1. Spirit Fanfics >
  2. Lover - Ponny >
  3. Capítulo 07

História Lover - Ponny - Capítulo 07


Escrita por: AnnieV

Notas do Autor


Oii, bom fim de semana.
Capítulo de hoje, espero que gostem
Beijos

Capítulo 7 - Capítulo 07


Fanfic / Fanfiction Lover - Ponny - Capítulo 07

Ponto de Vista de Alfonso

 

A senhorita Fernandez caminhava entre as fileiras de carteiras de modo firme, observando-nos enquanto nos concentrávamos no exercício que ela tinha nos passado. O exercício, sobre geopolítica, era em grupo, então estávamos eu, Annie, Camila e Becky reunidos. Annie estava responsável por passar a limpo as respostas que tínhamos elaborado em alguns rascunhos, os quais Becky organizava e ditava para ela. Os olhos azuis dela estavam fixos na folha a sua frente, e seu cenho franzido por causa da sua postura concentrada naquele momento. Camila e eu apenas esperávamos nesse momento, não tínhamos muito o que fazer. O exercício valia um ponto na próxima prova e foi passado pela senhorita Fernandez para avaliar como estava nosso nível na matéria.

Quando Annie finalmente terminou de escrever, ela mexeu o punho em movimentos circulares, possivelmente para aliviar a tensão nele. Camila entregou o papel a senhorita Fernandez e enfim estávamos liberados. Saímos da sala em silêncio para não atrapalhar os demais. Lá fora, Becky e Annie começaram a falar sobre o teste que teriam daqui a algumas horas. Ambas estavam nervosas, Annie constantemente mordia o lábio inferior, impaciente.

— Vocês vão se sair bem, eu sei. — Camila disse e as duas a olharam.

— Tenho medo de ficar muito nervosa. — Becky confessa, exasperada.

— Ei, ficar nervosa faz parte. Tenta fingir que não terá mais ninguém lá contigo. — falei e afaguei o seu ombro de leve. Ela, no primeiro momento, pareceu se assustar com o meu toque e corou. Depois, ela sorriu em forma de agradecimento.

— Você vai, certo? — Annie perguntou e eu a encarei. Era obvia a expressão tensa em seu rosto.

— Vou, estarei lá torcendo por vocês.

Becky me abraçou de lado e eu a abracei de volta um pouco desconfortável. Eu não estava acostumado a abraçá-la, a única pessoa com quem eu tinha mais contato físico era a Annie. Contudo, a menina estava precisando de algum apoio no momento, então eu a abracei por completo.

— Camila, você também, né? — Annie perguntou desviando o olhar de mim e focalizando a morena, que assentiu. A expressão da Annie estava tão tensa e fechada, então quando me separei da Becky, fui em direção a abraça-la, só que ela logo se separou dos meus braços. — Você vai almoçar conosco, Poncho?

— Christian disse que queria me ver então acho que vou esperar ele para comermos juntos. Ele disse que tinha algo urgente a falar sobre o jornal.

— Certo. Então vamos, meninas? — Annie olhou para as outras duas, as quais assentiram.

As três se afastaram enquanto eu as observava encostado em um armário. Annie estava tão estranha, devia estar realmente bem nervosa. Verifiquei o meu relógio e constatei que faltavam apenas cinco minutos para o fim das aulas. Alguns alunos já circulavam pelo corredor, era comum que alguns professores terminassem um pouco mais cedo. Um deles, que passou e pareceu nem ter me notado, foi William. Ele estava acompanhado de Juan e os amigos deles, e todos os idiotas riam de algo que o Juan falava. Olhei em volta e algumas meninas acompanhavam o grupo com o olhar.

— Me esperando?

Virei-me e encarei o loiro dono daquela voz. Ele sorriu e se encostou no armário ao meu lado.

— A aula terminou um pouco mais cedo, só apresentação hoje. — ele disse e eu assenti. — A Maite já saiu?

— Ainda não, ainda está terminando o exercício.

— Vocês já tiveram exercício? É a primeira semana, cara.

— Diz isso para a senhorita Fernandez.

— Tenho aula dela amanhã, vou me preparar então. — Christian desviou sua atenção de mim e focalizou-a no movimento de alunos no corredor, eu o segui. — Ouvi falar que William e Anahi estão bem... próximos. Eu os vi conversando no final do intervalo, pareciam bem íntimos, ele mexendo no cabelo dela.

Revirei os olhos automaticamente somente por imaginar tal cena. Annie estava louca por aquele cara e isso era tão inacreditável. Ela era boa demais para ele.

— Então... Eu estava pensando em como você estava no meio de tudo isso.

— Christian, eu já te disse, eu não sinto mais nada por ela.

Senti seus olhos em mim novamente, mas eu não voltei a encará-lo. Sabia que ele analisaria cada movimento meu buscando qualquer resquício de mentira ou dúvida no meu olhar. Christian era muito perspicaz.

— Você tem certeza?

— Tenho. O que eu sentia pela Annie ficou no passado. Ela nunca gostou de mim, Chris, eu precisava desapegar.

— Fico feliz em ouvir isso. — ele desviou as atenções de mim novamente e voltou a encarar o corredor. O sinal finalmente soou, anunciando o fim das aulas. — Eu estava pensando sobre chamar a Maite para o baile, sei o quanto ela gosta dessas coisas. Eu sempre a levo. Mas, dessa vez, eu queria chamar um cara com quem eu saí nas férias, queria ir com ele ao baile. Por que você não convida a Maite para ir ao baile no meu lugar?

— Eu? Eu nem gosto de baile. A Annie que sempre me obriga a ir. — respondi, encarando-o. Ele me olhou nos olhos novamente.

— É, eu sei. Mas, eu não queria deixar a May na mão, sei que ela deve estar imaginando que vamos juntos. Dessa vez, queria levar esse cara.

— A May sempre recebe convites, ela que os rejeita.

— É porque ela fica esperando um específico, mas ele nunca vem.

— Como assim?

— Só... Só chame-a ao baile. Não diz que eu te pedi isso, ela vai ficar chateada comigo.

— E eu vou dizer o que então?

— “May, quer ir ao baile comigo?”, somente isso. — respondeu de forma irônica, o que me fez bufar.

— E quando ela rir e perguntar o porquê da minha atitude?

— Acredite em mim, ela não irá.

— Mas, de qualquer forma, eu não posso deixar a Annie na mão. Eu sempre vou com ela.

— Você não acha que ela espera ir com outra pessoa esse ano? Um certo loiro alto e musculoso...

— Vou falar com a Annie. Caso ela realmente me dispense, eu chamo a May.

— Combinado então. Mas fale com a Annie hoje, assim você e eu podemos fazer nossos convites em breve.

Quando desviei meus olhos do Christian, encontrei uma garota morena e sorridente vindo em nossa direção. May nos cumprimentou com um abraço e depois, apertando o fichário contra o próprio peito, sorriu e nos encarou.

— E então, qual a urgência, Chris? — perguntou.

— Precisamos recrutar novas pessoas para o jornal. Nós três nos formamos esse ano. Se não acharmos pessoas de séries mais baixas para entrarem no jornal, o jornal vai morrer no fim do ano.

— Era isso que você não podia falar por mensagem? — perguntei com uma das sobrancelhas arqueadas. Christian sempre era bem dramático.

— O que foi? Isso é muito grave. Isso é ver nosso legado morrer depois de tanto esforço. Precisamos pensar em estratégias para chamar as pessoas. A maioria nem lê o jornal, como vamos achar pessoas que queiram escrever nele?

Era bem difícil para o Christian admitir que o nosso público não era tão grande, mas era a realidade. Os nossos acessos no site e o número de jornais impressos não atinjam mais do que 200 pessoas. Contando que o colégio tinha cerca de 1.000 alunos, esse número era bem baixo.

 — Chris, se existe a gente, deve existir mais pessoas. Vamos anunciar que buscamos mais pessoas e vamos ver o que acontece. — May disse e depois afagou o ombro do Christian. Ela se encostou em outro armário ao lado dele e continuou: — Podemos fazer cartazes e podemos colocar na primeira edição do jornal também. Quem lê o jornal, vai ver. É mais fácil encontramos alguém no nosso público.

— Se vamos colocar na primeira edição, precisamos preparar esse cartaz hoje, fazer uma arte legal. Que tal hoje à tarde?

— Só posso até antes das três da tarde. Vou fazer o teste para líder de torcida.

Christian e eu encaramos a Maite no mesmo momento, surpresos.

— Não sabia que você tinha o interesse de ser líder de torcida. — falei e ela sorriu tímida, desviando o seu olhar para os próprios pés.

— Eu sempre quis, mas nunca tive coragem de fazer o teste.

— E como fica o jornal? Já somos poucos, não podemos perder mais gente. — Christian disse e Maite o encarou.

— Eu não vou abandonar o jornal, posso dar conta de ambos.

— May, mas se ficar pesado e você quiser deixar o jornal, tudo bem. Somos amigos, você pode ser sincera conosco, não ficaremos chateados. — falei.

Christian me olhou com indignação e estava prestes a falar algo, mas eu o interrompi empurrando o meu ombro contra o dele de leve.

— Obrigada, gente. — a morena disse de modo gentil.

Fomos todos comer juntos no refeitório da escola e depois nos conduzimos diretamente para a sala do jornal. Quanto antes terminássemos, mais rápido estaríamos livres. Fizemos o cartaz todos juntos, procurando algo que fosse chamativo tanto na versão impressa quanto no ambiente virtual. Quando terminamos, May se ofereceu para ir imprimir na gráfica fora da escola enquanto eu e o Christian fechávamos a diagramação da edição do jornal agora com o anuncio.

May saiu, então ficamos só eu e Christian na pequena sala. Ainda estávamos terminando a diagramação quando a Annie apareceu na pequena janela de vidro da porta. Fiz um gesto com a mão, chamando-a para entrar e ela assim o fez. Annie cumprimentou o Christian com um sorriso e sentou perto de nós.

— O que acha? — perguntei e depois mostrei a tela do computador, a qual a arte de divulgação de vagas no jornal estava aberta.

— Eu gostei. — respondeu sorrindo. Voltei minha atenção novamente para a tela depois disso. — Pode me emprestar o seu fio dental, eu e Becky não trouxemos.

— Claro. Na minha mochila. — respondi ainda sem olhá-la.

— Annie, já que você está aqui, podemos resolver um dilema. — Christian começou. — Eu estava tentando convencer o Poncho a convidar a May para o baile, ela não tem ninguém para ir com ela e acho que ela adoraria o convite dele. — Arregalei os meus olhos e depois encarei-o, não acredito que ele já estava tocando nesse assunto agora. — Mas, Poncho disse que vocês sempre vão juntos. Tentei dizer a ele que você possivelmente irá com o William, mas ele disse que iria perguntar a você primeiro, pois se estivesse tudo bem para você, ele convidaria a May. Porém, é meio obvio que está rolando algo entre você e o William...

Olhei para a Annie e sua expressão era uma mistura de surpresa e, talvez, nervosismo. Christian era muito sem noção, ele não deveria perguntar a ela sobre o William assim.

— É, tem razão. — ela disse, por fim. — Eu vou convidar o William para ir ao baile comigo, então você pode chamar a Maite, Poncho. — Ela olhou para mim e eu soltei um sorriso amarelo. — Claro, se você desejar. A Maite é bem legal, acho que você irá se divertir muito com ela.

— Ótimo, tudo resolvido. — Christian exclamou alegre. Annie forçou um sorriso para ele e depois se afastou.

Annie foi até a minha mochila, tirou o fio dental e depois se despediu rapidamente, avisando que depois me devolveria ele. Assim que ela saiu da sala, encarei o Christian com raiva.

— Você a deixou em uma situação desagradável. Ela e o William não tem nada.

— Tem certeza? Ela acabou de dizer que irá chama-lo para o baile.

— Depois de você ter insinuado que eles iriam juntos. Eles estão apenas se conhecendo, não força a barra, eles não são um casal.

— Não são por enquanto, Poncho. Cai na real, é perceptível como a Annie fica toda sorridente quando fala com ele. Ela quer que eles sejam um casal.

Bufei e depois voltei meu olhar novamente para o computador. Terminamos tudo pouco antes da May voltar com alguns cartazes em mãos. Ainda faltava meia hora para o teste, então ela deitou no pequeno sofá que tínhamos na sala, o qual fora doação dos pais do Christian, e disse que ia descansar um pouco. Como ela já tinha ido lá fora imprimir os cartazes, Christian e eu saímos pelo colégio colando os cartazes. Quando voltamos, May ainda estava no sofá, mas mexia em seu celular. Sentei no chão, em frente ao sofá e a observei. Quando me percebeu, May logo sentou no sofá.

— Ei, não precisa sentar no chão, senta aqui. — disse e depois bateu de leve no espaço ao seu lado.

— Não, tudo bem, quero ficar aqui. E, então... Nervosa?

— Nossa, demais. Já roí todas as minhas unhas. — May soltou uma risada nervosa, mas depois continuou: — Sabe, a questão não é não passar, mas ser humilhada por aquelas meninas. Odeio me expor, estava pensando em desistir. Eu já tenho o jornal e vocês, para que eu quero entrar para esse negócio? Elas não combinam comigo.

Segurei com delicadeza o seu joelho e o acariciei. May olhou para a minha mão em seu joelho e depois para mim.

— Ei, não deixe que essas meninas te assustem. Se você quer ser uma líder de torcida, vai lá e mostre o seu melhor. Se elas falarem alguma besteira, você ignora. Essas meninas são podres, não vale a pena nem revidar. — May soltou um sorriso tímido e eu sorri de volta. — E posso te contar uma coisa? Eu acho você muito melhor que elas em tantos quesitos.

May corou na hora, ela sempre fazia isso quando eu a elogia. Levantei e sentei ao seu lado, olhando em seus olhos novamente em seguida.

— Dei esse conselho a uma amiga hoje e vou dar-lhe a você também. Quando chegar a hora, quando você estiver lá, esqueça que há outras pessoas com você, exclua elas da sua mente. Ou, melhor, olhe para mim, somente para mim. Eu estarei lá, você pode fixar sua atenção em mim para ficar mais tranquila. E, no final, quando você passar, podemos ir todos comemorar com um sorvete.

— Eu acho essa ideia ótima. Obrigada, Poncho. — disse, sorrindo.

— Eu também estarei lá, May. — Christian falou e nós dois olhamos para ele. Eu tinha até esquecido que ele estava ali também. — Aliás, acho que está na hora de irmos, o teste começa daqui a pouco.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...