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História Lover - Ponny - Capítulo 10


Escrita por: AnnieV

Notas do Autor


Oii, como estão todos? Espero que vem nessa quarentena.
Decidi postar para que se alguém estiver sem ter o que fazer, possa se distrair um pouco lendo.

Capítulo 10 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction Lover - Ponny - Capítulo 10

Ponto de Vista de Alfonso

Bocejei de modo mais discreto que consegui, colocando a minha mão sobre a boca e abafando qualquer som que desejasse sair dela. Era a última aula do dia e o professor estava utilizando slides com todas as luzes da sala apagadas. Para piorar a situação, eu tinha acordado mais cedo que o normal porque o Christian queria chegar mais cedo ao colégio para espalhar a primeira edição do jornal por todo lado. Eu mal tinha me acostumado a voltar a acordar no horário de ir para a aula, imagine antes disso. Quando olhei para o lado, percebi que a Maite também estava sonolenta, pois suas pálpebras pareciam pesadas. Ela tinha chegado tão cedo quanto eu, e tudo por exagero do Christian, pois rapidamente terminamos o trabalho e ficamos sem ter o que fazer até a hora da aula. Maite e eu fomos para a sala do jornal e ficamos assistindo vídeos idiotas do YouTube para passar o tempo. O pior de tudo era que o nosso esforço foi inútil, pois o colégio estava praticamente vazio hoje. Além da primeira semana de aula em si ser mais vazia, hoje era dia do baile e muitas pessoas costumavam faltar para guardar suas energias.

Falando em baile, desde que chamei a Maite para ir comigo, de um modo totalmente vergonhoso porque quase não consegui falar, estávamos passando mais tempo juntos. Era o segundo dia que ela sentava comigo e com as meninas, conversando e interagindo com elas. Além disso, passamos o intervalo do dia anterior juntos, o que foi estranho no começo, mas muito confortável depois. A aproximação repentina com a Maite me assustava um pouco, eu tinha medo de confundir as coisas entre a gente. Eu a convidei porque o Christian pediu e porque sou amigo dela, apenas isso. Mas, ao lembrar que eu já tinha sentido algo por ela antes, um certo receio brotava sobre isso acontecer de novo e estragar tudo. Passei muito anos vivendo a minha paixão não correspondida pela Annie, não queria repetir isso. E, sendo bem sincero, não seria difícil me apaixonar por ela de novo, pois ela era incrível, além de muito linda.

No meio dessa confusão, eu só queria desabafar com a Annie, pedir que ela me desse a visão dela sobre o caso. Porém, ela estava estranha, distante. Pensei que podia ter relação com a presença da Maite, pois eu sabia o quanto a Annie era ciumenta com os seus amigos, e, agora, a Maite estava no meio do nosso grupo, em volta de todos os amigos dela. 

Quando a aula finalmente acabou, combinei com a Maite os últimos detalhes sobre eu ir busca-la em casa para o baile enquanto guardávamos nossos materiais. Toda vez que eu falava sobre o baile, Maite ficava um pouco mais tímida, o que era encantador. Não vou negar que talvez eu também ficasse um pouco tímido, era uma situação estranha, mas de um jeito bom. Depois, despedi-me de todas e saí com a Annie. Pensei em questioná-la sobre se tinha algo errado entre a gente, mas como ela começou a agir normalmente comigo no nosso caminho para casa, então decidi deixar aquele assunto de lado. Talvez eu estivesse exagerando, talvez ela só estivesse um pouco mais ocupada e distraída. Ao pararmos em frente as nossas casas, despedi-me de Annie com um breve abraço e um beijo em seu rosto.

 

[...]

 

Desci as escadas a passos apressados enquanto chamava pela Luiza. Estávamos quase atrasados, eu tinha combinado de encontrar a May em dez minutos.

— Estou aqui esperando, cabeção. — disse ela, e então vi a sua silhueta sentada no sofá da sala. Assim que me viu, ela me analisou de cima a baixo e sorriu. — Até que hoje você está parecendo uma pessoa de verdade. Esse terno serviu melhor em você agora do que servia antes.

O terno que eu trajava era o mesmo que comprei no ano passado para ir ao meu primeiro baile com a Annie. Porém, para diferenciar o meu visual de hoje do visual do ano passado, eu usava uma camisa diferente e optei por não utilizar gravata, até porque já usava aquilo todo dia na escola.

Luiza veio até mim e segurou a gola da minha camisa, puxando-a para cima e ajeitando-a em seguida.

— Para onde vamos? — perguntou ainda concentrada na minha gola.

Após muita insistência, eu tinha conseguido convencê-la a ser minha chofer hoje, ela iria comigo buscar a May e depois nos deixaria no colégio. Ver como a May estava animada com o baile me deu vontade de fazer tudo direitinho, inclusive busca-la e deixa-la em casa como um bom acompanhante. Peguei o meu celular no bolso da calça e li para ela o endereço que a May tinha me passado. Luiza colocou em seu celular, já preparando o GPS. Minha irmã não sabia andar pela cidade sem GPS. Se até com GPS ela se perdia, imagine sem. Após isso, caminhamos lado a lado até a garagem.

— Você precisa mesmo levar esse troço? — perguntou-me e depois direcionou o olhar diretamente para a minha câmera que estava pendurada no meu ombro direito.

— Faço parte do jornal da escola, preciso sempre estar pronto para registrar tudo.

— É o seu baile, Poncho, única coisa que deveria importar é você se divertir. Esse negócio com certeza vai atrapalhar você e a sua acompanhante dançarem. E, se você largar em algum lugar e perder, o papai e a mamãe irão te matar.

Ela destravou o carro e entrou. Entrei em seguida e já coloquei o cinto de segurança.

— Está tudo sob controle, Luiza. Vou tirar algumas fotos, o suficiente para o jornal, e depois guardo a câmera na sala do jornal. Eu estou levando a chave da sala.

— Se você diz... — Luiza começou a dar ré para sair da garagem e então se calou.

Luiza era recém habilitada, não gostava muito de conversar enquanto dirigia, pois, mais de uma vez, chegou a passar por sinais vermelhos ou entrar na contramão por se distrair. Confesso que fico ainda um pouco apreensivo andando com ela, mas aos poucos era perceptível que ela estava melhorando, ganhando mais confiança ao volante.

Assim que a Luiza parou em frente à casa da May, desci e caminhei até a porta da frente. Antes de apertar a campainha, arrumei mais uma vez meu terno e verifiquei o meu hálito, não queria cumprimentar a May ou a família dela com bafo. Por fim, toquei a campainha. Juntei minhas mãos um pouco apreensivo e mordi a parte interna da minha bochecha enquanto esperava. Estava nervoso por ter que conhecer os pais da May, mas sei que isso era um grande passo para a nossa amizade. Quando a porta finalmente se abriu, deparei-me com uma figura alta e forte do outro lado me encarando com uma expressão de poucos amigos.

— Você deve ser o Alfonso. — disse ele.

Eu já tinha visto o pai da May algumas vezes quando ele foi buscá-la no colégio. Ele era um cara robusto e barbado, admito que ele me colocava um pouco de medo. May uma vez me contou que ele era da polícia.

— Sim, sou eu. O senhor é o Sr. Perroni, certo? É um prazer finalmente conhecê-lo.

Estendi a minha mão em sua direção e abri um sorriso amigável. Ele olhou para a minha mão e depois para mim. Por um momento, pensei que ele não iria aceitar o meu aperto de mão, mas, após me encarar um pouco com um olhar amedrontador, ele segurou a minha mão de modo firme.

— Quero que faça a minha Maite se divertir hoje, mas sem exageros. Nada de mão boba, dança colada, bebidas ou beijos. Ela disse que vocês são amigos, então não ultrapasse os limites. Ela tem que estar de volta antes das onze.

— Você já está assustando o garoto, querido? — disse uma mulher morena que surgiu ao seu lado. Diferente dele, a sua expressão era amigável. Seu sorriso era lindo, bem parecido com o da May. — E combinamos com a Maite até a meia noite, não às onze. Oi, Alfonso. Eu sou a Maite, mãe da May.

Maite tinha me contato uma vez que possuía o mesmo nome que a mãe. Os pais dela sempre quiseram ter uma filha mulher, mas, depois de quatro filhos homens, isso parecia cada vez mais difícil, ainda mais porque a mãe dela estava ficando cada vez mais velha e se tornava arriscada uma gravidez naquela idade. Aos 45 anos, e depois de dois abortos espontâneos, eles engravidaram novamente. Era uma gravidez de risco, a probabilidade de que a May nascesse era bem pequena. Então, eles fizeram uma promessa de que se a garotinha deles nascesse bem, ela teria o mesmo nome que a Sr. Perroni. Agora, havia duas Maites em casa.

— Muito prazer em conhecê-la. — afirmei e sorri.

— Você não quer entrar? A May já está descendo, estava terminando apenas de calçar o salto.

A senhora Perroni empurrou o marido um pouco para o lado para me dar passagem. Dei apenas três passos para frente, somente o suficiente para estar totalmente dentro da casa, e parei apreensivo. Estava muito nervoso, aquela situação toda era bem estranha. Mesmo que o pai da Annie sempre estivesse de olho na gente, ele nunca chegou a me confrontar tão diretamente como o pai da Maite. E, bem, nenhum outro pai ou mãe chegou a fazer isso comigo antes. Eu nunca tive um encontro, nunca saí com uma garota. Não que isso fosse um encontro, não era. Ou era? Um encontro de amigos, isso existe, certo?

— Desculpe-me pelo pequeno atraso, Poncho. — a voz da May soou pelo cômodo. Segui a direção da voz e a encontrei no começo da escada. Ela ainda estava nos primeiros degraus, mas já estava descendo com a mão apoiada no corrimão.

Perdi a voz por alguns segundos, a May estava simplesmente deslumbrante. Ela usava um vestido longo preto, o qual se ajustava perfeitamente as curvas do seu corpo. Seu cabelo estava preso, dando mais destaque aos traços delicados do seu rosto. A sua maquiagem destacava os seus olhos, e foi neles que fiquei perdido por mais tempo enquanto a observava. Eles estavam marcados, e as suas ires negras me prendiam de um jeito que nunca tinha acontecido antes. Seus lábios estavam cobertos com gloss, que ajudava a exalta-los, mas nada que roubasse o protagonismo dos seus olhos.

Observei-a até que ela chegasse ao fim da escada, não perdendo um segundo dos seus movimentos. Somente quando o Sr. Perroni forçou uma tosse ao meu lado é que eu percebi que talvez estivesse encarando a Maite por tempo demais. Porém, eu estava admirado, queria contemplá-la por completo. Quase exclamei que ela estava muito linda quando ela parou na minha frente, mas então lembrei da presença do pai dela ao meu lado e preferi substituir isso por um simples “Boa noite”, que saiu quase como um sussurro dos meus lábios.

Maite sorria largamente, daquele jeito que eu amava, encolhendo os seus olhos e mostrando todos os seus dentes perfeitamente alinhados e brancos. Ela segurou a minha mão e já foi me puxando para fora da casa.

— Já estamos de saída. Volto na hora marcada. — falou.

— Boa noite, Sr. e Sra. Perroni, foi um prazer em conhece-los.

A mãe da Maite acenou para nós enquanto nos afastávamos. Diferente da esposa, o Sr. Perroni focou seu olhar apenas em mim, ainda com a expressão fechada no rosto.

— Não liga para o meu pai, ele é bem ciumento. Sou a única filha mulher em meio a quatro homens. Ele é um pouco... protetor. Ele falou algo de errado com você?

Antes de responder a sua pergunta, soltei o que estava preso na minha garganta fazia um tempinho.

— Você está muito linda, Maite.

Ela diminuiu o passo e me encarou com um pequeno sorriso tímido nos lábios.

— Você também, Poncho.

Entramos no carro e eu apresentei a May a minha irmã. Sentamos no banco de trás juntos, mas não conversamos muito durante o trajeto até a escola. Eu estava nervoso ao lado da Maite, sem saber como agir ou o que falar. Era muito ruim me sentir assim, com esse frio na barriga. Sentia-me ridículo por isso. Era a Maite, apenas a May. Desde a época em que superei minha paixão por ela, eu não me sentia mais assim ao seu lado.

Quando chegamos a escola, ajudei-a a descer do carro.

— Eu odeio esses saltos. — disse ela enquanto descia.

— Podemos tira-los lá dentro, ninguém vai perceber que você está descalça com esse vestido, ele é longo.

— É, talvez. — respondeu e depois sorriu novamente.

Agradeci a Luiza e disse que ligaria para ela quando fossemos embora. Depois, ainda um pouco receoso, ofereci o meu braço para a May, para que ela o segurasse.

— Posso te ajudar a andar com essas coisas até o salão, é só se apoiar em mim.

May assentiu e entrelaçou o seu braço ao meu. Caminhamos até o salão em silêncio, apenas um ao lado do outro. Quando já estávamos chegando à porta, parei e depois encarei a May.

— Vou tirar uma foto sua em frente a faixa do baile.

Separei o meu braço do dela e peguei a minha câmera. Dei alguns passos para trás e depois apontei a lente na direção dela. May estava tão linda que eu já a imaginava estampando a capa da matéria sobre o baile na próxima edição do jornal da escola. Sei que dificilmente ela concordaria com isso, mas seria uma capa perfeita.

— Isso é mesmo preciso? — perguntou-me, tímida.

Maite abraçava os próprios braços em uma postura defensiva, estava nitidamente desconfortável.

— Sim, claro que é. Vamos, não tenha vergonha, sou apenas eu.

Depois de suspirar profundamente, ela colocou as mãos na cintura e tentou formular uma pose. Cheguei a tirar uma foto, mas ela logo desfez a pose e observou as pessoas que passavam ao nosso redor.

— Não liga para eles, May. Vamos, eu só preciso de uma foto sua sorrindo, é tudo o que eu peço. Pode fazer a posição que quiser, dançar, pular... Você se sairá bem na foto até de olhos fechados.

Um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios, o qual logo se alargou. Dessa vez, ela não forçou uma pose, estava mais natural. Ela adquiriu uma postura mais descontraída aos poucos, chegando até a fazer poses engraçadas. Tirei algumas fotos focando nela e na faixa e depois foquei em seu rosto, em seus olhos, os quais me encaravam fixamente. Quando terminei, abaixei a câmera e continuamos nos encarando por mais alguns segundos, até que ela desviou o olhar.

Poncho, não confunda as coisas!

Coloquei a câmera de novo pendurada no meu ombro, após colocar o protetor da lente, e fui até onde a Maite estava. Eu ia oferecer o meu braço novamente, mas antes disso, ela puxou a minha mão, unindo-a a sua. Sua mão era macia e pequena, encaixava-se bem na minha. Ela não me encarou ao fazer o movimento, mas eu a encarei e pude notar as suas bochechas corarem um pouco.

May me puxou calmamente até a porta principal do salão, e depois que demos nosso nome na porta para um professor que fazia o controle do fluxo de pessoas, entramos no local. Não havia tanta gente, possivelmente algumas pessoas ainda estavam saindo de casa, mas uma música já estava tocando ao fundo e alguns casais estavam dançando.

— Ei, você. — disse alguém ao meu lado. Quando me virei, seguindo a voz, encontrei uma menina loira que talvez eu já tenha visto pela escola, mas não posso afirmar com certeza. — Você pode tirar uma foto nossa?

A loira estava acompanhada de um menino, e acho que dele eu lembro vagamente das aulas de educação física. Olhei para a May e ela assentiu para mim com um sorriso. Ela separou sua mão da minha e então eu peguei a minha câmera.


Notas Finais


Do nada... herroni kkkk


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