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História Love Story - Capítulo II


Escrita por: pcyooda

Notas do Autor


Voltei rsrsrsrs

Capítulo 2 - Capítulo II


Quando ambos já estavam bem distante do casarão Capuleto, Chanyeol sentiu o estômago se revirar por dentro. Era evidente que nunca havia feito nada fora das regras, mas com Montecchio do seu lado sentia que nenhuma de suas atitudes eram erradas, muito pelo contrário. Sentia que eram todas extremamente naturais.

Minutos atrás, ao fugir de sua própria festa de aniversário pela varanda principal do casarão, tiveram que correr grandes jardas de terra até que conseguissem passar despercebidos pelas pessoas do salão. Capuleto não se acarretou de deixar tudo aquilo para trás. Pois, como o próprio Kyungsoo havia lhe dito, aquele era um ato de bravura. Um ato tolo, também, mas que fora feito pelas vontades de seu coração.  

E para Chanyeol aquilo era a única coisa que importava.

O rapaz Montecchio parecia saber exatamente para onde lhe guiar. Fosse porque ele já havia feito aquele caminho antes, ou fosse porque era perito na arte da malandragem. Decerto, sabia que poderia contar com ele para que não acabasse se perdendo pela cidade, já que não tinha o costume de andar sozinho por Verona. 

Chanyeol sentia a noite abafada dificultar a sua respiração, mas ainda assim não se arrependia do que havia feito. Era de suma importância que naquele momento de sua vida, ele assumisse as rédeas. Estava cansado de agir e ser tratado como criança. Não era mais a pessoa que mantinha a cabeça abaixada, ele queria ser completamente livre.

— Capuleto — o rapaz lhe chamou a atenção — Penso que já estamos demasiadamente longe. Não te apresses mais. Podemos apenas caminhar, por agora. 

Chanyeol concordou, parando no mesmo momento. Estava cansado. A corrida havia roubado todo o ar do pulmão, e acompanhar um especialista em fugas era extremamente cansativo. Parecendo perceber isso, o rapaz Montecchio aproximou-se de si, segurando-lhe suavemente pelos ombros do casaco de lapela. 

— Está bem? Necessitas de algo? — Kyungsoo riu suavemente — Meu caro, não me digas que esta é a sua primeira fuga?

O jovem intimidou-se. Era mesmo a sua primeira fuga. Ainda mais, uma fuga com um completo desconhecido. Era certo que as suas teorias sobre a reputação dele haviam se confirmado.

— Pelo jeito, és mesmo um perito na arte da malandragem. — disse, acusativo.

Porém, aquilo só fez com que Kyungsoo risse de si. O sorriso folgado brilhou pela noite estrelada, e os olhos dele de repente pareciam bem mais gentis. Conhecia ele de algum lugar. Não sabia da onde, talvez fosse da cidade, mas sabia exatamente que já havia visto ele antes. Chanyeol chegou a pensar se a sua mente não estava lhe pregando peças novamente, mas o sentimento que tinha no coração toda vez que olhava para ele, era impossível de ser falseado. 

— Não quis levar-te a vadiagem, Capuleto. É justamente o oposto. Esforcei-me para fugir de sua festa sem que fosse pego, mas foste justamente a pessoa que me apareceu. Chame isso do que desejar, mas lhe garanto que não fora nada além do Destino que nos uniu.

— Ou o infortúnio de nossas infelizes vidas. 

Kyungsoo sorriu largo.

— Este também. 

Chanyeol respirou, antes de desviar o olhar da intensidade de Montecchio. As reviravoltas dos eventos haviam feito a sua cabeça girar descompassada. Decerto que era no mínimo incomum que algo como aquilo acontecesse, mas a vida era cheia de surpresas. Havia aprendido isso nos livros, e pelo jeito, a vida imitava a mais bela das artes também.

— Capuleto… devo lhe avisar de imediato: não seria prudente que andássemos por aí sem as Máscaras. Deves manter para esconder a identidade, portanto seria precavido que não retiraste a sua.

Chanyeol se confundiu.

— Mas perceberão quem somos, pelas cores da Casa. — apontou para o próprio rosto, onde sabia que era possível ver a cor verde-escura brilhante em contraste com a máscara branca.

Kyungsoo concordou.

— Á você… talvez. Mas a mim, será impossível. Não estou usando a Cor de minha casa. 

A surpresa que passou pelo rosto do Capuleto pareceu divertir o Montecchio.

— Ora, cavalheiro, pensas que eu seria tolo de entrar na casa de um Capuleto sem precauções? — ele sorriu — Preparei-me para ir até a sua festa.

— E p-por que fizeste isso?

Não evitou-se de gaguejar. Não o conhecia, e muito menos achou que um dia um Montecchio poderia ter interesse de ir até uma festa sua. Eram inimigos mortais, no final das contas. Não havia razões para que aquilo acontecesse.

— Apenas… senti que me era correto. — Kyungsoo lhe observou — Não consigo explicar. Soube da festa pelo burburinho da cidade, e pensei que seria uma noite de entretenimentos. Apenas... fui guiado até a festa para além de minha própria consciência. Quando cheguei lá, finalmente soube.

— O quê? 

Kyungsoo sorriu.

— Que havia um príncipe a minha espera. 

Chanyeol olhou para ele profundamente. Kyungsoo parecia sincero em suas palavras, bem mais do que o jovem esperava ser. Não o conhecia o suficiente para julgar, mas queria acreditar que Kyungsoo era um jovem que valorizava a franqueza e a honra acima de tudo. Um homem de palavra, como diria seu velho pai, era um homem de verdade. 

— Eu o agradeço. — Chanyeol lhe respondeu — Se não fosse por ti, era possível que eu passasse a noite toda a suspirar tristezas. 

— Talvez deveria agradecer ao guarda que me intercedeu. — Montecchio sorriu para si — Se não fosse por ele, eu não teria de ter que fugir pela varanda.

Chanyeol riu baixo. Então era por isso que havia surgido feito um fantasma? Explicava muitas das coisas.

— Sinto que a situação teve que se complicar. Mas veja pelo lado bom…

Kyungsoo esperou que ele completasse, mas o rapaz ficou em silêncio. Era verdade que talvez não haveria lado bom nenhum além do fato de Chanyeol ter se livrado do fardo de dançar com tantas moças em uma só noite. A verdade era que, agora, ambos estavam perdidos pela noite.

— O lado bom, meu caro, — Kyungsoo disse, tomando a mão na sua como se tivesse a permissão — É que agora podes fazer o que bem entender. Queixou-se para mim sobre suas tristezas, mas agora recorro a ti para o inquérito definitivo… — ele fez uma pausa, afundando-se dentro de si pelo olhar, carregado de intensidades e indagações — Para onde queres ir? — perguntou por fim.

Onde? Chanyeol não sabia. Não conhecia a noite de Verona, e muito menos conhecia àquele em que estava confiando os seus mais profundos desejos. Queria apenas que uma luz guiasse o seu caminho como qualquer outra vez em que havia caminhado para o estrangeiro, sem nenhuma estrela a lhe guiar. Mas naquele mesmo instante, sabia que apenas uma frase poderia ser dita com veracidade:

— Não sei. — disse, olhando firmemente para si — Apenas peço que me guie.

O rapaz sorriu, como se fossem essas as exatas palavras as quais queria ouvir.

— Então, por favor, permita-me ser digno de sua credibilidade. — disse, antes de segurar sua mão de uma vez, guiando-lhe pela noite misteriosa.




Andaram entre todas as bodegas, tavernas e vendas de Verona. Muitos, ainda estavam fechados. Kyungsoo roubava alimentos sem que alguém ao menos percebesse, o que poderia causar culpa em Chanyeol se ao menos estivesse com a mínima da razão em si. Mas não a encontrava mais em nenhum lugar depois que os três copos de cerveja borbulhante havia descido pela sua garganta.

Montecchio sabia de tudo sobre a vida libertina. Flertava com moças e rapazes, e fez da sua noite a maior aventura que já havia vivido na vida. Sentia-se como se todas as estrelas do céu flutuassem em seu estômago, e como se tudo fosse possível ao alcance dos dedos. Se fosse para resumir uma sensação, Chanyeol diria que nunca havia se sentido tão vivo em toda a sua existência.

Quando pararam perto do Rio Ádige, o Sol estava quase se pondo. Por incrível que poderia parecer, o jovem não tinha em si nenhum remorso sobre as coisas que fizeram. Se fosse sofrer as consequências de seu descaso, as enfrentaria com a cabeça erguida. Pois seria a primeira vez que elas valeriam a pena.

— Capuleto… — Kyungsoo interviu, segurando-o pelos ombros como uma criança. — Devemos nos acomodar por alguns instantes antes de continuar. Creio que fará o melhor para a tua condição."

Chanyeol não se conteve de sorrir.

— Cavalheiro, não te temas. Estou em perfeitas condições de meu juízo. 

Montecchio bufou.

— Está aí uma grande mentira. 

Ambos caminharam até a margem do rio. Sentaram-se no chão, pouco se importando do estado de suas roupas de festa. Nenhum dos rapazes portavam as máscaras mais, e tudo que havia sobrado de Montecchio eram sua blusa de linho branco e as calças agarradas com adornos na cor lilás. Chanyeol franziu o cenho em confusão, olhando para ele sentado do seu lado.

— Tua cor… — ele apontou para a calça, confuso — É o lilás.

Kyungsoo sorriu, fitando os olhos do rapaz ao seu lado. Os cabelos louros estavam molhados pelo suor, e o sorriso dele estava iluminado pelos primeiros raios solares da manhã. Chanyeol nunca havia visto antes um herói tão belo. Os lábios fartos, as sobrancelhas grossas e o olhar insistente eram os traços mais marcantes do seu perfil. Ele era belo como a luz do Sol, e tão impetuoso quanto as ondas do mar. Chanyeol se sentia atraído para ele. Mais do que isso, sentia-se hipnotizado. 

— A Casa Montecchio escolheu o lilás como a cor que nos representa, por ser a cor dos lírios do vento. — Kyungsoo fez uma pausa, encarando-o seriamente — Veja, o lírio é uma das flores mais antigas do mundo. Os de cor lilás representam matrimônio, maternidade, mas também a inocência." 

Isso fez com que o Capuleto achasse graça. 

— Inocência? — questionou — Não me parece ser algo de seu conhecimento.

Kyungsoo sorriu, aproximando-se. 

— Talvez não veja em mim a capacidade para a pureza, Capuleto. Mas garanto a você que sou sincero em meu coração.

— Sincero, talvez. Mas a inocência requer a incapacidade para o mal.

— Julgas que sou homem de imoralidades? — Montecchio sorriu.

— Roubar não é o certo de se fazer.

— Sinto muito que pensas assim. — ele completou — Pois acredito que se não tivesse lhe roubado hoje, não teríamos feito de sua noite especial a mais magnífica da história. 

Nisso ele tinha razão, Chanyeol odiou admitir. Não havia como aproveitar a vida sem alguns atos de rebeldia. Capuleto havia aprendido aquilo naquela noite. 

— Oh, meu caro Montecchio. Pegou-me como um rato em uma armadilha. 

Kyungsoo riu arrastado, levantando-se do chão enquanto estendia as mãos para si. Chanyeol as aceitou pela segunda vez naquela noite. Ao se levantar, acabaram ficando tão próximos que o rapaz Capuleto se assustou, pulando no mesmo lugar. Montecchio achou graça, mas apenas sorriu de lado. Seus olhos, no entanto, buscavam os de Capuleto como um inspetor. Não sabia porque aquela intensidade toda fazia o corpo de Chanyeol parecer elétrico. Sentia comichões por todos os lugares, e, naquele exato instante, sentia as mãos suarem bicas. Mas o Montecchio não pareceu se importar, pelo contrário. Parecia extremamente fissurado em olhar a sua face com admiração. 

— Chanyeol Capuleto. — ele murmurou baixo. — Faria a honra de me conceder uma dança agora? 

 Chanyeol empertigou-se. Estava nervoso, mas conseguiu dar um passo em sua direção sem que tropeçasse. Kyungsoo ainda tinha os olhos focados nos seus como se o resto do mundo em suas voltas não importasse mais. O jovem rapaz sentia o calor lhe beijar as bochechas do rosto, e as ondas de nervosismo se revoltarem em seu estômago. Era a primeira vez que se sentia desse jeito quando estava prestes a dançar com outra pessoa.

Kyungsoo puxou sua mão, colocando-a sob seu ombro, enquanto a mão direita dele foi de encontro com a sua cintura. Colou os corpos tão próximos quanto lhe fora possível, e sorriu quando percebeu que o jovem rapaz em seus braços estavam corando para si.

— Capuleto… não queria lhe causar constrangimento. Meu intuito era apenas que você pudesse ter a sua dança, mesmo que já tenha passado a noite de seu aniversário.

Chanyeol desviou o olhar timidamente. Como poderia responder aos seus encantos? Ele era um rapaz demasiadamente mais experiente. Queria muito provar do que Kyungsoo era capaz, mas tinha medo do que o risco poderia resultar. 

Não poderia evitar encarar os lábios do rapaz enquanto dançavam para nenhuma música na margem do rio Ádige. Apenas tinham o vento como companhia e a sorte de que tinham um ao outro enquanto ninguém havia acordado ainda. Fazia frio, mas nenhuma temperatura externa seria capaz de afetar o que Chanyeol sentia em seu coração. Parecia que havia passado tanto tempo procurando por ele, e ali ele estava. Não sabia como havia chegado, nem porquê, mas sabia que aquele rapaz na sua frente era o único que poderia fazê-lo sentir-se como todos os romances que havia lido antes. Era natural, e acima de tudo, real.

Montecchio deveria estar lendo todos os seus pensamentos, pois o seu olhar dizia exatamente tais coisas. Havia um pequeno sorriso dançando nos lábios, que não demorou muito para se tornar um pedido silencioso que o jovem não estava compreendendo.

— Devo dizer que ainda não fiz minhas congratulações ao seu décimo sexto ano de vida, Capuleto. — ele sussurrou.

Chanyeol engoliu em seco.

— Não, não fizeste. 

Kyungsoo ficou quieto por alguns segundos, enquanto ainda balançava o jovem em seus braços. A diferença de altura de nada era importante naquele momento. Na realidade, Chanyeol nem ao menos havia percebido isso no tempo inteiro que ficou do seu lado. O rapaz lhe parecia tão interessante ao olhar, que não lhe coube observar outras coisas além de sua personalidade marcante. Porém, agora, quando olhava para ele, Chanyeol podia ver tudo com mais clareza.

Kyungsoo sorriu, e o abraçou mais perto para sussurrar em seu ouvido:

— Diga-me o que quer ganhar de mim, e eu lhe darei. — ele disse.

Capuleto gostaria de falar em voz alta. Gostaria de gritar o que ninguém nos arredores poderia ouvir. Gostaria de ir até à Lua e rogar pela sua misericórdia, pois estava prestes a cometer o mais grave dos pecados.

— Só há uma coisa a qual desejo, Montecchio. — disse, inseguro de si. 

O louro trancou o olhar no seu, sem deixar escapar.

— Em tal caso, podes me dizer. 

— Você. — ele respondeu, apertando os dedos longos no ombro dele — Eu quero você. 

Apenas aquelas simples palavras foram o suficiente para que o Montecchio se aproximasse. Buscou os lábios de Capuleto nos seus, deixando ali um selar delicado. Fez isso mais duas ou três vezes, segurando um sorriso enquanto se apoiava para alcançá-lo. Capuleto não sabia descrever o que estava sentindo dentro de si quando os lábios cheios sugaram os seus como um fruto proibido. A noite inteira, o jovem percebeu, fora baseada em atos de coragem.

Beijá-lo em um lugar de tanta exposição como aquele, era o mais infeliz dos atos que já havia feito.

— Feliz aniversário, Chanyeol. — ele murmurou contra os seus lábios como se fossem amantes há muitos anos.

Estranhamente, Chanyeol sentia-se assim também. Como se o conhecesse há eras e aquela fosse apenas mais uma primeira vez em suas histórias. Capuleto, no entanto, não conseguiu apenas se satisfazer com pequenos beijos. Ele queria mais. Queria poder se fundir com o rapaz, tocá-lo como ele havia lhe tocado — profundamente.

Não se deu conta quando lhe puxou, trazendo os lábios famintos para se atacarem com os seus. A briga havia começado de imediato, e o fogo deu lugar a uma paixão desenfreada. Chanyeol sentia como se pudesse morrer nos lábios de Kyungsoo Montecchio. Cada troca de carinho, e cada troca de amor fazia o coração do rapaz se acelerar e o ar fugir de seus pulmões. A qualquer momento, ele poderia se desintegrar. Sentia isso no âmago de seu ser. Era uma sensação completamente nova, mas, ao mesmo tempo, habitual. 

Quando o Montecchio quebrou o afago, olhou no fundo dos seus olhos com uma dúvida escancarada em seu olhar. Quem é você?, ele dizia, De onde você vem?. Eram essas também as questões que rondavam a mente de Chanyeol. 

— Chan… — ele sussurrou, olhando para si como se as almas fossem as mesmas — Por que sinto como se me afogasse em seus lábios? 

Chanyeol suspirou, sentindo como se mil anos tivessem se passado no segundo em que eles quebraram o contato. Poderia ter dito tudo para ele, ali mesmo. Poderia tagarelar sobre como tudo aquilo era muito novo para si, e que era provável que toda aquela paixão fosse apenas um breve fogo ardente.

Mas não era nada disso que sentia.

Por isso, com a coragem que o jovem não sabia de onde havia angariado, suspirou antes de olhar nos olhos dele e dizer:

— Não faço ideia. — disse, tocando o rosto dele com delicadeza — Mas rogo a ti que não pare.


Notas Finais


Rindo de nervoso que agora faltam apenas mais dois
Torcendo pra dar tempo de postar tudo até o dia 30 🙏🙏🙏🙏
Vamos ver
Obrigada quem leu até aqui💜


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