Quando Soobin acordou, ele se sentia quente, seu corpo todo doía e sequer conseguia se mexer ou falar algo. Pensou que fosse seu cio chegando, mas seu cio havia terminado recentemente, então isso estava fora de cogitação.
Lentamente levou sua mão até a testa, confirmando que sim, ele estava fervendo de febre. Suspirou, fechando os olhos antes de respirar fundo e tentar chamar pela sua mãe, mas novamente sua voz não saiu.
Bufou, resmungando alto de uma forma que a alfa escutasse e viesse ao seu socorro. Mas para a sua surpresa, quem apareceu na porta fora Yeonjun, com um sorriso capaz de aumentar o astral de qualquer um, seus olhos fechavam quando ele sorria assim e o alfa achava isso extremamente adorável, fazendo-o se apaixonar cada vez mais pelo ômega.
— Soobin! Meu Deus, você está queimando de febre. — Seu olhar preocupado sobre si o deixava levemente envergonhado, fazendo-o se encolher sob o toque carinhoso do ômega. — Vou chamar a sua mãe, ok?
O alfa resmungou, segurando fortemente a mão do amigo — mas sem machucá-lo — e pedindo baixinho para não deixá-lo sozinho. Yeonjun sorriu bobo, acariciando a mão áspera do adolescente.
— Eu só vou avisá-la que você está doente e volto ficar com você, ok? Você precisa tomar remédio, Soo. — À contragosto, o alfa soltou a mão fofinha e se virou na cama, fechando os olhos para tentar dormir novamente. O rosado sorriu novamente, saindo do quarto para conversar com a mãe do alfa, que estava preparando o café da manhã.
— Bom dia, Yeonjun! — a alfa disse alegremente, sorrindo na sua direção. O ômega sorriu também e se aproximou da matriarca, respirando fundo.
— Bom dia, Sra. Choi. Vim visitar o Soobin e ele está fervendo de febre, não consegue nem levantar da cama.
— Já disse que pode me chamar apenas de Hyewon, querido. — Ela arregalou os olhos, processando o que havia ouvido, e desligou o fogo, focando totalmente no ômega à sua frente. — Oh, então ele não foi para a aula? Céus… vou preparar alguma coisa para ele, você pode cuidar dele por enquanto, Yeonjun? Me ajudaria muito.
— Claro, pode deixar.
Quando voltou para o quarto, o alfa estava novamente dormindo, então Yeonjun aproveitou para observá-lo por um tempo para depois buscar um balde com água quente e pano para deixar na testa do azulado.
Acabou que o ômega ficou ali a manhã toda, trocando o pano de tempos em tempos e tendo que acordar o alfa quando sua mãe levou o remédio ou algo para ele comer. Quando eram quase três da tarde, Soobin acordou elétrico, se sentindo renovado — embora ainda se sentisse um pouco mole — , sentiu um peso do lado direito da cama e viu Yeonjun dormindo sobre os próprios braços, sua bochecha estava esmagada, fazendo-o ficar com um bico fofo nos lábios. O alfa sorriu, levando a destra até os fios bagunçados, iniciando um carinho enquanto observava cada detalhe do ômega.
Soobin suspirou apaixonado, aproximando-se silenciosamente do rosado, deixando um selar na testa deste, e com muito pesar, decidiu acordá-lo antes que ficasse com dores no corpo pela posição que estava dormindo.
— Hyung, precisa acordar. Já é tarde e você precisa voltar para casa. — Balançou suavemente o corpo alheio, apertando de leve o ombro do mesmo. Yeonjun resmungou, fazendo sons que o alfa achou incrivelmente fofo.
— Mais cinco minutinhos…
Riu fraco, enchendo o rosto cheinho do ômega com beijos.
— Vamos lá, ômega. Você precisa levantar.
Yeonjun resmungou, cedendo ao pedido do amigo. Se levantou lentamente, espreguiçando e bocejando em seguida.
— Você tá melhor, Binnie? — Perguntou, levando a mão até a testa do azulado, suspirando aliviado ao ver que ele não estava mais quente.
— Estou, graças a você e a mamãe — sorriu, mostrando suas covinhas. — Obrigado por cuidar de mim, hyung.
Soobin se aproximou e selou a ponta do nariz do ômega, rindo fraco ao vê-lo ficar vermelho e desviar o olhar.
— N-não foi nada — murmurou, sentindo as bochechas queimarem mais ainda. — E-eu vou indo.
O ômega saiu do quarto do alfa apressadamente, soltando todo o ar que havia segurado enquanto estava com ele. Sentiu seu rosto todo queimar de vergonha ao lembrar do amigo tão próximo de si, por um momento, acreditou que ele o beijaria.
— Idiota… você é um idiota, Yeonjun — murmurou, batendo no próprio rosto.
— Falando sozinho de novo, Yeo? — a voz de Jisu entrou em seus ouvidos, fazendo-o soltar um grito de susto e a alfa rir. — Desculpa te assustar.
— Caralho, Lia! — Colocou a mão no peito, ainda se recuperando. — Quando foi que cheguei em casa?
— É, você realmente estava no mundo da Lua — riu fraco, aproximando-se do irmão, apoiando ambas mãos no ombro dele. — Você demorou, como o Soobin está?
— Ele estava queimando de febre quando cheguei. — Yeonjun gemeu de dor e se jogou no sofá. — Mas agora ele está melhor, eu e a Sra. Choi cuidamos dele.
Jisu suspirou aliviada, sentando-se ao lado do irmão.
— Então você ficou cuidando do seu alfa, hm? — Provocou a mais nova, cutucando o irmão com o cotovelo, voltando a rir ao vê-lo ficar vermelho.
— Cala a boca, idiota. Ele não é meu alfa.
— Ainda — frisou, suspirando ao ver Yeonjun cabisbaixo. — Ei, você vai conseguir, ok? Eu não menti quando disse que o Soobin é apaixonado por você.
— Eu sei, Li — murmurou, deitando a cabeça nas coxas da irmã. — Eu só… espero que não demore tanto.
— Não vai, eu tenho certeza.
(…)
— Mãe, como você e a mamãe começaram a namorar? — Soobin indaga, olhando para a matriarca, que sorri apaixonada.
— Ah, foi meio clichê, filhote. — respondeu, fechando o livro que estava lendo para dar atenção ao filho. — Por que quer saber?
— É que eu… hm…
— Quer pedir o Yeonjun em namoro?
Soobin arregalou os olhos e sua mãe riu, olhando para o filho docemente.
— C-como você…?
— Eu sempre soube que você é apaixonado pelo Yeonjun, querido. Desde a primeira vez que os vi conversando. — O alfa desviou o olhar, envergonhado e Hyewon riu novamente. — Não precisa ter vergonha, hm? Eu sou sua mãe. — Ela se aproximou do filho e sorriu, segurando ambas mãos dele. — Agora, de alfa para alfa — respirou fundo. — Você sente que ele é o ômega certo? O seu ômega?
— Sim, mãe. Desde a primeira vez que o vi eu sinto isso, meu lobo sente isso também. Ele é… simplesmente perfeito e o ômega mais lindo que já vi em toda minha vida.
Hyewon sorriu.
— Bom, então só basta você cortejá-lo antes de pedir ele em namoro. Foi assim que eu fiz com a sua mãe.
— Mas como eu faço isso, mãe? O Yeon é o único ômega que me interessei desde que me entendo por gente — o alfa grunhiu frustrado, deixando o corpo todo mole sob o sofá.
— Cortejar um ômega não significa dar presentes a eles ou chamá-lo à encontros, é mais que isso. É você se mostrar presente na vida dele, fazer companhia a ele, ajudá-lo quando necessário. Claro que você pode dar presentes e chamar para encontros, mas não tão exagerados como outros alfas fazem — riu, bagunçando os fios azuis do filhote. — Você vai saber o que fazer, filho. Seu lobo e seu alfa sabem o que fazer, também.
Soobin sorriu, levantando-se para abraçar a mãe.
— Obrigado, mãe. Não sei o que seria de mim sem seus conselhos.
— Obviamente seria um alfa babaca como seu avô.
Ambos riram alto, e Soobin em seguida decidiu dar início ao conselho que recebera da mãe alfa.
Ele esperava que desse tudo certo.
♡♡♡
Yeonjun suspirou aliviado ao ver que as aulas haviam acabado e finalmente poderia ir pra casa deitar e dormir, seu novo amigo, Beomgyu — também ômega —, o acompanhava pelo campus tagarelando sobre um alfa que conhecera recentemente e era a coisa mais preciosa que já viu em toda sua vida. O rosado bufou, até mesmo Beomgyu, o ômega mais insuportável que conheceu em toda sua vida, estava de rolo com um alfa e ele não.
— Sério, hyung! Ele é tão fofo, os olhinhos dele, o cabelo vermelho… Céus! Ele parece um esquilinho!
— Beomgyu, já entendi que você tá apaixonado por esse alfa — o ômega mais velho suspirou, massageando as têmporas. — Podemos, por favor, mudar de assunto?
O outro ômega deu de ombros.
— Não tem mais nada de interessante pra falar além disso. Mas e você? Ouvi boatos de que estava namorando com o capitão do time de basquete do ensino médio daqui.
Yeonjun sorriu fraco, sentindo suas bochechas ficarem vermelhas ao saber da notícia. Eles realmente estavam acreditando nisso mesmo. O rosado gaguejou várias vezes tentando responder as perguntas do ômega hiperativo ao seu lado, mas seu mundo parou quando viu ele parado na entrada da universidade, usando calça e tênis pretos, um sobretudo bege e um tênis também preto. Ah, não podia faltar seus famosos óculos, é claro.
O ômega tratou de correr na direção do alfa, jogando-se no colo do mesmo, acabou por sorrir abertamente ao sentir ser abraçado na mesma intensidade.
— Soobin! O que faz aqui? — perguntou, olhando carinhosamente para o alfa.
— Vim buscar meu namorado, não posso? — respondeu, rindo ao ver as bochechas do ômega ficarem vermelhas. — Você é muito fofo, hyung.
— Você que me deixa envergonhado, alfa idiota — murmurou acanhado, sabendo que muitos estudantes estavam vendo aquela cena, incluindo Beomgyu. — Ah! Binnie, esse é o Beomgyu, meu amigo.
Soobin sorriu e cumprimentou o ômega, logo voltando sua atenção ao outro ômega.
— Precisamos ir, bebê. Está ficando tarde. — Yeonjun concordou e olhou para Beomgyu, que sorriu e fez um gesto dizendo que estava tudo bem. — Você tem alguém para acompanhá-lo, Beomgyu?
— Na verdade… sim. Ele já está chegando — respondeu, acenando para o casal. — Tchau, boa noite!
O falso casal se despediu e passou a caminhar em direção à casa do ômega, este que, estava nervoso com a presença ao seu lado. Soobin estava quieto, pensativo e Yeonjun conseguia ver que as mãos dele tremiam e estavam suando. O rosado bufou e parou em frente ao amigo, cruzando os braços.
— Ok, por que você tá nervoso? — Soobin arregalou os olhos e desviou o olhar, engolindo em seco. — Soobin…
— Antes de te deixar em casa… eu quero te levar pra um lugar. Eu nunca levei ninguém lá. — respondeu, pegando na mão do ômega novamente e começando a caminhar.
— É um lugar especial? — Indagou, curioso.
— É, é muito especial — sorriu, olhando para o rosado, que sorriu de volta e apertou a mão do outro, acompanhando sua rápida caminhada.
Alguns minutos se passaram e Soobin respirou fundo ao ver que tinham chegado, o ômega encarava o local com curiosidade, os olhos também brilhando de admiração por ser um lugar tão bonito.
— Eu venho aqui desde criança quando me sinto confuso — o alfa iniciou, puxando o falso namorado para se aproximarem mais do parque. — Aqui me traz calma e consigo pensar com mais clareza, além disso, é um lugar bonito.
— É… é lindo… — Yeonjun sussurrou, olhando para as árvores com flores diversas e coloridas. — Mas… por que me trouxe aqui?
Soobin deu de ombros e enfiou as mãos nos bolsos do sobretudo.
— Como eu disse, é um lugar especial pra mim. Você é a primeira pessoa que trago aqui porque eu confio em você e porque você é especial pra mim — se aproximou do ômega, este que, não se afastou quando Soobin iniciou um carinho na bochecha dele com o polegar. O alfa sorriu e levou a outra mão até a cintura do mais baixo, puxando-o para mais perto.
Yeonjun arfou e pelo susto, passou os braços no pescoço do outro e suspirou, encarando-o. Soobin retribuiu a encarada e sorriu, também encarando os lábios do ômega, que mordeu o inferior levemente e se aproximou mais ao ponto dos narizes roçarem. O alfa rosnou baixo e apertou a cintura de Yeonjun, enfim terminando com a distância entre os dois.
Eles se sentiam no céu, era uma sensação tão boa que sequer sabiam como explicar. Suas bocas se conectavam intensamente, e o ômega gemeu quando elas se abriram mais, sentindo um choque percorrer o corpo todo quando as línguas se chocaram. Soobin chupou sua língua, fazendo Yeonjun se arrepiar e gemer baixo entre o beijo. Quando a falta de ar se fez presente, obrigando-os a se separar, ambos sorriram. O alfa mordiscou o maxilar do mais baixo e deixou um selar na ponta do nariz do mesmo, rindo fraco ao vê-lo fechar os olhos e ficar com as bochechas vermelhas simultaneamente. Simplesmente adorável.
— Vamos para casa, hm? Está tarde — sussurrou o mais novo, ainda com as mãos na cintura do ômega. Yeonjun murmurou em concordância e entrelaçou sua mão na do alfa, passando a caminhar em direção à sua casa.
(…)
— Obrigado por… me mostrar aquele parque, significou muito pra mim — disse Yeonjun quando estava na porta de sua casa, Soobin sorriu e depositou um selar em sua testa.
— Obrigado por confiar em mim, hyung. Te vejo amanhã?
— Te vejo amanhã.
Eles sorriram e se despediram com um selar, e assim que Yeonjun fechou a porta, ele arregalou os olhos e se encostou na madeira, se arrastando lentamente até o chão. Levou sua mão até sua boca e sorriu, sentindo seu peito aquecer.
Ele e Soobin haviam se beijado!
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