cadeiras almofadadas, encarando o vidro fumê logo a frente, vendo o homem que estava sendo interrogado baforou um pouco da fumaça e olhou para Hange.

— Quem é ele?

— Bom dia para você também. — A morena revirou os olhos, descruzando os braços e em uma mesa próxima pegou um pacote e estendeu para ele, que olhou sem interesse o que havia dentro. — Coma. Sua noite foi bem longa, pelo que estou vendo.

Levi revirou os olhos, sentindo o estômago revirar. A ressaca estava ali, mais forte do que nunca, e aquele café que havia comprado na cafeteria que havia ali na esquina estava descendo mais amargo que tudo. Pegou um croissant pequeno que tinha ali e deu uma mordida experimentativa. 

— Não vai me responder?

— Keith Sadies, trabalhou para Grisha há dezoito anos.

— E está vivo ainda por que? — Levi parecia surpreso e ao mesmo tempo tentava não transparecer o quanto aquele pãozinho estava gostoso, mas Hange riu com satisfação quando o viu procurar por mais no saquinho. Havia comprado especialmente para ele, pois sabia que ele gostava daquilo. 

— Aparentemente não sabe de nada, mas nos deu nomes de pessoas que podemos ir atrás. — A morena continuou. — Ele deu o nome das outras três pessoas que estavam na foto que você nos deu, Levi. Nomes, endereços e até mesmo telefones. 

Os olhos de Levi se abriram um pouco mais e ele sentou-se de forma séria na cadeira. Bateu as mãos uma na outra para tirar os farelos dali e deu um gole no café e em seguida apagou o cigarro que descansava em um cinzeiro ali.

— Cadê o começo do interrogatório? — Ele perguntou, olhando para Mike e Nanaba que até então observavam com curiosidade a interação dos dois agentes especiais.

Nanaba estendeu um papel impresso e Levi deu uma lida por cima e em cima da mesa procurou um marca texto, grifando partes que achou importante para montar melhor aquele quebra-cabeças – havia também fotos e detalhes dos crimes ali – e olhou para os três.

— Mike, você que está tomando a frente do interrogatório? — Levi perguntou para o loiro, que assentiu com a cabeça.

— Sim. Estou fazendo as perguntas, Nanaba e Hange estão escrevendo absolutamente tudo que é dito daqui.

— Certo. Vamos retomar, dessa vez eu pergunto. — Ele se levantou e Hange estendeu um outro copo de café com o logo da mesma cafeteria.

— Tome. Está mais doce que o seu, tenho certeza. 

Levi olhou para o copo e deu de ombros, pegando-o e indo até a porta pequena que havia ali, que levava até a sala que estava a frente do vidro fumê. Sem delicadeza nenhuma jogou os papéis em cima da mesa e sentou-se na cadeira de frente ao homem, que o encarou com as sobrancelhas arqueadas. Preguiçosamente Levi bebeu um gole do café e viu que era realmente doce, na verdade era perfeito para o seu paladar e quando terminou de engolir encarou o homem à sua frente de um jeito analítico.

— Vou continuar com o interrogatório que o investigador Mike havia começado. — Ele começou. — Quanto tempo demoravam na pista de pouso?

— Desculpe, como?

— Você disse que tinha épocas específicas que chegavam encomendas e essas eram despachadas por vias aéreas. Me diga quanto tempo Grisha mandava os funcionários saírem. Quanto tempo demorava?

— Eu… Era coisa de trinta minutos, no máximo. — O homem falou e desviou o olhar dos olhos estreitos azuis.

— Os aviões são de Grisha? 

— Não, são dos compradores.

— E como você sabe que são compradores?

O homem engoliu seco, o que mais uma vez foi percebido por Levi que olhou as folhas mais uma vez.

— Sem palavras, senhor Sadies? — Levi o encarou. — Como você sabe que eram os compradores?

— Alguns… Alguns dormiam na fazenda quando o tempo não estava favorável para decolarem.

— Hum, interessante saber. — Levi encarou Mike e trocaram olhares silenciosos. — Me diga, Sadies, você se lembra algum nome? Aparência? Ou você era mais um dos funcionários que “saía”? Entre tantos que foram mortos viram, por que você seria o único privilegiado que não tenha visto alguma coisa? Era caseiro, não era? Qual o nome da fazenda?

O homem foi se encolhendo aos poucos na cadeira e Mike colocou uma mão no ombro de Levi, como se dissesse para ele ir com mais calma; no entanto, Levi estava sedento para ver até onde aquele homem continuaria mentindo.

— Eu… Eu não vi ninguém. Eu só sei que eles ficavam, pois os aviões ficavam nas pistas de pouso. — Ele gaguejou.

— E por que Pyxis ligaria justo para você e ainda te daria uma foto? As peças não se encaixam na minha cabeça ainda. — Levi continuou.

— Ele… Ele queria que vocês tivessem um norte para começar, pois sabia que era o próximo e a polícia não saía do lugar…

— Qual o nome da fazenda?

— Rose. 

— Então está me dizendo que os assassinatos estão ligados diretamente com as pessoas que sabiam das encomendas? 

— Ao que tudo indica, sim. — Levi notou o tom de voz trêmulo, junto com pernas se movendo inquietamente abaixo da mesa. 

— Interessante. — Levi olhou para ele e para o interrogatório, mas lembrou-se de algo importante. — Me diga, Sadies… A família Jaeger é religiosa?

— Desculpe, como? 

— Eles são pessoas religiosas, que vão diretamente na igreja e fazem rezas para sei lá que entidade? 

— Ah, sim… A senhora Dina, esposa do senhor Grisha, é muito religiosa… — Ele lembrou-se. — Está sempre falando de pecados e perdão de Deus.

— Interessante… — Levi pensou um pouco. — Em Rose tem muitos corvos?

— Corvos? Por que está…

— Os corpos estão sendo deixados com o desenho de um corvo. Isso te lembra algo? — Levi estendeu a foto do desenho na mesa, colocando-a de frente para o homem que tremeu; os olhos arregalaram e Levi viu exatamente quando a boca alheia secou, sendo umedecida pela língua logo após. 

— Não… Nada. — Com o olhar para baixo, Sadies balançou negativamente a cabeça. 

Mais uma vez Levi olhou para Mike, trocando sinais silenciosos.

— Certo. — Levi encarou Sadies. — Essa fazenda de Grisha, tem algo de peculiar? Plantações? Gado? Deve ser grande o bastante para ter até pista de pouso.

— É a única fazenda onde possui um campo grande para jogadores de Polo. — Ele falou. — Às vezes o senhor Grisha montava campeonatos para a alta sociedade ir, ficavam o dia todo lá. 

— Haviam aviões nesses dias de campeonato? 

— Não, mas haviam carros. Mais do que o senhor Grisha costumava usar…

— Qual a marca dos carros?

— Eram sempre modelos SUV pretos. 

— E você sabe algo peculiar sobre Grisha? Sobre ele trair a esposa ou… — Levi foi interrompido por uma risada soprada vinda de Sadies, ele parecia mais incrédulo do que tudo.

— O senhor Grisha está sempre traindo a senhora Dina e ela tem total ciência disso. O filho do meio, Eren, é fruto de uma traição e claro que isso é um assunto proibido, mas que todos sabem e ficam comentando pelos cantos. — Ele deu de ombros. — Grisha tem a fama entre os funcionários de que não aguenta um mês sem trair a esposa, o casamento é uma farsa. Ele não consegue segurar o pau na cueca se ver uma mulher bonita, daí eu te pergunto: quem seria louca de recusar de dormir com um cara que é podre de rico? Ele tem um dos maiores impérios do país. Luxuoso, galanteador e bonito, qualquer otária cairia nos encantos dele… 

Levi parou um pouco ao ouvir o nome Eren e lembrou-se da noite anterior, onde ele havia contado aquilo que Sadies estava dizendo enquanto estava bêbado o bastante para não se lembrar; no entanto, Levi lembrava e lembrava muito bem de cada detalhezinho daquela noite, desde quando o buscou de moto até quando transaram loucamente na cama e…

Seus pensamentos foram interrompidos por Mike, que tocou seu ombro sutilmente, trazendo-o de volta à realidade e naquele momento notou o pequeno volume incomodando levemente na calça jeans que usava. Cruzou as pernas para disfarçar e focou no interrogatório.

— Tem alguma coisa que quer nos dizer fora tudo isso?

— Sim. — Ele assentiu, juntando as mãos de maneira nervosa. — Nem tudo o que parece, é. Algumas coisas estão bem debaixo dos nossos olhos, mas preferimos fechá-los do que encarar a realidade…

— E por que está dizendo isso?

— Porque foi a frase que Pyxis enviou junto com a foto. 

Silêncio. 

Levi viu Mike fazer um sinal, indicando que já estava bom e para encerrarem ali. Levi dispensou Sadies e logo os dois foram para dentro da sala onde estavam anteriormente.

— Ele está mentindo. — Levi falou. — Eu não entendo o motivo para não contar a porra de uma verdade!

— Você acha? — Hange perguntou enquanto coçava o queixo.

— É óbvio. Ele gaguejou muito e pareceu pensar muito. Talvez com medo de entregar o ex-patrão? Se entregá-lo, pode acabar morto e se não entregá-lo, pode morrer pelo assassino. 

— Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. — Hange quem disse, sentando-se na cadeira meio desacreditada enquanto passava as mãos no próprio rosto. — Pelo menos sabemos que as movimentações ocorrem na fazenda Rose.

— Direcione o mandato para essa fazenda. — Levi falou para Mike. 

— Algumas coisas ainda não se encaixam para mim. Por que ele viria até aqui de repente? Vasculhamos todos os pertences de Pyxis e não encontramos absolutamente nada, seja em computador ou celular…

— Ele foi mandado para vir aqui, eu tenho certeza disso! — Levi falou enquanto acendia um cigarro e tragava. — Ele aparecerá morto.

— Por que acha isso? — Mike perguntou.

— Ele está no meio do fogo cruzado. Ou alguém a mando de Grisha o convenceu a vir até aqui ou o próprio assassino. Está usando ele como uma peça em um jogo de xadrez… — Levi disse.

— E você acha que Grisha já sabe que esses assassinatos tem alguma ligação com tudo o que está acontecendo? — Hange perguntou.

— Ou ele, ou o filho mais velho, Zeke. — Levi falou. — Sinto que estou perto de descobrir alguma coisa… Zeke está levando Reiner para o segundo andar do clube, acho que a negociação está perto de ser finalizada…

— Agora é a hora de tentar entrar lá, Levi. — Hange disse. — Hora de usar as suas outras táticas. — E Levi entendeu exatamente do que ela estava falando e por mais que a morena detestasse falar para o amigo usar o próprio corpo para conseguir êxito em alguma coisa, era inevitável naquele momento não usar artifícios como aquele. — O que aconteceu ontem no Vanilla?

— Peguei Grisha assediando uma das funcionárias descaradamente. — Levi falou enquanto batia a cinza do cigarro no cinzeiro. — Ao que tudo indica, ele faz isso sempre. Aliás, Nanaba, pode ver se tem alguma queixa de ex-funcionária?

— Claro, deixa comigo. — A loira falou. — Vamos tentar entrar em contato com esses nomes que Sadies nos passou?

— Sim, por favor. — Levi assentiu com a cabeça e sentiu o celular vibrar no bolso e o pegou, vendo uma mensagem de Eren e outra de uma pessoa que há um tempinho não o procurava. Sorriu de canto e se levantou. — Preciso me encontrar com uma pessoa.

— Tem algo que você precisa saber. — Mike falou. — Grisha estará organizando um evento para inaugurar uma nova loja da sua rede de joalherias. 

— Para quando?

— Semana que vem. — Nanaba falou. — Acha que consegue se infiltrar?

— Sem nenhum problema. — Levi deu de omboros. — Hange, fique de olho no celular, quero passar algumas coisas mais tarde. Preciso ver uma pessoa e depois vou passar no meu apartamento para trocar de roupas.

— Sim, senhor. — Ela piscou, vendo-o abrir a porta, não sem antes pegar o saquinho com croissants. — Se cuida, Levi.

— Obrigado, mas não preciso de uma babá, quatro-olhos. — Ele sorriu antes de sair completamente, fechando a porta.

____

Levi andou mais algumas quadras a pé enquanto fumava o seu cigarro e respondia as mensagens de Eren – que havia chegado mais umas dez mensagens naquele momento, tentando entrar no papel de um ficante sério, por mais que sequer soubesse como era isso –, e quando chegou em uma rua sem saída, viu o carro conhecido de longe e não demorou muito para entrar lá.

— Quanto tempo, Rivaille. — A voz feminina conhecida ecoou o veículo luxuoso logo que a porta foi fechada e Levi a encarou: cabelos negros, roupas de couro e a adaga presa na coxa direita. — Senti saudades, sabia?

— Eu poderia mentir e inflar o seu ego, mas não vou fazer isso. — Levi falou enquanto afastava o banco do passageiro e colocava os pés no painel do carro caro. — Me surpreende você me procurar, Adaga.

— Como eu disse, estava com saudades do seu perfume e da sua presença máscula perto de mim. — Ela foi sarcástica enquanto dava partida no veículo, saindo dali logo. — Aliás, esse pescoço marcado como um animal significa que caiu nos encantos do predador?

— Desde quando você está interessada na minha vida? 

— Pelo visto não levou os meus avisos a sério… — Ela riu. — Ouvi boatos de que ontem vocês saíram juntos do Vanilla. 

— Os boatos correm rápido, então. 

— Eu tenho os meus contatos, você sabe. — Ela riu. — E então, é tudo aquilo que dizem mesmo? — Voz carregada de segundas intenções e Levi notou, rindo soprado.

— É mais. O pescoço não é nada comparado com o resto do corpo. — Ele deu de ombros. — O que quer comigo?

— Acho que tem uma coisa que você vai gostar de ver. — Ela estacionou o carro próximo a um prédio e Levi e surpreendeu quando viu que era onde morava. — Eu não sou imbecil de não saber onde você mora, não é? Acredite, você vai querer ficar confortável com essas informações.

Levi deu de ombros e suspirou fundo. 

— O que descobriu?

— Onde Erwin Smith está nesse momento?

Levi arqueou as sobrancelhas, na verdade não sabia. Ele não estava na delegacia, deduziu isso quando viu a sala do mesmo com as luzes apagadas e computadores desligados, também não estava no interrogatório… 

— Não faço ideia. Talvez viajando a trabalho?

— Trabalho que envolve Grisha? — Ela pegou um tablet no banco de trás e estendeu para Levi, mostrando a foto. — Ele esteve essa noite na sede da Zeren. Segundo meus homens, ele estava um tanto nervoso.

— Por que seus homens estão escoltando Grisha?

— Bom, isso faz parte de outro acordo que fizemos. Ele quer a sede da joalheria protegida até semana que vem. Aliás, semana que vem terá um evento da alta sociedade para inauguração de mais uma filial da Zeren. 

— Fiquei sabendo.

— Eren te convidou, é?

— Não. Ainda não.

— Ainda? — Ela riu. — Eu gosto da sua ousadia e prepotência, sabia?

— É a minha marca registrada, não é? — Ele deu de ombros. — Seus homens ouviram alguma coisa?

— Infelizmente não, mas acho que…

— Tem alguma coisa a ver com o evento.

— Ou com os assassinatos. — Ela falou. — E até mesmo de toda a investigação que está sendo feita atrás dele. Já pensou que traíra ele seria se fizesse algo do tipo?

Levi pareceu pensar um pouco, olhando o sorrisinho cínico da mulher a sua frente. Não faria sentido algum Erwin fazer aquilo, qual seria o sentido de trair a própria polícia para acobertar Grisha? Se caso aquilo fosse resolvido mesmo, ele subiria mais ainda de cargo, então por que ele…

Naquele momento uma luz se acendeu na sua cabeça e ele encarou a mulher, vendo-a assentir com a cabeça.

— Além de gostar da sua presunção, eu gosto como você pensa rápido. — Ela riu. — Você também entendeu, não é?

Levi assentiu com a cabeça, vendo a foto uma última vez.

— Cuidado, Rivaille. — Ela advertiu. — Os Jaeger são território perigoso. Posso dizer isso com toda a convicção do mundo: ninguém ali é confiável. Aquelas cinco pessoas escondem segredos muito fortes para serem ditos em voz alta. 

— O que você sabe que não quer me contar?

— Eu estaria traindo a confiança de uma pessoa importante se caso eu contasse, você sabe. — Ela piscou. — Tome cuidado com Erwin, mais uma vez. 

— E se… — Levi pensou. — E se eu matar dois coelhos com um tiro só?

— Como assim?

— E se, além de eu mostrar para todos o negócio podre de Grisha, eu desmascarar o certinho Erwin Smith? — O brilho de ambição saía dos olhos estreitos azuis e a mulher de cabelos negros riu com aquilo. Levi era ganancioso, não havia dúvidas e aquilo fazia com que o interesse que tivesse pelo baixinho crescesse mais e mais; o sentimento era unilateral, mas não se importava. Jamais tinha conhecido homem tão charmoso como aquele ao seu lado.

— É uma ambição grande. — Ela falou. — Acha que quem está te ajudando concordará com isso?

— Eles confiam mais em mim do que em Erwin. É uma chance para crescerem também naquele sistema podre da polícia, só dão cargos grandes para a panelinha restritiva deles. — Ele pensou um pouco. — Tem alguma coisa a mais para me falar?

— Sim. Eren é mais analítico do que você pensa. Ele é frio e calculista e não é um estereótipo, ele é realmente assim. Se faz de sonso, mas está de olho em tudo o que acontece ao redor. 

— Eu já percebi isso.

— Ou não. Você caiu na teia dele e já dormiu com ele. Quem está usando quem?

— Obviamente eu.

— É o que ele quer que você pense, Rivaille. Eren não é bobo, não houve uma pessoa que dormiu com ele que não se apaixonou. — Ela alertou mais uma vez.

— Você já me disse isso e adivinha? Dei gostoso ontem e não estou apaixonado. — Ele foi ríspido. 

— Faça o que quiser. Eu não avisarei de novo, pois quando você cair em si já vai ser tarde demais. — Ela deu de ombros, jogando o tablet no banco traseiro. — E eu espero estar de camarote assistindo a sua queda.

— Estou de saída, odeio suas lorotas. — Ele abriu a porta do carro. — Te envio um e-mail até o meio dia de amanhã. 

— Bom garoto. Vou estar esperando por isso. — Ela riu, colocando óculos de sol no rosto naturalmente belo. — Espero ansiosamente o dia em que será um dos meus homens, Rivaille.

— Se cobrir a taxa que a Survey Corps me paga, quem sabe.

— Ganancioso como sempre. Até mais.

_____

Mais tarde aquele dia, já à noite, Levi se encontrou com Hange na cafeteria próxima a delegacia para discutirem mais sobre o caso sozinhos e enquanto comiam, o assunto mudou totalmente.

— O que foi que está com essa cara? — Ele perguntou para a morena sem muito entusiasmo enquanto mexia no celular. 

— Você não me contou como foi ontem a noite. — Ela parecia agitada.

— Quer que tipo de detalhe? — Ele a encarou, vendo-a pensar um pouco.

— Era grande?

— Era.

— Coube tudo?

— E eu tenho cara de rejeitar coisas gostosas?

A morena riu escandalosamente, fazendo-o negar com a cabeça, mas um sorrisinho despontava dos seus lábios. Hange o distraía, era uma boa ouvinte e confidente. Eram bons amigos, no fim.

— Você transou bêbado, não é?

— Infelizmente sim.

— Oh, então foi uma verdadeira putinha na cama.

— Felizmente sim. — Ele deu de ombros.

— Você acha que as sentadas que o rabão gostoso do famoso agente especial Levi Ackerman foram capazes de amolecer aquele coração para abrir todas as portas da casa dele para você?

— Bom, tenho certeza que sim. — Ele riu malicioso. — Adivinha? Ele quis ficar com o meu capacete para que eu fosse lá buscá-lo. 

— Mentira! — Ela pareceu empolgada. — Levi, isso é ótimo. Você vai diretamente na fonte!

— O envolvimento é bom por conta disso, às vezes tem suas vantagens e eu posso tirar uma lasca enquanto trabalho.

— Você não vale um real.

— Eu sei e adivinha? Eu gosto. — Os dois riram e logo a expressão séria se fez presente no Ackerman. — Estou desconfiando de Erwin, Hange.

A morena cuspiu o café que tomava em surpresa e limpou-se com o guardanapo, sendo observada com nojo pelo Ackerman. 

— Como assim? Pirou, é?

— Hange, vamos. Pense comigo… Não é suspeito ele estar no meio daquela foto no caso daquele cracker? — Levi sussurrou, se inclinando mais para que a morena o ouvisse. — Eu o confrontei sobre isso um dia e ele ficou extremamente alterado.

— Você fez o quê?! — Ela quase gritou.

— Fala baixo, que caralho! — Ele chamou a atenção, olhando para os lados antes de prosseguir. — Esses assassinatos têm envolvimento direto nessas encomendas… Algo não se encaixa! Você viu como Sadies esteve no interrogatório, era claro que ele sabia de algo, mas não podia falar sabe-se lá o porquê. O assassino sempre parece um passo a nossa frente, Erwin some bem na noite em que uma suposta testemunha aparece… 

— Levi você não acha mesmo que ele está passando informações para Grisha, acha? Isso seria traição!

— Hange, minha intuição diz que o caso do cracker também tenha envolvimento com Grisha.

— Levi, isso tudo está vindo à tona de uma só vez… É como uma bomba, quando explodir…

— É uma bomba e um efeito dominó, Hange… — Levi falou. — Se tirar um pino, explode. Se empurrar uma peça, todas as outras caem. Estamos em um jogo de xadrez e o melhor estrategista vence.

— Você acha que Erwin tem o rabo preso com Grisha desde 2025? Dois anos atrás? 

— Eu acho que algum crime foi acobertado e uma quantia repassada, comprando a polícia. Robin Hood sempre fala sobre justiça, algo passou e a justiça não foi feita. Erwin e todos esses homens que estão sendo roubados sabem de alguma coisa.

— Levi, essa acusação é muito grave… Mas se for juntar os pontos, faz tanto sentido que minha cabeça está explodindo… — Hange colocou a mão na própria boca e em seguida ajeitou o óculos no rosto. — Acha que é morte?

— Eu não faço ideia, só sei que…

Nesse momento o telefone de Levi começou a tocar e ele conheceu o toque: era o toque de quando alguém da delegacia ligava. Mostrou a tela para Hange e atendeu em seguida, se levantando correndo logo após.

— Alô?

“Levi? É a Nanaba e você estava certo.”

— O que aconteceu?

“Recebemos uma ligação e quando rastreamos o telefone era de Sadies… Foi apenas três segundos de ligação, mas parecia que ele conhecia a voz do assassino.”

— Como assim? Não vai dizer que…

“Sim. Mandamos uma viatura na casa dele e quando chegaram lá, o encontraram morto. Os olhos cortados, o versículo bíblico, o desenho do corvo… Ele sabia o que acontecia lá e não nos disse.”

— Estamos indo aí nesse momento.

Levi desligou o telefone, pegando o paletó que estava pendurado na mesa e olhou para Hange, deixando uma quantia de dinheiro em cima da mesa.

— Pague a conta e vá para a delegacia. Sadies foi encontrado morto.

— O quê?!

— Me encontre lá.

A morena apenas concordou e foi até o caixa, mas sentiu o seu celular vibrar e ao ver, atendeu no mesmo instante.

— Farlan?

“Está com Levi?”

— Não, não estou. Viu o que te mandei?

“Vi sim, tenho outras coisas também. Eu vou visitar essa casa de porstituição hoje durante a noite, gostaria de ir comigo?”

— Eu não sei se vou conseguir ir até lá com você hoje, mas me manda uma mensagem… Se eu conseguir sair da delegacia, eu irei até onde você está.

“Certo, combinado. Até.”

— Até. — Ela desligou o aparelho e encarou a balconista que estava ali. — Me vê dois cafés, por favor.

_____

Eren estava no seu quarto naquela noite. Não estava com estômago para aparecer no Vanilla Club, principalmente encarar Armin e Jean que seriam falsos como sempre e fingiriam que não tinham achado graça da situação que o seu pai o fez passar na noite anterior. 

A vontade que tinha era de mandá-los se foder, mas sabia que eram clientes assíduos e não gostaria de perder gastos, então fingia demência e ignorância – isso às vezes era uma dádiva –, tinha poucos que se salvavam ali.

Na verdade, gostava apenas de Historia e até tentou cogitou pegar a loirinha, mas a mesma nunca tinha se envolvido com ninguém da turminha – o que era um milagre, já que aquilo era uma verdadeira suruba e a maioria já havia se pegado –, então preferiu ficar apenas na amizade mesmo.

Naquele momento seus pensamentos foram para Levi e na noite que tiveram. Bagunçou os cabelos castanhos com força ao lembrar-se do toque que aquele homem tinha, de como era firme e imponente, levando-o à loucura em apenas uma noite. Se conhecia bem o suficiente para saber que não estava no seu mais perfeito estado normal e se praguejou por se deixar levar por aquele homem tremendamente gostoso de um metro e sessenta.

Mas que culpa tinha, não é mesmo? 

Lembrou-se do corpo pequeno em suas mãos enquanto o banhava com todo cuidado na banheira que havia no banheiro do hotel, os resmungos e o rosto vermelhinho. Aquele corpo branco, aquelas tatuagens, os piercings… Era um combo perfeito e mordeu os lábios só de pensar naquilo.

Isso se não fosse por um detalhe que chamou sua atenção enquanto o banhava enquanto o mesmo dormia como uma pedra e sorriu com a incrível coincidência: a pequena cicatriz perto da virilha foi notável sem os grandes efeitos de álcool no organismo e naquele momento lembrou-se de uma pessoa com quem transou há meses atrás que não o deixou ver as tatuagens – da mesma forma que Levi não queria deixá-lo ver – e tinha uma cicatriz idêntica àquela.

Por isso a sensação que teve que já haviam se cruzado antes sempre estava rondando seus pensamentos durante toda a foda. Eles realmente já tinham se encontrado e tinham transado. Jamais se esqueceria se tivesse transado com alguém como ele e realmente não esqueceu: o homem com a máscara preta com detalhes em relevo pretos o teve como ninguém e com certeza aquela tinha sido a melhor foda da sua vida. As sentadas fortes e precisas, as reboladas no ritmo perfeito, não tinha como se esquecer daquilo!

Estava louco por Levi.

Levantou-se em um pulo da cama, indo até a cozinha enquanto mexia no celular despreocupadamente. Sentou-se em uma das quatro banquetas disposta na ilha imensa de mármore que havia ali após pegar um copo de água para tomar e viu Dina chegar com Petra logo atrás com um saco preto.

— Termine de fazer o trabalho, entendeu? — A loira falou.

— Sim, senhora… — Ela respondeu, meiga como sempre. — Boa noite, senhor Eren.

— Boa noite, Petra. Tudo bem? — Ele sorriu amigável. — Pare de me chamar de senhor, já conversamos sobre isso.

— Estou ótima, obrigada. — Ela sorriu. — Desculpe, é o costume.

Dina observou a interação com certo nojo e revirou os olhos, saindo dali a passos largos e a ruiva apenas suspirou.

— Está cansada? Seu horário de expediente já acabou. — Eren falou.

— Estou sim, preciso terminar… — Ela pareceu pensar um pouco. — Preciso terminar uma coisa que a senhora Dina me pediu. Agora se me der licença, boa noite.

Eren apenas sorriu e sussurrou outro “boa noite” enquanto mexia no celular e ao abrir o aplicativo de mensagens viu o nome de Levi e clicou ali para ver a foto no perfil e se pegou com um novo objetivo ao ver o rosto neutro de sempre, mas que durante a noite que tiveram estava tão cheio de expressões que foi magnífico corrompê-lo por completo. 

O gosto doce da pele perfumada, os lábios com hálito de menta e de cigarro, o corpo pequeno e as bochechas vermelhas. Aquilo tudo era um combo tão doce, mas tinha sua amargura e esse era o contraste perfeito. Levi parecia o mais belo pecado e só queria prová-lo mais, tê-lo por mais tempo. 

Não o deixaria escapar, aquele homem estava deixando-o louco!

— Eu vou fazer você se apaixonar por mim, custe o que custar. 

 


Notas Finais


XIIII GENTE! O EREN JÁ SABIA E FEZ TODO O TEATRINHO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK bicha dissimulada mesmo, eu sei o teu jogo!
gente e esse babado do erwin? será que é isso mesmo ou será que nossa adaga está colocando coisas na cabeça do levi? ANALISEEEEEE
E O INTERROGATORIO GENTE, TA QUASE LA! QUASEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE POR POUCO! mas sei que o pessoal vai ser inteligente e sacar tudo! (espero) AKSAKSAKSJ E A VITIMA CONHECIA O ASSASSINO SOS
enfim palpitesssss? AS TEORIAS TAO MUITO BOAS E EU AMO!
encontro vocês no próximo capítulo! tchau tchau!


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