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História Love Thing - Quando Você Viu Seu Pai Pela Última Vez?


Escrita por: itsgretha

Notas do Autor


Oie!! Bem, espero que gostem desse capítulo e também quero agradecer aos comentários, isso me deixam muito muito muito feliz, assim como é bom ver que novas pessoas estão acompanhando *-* E vamos continuar a #FightforWynonna

Capítulo 26 - Quando Você Viu Seu Pai Pela Última Vez?


Fanfic / Fanfiction Love Thing - Quando Você Viu Seu Pai Pela Última Vez?

Um fato que Nicole ainda não havia conseguido refletir sobre era referente a ela e Waverly. A notícia do falecimento de Teddy a pegara totalmente desprevenida e todas as suas forças foram drenadas com os últimos acontecimentos, o que a impediu totalmente de pensar noutra coisa a não ser no seu amigo canino.

E agora, sentada em sua cama e observando o seu vestido para o Baile do próximo sábado, envolto numa capa protetora, a menina ruiva estava finalmente concentrada o suficiente para pensar a respeito do que estava acontecendo com sua vida.

De uma coisa estava certa: tudo virou de cabeça para baixo desde o dia em que encontrou aquele papel caído no final da aula de História, com a letra da animadora e decidiu que seria melhor devolvê-lo... Parecia que tudo ocorrera há tempos, quando na verdade tal fato faria uma semana no dia seguinte.

- Uma semana... Como eu sai do papel de garota invisível para interesse amoroso da garota mais popular do colégio, cujo ex namorado estava no meu quintal há poucas horas atrás e ajudando no enterro do meu cão, ainda por cima?!

Interesse amoroso... Nicole sorriu de lado, mas seu íntimo havia gostado disso. Até alguns dias atrás, Waverly nada mais era do que um sonho impossível para a ruiva, principalmente pelo fato dela ter se comprometido a não se envolver com assuntos referentes ao Basquete e muito menos Lideres de Torcida... O passado ainda lhe incomodava, com menor intensidade, era verdade, mas ainda se fazia presente.

Claro que tudo caiu por terra assim que colocou seus olhos em Waverly Grace. E fez um bom trabalho em somente observá-la de longe, até semana passada.

"Que cambalhota, heim, mundo? ", pensou consigo ao mesmo tempo em que sua mãe lhe chamava da cozinha para jantar.

A menina lavou suas mãos no banheiro e desceu as escadas, sentando-se a mesa da cozinha, junto de sua mãe e pai. O homem estava silencioso, e Nic supôs que era devido a partida de Teddy. O mesmo ocorria com sua mãe. O clima estava pesado e a garota preferiu não puxar assunto, contudo, minutos depois, seu pai tomou a fala:

- Sua mãe me mandou uma foto sua com o vestido que pegaram hoje na loja. Está bonita, minha filha. Quero ver depois pessoalmente – ele sorriu.

- Obrigada, pai... – Nicole esboçou um sorriso e sentiu seu rosto corar.

- Você e Victor ainda irão juntos? – A Sra. Haught indagou a filha.

- Ainda irão? – O pai ficou confuso – Eu nem sabia que você tinha um par, minha filha...

- Sua filha não te conta tudo... – a mãe olhou para o marido.

- Entendi, coisas de menina... – ele brincou, bebendo um pouco do suco que estava em seu copo.

- Bem por aí, pai – Nicole falou – Victor é um amigo, só isso.

- Tudo bem... – O homem assentiu – Mas o que sua mãe quis dizer com o ainda?

Nicole engoliu em seco, sentindo um breve desconforto. Ainda não tinha certeza absoluta se sua mãe estava ou não desconfiando do que estava acontecendo entre ela e Waverly. Ela olhou para a matriarca, que tinha um sorriso brincando em seus lábios, e ali a ruiva soube que a mãe sabia.

- Tem algumas coisas acontecendo... – Nic disse sem encará-los, mantendo a atenção em seu jantar – Mas nada demais...

Fez questão de deixar o assunto morrer e para seu alívio, nenhum dos dois voltou a falar sobre o tópico. Se concentrou em finalizar o jantar, mesmo não sentindo muita fome.

Seus pais nunca foram tão invasivos quando se tratava de sua vida pessoal. Claro que, como pais, queriam saber das coisas, principalmente quando desconfiavam de que algo diferente estava acontecendo, mas uma vez que Nicole não dava abertura para uma conversa, eles não insistiam. Somente quando se acidentou no colégio anterior que ambos tomaram suas dores, e a menina ruiva ainda não sabia se aquilo fora algo bom ou ruim...

Após o jantar, Nicole subiu para o seu quarto. A desculpa para não ajudar a lavar a louça foi a de que precisava estudar. Sempre funcionava, mesmo que não tivesse nada para fazer. O que não era o caso desta vez.

Ao entrar no seu cantinho, a menina automaticamente pousou os olhos no espaço em que Teddy costumava ficar e seus olhos se encheram d'água. Procurou respirar fundo e foi até seu computador, o ligando e acessando sua tarefa inacabada da playlist para o baile que parecia não ter fim.

Se ela soubesse que fazer parte de uma Comissão para organizar o Baile ia dar tanto trabalho, Nicole não teria se oferecido. Mas o pensamento era fugaz quando se recordava que aquilo lhe daria créditos extras para as Faculdades e isso era o que lhe fazia seguir em frente.

Tal lembrança a fez se recordar das suas aplicações para as Instituições nos quais se inscrevera. Nenhuma delas havia lhe dado respostas ainda e isso a preocupou. Claro que algumas respostas demoravam mesmo a chegar, mas suspeitava que alguns colegas já haviam recebido as suas. Fez uma nota mental para perguntar a Victor a respeito disso no dia seguinte.

E foi impossível não pensar se Waverly já havia ou não recebido alguma resposta.

- Ela me falaria se recebesse, não é? – Pensou enquanto renomeava as músicas nas pastas e abria um documento para digitar o nome de cada canção escolhida.

A ruiva esperava que sim e a ideia de que as duas possivelmente se separariam fez seu peito doer. Um suspiro fundo e desanimado lhe escapou, e foi ali que Nicole chamou o universo de injusto.

"Porque tudo ocorreu justo agora? Não poderia ter sido antes? Tivemos tanto tempo e agora que ela realmente me viu, está prestes a acabar..." Nicole sabia que se martirizar daquele modo lhe faria mal, mas tais noções vieram como uma avalanche e a garota também se sentiu mal pelo fato dela não ter tomado alguma atitude antes...

- Será que ela olharia para mim antes?

A ruiva pegou o pendrive e o colocou no computador, transferindo os arquivos para o pequeno objeto.

Sua pergunta ficou sem resposta. Talvez a resposta estivesse com Waverly. Isso se a animadora soubesse o que falar se fosse indagada quanto a isso, pois até onde Nicole tinha ciência, a jovem animadora nunca sentira nada a mais quando o assunto era garotas.

Nada além de amizade.

- Eu sou a primeira garota que ela beijou.

Foi como se um peso tivesse caído nos ombros de Nicole com esta constatação. Claro que isso estava bem óbvio. O nervosismo que Waverly exalava ao lado dela durante as primeiras investidas e flertes era nítido, assim como no primeiro beijo que trocaram, mas agora que finalmente pensava sobre o assunto, a ruiva soube mensurar a responsabilidade que estava em suas mãos.

Algumas pessoas podem achar isso bobo, mas não foi o caso de Nicole, afinal, seriam as ações da ruiva nos próximos dias que provavelmente fariam Waverly refletir a respeito de sua orientação sexual. Se tudo não passava de uma pequena fase de experimentos, ou se a jovem capitã da torcida realmente possuía tendências bissexuais ou homossexuais propriamente ditas e até então desconhecidas.

E então o celular de Nicole tocou, a assustando a ponto de faze-la pular da cadeira em que estava sentada. Ela pegou o aparelho que tinha deixado em cima da cama e gostou do nome que aparecia no visor.

- Waverly Grace... – ela provocou na hora que atendeu a chamada.

- Eu vou começar a te chamar somente de Haught – Waverly devolveu a provocação do outro lado da linha.

- Pode chamar, eu não me incomodo, ao contrário de você – Nicole sorriu e voltou a se sentar em frente ao computador. – Eu... hum... Estava pensando em você. – Admitiu.

- Ah é? – Foi possível notar o tom interessado de Waves – Coisas boas, eu espero.

- Muito boas – a ruiva continuava a sorrir – Fico feliz que tenha ligado.

- Eu disse que ia ligar... – houve uma breve pausa e sabe-se lá o que a jovem animadora pensou – Como você está?

Nicole sabia que ela se referia a Teddy. Não queria tocar muito nesse assunto, pois a possibilidade de ela voltar a chorar era alta.

- Caminhando... – ela respondeu e Waverly notou o tom frágil que foi usado.

- E o que está fazendo agora? – A animadora mudou o assunto e Nicole ficou grata por isso.

- Estava terminando a playlist maldita – a ruiva escutou Waverly rir.

- E conseguiu?

- Graças a Deus sim. – Nicole suspirou aliviada.

- Playlis maldita e Deus em frases tão próximas deixou tudo muito mais engraçado.

- Mais irônico seria se eu as usasse na mesma frase – Nic comentou – Deixa para uma próxima... E você, o que faz por aí?

- Acabei de jantar com minha mãe e estava tentando fazer a maldita redação da velha Garner, mas nem Deus está me dando uma luz no que escrever... - brincou de volta.

- Talvez se você não usar as palavras maldita, Deus e Garner na mesma frase, as coisas fluam... – a ruiva ironizou.

- Impossível separá-las, Haught...

- Então boa sorte, Waverly Grace.

As duas meninas riram ao mesmo tempo e Nicole gostou muito de ouvir aquele riso bem em seu ouvido... "Se fosse pessoalmente seria bem melhor". A observação fez suas bochechas corarem, mas tal ideia era impossível de não ser pensada.

- Mas eu também não iniciei minha redação – Nicole falou – Sinceramente... Eu não sei o que escrever. Digo, eu sei, mas nada sai, e ao mesmo tempo eu quero dizer tantas coisas... – ela desabafou.

- Você disse exatamente o que eu estou sentindo – Waverly respondeu do outro lado.

- Sério?

- Sério – Waves confirmou – De início eu imaginei que seria a coisa mais fácil do mundo, mas agora eu entendo o porquê da Garner ter passado a tarefa com tantos dias de antecedência...

- O que não adiantou muita coisa, pois me parece que ninguém fez a redação – Nic deu um riso seco.

- Você acha que a Garner está pensando em alguma coisa? – A animadora indagou.

- Com certeza. Ela não dá ponto sem nó.

Waverly riu.

- Não é à toa que é uma das professoras mais odiadas da escola. – Falou.

- Há controvérsias. Meu pai diz que ela é a melhor professora que ele já teve – Nic emendou. – Vai entender. – Deu de ombros, guardando o pendrive em sua bolsa.

- Dizem que amor e ódio andam de mãos dadas.

- Eu que o diga... – Nicole soltou sem perceber e quando se deu conta, viu que era tarde demais, pois a voz curiosa de Waverly soava.

- Hum, então seu relacionamento com Anne... – a animadora jogou a frase no ar, entretanto, Nicole pode perceber que não só de curiosidade ela estava banhada, mas também de certo ciúmes.

- Eu.. Hum... Eu não quero falar sobre isso, Waverly...

- Oh... Desculpe, Nic – a outra falou com a voz baixa.

- Tudo bem, não tem problema... É que... – seu suspiro foi mais audível do que ela esperava – Ainda dói.

- Eu não vou te machucar, Nic... – a voz de Waverly estava firme e mesmo que a ruiva não tenha dito nada, a capitã sentiu que parte da intenção da frase era dirigida a ela.

- Eu sei que não...

As duas ficaram em silêncio e mesmo longe uma da outra, o clima tenso se espalhou entre elas. Não haviam dito nada de errado, nenhum segredo mais particular fora compartilhado, mas mesmo assim, o desconforto se instalou entre ambas. E com a consciência de que seria melhor não insistir, Waverly falou:

- Eu te liguei para saber se você está um pouco melhor e também para, hm, dizer que amanhã eu queria falar uma coisa pessoalmente com você.

- Pessoalmente?

- Sim...

- E o que seria?

Waverly não respondeu por alguns segundos.

- Você quase me pegou nessa, Haught – ela riu e Nicole a acompanhou.

- Pensei que ia conseguir.

- Não dessa vez.

- Mas eu preciso me preocupar com isso que você quer falar pessoalmente comigo? – A ruiva perguntou.

- Talvez – a animadora a provocou, se dando conta tardiamente que falara da mesma forma com Travis aquela tarde.

- Okay. Vou aguardar ansiosamente o amanhã.

- Fechado. E agora eu preciso ir. Tenho que organizar mais algumas coisas para o colégio amanhã. – Waverly anunciou.

- Está bem. Boa sorte com a redação da Garner.

- Aquela que eu não vou mais fazer? – Waverly falou em tom de desafio.

- Ora, ora, temos uma menina rebelde aqui... – Nicole falou sorrindo.

- Já posso me alistar na Aliança.

- Waverly Grace, você acabou de fazer uma referência à Star Wars? – Nicole não acreditou no que seus ouvidos e mente nerd assimilaram.

- Eu? Fazendo referências? A nerd aqui é você, Haught.

A ruiva sabia que Waverly estava lhe atiçando. E da melhor forma possível.

- Okay, Senhorita Capitã da Torcida Não Sou Nem Um Pouco Afim Da Cultura Nerd. Nos vemos amanhã, então.

- Nos vemos sim... – E a ruiva pode jurar que ouviu um riso antes de Waverly dizer a seguinte frase de despedida – Boa noite e que a Força Esteja Com Você.

***

A manhã de quarta feira chegou e junto a ela uma pilha de nervos pairava na atmosfera escolar, contagiando praticamente todos ali presentes. Entre as idas e vindas pelos corredores apinhados de alunos ansiosos com as últimas provas ou finalizando os últimos trabalhos solicitados, uma jovem líder da torcida caminhava entre eles. Mas quem a via sorrir e acenar com simpatia, mal suspeitava que seu íntimo estava berrado de apreensão.

"Calma Waverly! Você não vai fazer nada demais! ", a mesma se repreendia, ajeitando sua bolsa no ombro e tendo em mãos os livros das aulas da Sra. Garner e do Sr. Thomas.

Ela andou por mais alguns metros, até avistar quem queria. Um sorriso se esboçou em seus lábios ao ver Nicole ao lado de seu armário, na companhia de Victor. Ambos pareciam absortos na conversa e mal perceberam quando a capitã da torcida se aproximava.

- E aqui está a playlist – Nicole pegou o pendrive de sua bolsa e entregou ao amigo. – Eu deixei uma cópia comigo, casa aconteça um acidente.

- Está me chamando de irresponsável, Nic? – Victor se fez de ofendido e guardou o pequeno objeto na mochila.

- Se a carapuça servir... – a ruiva provocou.

- E eu ajudei na seleção! – Waverly havia se postado ao lado dos dois e sorriu para ambos – Oi... – disse timidamente.

- Bom dia, Waverly – Victor a cumprimentou.

- Hey... – Nicole sorriu, mas era nítido que seu fôlego fora para os ares.

- Então quer dizer que a Nic não fez tudo sozinha? – Victor notou que sua amiga tinha uma cara de boba e procurou amenizar, principalmente para que os que passavam por eles não notarem nada fora do comum.

- Não, você acredita?! – Waverly colocou a mão no quadril e rolou os olhos – Estava toda perdida nas escolhas, não queria seguir o pedido dos alunos... Olha, se não fosse por mim, as músicas do Baile estariam fadadas ao fracasso!

- Hey! Não precisa esculachar também! – A ruiva sentiu as bochechas esquentarem sob os risos de Victor e Waverly.

- Eu acredito em você, Wave... – Victor soltou, mas vendo que falara o apelido da garota, se corrigiu – Waverly, quero dizer.

- Pode me chamar de Wave – a capitã falou suavemente.

- Ou Grace... – Nicole fez questão de mencionar.

Victor mexeu a boca para responder, mas preferiu se calar diante dos olhares que as duas garotas davam uma para outra. Era nítido para os mais atentos que ambas as meninas queriam jogar a discrição para o alto e trocar algum afeto, e era admirável o quanto estavam conseguindo se segurar quanto a isso.

- Eu vou deixar as mocinhas a sós um pouco... – Victor sorriu de lado, mas antes de se afastar, Waverly o puxou pelo braço.

- Espere um pouco, Victor... – a capitã pediu e seu rosto ficou vermelho – Eu preciso falar com você...

- Comigo? – O menino achou aquilo estranho.

- Falar com o Victor? – Nicole também se surpreendeu.

- Sim... E deixe de ser curiosa, Haught... – Waverly viu que os olhos da ruiva estavam curiosos e se dependesse dela, ficaria os observando por mais tempo. – Vem, é particular... – fez um aceno com a cabeça, pedindo para o menino lhe acompanhar.

Victor olhou para Nicole com os olhos arregalados e a ruiva, que não entendia bulhufas do que estava acontecendo, nada pode fazer a não ser observar seu amigo e seu interesse amoroso seguirem para o lado oposto do corredor, para falarem sabe-se lá o que...

Seu nível de curiosidade estava alto e bolava planos para conseguir arrancar respostas de Waverly e de Victor enquanto caminhava para a primeira aula do dia, a da Sra, Garner.

O sentimento de culpa caiu sobre seu peito com a consciência de que não havia feito praticamente nada a respeito da redação que fora solicitada pela mestra. Em algumas situações, chegara até a esboçar mentalmente coisas que poderia escrever, mas no segundo seguinte algo acontecia ao seu redor e tais ideias iam pelo ralo. Entretanto, ao entrar na sala de aula e se dirigir ao lugar de sempre, se sentiu menos pior ao ver que seus colegas estavam, em sua grande maioria, escrevendo freneticamente em rascunhos ou nos próprios cadernos, e a resposta para sua indagação veio da voz de Bridget, que já estava sentada em sua carteira.

- Sim, todos estão tentando escrever a redação – a menina disse para Nicole, que a saudou com um breve abraço.

- E você já fez a sua? – A ruiva perguntou ao se sentar em sua cadeira.

- Claro...

- Que não! – As duas riram – Meu orgulho.

- Obrigada – Bridget piscou para a amiga – E você, fez?

- Fiz hora, isso sim...

Bridget gargalhou da resposta e isso chamou a atenção de alguns colegas ao redor.

- Essa é a minha garota – comentou feliz – E o Victor?

- Estava comigo, mas aí a Waverly chegou e pediu para falar alguma coisa com ele... – Nicole respondeu e coçou sua nuca.

- Como é? A líder da torcida pedindo para falar com o Victor? Tipo, o nerd dos nerds? – A voz de Bridget estava mais interessada do que Nicole esperava.

- Pensei que eu que fosse a nerd das nerds... – a ruiva fez um adorável biquinho.

- Você ainda não se compara a ele, apesar do páreo ser duro...

- Preciso dar um jeito nisso... – Nicole riu de lado e olhou para a porta, ao mesmo tempo em que Victor e Waverly retornavam.

O rapaz foi para seu lugar, perto das amigas, enquanto a capitã também caminhava para a sua carteira, localizada no meio da sala. Antes de se sentar, a animadora sorriu de leve para Nicole, que sentiu o peito inflar de alegria. O menino mal se sentou e Bridget logo o encurralou.

- O que a Waverly queria com você?

- Eu jurava que essa pergunta ia partir da Nic... – o menino olhou as duas.

- Como se você não conhecesse a Bri quando ela quer saber de algo... – Nicole abria seu caderno, tentando disfarçar a curiosidade – Mas agora fala, o que vocês conversaram.

- Duas comadres fuxiqueiras vocês – o rapaz balançou a cabeça, mas era possível ver a sombra de um sorriso em seus lábios. Ele tinha um trunfo e estava se aproveitando isso.

- Fala logo, Victor! – Nicole disse firme e com a voz baixa, para não chamar a atenção.

- Okay... – Victor olhou rapidamente para Waverly e em seguida para as amigas, e num tom de voz de quem faz uma confidência, ele falou – Waverly me alertou que você ia ficar super curiosa com o assunto da conversa.

- E... – As duas garotas o incentivaram a continuar.

- E eu não posso falar. – Os olhares indignados de Nic e Bri foram indescritíveis – Waverly consegue ser bem... hm, intimidadora quando quer...

Antes que Nicole pudesse dizer algo a mais, a Professora Garner entrou na sala de aula. Victor suspirou aliviado, e a ruiva lhe deu um olhar em que dizia que ele não iria escapar. E a algumas carteiras de distância, Waverly observava a cena com satisfação.

- Bom dia a todos – a Professora Garner os saudou e sem esperar por resposta, disse com firmeza – Tratem de guardar os rascunhos da minha redação que eu sei que estão fazendo de última hora. Na verdade, guardem tudo, exceto uma caneta, teremos prova hoje. E não façam essas caras de surpresa, a data está no calendário escolar e nada de reclamarem que não tiveram tempo de estudar.

E o mais curioso era que a velha mestra falou tudo sem olhar para a turma. Ela definitivamente conhecia os alunos que tinha.

***

Após a prova extremamente difícil que enfrentaram na aula de Garner, no qual literalmente algumas lágrimas rolaram, a turma se dirigiu para a aula do Sr. Thomas. Nicole conseguiu se aproximar de Waverly no corredor, que estava trocando algumas palavras com Sarah e ficou muito na cara que ambas mudaram de assunto quando a ruiva chegou perto delas.

- Eu sou o assunto, né? – Nicole suspirou.

- Com certeza – Sarah deu risadas e se afastou, chegando perto de Victor, que tinha o trabalho de história de ambos em mãos.

- O que você está aprontando, Waves? – A ruiva cruzou os braços e encarou os olhos da capitã.

- E eu tenho cara de quem apronta? – Indagou inocentemente e sem esperar que a outra respondesse, continuou – Não responda! – E com um sorriso encantador, disse para Nic – Confia em mim?

- Essa é uma pergunta estilo pegadinha?

- Não.

- Confio. – A ruiva respondeu, ainda sem desviar seus olhos do de Waves.

Waverly sorriu mais ainda com a resposta e uma vontade de abraçar a menina a sua frente lhe assolou. Vontade esta que estava sentindo desde que a viu pela manhã, mas a rotina das aulas ainda não as permitiu ficarem sozinhas para tal. Claro que, se quisessem, poderiam fazê-lo ali mesmo, naquele corredor, mas optaram mutuamente para não causar alardes.

- Podemos, hum, conversar um pouco depois do almoço? – A animadora sugeriu um pouco incerta.

Sabia que Nicole sempre almoçava com os amigos e não queria se intrometer, pois provavelmente eles conversariam a respeito do Baile, uma vez que faziam parte da Comissão Organizadora.

- Podemos sim – a ruiva sorriu – Mas eu não quero te atrapalhar com seus ensaios. Vocês começam a se preparar depois do almoço, certo?

- Sim, mas tenho um tempinho. E eu também não quero atrapalhar suas coisas com a Comissão...

- Não irá – Nicole disse rapidamente – Victor tem tudo sobre controle...

- Combinado, então... E aqui está o nosso trabalho. – Waverly pegou a atividade que estava em seu livro e entregou para a menina ruiva.

Ambas sorriram orgulhosas e se aproximaram para observar a dissertação que realizaram. A proximidade fez as duas respirarem fundo e automaticamente se recordaram dos beijos trocados naquela tarde de estudo. Sorriram internamente, com o desejo de que tal ato se repetisse o mais rápido possível.

O sinal tocou e junto com os demais alunos, elas entraram para a aula. O Sr. Thomas apareceu logo em seguida, sinalizando que queira a atividade pedida em sua mesa. Os estudantes assim o fizeram enquanto o mestre anotava os nomes dos presentes numa lista de presença.

Vocês já devem imaginar que ocorreu mais uma prova final naquela aula, e após cerca de uma hora, os estudantes saíram para os corredores de cabeça quente e rezando para todos os santos e crenças que aquela semana chegasse ao fim.

Mais uma outra aula ocorreu e com a mente em exaustão, deram graças que o horário do almoço finalmente chegara. Enquanto comiam, as conversas na maioria das mesas e rodinha de amigos giravam em torno das avaliações realizadas, da final do Basquete na sexta feira e no Baile de Formatura no sábado, estes dois últimos com grandes expectativas por parte da maioria.

Uma das poucas pessoas que não estava pensando em nenhum desses assuntos era justamente a garota que seria o foco das atrações, por assim dizer. Waverly, que estava na companhia de Sarah, tinha seus pensamentos focados noutras coisas, mais especificamente a certa pessoa a três mesas de distância.

A capitã observava Nicole sentada na companhia de Bridget e Victor, tentando adivinhar o que falavam. Sentiu vontade de sentar na mesa deles e não entendia o motivo pelo qual não o fizera. Sabia que era uma atitude boba, que poderia muito bem se levantar e sentar com os três e Sarah lhe acompanharia, tal ato não seria problema para a loira, contudo a líder das animadoras preferiu admirá-los de longe, confabulando as mais diversas situações.

- Terra chamando Wave. – a voz de Sarah soou.

- Oi?

- Você estava bem longe, pelo visto. – A loira observava a amiga com atenção.

- Nem tanto... Na verdade eu estava pensando em como seria minha vida se eu não estivesse aqui hoje...

- Isso está me soando meio mórbido...

Waverly riu.

- Quis dizer se eu não fosse a capitã da torcida – ela se corrigiu – Em qual lugar eu estaria nesse colégio.

- Você gostaria de estar sentada na mesa da Nicole? – Sarah entendeu do que se tratava quando viu Waverly olhar novamente para a mesa onde estava a ruiva.

- Sim.

- E porque não foi?

- Você sabe porque eu não fui... – a capitã desviou os olhos, também não se sentindo animada para continuar a almoçar.

- É, eu sei, mas se a gente for pensar, o que você tem a perder? Está acabando tudo mesmo – a loira falou dando de ombros – A gente não deve mais nada para ninguém. E outra, se você não tivesse entrado na equipe, talvez a gente não fosse amiga...

A voz de Sarah soou triste com a possibilidade e Waverly esticou sua mão apertou o ombro da amiga.

- Mas se eu não fosse da torcida, talvez minha cabeça funcionasse de outro modo, e vai que acontecesse alguma coisa que nos fizesse ser amigas? – Waves especulou.

- Do mesmo modo que aconteceu com você e Nicole? – A loira questionou e a outra confirmou com a cabeça – É, pode ser... São coisas que a gente nunca vai saber.

- Tem razão.

- Eu sempre tenho. – Sarah piscou para ela.

- Convencida.

- Alguém tem que ser... E sua amada acabou de sair do refeitório.

- Sério? – Waverly olhou imediatamente para onde Nicole estava e verificou a veracidade da informação.

- Sutilidade não tem combinado com você ultimamente, Waverly Grace... – Sarah ironizou.

- Calada, Sarah Lucy Martin! – Waverly devolveu.

- Sério mesmo que faremos isso? – Sarah ria com a menção de seu nome completo.

- Hoje não... Tenho, hm, um compromisso... – sentiu as bochechas corarem.

Sarah não respondeu, mas não foi necessário, afinal, o olhar que a loira deu para a sua amiga dispensou qualquer tipo de comentário acerca do compromisso que a capitã disse que possuía.

- Até o ensaio... – Waverly falou sentindo o rosto quente e sem delongas, saiu do refeitório.

***

Nicole sabia que estava sendo seguida assim que deixou o refeitório e rumou até o vestiário feminino que dava acesso para a quadra de Basquete. Suas mãos tremiam e seu coração parecia que ia sair pela boca, mas aquela era uma das melhores sensações que poderia sentir, principalmente depois da tristeza que sentira no dia anterior.

Após entrar no espaço cheio de armários e bancos, ficou aliviada ao ver que este ainda estava vazio e só precisou esperar alguns poucos segundos até ouvir a porta ser aberta e uma figura conhecida aparecer.

O olhar e sorriso que Nicole lançou para Waverly fez a jovem animadora arrepiar da cabeça aos pés e seu ar fugiu dos pulmões. Elas se aproximaram e pegaram nas mãos uma da outra, mas logo um gostoso abraço tomou forma, com a ruiva abrigando a pequena capitã em seus braços.

- Estava querendo fazer isso desde cedo... – Nicole disse. Estava tão perto que conseguia sentir o perfume de Waves invadindo suas narinas.

- Posso dizer o mesmo – a outra respondeu, se aconchegando bem mais ao corpo da outra, e apertando seus braços ao redor de Nic.

- O que você queria falar comigo?

Waverly não respondeu de imediato. Queria conversar tantas coisas com Nicole, a lista era enorme. Seu plano inicial era conversar com a menina a respeito do Baile de sábado e também sobre Laines, que era um assunto que exigiria cuidado nas palavras. A capitã engoliu em seco com este último tópico, estremecendo levemente e tal ação não passou despercebido pela outra.

- Algum problema? – Nic se afastou ligeiramente, a encarando preocupada.

- Não... Eu acho... – Waves sorriu de lado, procurando afastar qualquer vestígio de receio – Eu te chamei para conversar, mas agora o que eu menos quero fazer é falar...

Um lampejo de desejo passou pelos olhos castanhos de Nicole, que pode vislumbrar a mesma vontade nos esverdeados de Waverly. A menina nerd sentiu um frio na barriga e mordeu o lábio, perguntando em expectativa:

- Quanto tempo temos até suas colegas da torcida aparecerem aqui te procurando?

- Uns vinte minutos – a capitã respondeu, a euforia crescendo em seu peito.

- É o suficiente.

Sem gastar um minuto a mais, Nicole puxou Waverly pela mão e ambas se dirigiram até a área no qual ficavam as divisórias privativas do vestiário, entrando praticamente correndo na última delas e foi só fecharem a tranca para finalmente grudarem seus lábios.

O toque foi urgente, nenhuma das duas querendo perder os preciosos minutos que dispunham a sós, sem metade da escola a encará-las. Sabiam que ainda era um risco o que estavam fazendo, mas a vontade e a saudade eram maiores e por isso se desligaram das preocupações que as rodeavam fora daquele cubículo.

As mãos de Waverly, que estavam pousadas nos ombros de Nicole, subiram pela nunca da ruiva, que sentiu o restante do corpo tremer. Ambas sorriram com os lábios próximos, mas foi por poucos segundos, colando-os de novo, e Nic desceu seus dedos pela lateral do corpo da animadora, parando-os na região de seu quadril, apertando-os em seguida, mas sem muita força.

Seus corpos estavam colados, permitindo que cada uma sentisse o formato estrutural da outra sem ao menos utilizarem as mãos. As respirações ofegavam, as fazendo respirar com dificuldade quando se afastavam para buscar o ar que as permitiam continuar. Os corpos quentes evidenciavam suas vontades que exigiam serem saciadas...

Em dado momento, Waverly subiu um pouco mais uma das mãos que estava na nuca da ruiva e aconchegou seus dedos entre os fios avermelhados desta, afagando sua cabeça suavemente, e também puxando brandamente algumas mechas. Mesmo de olhos fechados, estes viraram dentro das orbitas de Nicole, tamanha sensação prazerosa que sentiu com o afeto.

A ruiva não conseguiu se segurar e empurrou a líder da torcida contra a parede, a prendendo com seu corpo e encaixando seus quadris. As duas se encararam por longos segundos antes da capitã puxar a boca da ruiva para a sua mais uma vez, fazendo questão de passar sua língua na dela, e ao ouvir um gemido de satisfação, soube que estava fazendo certo.

As mãos de Nicole começaram a subir lentamente e roçaram a pele de Waverly por dentro da sua blusa, fazendo com que a animadora se sobressaltasse, como se tivesse recebido um choque elétrico. A ruiva rapidamente afastou suas mãos e lábios, olhando para a outra de modo assustado. Waverly também exibia uma expressão de choque, pela primeira vez se dando conta do que realmente poderia acontecer se ambas estivessem em outro lugar que não fosse no vestiário do colégio.

- Desc... Desculpa – Nicole gaguejou, e seu rosto ficava vermelho a cada segundo que tentava decidir o que fazer com as mãos.

- Tudo bem... – Waverly respirou fundo, buscando controlar o calor que sentia pelo corpo, que foi intensificado com o toque direto de Nic em sua pele.

- Não quero fazer nada, é, que você não queira... Digo... – por fim, Nicole colocou as mãos para trás e se afastou, encostando na outra lateral do cubículo.

- Eu... É que eu nunca... – Waverly queria encontrar as melhores palavras, mas falhava miseravelmente – Com garotas...

- Tudo bem... – Nicole sorriu de modo fraco – Eu sei...

Sua fala foi interrompida quando ouviram vozes femininas entrarem no vestiário. Waverly riu de leve e fez o sinal do silêncio para a ruiva, mas se aproximou e lhe deu um selinho demorado, deixando Nicole com um sorriso bobo ao se afastar.

- Eu vou distrair elas para você sair – a capitã falou em sussurro – Até depois.

- Até... – a ruiva falou baixinho, vendo a capitã sair de onde estavam.

Pode escutar a voz de Waverly falando de modo alegre com as colegas e pensou no que diriam se soubessem o motivo de sua felicidade. Sorriu orgulhosa e ajeitou suas roupas, esgueirando-se para fora do vestiário, pela saída que dava para a quadra, o mais rápido que pode.

Chegando na quadra de Basquete, a ruiva paralisou quando viu Travis sozinho fazendo algumas cestas. Por um momento cogitou retornar para o vestiário, pois não sabia se queria encará-lo, ainda mais depois do que acabara de fazer com Waverly, cujo resultado ainda estava espalhado por seu corpo. Todavia, não conseguiu colocar qualquer plano que fosse em pratica, pois o garoto virou o corpo e a encarou.

Eles se olharam sem falar nada por incontáveis segundos. Parecia até uma eternidade e ambos os olhares eram indecifráveis. Nicole por fim deu alguns passos, mas seu intuito era sair dali, mas o rapaz não deixou, uma vez que jogou a bola que segurava para ela.

A ruiva segurou a bola e arqueou a sobrancelha, desconfiada de tal ato. Por sua vez, Travis fez um movimento com a cabeça, a convidando para arremessar com ele. Nicole crispou os lábios, ainda analisando se aquela era uma boa ideia. O menino não estava lhe desafiando, ele estava esperando pacientemente se a menina ia ou não aceitar seu convite.

Convite este que Nicole, pois mais que quisesse, não conseguia recursar. Ela as vezes se sentia um garoto, uma vez que era quase impossível para ela ignorar a oferta de arremessar uma bola no aro. Batendo a esfera no chão, a ruiva chegou mais perto e com um leve pulo, jogou a bolsa no ar, acertando de primeira.

Travis sorriu e correu atrás da bola, jogando para ela novamente. Nicole outra vez aceitou e jogou, marcando mais um ponto incontável. Errou na terceira vez e o rapaz, após recuperar a bola, foi até o seu lado, indicando que era sua vez. A ruiva ficou um pouco afastada, buscando sem pressa as jogadas que ele acertou e revezando de posição quando este errava, e assim os dois ficaram por longos minutos, contando cestas em silêncio, apenas aproveitando a sensação prazerosa que o Basquete proporcionava para os dois.

Ficaram tão absortos na atividade que mal notaram as meninas da torcida entrarem em quadra, prontas para ensaiarem. As garotas usavam o uniforme azul oficial que utilizariam na noite de sexta feira, e o faziam para saber se estariam confortáveis nos trajes e se seria necessário algum ajuste final na costura.

Waverly, também devidamente vestida com as cores do colégio, observava o desenrolar da cena entre Nicole e Travis com interesse, outra vez admirando a situação peculiar que estava se tornando comum entre os dois.

- Eu não consigo entender como eles conseguem conviver pacificamente depois de tudo que aconteceu...

Waverly olhou para Sarah, que parou ao seu lado e também olhava a dupla com interesse.

- Eu não ia conseguir – a loira admitiu, olhando para sua capitã.

- Não me pergunte como isso é possível, Sarah. – Waverly disse sem desgrudar os olhos dos dois, que agora sorriam – É surreal demais...

Mas sua linha de pensamento não pode ser completada. A porta do ginásio foi aberta com força, e por ela passou duas figuras imponentes do colégio Nora F. Henderson: a Sra. Garner e a Diretora, a Sra. McAlister.

A atmosfera do lugar mudou completamente, uma vez que era sabido por todo o colégio que a presença das duas mulheres no mesmo local significava que algo importante aconteceu ou ia acontecer com algum dos estudantes, pois a velha Garner também era a orientadora de uma parte dos alunos.

Todos os presentes prenderam a respiração, ficando no aguardo do que aconteceria. As duas figuras de autoridade olharam para todos os presentes e em seguida cravaram os olhos em Travis, que ficou confuso com os olhares sobre si.

- Senhor Miller, por favor, nos acompanhe. – Falou a Sra. McAlister.

- O que foi que eu fiz? – O rapaz falou na defensiva, entregando a bola que segurava para Nicole.

- Você não fez nada, querido, mas preciso que nos acompanhe... – a voz partiu da Sra. Garner.

E é claro que a palavra 'querido' e o tom benevolente que a velha Garner utilizou para chamar o garoto não passou despercebido por ninguém. Alguma coisa estava acontecendo e este algo era um assunto sério.

Travis seguiu as duas mulheres, sentindo em suas costas os olhares atentos das meninas da torcida. Nicole e Waverly não pensaram duas vezes e seguiram aquele trio, também sendo seguidas pelo restante das animadoras.

No corredor, a Sra. Garner percebeu que foram seguidas e se virou para as demais, desta vez falando com sua severidade usual:

- Vocês são da Família Miller? Não? Então circulando!

Mas ao invés de circularem, as meninas da torcida, acompanhadas por Nicole, assistiram a uma cena que partiria seus corações. Caminhando apressada pelo corredor, observaram a mãe de Travis se aproximar do filho e abraçá-lo com força. Foi possível ver seus olhos desolados e o choro insistente descer por suas faces e foi ali que souberam a gravidade do que quer que fosse.

- Senhora Miller, eu pedi para a senhora aguardar na minha sala... – A Diretora falou suavemente, colocando a mão no ombro da mulher.

- Mãe? – Travis se afastou do abraço da mulher e seu rosto estava branco – O que...

- Seu pai, Travis... – a mulher lutava contra as lágrimas – Ele... Ele se foi... – sua voz embargou – Ele tirou a própria vida... 



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