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História Love Under Rubble - Because Of You


Escrita por: whydelena

Notas do Autor


Olá pessoas incríveis!

Cá estou eu com mais um capítulo!!!

Espero que gostem ;)

Capítulo 12 - Because Of You


Fanfic / Fanfiction Love Under Rubble - Because Of You

 

Capítulo Doze: Because Of You

“Eu não irei cometer os mesmos erros que você
Eu não vou me permitir causar tanta dor ao meu coração
Eu não vou desmoronar igual você, você caiu com tanta força
Eu aprendi do jeito difícil a nunca deixar chegar nesse ponto

Por sua causa, eu nunca ando muito longe da calçada
Por sua causa, eu aprendi a ser cautelosa, pra que eu não me machuque
Por sua causa, eu acho difícil confiar
Não só em mim mesma, mas em todos a minha volta
Por sua causa, eu tenho medo

Eu perco meu caminho e não demora para você apontar meus erros
Eu não posso chorar, porque eu sei que isso é fraqueza aos seus olhos
Eu sou forçada a fingir um sorriso, uma risada, todos os dias da minha vida
Meu coração não pode se partir quando ele nunca esteve inteiro para início de conversa

Eu vi você morrer, eu ouvi você chorar
Todas as noites enquanto dormia
Eu era tão jovem, você deveria saber
Ao invés de jogar isso em mim
Você nunca pensou em mais ninguém
Você só via sua própria dor
E agora eu choro no meio da noite
Pelo mesmo maldito motivo”.

- Because Of You, Kelly Clarkson.

 

Elena Gilbert POV
NYC, New York – EUA

 

Observo o relógio digital na mesinha de cabeceira e suspiro frustrada. Era 6hrs e eu havia acordado de um sonho tortuoso. Damon estava deitado atrás de mim, e sua mão descansava em minha cintura e ele ressoava despreocupado. Ontem eu passei o dia em um passeio com Klaus por NYC, até atravessarmos a ponte do Brooklyn e irmos a um parque. Fora um dia tranquilo, até o príncipe ter a incrível ideia de ir a um estúdio de tatuagem. Klaus queria colocar um piercing, mesmo estranhado a proposta eu o acompanhei e quando dei por mim estava deitada na maca, sem calcinha, enquanto esperava a mulher colocar um piercing íntimo em meu monte de vênus.

Então, me pareceu uma boa ideia vir até Damon para mostrar a minha nova aquisição. Contudo, enquanto estávamos na cama e ele sussurrou um “você é incrível” e me revirei por dentro. Pois, era sempre assim; Damon dizia palavras doces e de repente eu me sentia muito culpada por não conseguir dizer o mesmo.

Só de pensar em disser isso em voz alta soa de forma completamente assustadora. Portanto, mesmo quando nós dois namorávamos eu não dizia estas palavras, mesmo que Damon as proferisse sempre.

Desisto de ficar na cama, e com muito cuidado tiro sua mão de minha cintura e tento me mexer na cama, ao chegar na borda, puxo minhas pernas e me impulsiono a sair com cuidado. Nas pontas dos pés eu caminho até o banheiro do quarto e fecho a porta atrás de mim. Quando meu olhar cai sob o espelho, consigo ver os rastos de uma noite bem aproveitada por meu corpo. Há algumas pequeninas mordidas em meu pescoço, e a pele machucada traz as memorias dos nossos momentos. Vejo que o piercing está um pouco avermelhado e sinto incomodo, nada muito exagerado, mas eu sabia que teria a regra de ficar um mês sem relações sexuais para que a cicatrização ocorra. Contudo, quando se tratava de Damon e eu, não era fácil seguir regras.

Volto a olhar para o meu corpo em geral e noto ali uma modificação, a garota de quinze anos ainda grita dentro de mim ao ver a mulher de vinte e sete fazendo valer suas vontades. Meu corpo com mais curvas, seios fartos e um rosto mais maduro; é evidente que a ação do tempo havia passado por mim, mas olhando para o reflexo da minha casca naquele espelho é notável que ainda possuía marcas, que ainda não sentiram a passagem do tempo.

 

**** Flashback – 12 anos atrás – Brooklyn, NYC ****

 

Olho para o meu reflexo no espelho e passo mais uma camada de gloss, que deixa meus lábios pegajosos e brilhantes. Uma música animada da Destiny’s Child toca no meu aparelho de som, e balanço o corpo no momento em que Beyoncé entrega um vocal alto e extenso. Era impossível não me animar para mais um dia na escola, quando minha manhã se inicia com a minha banda favorita. Balanço meu corpo e me sinto mais esperançosa para o dia que se estenderia entre teste de matemática, aula de teatro e educação física.

Dou mais uma olhada em minha roupa; calça jeans, blusa de mangas e um colete preto. Eu sempre pedi para usar saia na escola, mas minha mãe nunca me permitiu, Miranda usava a justificativa que roupas curtas instigavam o imaginário dos garotos da minha idade, que por sua vez estão cheios de hormônios e mentiras. Então, eu apenas me limitava a calças jeans.

- Você vai se atrasar, Elena! – ouço a voz de tia Jenna gritar do corredor, suspiro derrotada, afinal meus momentos de dançarina sempre duravam tão pouco. Abandono o espelho e volto-me para a minha cama, onde meus cadernos estão espalhados, pego apenas os referentes as matérias que terei aula hoje e saio do quarto.

Ao descer pelos degraus, já consigo sentir o aroma de panquecas invadir meu olfato. Me aproximo e tenho a imagem da minha mãe mexendo algo no fogão.

- Bom dia, mãe. – murmuro, e me sirvo pescando duas panquecas e um pouco de suco. Nunca tenho tempo de comer com calma, mas também não reclamo quando estendo meus minutos na cama.

- Está usando gloss? – Miranda observa intrigada meus lábios, e torce a cara ao constatar. Era sempre assim que minha mãe reagia ao me ver um pouco mais arrumada que o normal, e eu já sabia o discurso que sairia por seus lábios – Algum garoto?

Reviro os olhos.

- Não, mãe! Apenas usei uma maquiagem. – murmuro impaciente. Às vezes eu me questionava se nunca teria paz, para apenas passar algo em meu rosto sem que isto levantasse questionamentos de minha mãe. Termino de comer a panqueca em silêncio e me levanto – Tchau, mãe!

Levanto-me e pego minha bolsa, que estava ao lado da cadeira.

- Boa aula! E arrasa no teste de Matemática e xadrez! – ela deseja animada. Apenas aceno com a cabeça e saio, não tenho a chance de me despedir da minha tia Jenna, pois ela está no andar de cima. Saio de casa e sinto manhã fresca do Brooklyn me dar bom dia.

Começo minha caminhada até a escola e volto a lembrar-me da música animada, que tocava em meu aparelho de som hoje mais cedo. Desde que me conheço sempre quis ser atriz, olhava as lindas mulheres em filmes antigos e sentia ali um desejo enorme de também estampar as telonas. Mas, era apenas um sonho grande e eu o mantive em segredo por anos, afinal se eu contasse para Miranda que queria tornar-me atriz do que ir para a faculdade é capaz da minha mãe ter um enfarto de desgosto. Contudo, eu não consegui frear este desejo por muito tempo e quando passei para o teatro da escola não pude mais reprimir o sonho, que lutava para ganhar vida.

Então, invés de dizer a minha mãe que eu era do clube de teatro, preferi dizer que minhas horas eram dedicadas ao clube de xadrez e vi minha mentira criar raízes. Pois, Miranda adorava qualquer atividade intelectual que aumentasse minhas chances de entrar para uma faculdade, e ela sempre frisou a importância que eu me esforçasse tanto a ponto de conseguir uma bolsa em uma das oito universidades da Ivy League. Mas, este nunca fora meu sonho – Eu queria estrelar no cinema, ser conhecida como uma perfeita atriz internacional e rodar o mundo. Na minha ambição não havia espaço para a faculdade.

Após caminhar por dez minutos consigo ver a fachada da escola e deixo me animar, principalmente quando avisto Bonnie Bennett descer do ônibus amarelo escolar. Corro até minha melhor amiga, que ajeitava sua franja.

- Ei, BonBon. – murmuro animada. Minha amiga me lança um sorriso alegre.

- Viu a apresentação dos Backstreet Boys ontem à noite? – ela questiona e começamos a caminhar entre o amor de alunos, pela rampa da escola.

Emito um resmungo engasgado.

- Não! Minha mãe estava assistindo a novela e tia Jenna foi a um encontro, então não tive ninguém para interceder por Backstreet Boys. – murmuro.

Minha amiga fez um muxoxo.

- Nick Carter estava um gato ontem! – ela diz.

Eu gesticulo em negativa.

- Você sabe bem que o meu favorito é o Kevin Richardson. – murmuro certa. Bonnie apenas solta uma gargalhada.

 Desde que a banda surgiu no ano passado minha amiga e eu acabamos nos tornando fã ao ver um clipe na TV. Apesar de eu gostar mais de girlband, me rendi ao charme dos garotos. Havia alguns dias em que Miranda deixava eu ir para a casa de Bonnie após a escola, e lá nos ficávamos assistindo videoclipes musicais e comendo pipoca. Sua mãe Abby Bennett gostava de ler minha mão e sempre me fazia um chá de flores de laranjeira; Bonnie dizia que a mulher acreditava conseguir ler o futuro pela palma das mãos das pessoas, mas minha amiga não conseguia confiar na sua leitura.

Lembro-me que na última vez em que fui à casa de Bonnie, sua mãe parou a jardinagem apenas para ler as linhas de expressão da minha mão. Ela dizia que eu estava com uma energia boa, e que os sinais estavam mais claros; Abby contou-me que eu iria ser a protagonista em um filme de sucesso e seria amada por todos. Ela disse também que eu encontraria um homem bonito, mas muito confuso e nós dois seriamos felizes. Neste momento ela hesitou um pouco, mas continuou a ler a palma de minha mão. No final, eu estava tão desesperada para acreditar que meu sonho maluco daria certo, que deixei-me acreditar em suas palavras.

Bonnie e eu seguíamos para o corredor dos armários. Enquanto, ela pegava seus livros e eu deixei minha mochila no meu. O armário de Bonnie é enfeitado por dentro e estampava ali sua personalidade, enquanto no meu quadrado metálico eu apenas me limitava a guardar meus pertences mesmo:

- Você acredita que Miranda implicou com o meu gloss hoje?! – resmungo irritada. Bonnie solta um suspiro nervoso e fecha a porta do seu armário.

- Sua mãe implica com tudo. Já pensou quando vai contar que está no clube de teatro? – ela questiona.

- Eu espero que nunca. – resmungo desacreditada – Minha mãe vai surtar e então ficará uma vida falando que sou uma mentirosa como meu pai.

Bonnie maneou com a cabeça.

- Miranda ainda não superou? – ela indaga.

Grayson e minha mãe se conheceram na faculdade, ele cursava Medicina e ela Enfermagem. Minha tia Jenna conta, que os dois pareciam casais de TV daqueles em que a paixão é avassaladora. Meus avós maternos adoravam meu pai, e ela se via cada dia mais apaixonada. Mesmo com as dificuldades na faculdade os dois não deixavam de se ver, e com o passar dos dias minha mãe se viu ainda mais refém daquele sentimento. Até ela engravidar de mim.

Então, ela abriu mão de sua carreira na enfermagem e escolheu ficar com meu pai, que ainda estava na residência médica. Miranda se tornou mãe e esposa, mas com o passar do tempo o pesadelo só se iniciava. Quando, eu completei três anos, minha mãe descobriu traições de Grayson, então com um coração partido, malas e uma filha ainda bebê, Miranda saiu de casa e foi morar com a minha tia Jenna, que havia acabado de se formar na faculdade.

A dor de uma ferida de amor tornou seus olhos brilhantes em opacos, e quaisquer resquício de paixão era rapidamente apagado por ela. Então, longos sermões sobre namoros e gravidez na adolescência eram pregados por Miranda sempre que possuía a chance. Portanto, não era de se estranhar quando eu revelava que possuía quinze anos e não havia dado o meu primeiro beijo.

- Eu acho que ela nunca irá superar. – murmuro e dou de ombros.

Bonnie e eu seguimos para a aula de matemática, que seria aplicado um teste. Eu não era um gênio na matéria, mas conseguia me sair bem um pouco acima da média. Evidentemente, não era um histórico escolar nível Ivy League.

Ainda deixo-me devanear pela história fatídica de amor dos meus pais. Quando Miranda fora morar com minha tia Jenna, ela perdeu o contato com meu pai e este acabou se casando tempos depois e se mudou para Atlanta. Assim que teve seu primeiro filho com a outra esposa, o meu contato com ele fora se limitado a ligações raras, e após o nascimento do segundo filho, meu pai parou de me ligar de vez.

Não era a relação que eu sonhava em ter, principalmente quando via a relação paterna e materna de Bonnie, mas era única que eu possuía, então teria que aceitar. Contudo, para a minha sorte eu possuía tia Jenna ao meu lado. Esta sabia do meu sonho em ser atriz e o incentivava. Nós duas costumávamos ir a shows na Broadway e a patinar no Central Park, mas estes passeios eram limitados por serem às escondidas de Miranda.

Após uma hora de teste, eu termino e entrego minha folha a Srta. Beute. Saio da sala e me encaminho para a aula de teatro, onde fico a manhã inteira ensaiando com o restante do clube.

Quando saio da sala de teatro, encontro Bonnie no corredor à minha espera e seu sorriso contagiante revelava alguma novidade.

- Está tudo bem, BonBon? – indago preocupada.

Ela solta um gritinho e agarra minha mão, me conduzindo para a cantina, que já estava repleta de alunos.

- Advinha quem foi convidada para uma festa hoje à noite?! – ela murmura eufórica e solta outro gritinho – Eu! Ethan Hawke me convidou!

Ao saber da notícia acabo soltando um gritinho também. Meu deus! Ethan é o rapaz que Bonnie está afim desde a quinta série e fico feliz por finalmente ele ter tomado partido.

- Que incrível! – exclamo feliz por minha amiga. Aposto que Bonnie e Ethan se beijaram esta noite e amanhã minha melhor amiga me contará detalhes de seu momento especial.

- Vamos comigo, Elena! – ela praticamente implora. Me remexo desconfortável no banco do refeitório.

- Sabe muito bem, que minha mãe jamais deixaria eu ir a uma festa. – respondo.

- Eu sei, mas é uma festa de Ben Barnes! – ela murmura e minha expressão de surpresa é inevitável. De reflexo meu olhar segue para um rapaz, que estava sentado a algumas mesas de distância e conversava animado com seus amigos. Eu possuía uma quedinha por Ben Barnes desde o ano passado, quando começamos a fazer aula de álgebra juntos. Ele sentava numa fileira ao meu lado e sempre parecia interessado a aprender, porém, eu apenas me limitava a olha-lo de forma discreta e sonhava com o dia que fosse beijada por aqueles bonitos lábios.

Sacudi a cabeça deixando aqueles pensamentos de lado.

- Minha mãe não vai permitir, Bonnie. – digo por fim triste.

 

Horas depois no caminho para casa, eu me questionava se não deveria tentar mais uma vez com Miranda. Talvez, ela teria amanhecido de bom humor e assim permitiria que eu fosse a festa de Ben Barnes, mas também sei que assim, que Miranda soubesse sobre o meu interesse no garoto ela faria um sermão gigante sobre gravidez na adolescência. Isso me esmorece e acabo deixado o assunto de lado, triste lamento que não será essa noite em que serei beijada por Ben Barnes.

Chego a minha casa e estranho ao ver tia Jenna no sofá encarando a TV. Neste horário ela costumava estar no trabalho e fico intrigada ao ver seu semblante triste.

- Ei.  – murmuro chamando sua atenção – Está tudo bem?

Ela dá de ombros e me convida a sentar ao seu lado. Deixo minha mochila no chão e me encaminho até minha tia, ela se aconchega e deita sua cabeça em meu ombro. Naquele instante entendo o que havia acontecido, e fica tão claro quanto a água. Tia Jenna não havia obtido sucesso em seu encontro da noite passada. Acaricio os fios acobreados de minha tia e ouço ela fungar. Era sempre assim; tia Jenna encontrava um homem interessante, que a chamava para sair e no dia seguinte não se dava ao trabalho de ligar. E em todas as vezes ela saia magoada e chorosa. Minha tia era uma típica romântica incorrigível, que sempre via no amor uma chance de respirar ares melhores, mas que para ela sempre machucava.

Miranda e ela discutiam diversas vezes por causa disso.

- Friedrich não ligou. – ela sussurra.

Ontem pela noite minha tia estava radiante, enquanto escolhia suas roupas para sair. Dizia que o homem era elegante, simpático e que a levaria em um restaurante caro em Manhattan. Minha mãe apenas observava em silêncio, enquanto eu a ouvia sem reclamar. Era sempre bom ouvir um pouco a respeito do amor, em uma casa tão quieta quando é sobre ele.

- Sinto muito, tia Jenna. – eu digo verdadeira. Um dos meus maiores desejos é que minha mãe e ela fossem felizes no amor. E então, por um descuido Miranda me deixaria seguir o meu real sonho de ser atriz.

Minha tia ergue o corpo e seca as lágrimas; respira fundo e então o olhar esperançoso está de volta ao seu rosto. Ela está pronta para mais uma aventura amorosa.

- Obrigada, Lena. Você é uma menina muito especial. – ela murmura e me dá um beijo estalado na minha bochecha.

Solto um riso pela carícia.

- Jenna, você se lembra do Ben Barnes? – inicio.

- O garoto que você gosta?

- Isso! – respondo e sinto as bochechas esquentarem – Hoje ele vai dar uma festa.

Tia Jenna me observa interessada em minha narrativa. Nós éramos confidentes e possuíamos uma intimidade invejável, contudo, eu queria mesmo ter esse tipo de relação com Miranda. Deixo estes pensamentos de lado ao ouvir o risinho de minha tia.

- Você vai, certo? – ela questiona sugestiva.

Meus ombros caem em desanimo.

- Minha mãe nunca permitiria, tia Jenna. – respondo triste.

Houve algumas situações em que pedi a permissão de Miranda para ir a festinhas, ou até sair com Bonnie e mais alguns amigos, porém minha mãe nunca permitia. Eu apenas ficava trancada em casa, estudando, ouvindo música ou conversando com minha tia. Contudo, até entendia sua preocupação para comigo, mas eu não conseguia deixar de sonhar com mais.

- Eu consigo levar Miranda para sair, mas só se você me prometer chegar às 22h em casa. – ela murmura séria e mal consigo conter a alegria que percorre meu corpo. Pulo em minha tia a abraçando e a enchendo de beijos a face.

- Consigo sim! Obrigada tia Jenna! Você é a melhor! – eu exclamo eufórica.

 

Passei o restante da tarde entre fazer a lição de casa, conversando com Bonnie pelo ramal do telefone que ficava no meu quarto e tentando escolher uma roupa bonita para a festa de Ben Barnes. Em todos estes momentos o álbum The Writing’s on the Wall da Destiny’s Child estava presente. Eu estava tão animada que mal conseguia parar de sorrir, ao ponto que até minha mãe me encarou desconfiada. Apenas tratei de fingir que era pelo teste de matemática, e ela acreditou.

Quando o relógio apontou 19h, minha mãe e tia Jenna entraram em meu quarto me informando, que elas iam ao cinema para um famoso filme que havia entrado em cartaz. Eu apenas usei da minha melhor expressão de neutralidade para desejar um bom passeio. Assim que elas saíram, eu comecei a vestir as roupas, que já havia escolhido; optei por uma saia jeans, meia-calça, blusa com rendas e casaco. Passei um pouco da maquiagem de Tia Jenna em meu rosto e usei o gloss. Queria parecer bonita e quem sabe ganhar a atenção de Ben.

Saio de casa sentindo-me imensamente culpada por estar enganando minha mãe, mas este sentimento desaparece quando encontro Bonnie e juntas fomos para a casa de Ben Barnes. A mãe dela nos levou em seu carro; dona Abby sempre fora mais liberal com Bonnie, a deixava usar saia jeans, frequentar a lanchonete a noite com os amigos e até permitia que ela usasse sombra para os olhos com brilhos, coisa que minha mãe nunca deixou.

Ao chegar à casa de Ben, a dona Abby dá algumas instruções a Bonnie, mas se limita apenas a pedir que ela esteja na calçada quando ela passasse às 21h. O que me dava uma hora extra para chegar em casa e ir fingir que estou dormindo até minha mãe e tia Jenna chegarem.

- Hoje finalmente eu e você seremos beijadas! – Bonnie murmura animada, enquanto caminhávamos até a varanda.

- Espero que sim! – digo eufórica. Ao batermos na porta, demorou uns segundos para que esta fosse aberta e revelasse Ben Barnes usando uma camisa, calça jeans e tênis, logo incrivelmente bonito.

- Elena! Bonnie! Entrem. – ele nos cumprimenta animado e quase sinto meu corpo perder as forças, quando ele disse meu nome e me deu um beijo na bochecha.

Ele sabia meu nome!

Mal tenho tempo para reagir, pois, minha amiga me puxou pelo cotovelo para dentro da casa. Minha expressão se limita apenas a vislumbre, pois a casa de Ben é grande e perfeitamente mobiliada. Eu não sabia que ele possuía condições para viver num lugar como aquele, e senti que este fato estreitou as possibilidades que ele me note um dia.

Vejo alguns alunos dispersos pela sala, Michael Jackson cantava seu lançamento recente nos alto-falantes, mas o volume era moderado, para uma festa com adolescentes de idade predominante a quinze anos. Há bacias com salgadinhos, pipoca e copos de refrigerante. Noto que há alguns grupinhos em conversas animadas e levemente sinto-me deslocada ali, afinal eu até conhecia algumas pessoas, mas só possuía amizade com Bonnie.

Eu e minha amiga vamos até a mesa de comidas e enchemos os copos com refrigerante. O ambiente parece tão descontraído e me leva a imaginar, que era assim as festas que pessoas da minha idade iam. Mas, não pude conter o estranhamento agitar meu íntimo; pois, eu nunca havia ido a uma comemoração, logo não sabia como me comportar.

- Olhe só, - Bonnie murmura e chama a minha atenção – Ben está olhando para cá.

Quase engasgo com o meu refrigerante.

- O que?

Minha amiga solta um risinho cúmplice.

- Ele está vindo, - Bonnie sussurra e todo o meu corpo se acende em alerta – finge costume, Elena.

Acabo mexendo nos cabelos em reflexo, mas quando ouço a voz masculina próxima a nós quase sinto o ar faltar. Ben enche um copo de refrigerante também, nos observa e inicia um diálogo informal, mas era mais do que eu havia tentando em meses.

- Estão gostando da festa? – ele indaga.

- Sim e Elena adorou a decoração da sua casa, Ben. – Bonnie murmurou e cutucou-me com o cotovelo. Agora atenção dos dois havia caído sob mim, e meu corpo respondeu apenas esquentando minhas bochechas. O garoto a minha frente sorriu.

- Que bom, Elena. Vou contar a minha mãe. – ele diz simpático. – Você gosta de batata chips, Eleninha?

Ben questiona e minha atenção só consegue se prender ao apelido me dado.

- Claro. – murmuro em um engasgo.

- Pode me ajudar pega-las na dispensa? – ele pede.

Meu Deus! Meu Deus!

Dou de ombros.

- Sim. – digo. E Ben sorri. Ele gesticula para que eu o acompanhasse e tento reprimir a vontade de surtar por seu convite. Sigo Ben pela casa, passamos pela cozinha e fomos até uma área mais afastada onde a música não nos alcançava.

Ao chegarmos a dispensa, ele fecha a porta atrás de si e me observa. O cômodo pouco espaçoso e luz precária me deixa levemente claustrofóbica e nervosa.

- Eu fiquei muito contente, quando vi que você havia vindo para minha festa, Elena. – ele murmura brando. Nossa aproximação é perigosa, e se o que eu havia visto nos filmes estava certo, Barnes e eu iriamos nos beijar em breve.

Sorrio tímida.

- Não costumo ir em festas. – digo.

Ben ainda me observa e dá um passo à frente. Sinto minhas costas baterem na madeira da porta, e vejo como se estivesse encurralada. Meu coração já estava acelerado no peito e as mãos suavam.

- Lembro-me de quando fazíamos aula de álgebra juntos, até tentei puxar conversa, mas você parecia muito concentrada na matemática. -  ele diz e dá mais um passo.

Meu Deus! Meu Deus!

Obrigo-me a continuar mantendo o olhar e não parecer uma estúpida tímida.

Então Ben dá mais um passo e sinto sua respiração próxima a mim.

- Bom, eu...

Porém, não tenho chances de continuar, pois no mesmo instante em que Ben Barnes se preparava para inclinar o seu corpo para me beijar, a porta se abriu. Iluminando o cômodo e nos assustando para a realidade. E eu quase caio para trás ao ver, quem a havia aberto.

- Mãe... – sussurro sôfrega. O olhar duro de Miranda observava a aquela cena.

- Eu estou te esperando no carro. – ela murmura fria e me dá as costas.

Deixo de lado a vontade, que sinto em enfiar a minha cabeça em um buraco e me despeço de Ben com um aceno. Saio da dispensa aos passos largos, e nem tenho tempo para conversar com Bonnie, que me encarava assustada. Corro até o carro, onde minha mãe e tia Jenna me esperavam.

O caminho até minha casa é feito em silêncio e tenho a certeza que estou de castigo. Minha mãe estaciona o carro na garagem e nos saltamos. A falta de reação dela me deixava preocupada, afinal eu imaginava que ela iria me tirar daquela festa pelos cabelos. Ao entrarmos em casa, minha tia sobe para seu quarto e minha mãe trata de jogar toda a decepção para fora:

- Você pediu a quem para ir aquela festa, Elena? – ela questiona fria.

Sento-me no sofá e espero o longo sermão, que Miranda desenrolara.

- A ninguém. – sussurro, não quero que minha mãe brigue com tia Jenna por causa de mim.

Miranda respira fundo.

- Você acha certo o que fez hoje, Elena? – questiona, e elevou um pouco a voz.

Céus! Eu só queria ter sido beijada por Ben Barnes e rezar para que não tenha ficado grávida. Apenas isso.

- Não...

- Então, por que você fez? – ela gritou de uma vez. Estremeci o corpo. Odiava quando Miranda me tratava daquela maneira, como se eu fosse obrigada a viver apenas para obedecer a suas ordens e não poder questioná-las em nenhum momento.

- Eu só queria ir a uma festa, mãe... – sussurro.

Vejo minha mãe passar a mão pelo rosto nervosa.

- Você está se tornando mentirosa igual ao seu pai! – ela continua a gritar, sua voz é grave e magoada – O que fazia dentro de uma dispensa a sós com um garoto? Eu não vou permitir que vire uma vadia em baixo do meu teto! Já basta a sua tia Jenna!

Não consigo reprimir a surpresa que preenche meu rosto, encaro minha mãe ultrajada, e de soslaio vejo minha tia na metade da escada olhando para a minha mãe ofendida. Péssimo sinal.

- O que disse, Miranda? – ela questionou e minha mãe finalmente percebeu que minha tia nos escutava – Você me chamou de vadia?

Agora a atenção não estava mais sobre o meu erro em ir a uma festa escondida, se encontrava entre as duas irmãs que se fitavam com os olhares faiscando. Raramente Miranda e Jenna brigavam, mas havia entre elas um sentimento hostil que era predominante em minha mãe ao reprovar o estilo de vida que minha tia levava. Jenna acreditava no amor, enquanto Miranda o amaldiçoava aos quatro ventos.

- Você sabe o que é, Jenna. – Miranda resmunga. Minha tia termina de descer os degraus e para em frente à minha mãe. 

- Engraçado que é essa vadia que sustenta a casa, enquanto você voltou aos estudos. – tia Jenna aponta. A hostilidade havia se tornado situações rancorosas. Miranda a olhou com ultraje.

- Pelo menos não sou eu que saio pulando de cama em cama, na esperança de que algum homem me ame de volta! – Miranda julga em timbre alto. É possível ver que ela havia dito aquilo em impulso, pois, logo após a frase sair em voz alta sua feição se contorce em arrependimento, mas a língua furiosa não para, ainda quer dizer tudo o que fora guardado por anos – Você deseja tanto que eles te amem de voltam, Jenna! Porém, são incapazes de corresponder toda a sua carência!

Jenna a encara magoada, mas os dizeres da minha mãe aumentam sua ira.

- Você é apenas uma amarga, que fora trocada por uma mulher mais jovem! Se quer terminar sozinha, problema é seu! Não despeje nos outros a suas frustrações, Miranda! – tia Jenna exclamou extremamente irritada – Se a forma como eu escolhi viver incomoda tanto o seu espírito de Madre Tereza, é melhor que eu vá embora mesmo!

Jenna dá de ombros, gira em calcanhares e volta a subir os degraus.

- Tia! – a chamo chorosa.

- Agora eu peno muito por Elena, afinal é obrigada a viver com alguém tão amarga e sem amor como você, Miranda. – ela murmura como se não me ouvisse.

Naquela noite minha tia arrumou suas malas e saiu de casa, enquanto minha mãe permaneceu trancada em seu quarto. Minha sentença era três meses de castigo, onde só poderia sair para a escola. Eu fui obrigada a ver a única pessoa em que confiava, para contar meus segredos, deixar a minha vida. Da janela do meu quarto eu vi minha tia Jenna colocar suas malas no carro e dirigir para longe.

E naquele momento eu me senti terrivelmente sozinha.


Notas Finais


O capítulo de hoje foi praticamente todo voltado para o flashback de um momento muito importante da vida da Elena, devo informar que a fic terá alguns flashback chaves para compreender algumas ações ou justificativas dos personagens!

E aí, o que acharam??

Me contem tuuudo na caixinha de comentários, pois quero saber cada uma da opinião de vocês!!! O que vocês tão achando da narrativa? dos personagens? da trama em si??

ME CONTEM TUDO!!!

Bjss ;)


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