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História Lover - Ponny - Capítulo 08


Escrita por: AnnieV

Capítulo 8 - Capítulo 08


Fanfic / Fanfiction Lover - Ponny - Capítulo 08

Ponto de Vista de Alfonso

Christian foi o primeiro a levantar. Ele se virou de costas para nós e começou a guardar o seu material escolar que estava espalhado na mesinha ao lado do computador. May e eu o seguimos e também fomos aprontar nossas coisas para poder sair. Era estranho pensar na May como uma das líderes de torcida, mas se aquele era o desejo dela, torceria para que ela conseguisse entrar para o time, assim como eu torcia pela Annie e pela Becky.

Quando estávamos prontos, saímos e o Christian trancou a porta da sala do jornal. Enquanto ele fazia isso, May pediu licença dizendo que iria apenas ao banheiro trocar de roupa, e que esperássemos por ela em frente aos banheiros. Quando May já estava a alguns passos de distância, Christian disse irritado:

— Ou você é idiota ou muito lerdo. — Ele guardou o seu molho de chaves no bolso e depois me encarou. 

— O que foi? O que eu fiz agora?

— Você realmente não percebe o que causa na May?

— O que você quer dizer com isso?

— Homens héteros são realmente bem idiotas.

Christian deixou a frase pairando no ar e me deu as costas, saindo a caminho da direção oposta a qual eu estava. Eu o segui e pedi que ele me explicasse ao que ele se referia, mas ele não respondeu. Paramos em frente ao banheiro e ficamos por lá, parados e em silêncio, esperando a May. Cheguei a pensar em insistir um pouco mais para conseguir maiores explicações sobre o que ele queria dizer com aquilo, mas, no fundo, eu sabia que ele não me diria naquele momento. Quando o Christian queria falar algo, ele não fazia joguinhos, dizia rapidamente e de forma clara o que pretendia. Quando ele não queria, também. Não adiantava insistir se ele não quisesse falar.

Quando a May saiu do banheiro, caminhamos em direção a quadra onde ocorreriam os testes para o time de líderes de torcida. May estava com a farda que usávamos na educação física, com certeza deveria ser mais confortável para o teste do que a farda normal do Elite Way School. Ela também tinha prendido os seus fios negros em um rabo de cavalo, o qual lhe dava um visual mais concentrado e sério.

Assim que entramos na quadra, May olhou ao redor um pouco assutada. Algumas meninas já estavam dispostas em uma fila e havia uma quantidade considerável de pessoas na arquibancada. Quando seus olhos voltaram para nossa direção novamente, pareciam assustados, tensos. Seus ombros se encolheram um pouco e ela juntou as duas mãos na frente do próprio corpo.

— May, acho que vamos sentar logo na arquibancada. — Christian disse e May apenas assentiu em resposta.

Christian abraçou a May para desejar boa sorte para ela e depois foi a minha vez. Enquanto a abraçava, sussurrei no ouvido dela “Boa sorte” .

—  Esqueça esse pessoal. Fique olhando para mim e para o Christian durante o teste, até porque, afinal, somos os únicos que  realmente importam aqui. — falei assim que nos separamos e ela assentiu com um pequeno sorriso nos lábios.

Procurei Becky e Annie com o olhar, e quando as achei, elas me encaravam. Becky acenou sorrindo e eu fiz o mesmo. Annie acenou também, mas de modo mais tímido. Enquanto May entrava na quadra, Christian e eu fomos para a arquibancada. May era uma das últimas da fila e se manteve nos encarando até a hora do teste começar. Eu sorria para ela, tentando passar segurança. Annie e Becky estavam um pouco a frente da May na fila, pois tinham chegado mais cedo. Diferente da May, elas tinham uma a outra como apoio, então acabei dedicando minhas atenções inicialmente mais a garota que estava solitária.

— Olha quem está aqui. Não sabia que você e o seu namoradinho curtiam torcida feminina. — disse Juan na minha direção. Ele sentou na fileira abaixo do que a que eu estava e, aparentemente, tinha acabado de chegar com o grupo dele.

Ignorei o comentário do Juan, até porque logo ele desviou a sua atenção de mim e a concentrou nas meninas na quadra. Ele e o bando dele começaram a comentar sobre as pernas, bundas e seios das meninas que estavam na quadra. Era obvio que eles estavam ali apenas para isso, para observar daquele modo as garotas. Eles eram tão idiotas. Juan até chegou a falar da Annie, em como ela estava mais gostosa e mais parecida com a Marichelo, mas depois desviou o assunto para outra garota. Senti meu sangue ferver ao ouvir o nome dela nos lábios dele, ainda mais daquela forma. Levantei de onde eu estava e fui para o lugar do outro lado do Christian, não queria ter que ficar ouvindo a conversa daqueles idiotas durante todo o teste. Depois, voltei minha atenção para a Valeria, a qual anunciava, no meio da quadra, que os testes iriam começar.

Tudo começou com algumas garotas, as quais eram líderes de torcida, fazendo alguns movimentos que as outras, as que almejavam entrar para o time, deveriam imitar. Enquanto elas faziam, Valeria e outras duas meninas andavam ao redor delas, observando tudo. Observei Annie, Becky e May durante todo o teste, focando principalmente na Annie e na May. As duas foram simplesmente incríveis, não erraram uma única vez, pelo menos não que eu tenha visto ou percebido. Porém, era perceptível que os movimentos da May eram um pouco mais contidos dos que os da Annie, que estava um pouco mais solta. Eu sabia o quanto a Annie amava dançar, e como dançava bem, então mesmo que ela estivesse nervosa, não tinha como ela se sair mal, pois dançar fazia parte dela.

Era comum quando estávamos escutando música juntos, ela dançar. Dependendo da música, eram movimentos mais contidos ou não.  Aparentemente, a música a convocava a se mover e ela seguia de acordo com o seu pedido. Eu amava vê-la dançar, ela brilhava ainda mais quando fazia isso. Dava para perceber o quanto ela gostava e se sentia bem dançando, o que era realmente apaixonante. 

Quando percebi que estava encarando a Annie tempo demais, desviei minhas atenções para a May. Foquei nela até o fim do primeiro teste. Assim que a música parou, sinalizando o fim da atividade, May olhou na minha direção e eu sorri para ela. Sua postura era apreensiva, ela estava com as duas mãos postas atrás de si, e com uma perna colada na outra. Estava tensa, isso era obvio. Porém, quando sorri para ela, percebi sua postura relaxar um pouco enquanto ela sorria de volta.

Valeria e mais outras duas garotas começaram a excluir algumas meninas. Enquanto elas faziam isso, Juan e o bando que estava com ele começaram a falar mais alto, o que atraiu minha atenção para eles. Quando olhei para eles, notei que mais um idiota tinha se unido ao grupo. O boneco ken bronzeado estava lá, e ria com eles sobre algo. Afastei a minha atenção deles rapidamente, pois só de olhá-los, eu ficava de mau humor.

Depois que as lideres de torcida mais antigas excluíram algumas meninas, May, Annie e Becky ainda estavam lá. Valeria então novamente foi para o centro da quadra e explicou que a segunda fase iria começar e que essa fase era individual. Nessa fase, cada garota tinha um certo tempo para apresentar um número de dança. Entre as meninas por quem eu estava torcendo, a primeira a se apresentar foi a Becky. Ela foi muito bem, acredito eu. Ela dançava de forma confiante e não a vi hesitar uma única vez. Aplaudi quando ela terminou, assim como outras pessoas que estavam na arquibancada. Olhei para a Annie e ela também a aplaudia.

Depois, foi a vez da Annie. Inclinei-me um pouco para frente, queria observá-la melhor. Olhei rapidamente para o William e ele também parecia concentrado na quadra, esperando a Annie começar. Bufei e depois voltei minhas atenções para a Annie, a qual já estava no meio da quadra pronta para começar. Ela olhou para o William e depois para mim antes de começar. Os seus movimentos começaram mais tímidos, mas logo ela foi aumentando o ritmo. Eu seguia cada movimento seu como se estivesse hipnotizado pelo seu corpo. Novamente, ela tinha conseguido me hipnotizar, eu não conseguia desviar meu olhar dela. Aliás, eu não queria desviar, queria observar cada movimento seu. Já tinha visto-a dançar antes, mas nada tão... sexy. Ela rebolava e balançava o cabelo de um modo que eu nunca tinha visto. Separei um pouco os meus lábios, abrindo um espaço entre eles, admirado.

— Cuidado para não babar. — Christian falou ao meu lado, despertando-me do transe. Será que estava tão obvio assim a minha admiração? Ajeitei a minha coluna e adquiri uma postura mais séria e ereta.

— Não diga besteira, Christian. — falei e ele riu.

Quando Annie terminou, ela olhou na minha direção e eu também a aplaudi. Alguns outros meninos fizeram o mesmo, enquanto assobiavam e gritavam coisas para ela. Ela encolheu um pouco os ombros e seu rosto ficou um pouco corada, estava visivelmente envergonhada. Annie saiu do centro da quadra para dar espaço a próxima menina. Assim que parou ao lado da Becky, ela me lançou mais um olhar, o qual retribui com um sorriso. Depois, seu olhar foi para o William. Observei-o e ele sorria para ela também.

Algumas outras garotas dançaram, mas nenhuma chegou aos pés da Annie. Com certeza, ela estava no time, não havia dúvida alguma. Quando chegou a vez da Maite, desci alguns degraus da arquibancada para olhá-la mais de perto, sei que ela precisava de apoio, que precisava de mim. Ela sorriu tímida observando o meu movimento. Assim que eu sentei, apoiei meus cotovelos nos meus joelhos e a minha cabeça nas minhas mãos enquanto a encarava. Maite então começou a dançar. Sua dança era mais tímida do que a da Annie, possuía movimentos menos sensuais, mas ela ainda estava dançando muito bem. Durante toda a apresentação, ela só desviava o olhar de mim quando a coreografia existia, como em uma jogada de cabelo. Os seus movimentos eram graciosos e leves, talvez provenientes dos seus anos de balé. Porém, eram precisos e dava para perceber que ela possuía bastante controle do seu corpo. Quando ela terminou, aplaudi-a também, assim como outras pessoas, incluindo o grupo do Juan. May sorriu para mim e ficamos nos encarando por alguns segundos, até que ela desviou o olhar e olhou em volta. Christian gritou "maravilhosa" e eu a observei enquanto ela ria de modo desconcertado para ele e voltava ao seu lugar.

Voltei para o meu lugar ao lado do Christian e ele sorriu para mim aparentemente sem motivo. Mais outras duas meninas dançaram, mas com certeza as melhores tinham sido a Annie e a May, surpreendentemente. As líderes de torcida se reuniram para tirar o resultado e pediram que as meninas esperassem na quadra. Elas não demoraram muito a voltar, e assim que anunciaram o resultado, levantei e desci a arquibancada sorrindo. Annie, Becky e May tinham entrado para o time. A primeira que eu abracei foi a May. Abracei-a forte, levantando-a um pouco do chão. Ela ria enquanto fazia isso. Quando nos separamos, ela foi abraçar o Christian e eu abracei a Becky, dizendo “Parabéns” a ela. Por fim, virei-me para abraçar a Annie, mas ela estava abraçada ao William enquanto ele dizia algo no ouvido dela. Esforcei-me muito para não torcer o meu rosto com aquela cena. Quando ele se separou dela, afastando-se da gente em seguida, eu a abracei com força. Depositei vários beijos na sua bochecha enquanto ela ria do meu gesto. Quando nos separamos, encarei-a.

— Eu disse que você ia passar.

— Ainda bem que você estava certo.

— Christian, Maite e eu combinamos um sorvete de comemoração. Vocês querem ir? — Alternei meu olhar entre a Annie e a Becky.

— Pode ser. — disse Becky, sorrindo.

— Só se você pagar o meu sorvete. — Annie respondeu de modo brincalhão.

— Pago a de vocês três, vocês merecem.

Annie sorriu e entrelaçou o seu braço no meu, puxando-me para ir na frente com ela. Saímos da escola e fomos para a sorveteria mais próxima de lá. As três estavam bem felizes, mas Maite estava mais introspectiva que as demais, mais calada. Becky com certeza era a mais falante, comentando desde o quanto agora estava aliviada a até suas expectativas como uma Elite Way. Annie estava muito sorridente sentada ao meu lado. Vez ou outra, ela segurava na minha mão ou na minha perna por alguns segundos enquanto falava algo para mim. Cheguei a interpretar as ações dela nesses momentos de modo errado alguns anos atrás, achando que seus atos eram um sinal de que talvez ela gostasse de mim. Porém, a verdade era que a minha amiga ficava mais carinhosa quando estava animada. Percebi que aquilo não significava nada além de amizade quando notei que ela também era assim com a Camila e a Becky.

Nós conversamos, rimos um pouco, e depois cada um foi para casa. Cumpri a minha promessa de pagar o sorvete das meninas e depois nos despedimos. Abracei Becky, Christian e May antes de me despedir deles, demorando um pouco mais com a May. Sei o quanto ela estava nervosa e fico muito feliz que ela tenha conseguido o que queria. Como eu e a Annie éramos vizinhos, saímos juntos e na mesma direção, então não me despedi dela nesse momento.

— E então... Convidar o William para o baile é... interessante. — falei enquanto caminhávamos. Annie me olhou de relance, mas depois voltou suas atenções para a nossa frente novamente.

— E você convidar a May também. Não deixei de notar o quanto vocês estavam unidos hoje.

— Ela estava bem nervosa, então fiquei ao lado dela.

— Só isso, Poncho? — Annie voltou a olhar para mim, eu podia sentir o seu olhar, mas continuei a olhar para a frente.

— Vou convidá-la como amigo, Annie. Da mesma forma que eu levei você, pretendo leva-la. Apenas dois amigos indo ao baile.

— Se fosse como algo mais, acho que seria legal. Vocês se dão muito bem, acho que fariam um belo casal.

Encarei-a por alguns segundos. Annie, com as mãos dentro dos bolsos do short que usava, encarava os próprios pés enquanto andava.

— Eu só queria que você me contasse caso começasse a sentir algo mais por ela... Somos melhores amigos, não gostaria que você me escondesse algo assim.

— Se eu começar a sentir algo por ela ou por qualquer uma, você será a primeira a saber, tenha certeza. — Annie me encarou finalmente e forçou um sorriso. — E você? O que exatamente sente pelo William?

Annie cortou nosso olhar novamente. — Ele é muito legal. Não sinto nada além de atração por ele ainda. Ele é muito lindo, chamou minha atenção logo na primeira vez que eu o vi. Apaixonei-me de cara, fiquei louca por ele logo nos primeiros segundos. Nossas conversas têm sido legais também, o que só me faz ficar mais envolvida. Eu acho que posso sim gostar mesmo dele um dia, mas preciso conhecê-lo um pouco mais antes que isso aconteça. Agora, sou apaixonada pelo corpo dele, pelo sorriso. Quero, um dia, estar apaixonada por ele por completo. Ele tem um poder estranho sobre mim, sempre fico nervosa quando estou perto dele ou sei que ele está perto de mim. É estranho, mas também é algo legal de estar vivendo. Quer dizer, me sentir nervosa e com medo de falar alguma besteira na frente dele não é legal, mas o frio na barriga e a pequena felicidade que dá quando ele me elogia ou parece interessado em mim, faz com que eu vá para as nuvens e isso é muito legal. Hoje, quando ele veio me parabenizar por ter entrado pro time, eu não fui somente para as nuvens, mas para além delas. Eu fico ansiosa esperando vê-lo no dia seguinte ou esperando sua próxima mensagem. É quase um vício pensar nele.

— Entendi. — falei, cortando-a. Era um pouco desconfortável ouvi-la falar com tanto entusiasmo do boneco ken bronzeado.

— Você já se sentiu assim com alguém, Poncho? Já se sentiu assim com a May? — Seus grandes olhos azuis agora encaravam os meus com curiosidade. Por um momento, pensei em falar a verdade, falar que sim, que já tinha sentido isso por alguém e que tinha sido por ela. Mas, do que isso adiantaria?

— Não, nunca me senti assim. — menti e depois desviei o meu olhar do dela.

 

(...)

 

Assim que chegamos em frente as nossas casas, despedi-me dela e fui para a minha. Estava um pouco atrasado para a minha aula de futebol no clube, então tomei um banho e preparei rapidamente a minha pequena mochila, com a minha chuteira e uma outra roupa dentro, já que geralmente eu suava bastante a que eu usava enquanto jogava. Antes de sair, fui até a minha janela e olhei para o quarto da Annie. Ela estava sentada na janela, aproveitando o resto da claridade do dia para ler um livro. Ela não me notou, estava concentrada no que lia.

Afastei-me da janela, peguei minhas coisas e saí em direção ao meu treino. Tinha sido desconfortável ouvi-la descrever o que sentia pelo o William, mas, pela primeira vez, aquilo não me doeu. Ainda foi uma situação estranha, eu ainda não queria ouvir aquilo mesmo que precisasse, mas, dessa vez, eu não estava tão machucado. Aquilo era o sinal que eu precisava para confirmar que eu estava indo pelo caminho certo, o sinal que eu precisava para perceber que o que eu sentia por ela realmente não era mais a mesma coisa. Não tenho total certeza ainda se posso confirmar que não sinto mais nada por ela, mas algo dentro de mim dizia que se eu não podia falar isso agora, logo logo eu poderia.



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