1. Spirit Fanfics >
  2. Lover - Ponny >
  3. Capítulo 01

História Lover - Ponny - Capítulo 01


Escrita por: AnnieV

Notas do Autor


Oiii, como estão?
Essa é a minha primeira fanfic estilo romance aqui.
Críticas são muito bem-vindas!!!
A ideia é de que seja uma fanfic leve, para acalmar nossos coraçõezinhos no meio da loucura do dia a dia. É cheia de clichês de romance adolescente, mas espero que gostem.

Capítulo 1 - Capítulo 01


Fanfic / Fanfiction Lover - Ponny - Capítulo 01

Ponto de Vista de Anahí

Era a última tarde antes das aulas recomeçarem. Estávamos sentados na minha cama após assistir a alguns episódios da última temporada de The Good Place. Poncho se espreguiçava de um modo manhoso na cama, de modo a afastar a tensão do seu corpo após horas sentado na mesma posição. Sorri para ele enquanto o observava, ele parecia um gatinho. Quando nossos olhos se encontraram, ele sorriu de modo desconsertado ao perceber que eu o observava. Poncho e eu éramos melhores amigos, crescemos juntos. A mãe dele era melhor amiga da minha mãe, elas se conheceram na época de escola. Por consequência da amizade delas, convivemos durante toda a vida. Poncho brincava dizendo que a nossa amizade era uma herança da amizade delas, mas eu discordava. O que nós tínhamos era só nosso, construído por nós. Mesmo que as nossas mães fossem amigas, poderíamos ter nos odiado de alguma forma. Sempre o lembrava do fato de que ele e a Marichelo, minha irmã mais velha, não se davam muito bem. A nossa relação era nossa, e mesmo com as ocasiões que a amizade das duas nos deram, nós que a construímos.

— Mais um episódio? — perguntei.

— Sim, por favor. Poderia aumentar um pouco o volume? Acho que o vinho já está fazendo efeito lá no andar de baixo. — apenas assenti e peguei o controle da TV para fazer o que o meu amigo tinha pedido.

O barulho das conversas e risadas dos nossos pais no andar de baixo estavam começando a atrapalhar nossa maratona. Meu pai sempre me obrigava a deixar a porta aberta quando o Poncho estava no meu quarto, o que facilitava que o barulho deles invadisse o ambiente. Mesmo tendo visto o Poncho crescer, ele sempre repetia que “não dá para confiar em garotos, eles só pensam em uma coisa”. Minha mãe e eu não compartilhávamos da mesma opinião que ele, mas eu preferia evitar confusões e por isso sempre deixava a porta aberta. Em todo o nosso tempo de amizade, Poncho nunca foi desrespeitoso comigo e com nenhuma outra garota. Aliás, ele nunca esteve com uma garota. Ele nunca chamou alguma garota para sair, e nem foi chamado também, e mesmo que eu insistisse que ele deveria tentar, ele sempre se esquivava. Poncho sempre colocava desculpas e tentava me convencer que estava bem como estava, sempre bem ocupado com os mil hobbies que possui, desde esportes, como o futebol, a até o seu amor pela fotografia. Por alguns anos, ele foi apaixonada por uma menina da nossa sala, a Maite, mas nunca teve coragem de tentar nada.

Eu não podia falar muita coisa do meu amigo, pois no quesito de relacionamentos, eu não estava muito melhor que ele. O único encontro que tive na vida foi um desastre, o que me fez ser mais seletiva hoje com quem aceito sair ou não. O cara, Joaquin, era o meu crush fazia meses. Ele estudava na mesma escola que eu e o Poncho, mas era um ano mais velho. Quando ele me chamou para sair, tomar um sorvete depois da aula, aceitei sem pensar duas vezes. Poncho ainda tentou me avisar, disse que o cara era um idiota, mas a Anahí de 14 anos preferiu pagar para ver. O resultado foi um encontro frustrante. Joaquin era grosseiro, não parecia interessado em conversar comigo, mas apenas em passar sua mão asquerosa em mim. Ele ainda tentou me beijar algumas vezes, mas eu não deixei, estava decepcionada demais com aquela situação que não me sentiria confortável em beijá-lo, ainda mais porque seria meu primeiro beijo e eu não queria lembrar no futuro dele como “o primeiro cara”. Não que o primeiro beijo fosse algo tão importante assim, era só um beijo, mas o cara tinha sido um idiota, não queria fazer isso com ele. Aquele foi o momento que eu cheguei mais perto de perder o meu b.v. Eu não me arrependia, mas sentia que já estava ficando velha demais para ser boca virgem ainda. Eu faria 17 anos esse ano, será que eu deveria me preocupar de alguma forma? Todas as meninas da minha sala já estavam se preocupando em perder a virgindade, mas eu ainda estava presa ao b.v.

Antes de apertar o play para começar mais um episódio da série, virei-me para Poncho e o encarei. Assim como eu, eu sabia que ele também era b.v. e às vezes eu conversava com ele sobre como estava começando a ficar incomodada com isso. Poncho sempre me convencia que aquilo era uma grande besteira, mas as dúvidas voltavam uma hora ou outra.

— Poncho, amanhã começam as aulas. Seremos os alunos mais velhos da escola.

— Sim. Estranho, né? — disse quando finalmente me encarou com um pequeno sorriso nos lábios.

— Nossa, demais. E, enfim... Estava pensando que será nosso último ano lá, é um grande marco. Depois disso, vamos para a faculdade e vai ser um novo mundo. Moramos em uma cidade pequena, estudamos com as mesmas pessoas desde o jardim de infância. O que será que nos espera para além daqui?

— Espero que muitas coisas, será um novo ciclo.

— Isso, um novo ciclo. Então decidi que irei aproveitar esse último ano bem mais que os outros. Poncho, eu e você apenas estudamos, não vamos a festas, mal saímos com o pessoal da nossa sala, nunca namoramos, nunca beijamos ninguém. Você até faz parte da equipe do jornal da escola e do time de futebol do clube, mas eu não estou em nenhuma atividade extracurricular... Sei lá, sinto como se estivesse deixando a minha adolescência passar, perdendo as pequenas coisas. Acho que esse ano deveríamos nos arriscar mais.

— Annie, eu acho que estamos muito bem como estamos. É por nos preocuparmos mais com o nosso futuro que a gente tem um boletim tão bom. Não sinto falta de festas ou qualquer uma dessas coisas.

— Não sente falta porque nunca foi a uma.

— Já fui sim.

Poncho cruzou os braços em frente ao seu peito em modo defensivo. Por alguns segundos, examinei os seus braços, eles estavam bem mais musculosos do que eu lembrava. Sabia que ele estava malhando, mas foi a primeira vez que observei alguma mudança no seu corpo. Quer dizer, não me orgulho disso, mas em uma noite, quando estávamos em seu quarto e ele levantou, percebi que ele estava com uma bunda maior e mais redonda. Balancei a cabeça para afastar meus pensamentos sobre o corpo do Poncho, isso era ridículo. Era isso que dava não ter um namorado. Algumas vezes, tinha alguns pensamentos inapropriados com ele, no sentido de beijá-lo ou querer cheirar o seu pescoço quando ele se aproximava demais. Sabia que isso eram os meus hormônios reclamando, pedindo que eu fosse uma adolescente normal, que saísse com caras e explorasse mais minha sexualidade. Poncho era o cara mais próximo de mim, acabava que eu transferia um pouco dessa energia para ele mesmo que sem querer e isso era tão ridículo. Nunca disse nada disso a ele, seria vergonhoso demais. Além disso, ele iria me achar uma pervertida.

Por fim, engoli em seco e encarei os seus olhos.

— Ter ido às festas de aniversários quando éramos pré-adolescentes não era bem ir a festas, você sabe disso. — Retruquei. — As festas a que me refiro são as que a Valeria ou o Juan dão na casa deles. Sem pais, sem supervisão.

— Não, muito obrigado.

— Talvez, você indo às festas, os meninos te deixassem um pouco mais em paz...

— Já te disse que não ligo para as brincadeiras sem graça daqueles idiotas.

Os meninos da nossa turma costumavam tirar sarro do Poncho por qualquer motivo que encontrassem. Não chegavam a bater nele ou algo assim, mas as piadinhas e brincadeiras sem graça eram constantes. Como Poncho era o mais baixo e magro entre eles, pelo menos até o ano passado, eles não se sentiam minimamente intimidados por ele. Acho que eles gostavam de pegar no pé do Poncho tanto porque ele sempre respondia e revidava, o que para eles parece ser algo divertido, como porque ele era o garoto mais distante do grupinho deles, Poncho sempre preferiu ficar comigo e com as minhas amigas do que conversando com os outros garotos da nossa turma. O primeiro amigo homem do Poncho foi o Christian, mas, como ele é gay, isso só gerou mais piadinhas dos garotos idiotas do colégio. Mesmo Poncho falando que não se importa com eles, eu tenho minhas dúvidas.

— E meninas? Não te interessa saber como é beijar alguém?

Seus olhos desviaram dos meus por alguns segundos e eu tive a leve impressão que ele encarou os meus lábios antes de me encarar novamente.

— Não me interessa se for algo sem sentido em alguma festa.

— E quem disse que vai ser algo sem sentido? Vamos, Poncho... Eu estou decidida a viver melhor esse último ano e queria muito que você me acompanhasse nisso. Não gostaria de olhar para trás e me encher de arrependimentos.

Poncho descruzou os braços e me encarou com uma sobrancelha arqueada.

— E você quer exatamente fazer o quê? — perguntou-me.

— Socializar mais, entrar para as líderes de torcida, ir a festas, sair com garotos... Vai, isso não é tão ruim.

— E por que eu tenho que te acompanhar nisso? Se você quer fazer essas coisas, então faça.

— Porque você é meu melhor amigo, queria me divertir com você, e queria que você se divertisse também... A vida não são só estudos e videogame, Poncho.

Poncho deu de ombros.

— Gosto como a minha vida é agora.

Eu estava pronta para tentar lançar mais algum argumento, mas fui interrompida com batidas na porta. Não tinha escutado o meu pai se aproximar, mas lá estava ele apoiado na porta e nos observando.

— Alfonso, seus pais já vão e estão te chamando. — disse ele.

— Já estou descendo, Sr. Portilla, obrigado.

Poncho levantou da minha cama e eu levantei em seguida. Meu pai se afastou e acredito que, pelo barulho, já estava descendo as escadas. Abracei brevemente o Poncho, minha cabeça batendo no seu nariz. Era estranho perceber que o Poncho estava mais alto que eu. Desde que tínhamos 14 anos, eu era mais alta que ele. No final das aulas do ano passado, ele estava um ou dois centímetros mais alto que eu, mas agora a diferença estava bem maior. Meu amigo estava crescendo, tornando-se um homem. Além da altura, pude ver que alguns pelos tinham nascido no seu rosto no último verão. Não chegava bem a ser uma barba completa, mas agora não eram mais só um bigode e um cavanhaque solitários.

— Amanhã de manhã estarei aqui para irmos juntos para a escola, certo? — disse ele e eu assenti forçando um pequeno sorriso. — Annie, entendo que queira tentar coisas novas... Saiba que vou te apoiar e estar do seu lado em seja lá o que queira fazer, pois é isso que eu faço. Mas... Cuidado para não deixar que te influenciem a fazer algo que não quer apenas por ser “legal”. Você é boa demais para isso.

— Obrigada, Poncho.

Ele se virou para sair e eu o segui a poucos passos atrás dele, queria me despedir de seus pais. Quando chegamos ao fim da escada, deparamo-nos com os nossos pais mais sorridentes do que o normal. Com certeza, aquilo tinha alguma influência do vinho que eles estavam bebendo desde o almoço. A sorte é que ninguém ia precisar dirigir hoje, os Herrera moravam na casa ao lado. Despedi-me da senhora e do senhor Herrera com um tímido abraço e depois os acompanhei até a porta.

Depois que eles se foram, fui para o quarto e tomei um banho. Meus pais pediram uma pizza para o jantar, até porque qualquer um dos dois estava impossibilitado de cozinhar alguma coisa naquele momento, e comemos sozinhos e em silêncio na mesa de jantar. Era estranho sem Marichelo ali. Ela estava cursando farmácia na Universidad Nacional Autónoma de México, que ficava na Cidade do México, cinco horas de viagem de carro da nossa pequena cidade.

Diferente de mim, Marichelo na escola era popular, chefe das líderes de torcida, eleita a rainha do baile no seu último ano. Ela tinha todos os meninos da escola aos seus pés, namorou os mais bonitos na sua época. Quando ela veio nos visitar no Natal, ela iluminou a casa com a sua energia. Ela era assim, iluminava os lugares apenas com a sua presença, era impossível não perceber Marichelo quando ela entrava em algum lugar, ela sempre atraía muitos olhares, de homens e mulheres. Todos eram apaixonados por ela, assim como eu. Mesmo que fosse um alívio que as comparações entre a gente diminuíram desde que ela foi, eu sentia muita falta dela aqui, ela era a minha melhor amiga. Foi ela que me incentivou a procurar novas experiências nesse último ano.

Quando estava me preparando para dormir, o meu celular vibrou anunciando uma nova mensagem. Ao pegar o aparelho, deparei-me com o nome de Poncho na tela. Era uma mensagem de boa noite, ele sempre me mandava uma antes de dormir. Fui até a janela do meu quarto e observei a janela do quarto dele, que ficava de frente para a minha. Estava tudo escuro, ele realmente devia já estar deitado. Digitei um “boa noite” para ele e depois me deitei pronta para dormir.


Notas Finais


Edit: Para quem está lendo a fanfic depois, gostaria de dizer que comentários são muito bem-vindos!! Sintam-se a vontade de expressar o que estão achando quando for oportuno para vocês. Mesmo que eu esteja no final da fanfic, fico muito feliz em revisitar capítulos para ler os comentários novos <3

Também disponível no Wattpad com algumas mudanças: https://www.wattpad.com/story/284930565-lover


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...