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História LoveSick - Capítulo 11 - Borderline


Escrita por: YukoTsu

Notas do Autor


26 FAVORITOS E 40 COMENTÁRIOS JESUS
MINHA NOSSA EU AMO MUITO VOCÊS, CES N TEM NOÇAO

Em compensação ao capítulo passado, eu adorei escrever isso aqui. Eu mesma tive que parar de escrever pra ter meus fangirling.
Tem Taro sendo amorzinho, tem Budo sendo amorzinho, tem musiquinha (link nas notas finais), e outras coisas que não vou falar por motivos de spoiler.
Aliás, eu reescrevi o primeiro capítulo. Não acrescentei nada demais, só dei uma introdução melhor. É bem capaz de eu fazer o mesmo com alguns outros capítulos também.
Boa leitura.

Capítulo 12 - Capítulo 11 - Borderline


A casa de Taro era tão comum que chegava a incomodar. Não tinha nada muito especial, tirando o fato de que era a casa de Taro Yamada. Ou melhor dizendo, era a casa de alguém. Oka Ruto estava na casa de alguém. Mais importante: estava na casa de um garoto.

Tirando os rapazes do seu clube de Ocultismo, Oka nunca sequer se aproximou de algum outro homem. Ela era reclusa e tímida demais para ter coragem de se aproximar de um, e ela era considerada estranha demais para que alguém tivesse interesse nela. Estava tremendo, eufórica. Todo seu corpo em estava em estado de alerta, como se fosse um coelho perdido na selva já esperando para ser atacado.

Seus pais foram super gentis com ela. Apesar de que, no fundo, Oka teve uma leve impressão de que eles ficaram com medo. Talvez pelo pentagrama em sua braçadeira vermelha, ou pela aura sombria que sempre emanava dela. Mas continuaram sendo gentis, talvez tivessem um misto de medo e pena assim como todo mundo. De qualquer forma, ao menos se sentiu um tanto acolhida. Sua irmã mais nova, Hanako, a olhava de forma estranha. Em certo momento Oka jurou ter ouvido a garota sussurrar perguntando o porquê do irmão ter trazido uma esquisitona para casa. Não é como se Oka não concordasse com ela.

 Mas de qualquer forma, Oka se surpreendeu coma facilidade que a garota possui para controlar próprio irmão, que sempre faz tudo o que ela manda. Talvez Hanako seja uma bruxa? Ela trataria de saber mais depois.

Oka estava sentada no chão do quarto dele, num ponto isolado e longe de objetos. Já havia tomado banho e cuidado das feridas, a mãe de Taro é enfermeira então fez um bom trabalho. Oka Ruto fez questão de roupas longas, que tapassem todo o seu corpo mesmo com a noite quente do verão. Hanako era mais nova e seu corpo era obviamente menor, mas Oka era tão pequena e magra que suas roupas serviram perfeitamente.

- Como está se sentindo? – Taro perguntou ao entrar em seu quarto, lhe entregando um copo d’água e um comprimido para dor. Sua voz era mansa e suave, e sua expressão era preocupada. Nunca ninguém havia falado com ela de forma tão dócil, ou se preocupado com ela daquela forma, tirando Shin. Mesmo assim, Taro tinha algo de diferente.

- Hm... Bem.- Ela respondeu relutante, assim como sempre fora forçada a responder durante toda sua vida. Mesmo não estando na presença daquele demônio, obedecer as ordens de seu pai era tão natural para ela quanto dizer bom dia.

Taro tentou se sentar perto dela, mas a garota quase que instantaneamente se afastou uns cinco centímetros. Óbvio, ela dificilmente confiaria em algum garoto. Taro se considerou meio burro por ter se esquecido disso.

Ele coçou a nuca, não sabia o que falar.

- Hm... Você... Quer ouvir alguma coisa?

- O-Ouvir?

- É... Tipo... Ouvir música. – Ele sorriu, um tanto nervoso. Queria fazê-la ficar bem e não tinha a mínima ideia de como. – Que tipo de música costuma ouvir?

- Ah... – Ela pausou um pouco, um tanto receosa de contar. – Eu costumo gostar de algo mais... sombrio.

Oka não poderia ter dito algo menos óbvio.

- Coisas góticas, envolvendo o vazio existencial... Negativismo, a falta de sentido na própria existência. – Um sorriso se formou nos lábios dela ao falar daquilo. Sua voz baixa e rouca, assim como o olhar tão sombrio quanto suas olheiras fizeram Taro se arrepiar um pouco.

- Hm... – Ele deu um sorriso amarelo. – Não é bem o meu estilo... Mas vou te mostrar uma coisa, acho que até mesmo você vai gostar.

Ele tirou de sua mochila uma caixa de presente pequena, que cabia em sua mão. Era branca e tinha uma fita vermelha bem decorada. Ao abrir, revelou ser uma caixinha de música.

- Eu não sei como, mas alguém descobriu que eu gosto de música clássica. – Taro comentou, abrindo a caixinha de música que começou a tocar uma bela melodia.– Deixaram esse presente em cima da minha carteira... Não pude ficar menos feliz, é a minha música preferida.

Seus olhos negros e puxados brilhavam ao ouvir a música, assim como ele sorriu todo bobo enquanto falava. Covinhas marcavam suas bochechas quando ele sorria.

Taro era muito fofo, parecia um menininho depois de ganhar um vídeo game novo.

- Q-Qual o nome?

- Cânone em Ré maior. – Ele respondeu, se sentando no chão em frente a ela. Ainda mantinha certa distância respeitável. – Não é lá seu estilo, mas... Quando eu ouvi isso, meus problemas praticamente evaporaram. Eu queria que ao menos surtisse o mesmo efeito contigo.

Ah, certamente estava, Taro.

Os dois permaneceram calados, com a dócil melodia ocupando todo o quarto. Taro estava concentrado demais em seu pequeno presente, ouvindo a música assim como Oka. Ela só pensava em como a música era calma, dócil, com cada pequeno detalhe deixando tudo perfeito e a fazia se sentir bem, assim como Taro.

Ninguém nunca havia demonstrado tanta preocupação com ela daquela forma, ninguém nunca havia se importado com o que ela queria comer, vestir ou ouvir. Aquilo era... Diferente, tentador.

Talvez Taro seja o seu próprio messias, aquele destinado a salvá-la daquela vida podre.

Sim, não haveria outra explicação. Não tinha outro motivo para algum estranho trata-la bem e se oferecer a ajuda-la se não fosse o próprio destino, ninguém capaz de lhe falar palavras de forma tão dóceis é um ser humano normal.

Oka sentia vontade de ficar perto dele.

Oka precisava ficar perto dele.

Em questão de minutos na casa dele, ela concluiu: Ela precisava da presença de Taro vinte e quatro horas por dia, sem um segundo a menos. Nem que ela precisasse persegui-lo para isso.

Taro era seu remédio, seu apoio emocional, a cura para os seus problemas.

-x-

Se tem uma coisa que Ayano odeia mais do que moederes, definitivamente são as tsunderes.

Caralho, tinham se passado dois dias e ela não conseguia mais ouvir aquela voz irritante daquela rata que mais parecia ter caído num pacote de salgadinhos e ficado laranja. Baka, baka, baka, baka. Enfia o baka no cu e morra, era o que ela quase gritou no meio do treinamento no clube de Artes Marciais. Mas infelizmente ela tinha que se controlar, fazer o papel de compreensível e brincalhona.

E pelo o que pode observar dos outros membros do clube, todos eles tinham a vontade de falar a mesma coisa.

Se bem que, no caso, o “baka” que ela tanto chama é Budo. Nesse caso, não precisa enfiar em lugar nenhum não. De qualquer forma, foi um alívio quando Budo liberou os alunos. Ayano foi apressada se trocar, precisava stalkear seu senpai hoje e saber se ele havia gostado do presente. Aquilo lhe custou sua mesada, afinal. Ela estava terminando de se trocar, quando ouviu um diálogo de seu sensei com a tsundere.

- Budo-kun, eu poderia falar contigo a sós daqui a pouco?

- Uh? Sobre o que, Osana-san?

- Se eu pudesse te contar agora eu não iria querer falar depois. Não sabe o significado de “a sós”, baka? – Ela respondeu da forma grosseira e irritante de sempre, Budo suspirou. Nunca entendeu como Taro conseguiu aturá-la por tanto tempo.

- Certo... Onde vai ser, então? – Sua voz não poderia ser mais desanimada do que aquilo, até mesmo o super animado e determinado Budo perdia a paciência.

- Embaixo da árvore cerejeira da escola, acho bom você não me dar bolo. Humpf. – Houve um silêncio, ele provavelmente assentiu com a cabeça. Ela saiu do clube, deixando Budo sozinho.

O. Que. Foi. Aquilo.

Árvore Cerejeira, Budo, Osana, Senpai, Árvore Cerejeira, Osana, Mito da escola, Budo, Osana.

Merda.

Okay, Osana definitivamente não fazia o tipo de Budo. Mas ainda havia uma possibilidade. Não se pode arriscar, mesmo que ele a rejeitasse de primeira... Ela poderia tentar conquista-lo. Tentar seduzi-lo, tropeçar e cair com a boca na dele. Por mais que Budo tenha ficado ainda mais manso depois daquele beijo, yandere-chan ainda não poderia baixar a guarda. Precisava fazer algo, rápido.

Droga, era justamente no horário em que seu senpai ficava livre para ser stalkeado. Ela não queria perder essa oportunidade de ouro pra ficar tomando conta de paixonite adolescente alheia.

Budo ou Senpai, qual era o caso mais urgente?

Ayano já tinha se eliminado de toda garota suspeita que se aproximou dele, além de já ter lhe dado um presente que manteria sua sanidade num estado considerável. Já o protegeu e cuidou dele assim como deveria. Info-chan ainda não a avisou de nada mais suspeito.

Enquanto isso, Budo provavelmente estava se apaixonando por ela. Entretanto, já foi beijado por outra garota que, ao que tudo indica, iria querer se declarar para ele hoje mesmo. E que mesmo sendo rejeitada, teria que dividir sua rotina com ele. Querendo ou não eles iriam se aproximar. Além do mais, Budo era uma peça fundamental. Perdê-lo seria um péssimo desperdício.

Budo é mais urgente.

Se Ayano ao menos soubesse o que estava acontecendo entre Taro e Oka, talvez entraria em um frenesi de ódio que ninguém conseguiria tirar e que só terminaria depois que tivesse muito sangue derramado. Na situação em que se encontra, é melhor que ela se foque em Budo e continue sem saber de nada.

-x-

Budo encostou as costas no tronco da árvore, cruzando os braços e esperando Osana. Estava distraído, observando as pétalas rosas caindo e se misturando ao azul do céu. Estava calmo, não se preocupava com o que Osana tinha para falar. Então ele viu uma silhueta feminina se aproximando, e não era Osana Najimi.

- Ayano-san? – Ele exclamou, tomando postura ao ver a yandere a sua frente.

- Sensei... – Ela sorriu para ele, como se estivesse feliz por ele ainda estar sozinho. – Osana ainda não chegou, hm?

- C-Como você sabe que eu iria me encontrar com ela? Você ouviu? – Ayano assentiu com a cabeça, Budo logo se preocupou. As coisas estavam estranha entre eles desde aquele beijo.

- Você acha mesmo que eu iria ficar quieta sabendo que o meu sensei iria se encontrar com outra garota? – Budo quase gelou, Ayano estava com... ciúmes? Ciúmes dele? Ele não pode deixar de sorrir com aquilo. – Você é idiota, sensei. Não pode se encontrar com ninguém além de mim, senão eu vou ficar brava...

Minha nossa, Budo estava tão emocionado que mal percebia o quão possessivo e doentio aquilo soava normalmente. Ayano Aishi estava com ciúmes dele!

- Você sabe que eu só consigo ver você, Ayano-san... – Ele disse se aproximando dela.  Ayano era quase que um ímã, tudo o que ele queria era simplesmente grudar nela. – Sabe que se pedir, eu serei todo seu...

A yandere abriu um largo sorriso ao ouvir aquilo, já logo colando o seu corpo no dele e o beijando. Seus lábios se encaixavam de maneira perfeita, assim como suas línguas se entrelaçavam e faziam estalos ao se encontrarem. Budo envolveu os braços no corpo da garota, fazendo seus corpos se comprimirem um no outro como se precisasse daquilo para sobreviver. Aos poucos o beijo foi ficando mais intenso e ambos já estavam ofegantes, mas ainda ansiavam por mais. A mão de Budo foi até a coxa direita da garota, erguendo-a até sua cintura enquanto aproveitava para apalpar aquela carne tão grossa e macia.

- Quem disse que você podia tocar aí? -               Ayano sussurrou entre um beijo e outro, trocando olhares por alguns segundos com ele. A yandere o olhava de forma dominante, como se estivesse o desafiando para continuar aquilo e mostra-lo o que aconteceria. Já Budo mais parecia um cachorrinho manhoso e faminto, sedento por mais. Ele só grunhiu em resposta, afundando o rosto no pescoço dela e sussurrando um “me desculpe”, distribuindo beijos pelo pescoço.

 Aquilo fez a yandere tremer por inteiro, o que era aquilo? A respiração quente e ofegante de Budo, além de todos aqueles beijos... A adolescente se sentia estranha, algo que nunca havia sentido antes. Ela precisava manter a compostura, ainda tinha que manter o controle da situação ali.

- Você tem sido um mau garoto, sabia? – Ela comentou, afundando os dedos nas madeixas de Budo, ainda com seu corpo colado no dele. – Vou ter que te punir aqui mesmo.

- Estamos em plena escola, Ayano-san... – Ele falou, ainda com a cabeça enterrada no pescoço dela. Tanto por estar ocupado com mordidas e beijos, tanto por estar um tanto tímido com a situação. E mesmo assim, seu membro o traiu, ficando duro na mesma hora.

- Mas parece estar gostando da ideia. – Ayano falou em seu ouvido, tão próximo que seus lábios acabavam encostando na cartilagem ao falar. Ela aproveitou para morder o local também, provocando mais ainda Budo, que já estava perdendo a linha com aquilo tudo. – Sensei é um pervertido~

- Verdade, um pervertido maldito e nojento! Bakayarou!!! Konoyarou!!

Ops.

Quem era Osana Najimi mesmo? Budo havia se esquecido, e só voltou a se lembrar da existência da garota quando ela mesma apareceu na frente dos dois. Com o rosto vermelho em raiva e vergonha, as duas mãos na cintura e um combo de xingamentos e ofensas.

Chegava a ser cômico, Budo estava totalmente travado. Uma mão estava envolvendo a cintura de Ayano e a outra ainda levantava sua perna e a encostava no próprio quadril, e ele olhava para Osana na mesma posição que antes, com cara de tacho.

Tirando o suicídio de Kizana, Ayano nunca teve que se segurar tanto para não rir da cara de alguém.

Info-chan também acha o mesmo.


Notas Finais


Caixa de música: https://www.youtube.com/watch?v=z1EjzJT1OOM

Bakayarou: Um jeito mais ofensivo de dizer "baka", seria algo tipo "babaca", "cuzão".
Konoyarou: "Idiota", um "baka" diferenciado q

UIHDFUIHE Quando o Taro falou que gosta de música clássica na cutscene com a Osana eu quase caí pra trás. Tem duas coisas que eu gosto muito: música clássica e music box. Eu me senti mais do que na obrigação de colocar isso na fic, é a cara do Taro gostar dessas coisas, e é a minha cara também.

Osana maior empata foda que existe, podem dar hate nela.
Eu ia citar algo sobre a Info-chan, mas quero que vocês tomem suas próprias conclusões.


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