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História Loyalty Bonds - Somos quase irmãos.


Escrita por: _rachm

Notas do Autor


Boa leitura! 💞

Capítulo 9 - Somos quase irmãos.


Fanfic / Fanfiction Loyalty Bonds - Somos quase irmãos.

ONTÁRIO, CANADÁ.    

JUSTIN BIEBER POINT OF VIEW        

Devido a corrida, o ritmo acelerado dos meus batimentos cardíacos acompanham a respiração ofegante a cada passo cadenciado que dou sobre o asfalto úmido. Mantenho o olhar fixo à minha frente, percorrendo os metros finais da rua deserta, contudo, o meu foco está perdido em pensamentos conturbados.

A mesma imagem se repete incontáveis vezes em minha mente, como um replay infinito. O olhar assustado de Selena após beijar-me e, posteriormente, sua fuga desesperada da minha casa. Ainda que criar suposições não resolvessem as minhas dúvidas, estive diante de um monte delas à espera do momento em que a morena ligaria se explicando. No entanto, dois dias se passaram e nenhum sinal.

— Isso é loucura. — em um sopro, digo ao vento, cessando gradativamente os meus passos apressados. À medida em que recupero o fôlego, torno a caminhar, enxugando o suor do meu rosto no tecido fino da regata preta.

Apesar do meu esforço em simplesmente esquecer o que havia acontecido, parte do meu cérebro parece trabalhar especialmente em função de me fazer lembrar a cada minuto, dificultando ainda mais a situação. Eu não saberia como reagir se encontrasse Selena a qualquer momento, pois não faço ideia do que tenha feito-a me beijar. Mas, sobretudo, o que me preocupa de fato, é a fixação dessa mesma cena em minha cabeça, causando-me um imenso incômodo.

 

*        

A mulher entreabre a porta de madeira escura e, ao notar a minha presença, um grande sorriso se forma em seus lábios. Os longos fios castanhos estão presos em um coque no alto de sua cabeça, deixando a palidez de sua pele e a tonalidade esverdeada dos olhos em evidência. 

— Oi, tia. — cumprimento-a como de costume, ela alisa a minha bochecha direita após depositar um beijo na mesma. — Cadê o inútil do seu filho? — Susan acena o sentido do andar superior após revirar os olhos. — Videogame?

— Você ainda pergunta?

Dou risada e, em seguida, sigo o caminho até o quarto de Chaz. Como previ, encontro-o jogado sobre a cama de solteiro, pressionando rapidamente o joystick em suas mãos e o olhar fixo na tv presa à parede. É perfeitamente compreensível a irritação de sua mãe com o videogame ao analisar a bagunça que se espalha por todo o cômodo, deixando evidente à que ele tem dedicação todo o seu tempo livre. 

— E ai, cara?

— Oi. — ele responde, sem ao menos desviar o olhar até mim. — O que veio fazer aqui?

Reúno a pilha de roupas que ocupavam a cadeira da escrivaninha e deixo-as em um canto qualquer, posteriormente, sentando-me na mesma. 

— Estava passando por aqui e resolvi te visitar.

— Bem conveniente você resolver me visitar na hora do lanche. — ele acusa, em um tom irônico. Gargalho, arrastando os pés no chão para que o impulso faça a cadeira girar repetidamente.

— Ih, que agressividade é essa, a menstruação desceu? — zombo, vendo-o revirar os olhos, embora não tenha se desfeito da partida disputada no xbox.

— Você é ridículo.

— A sua mãe adora que eu venha aqui, você sabe, ela preferia me ter como filho do que você. — alego, provocando-o com o excesso de ciúmes que ele sente da mulher. Ao saber que sou constantemente citado como um bom exemplo em sua família, aproveito todas as oportunidades para irritá-lo com isso.

— Vai tomar no cu, Bieber. — Chaz grunhe com descaso, contudo, a ruborização em suas bochechas o denuncia.

— Deixa eu jogar. — peço, vendo-o balançar a cabeça negativamente.

— Não, você vai esperar eu acabar essa partida.

Bufo, decidindo ocupar-me com outra coisa ao invés de assisti-lo testar suas habilidades quase nulas no videogame. Inicio um vasculhamento pelos compartimentos da escrivaninha à minha frente, resgatando algumas provas com notas tenebrosas que, provavelmente, o garoto havia escondido de seus pais. 

— Você deixa suas revistas pornô assim tão expostas? — indago com incredulidade, após abrir a última gaveta e encontrar diversas edições da playboy. Ele nem fez questão de escondê-las entre os calhamaços de papel. — Aliás, por que você tem revistas? Não conhece internet? — desvio o olhar até o moreno, observando-o com sua expressão indiferente.

— São clássicas, merecem ser preservadas. — justifica.

— Cadê as gêmeas? — pergunto, notando o silêncio suspeito que se mantém em toda a casa. Normalmente, as duas garotinhas de apenas cinco anos já teriam adentrado no quarto uma dezena de vezes procurando alguém que pudesse ajudá-las com alguma travessura. 

— Na escola, agora elas estudam o dia inteiro por terem deixado a minha mãe louca. — Chaz dá risada, referindo-se a personalidade agitada de suas irmãs caçulas. — Isso foi o Jordan?

Acompanho com a mão o local onde seu olhar se concentra, recordando-me do pequeno corte acima da minha sobrancelha ao tocá-lo. 

— Não é nada perto da quantidade de sangue que ele perdeu pelo nariz. — dou de ombros, ignorando a pequena ardência que o ferimento ainda causa em minha pele.

— Ah, como eu queria ter visto isso. — ele transmite um olhar deleitoso, como se a cena da briga estivesse sendo recriada em sua mente. — Eu nunca gostei daquele babaca.

— Porque ele espirrou suco de uva em você e roubou a sua namoradinha da quarta série. — debocho, vendo-o sinalizar uma expressão ofendida em minha direção.

— Não coloque tudo dessa forma banal, foi a questão da falta de caráter dele. — argumenta com uma entonação chateada, fazendo-me rir.

— Tá, podemos jogar? — peço com impaciência, visto que ele havia largado o controle sobre a cama, entretanto, um toque agudo nos interrompe. O moreno estende o braço até o criado-mudo, apanhando seu celular. — Quem é?

— Butler.

Com o auxilio das rodinhas da cadeira, arrasto-me até a cama em tempo de responder assim que a chamada é iniciada no viva-voz.

— Oi, meu doce, deu saudades? — falo, roubando o celular das mãos do Somers, que levanta para configurar um novo jogo no xbox.

— Ué, eu não liguei para o otário do Chaz? — a voz do louro ecoa através do aparelho com uma entonação desconfiada.

— Sim, ele está aqui, o que você quer?

— Saber se ele vai querer carona pra mais tarde. — franzo o cenho, confuso com alguma possível ocasião que eu tenha sido excluído. 

— O que tem mais tarde? — pergunto e, graças ao volume da ligação, mesmo distante, Chaz consegue entender do que se trata a minha pergunta e ambos respondem conjuntamente. 

— Jantar na casa dos Pietersen.

Merda, eu havia me esquecido completamente. Ao vê-los perder seu único filho, fizemos uma promessa de que não deixaríamos de visitá-los, apesar das circunstâncias. 

— Caralho Justin, falamos disso ontem. — Ryan prossegue, seu tom vocal é carregado por indignação. 

— Onde?

— No grupo do whatsapp.

— Ah. — coço a nuca, soltando uma risada em seguida. — Eu não presto muita atenção nas merdas que vocês falam. — brinco, fingindo desprezo. — Chaz, vai querer carona?

— É claro, acha que vou a pé? — ele apoia as mãos na cintura como uma madame, encarando-me com uma feição óbvia.

— Ele vai querer sim. — respondo ao louro que aguarda na chamada e, antes que ele possa rebater, acrescento: — Agora tchau, estamos ocupados.

Encerro a ligação sem delongas e pulo para a cama do moreno, apossando-me do joystick preto.

— Se prepare para a humilhação.

 

*        

Ao tocar a campainha da casa, afundo minhas mãos nos bolsos do moletom, aquecendo-as da noite gélida. Enquanto encaro a porta, sinto o meu estômago revirar com a expectativa de estar à frente dos brilhosos olhos castanhos de Selena. O medo no interior deles na última vez em que estivemos juntos ainda ronda meus pensamentos.

Por conta da suspensão de três dias no colégio, acabei perdendo uma aula essencial para a prova que seria aplicada na semana posterior e, por ironia do destino, Selena era a única que poderia me repassar a matéria, portanto, obrigando-me a contatá-la de qualquer maneira.

— Oi, querido. — o rosto de Mandy surge na lacuna entre a porta e seu batente, ela exibe um pequeno sorriso ao ceder-me espaço para adentrar na casa. — Não sabia que viria buscar a Selena.

— Ah, eu precisava conversar com ela também, então... — explico, vendo-a acenar positivamente. 

— Claro, ela está no quarto. — informa, indicando o acesso livre para que eu possa seguir, porém, com um toque suave em meu braço esquerdo, a mulher adverte: — O humor dela está péssimo.

— Eu dou conta. — garanto, sorrindo levemente para demonstrar alguma confiança.

Todas as palavras ensaiadas se embaralham em minha cabeça a medida em que me aproximo do cômodo no fim do corredor, chega a ser patética a aflição que sinto por encontrar a morena, como se não fosse a minha melhor amiga ali. 

De todo modo, eu não poderia negar que aquele gesto inesperado havia desestabilizado algo entre nós. 

— O que está fazendo aqui? — ela questiona, a voz flui como um sussurro e a surpresa está explícita em sua face.

O quarto está escuro, somente a tela do notebook ligado cede alguma iluminação para que possamos enxergar um ao outro. Selena traja um de seus infantis pijamas de moletom, desta vez, um branco decorado com ursinhos coloridos. 

— Pode me ajudar? — pergunto, de modo acanhado. Permaneço ao lado da porta, mantendo uma distância mediana da garota até que ela demonstre que sou bem-vindo. — Eu preciso da matéria da última aula de história para fazer a prova.

Por sua vez, Selena aparenta tranquilidade com a minha presença, segue até a mesa onde seu notebook está disposto e liga a impressora ao lado do mesmo.

— Eu vou tirar uma cópia pra você. — diz, posicionando-se de costas para mim. — Senta aí.

Obedeço, passando a ocupar um pequeno espaço na ponta de sua cama. Ela gira o corpo na minha direção, cruzando os braços sobre o peito.

— Você vai no jantar, certo? — assinto, desviando o olhar até os meus dedos entrelaçados sobre as pernas. 

— Sim, podemos ir juntos, inclusive. — sugiro, embora o clima esteja absurdamente estranho entre nós. 

Voltamos a sustentar um vago contato visual, que é constantemente quebrado a todo segundo, como se cada átomo presente no quarto pudesse atrair a nossa atenção. Apesar da sensação que se aglomera em meu estômago, sou incapaz de me propor a dizer algo, deixando que apenas o som da impressora seja o único audível em todo o cômodo.

— Eu quero conversar, é... — Selena gagueja de repente e, esfregando as mãos sobre o rosto, inspira o ar profundamente. — Sobre o que aconteceu noutro dia. — aceno positivamente, permitindo-a dar continuidade. — Antes de tudo, muito obrigada por ter me apoiado, eu me senti muito melhor.

Revelo um pequeno sorriso em reação ao sentimento de satisfação que aquece o meu peito, é no mínimo, aliviante saber que o caos que ela estivera havia se acalmado. 

— E, me desculpa pelo o que eu fiz depois. — completa, seu lábio inferior é mordido em um gesto envergonhado.

Por alguns instantes, arrependo-me por ter jogado-a toda a responsabilidade do que havia acontecido, a culpa transborda em seu olhar desnorteado.

— Está tudo bem, Selena. — asseguro, entretanto, a morena parece ainda mais disposta a despejar suas explicações.

— Eu sei que foi só um selinho, mas é estranho porque nós somos muito amigos, quero dizer, foi totalmente sem sentido e impulsivo. — fala, embolando-se nas próprias palavras devido ao nervosismo e, em seguida, solta uma risada nasal. — Eu não faço ideia do que aconteceu e acabei entrando em pânico.

— É, você me assustou. — admito, após um longo suspiro. Um peso nos meus ombros se dissipa gradativamente. — Mas, não significa nada, não se preocupe.

— Não está chateado comigo? — os expressivos olhos castanhos se arregalam em expectativa para, logo depois, serem tampados por suas mãos quando nego. — Ai, que alívio, eu não queria que ficasse um clima estranho entre nós.

Seus lábios rosados são esticados por um sorriso que faz com que as bochechas incham ainda mais, provocando-me uma absurda vontade de apertá-las.

Somos quase irmãos. — ela concorda veementemente. — Então, isso é passado.

A impressora apita, indicando que as folhas de ofício serão despejadas da máquina. Ao organizá-las, Selena as une com um clip e me entrega.

— Obrigado.

— Espero que você se saia bem. — diz, deslocando-se até o interruptor para acender a luz e, posteriormente, arrasta as portas do armário, começando a analisar as roupas disponíveis em seu interior. — Está fora do jogo de sexta?

— Sim.

A garota gira o rosto no sentido contrário, encarando-me.

— Foi por causa da suspensão? — aceno positivamente, vendo-a suspirar. — O que o Jordan disse que te deixou tão irritado?

— Nem vale a pena repetir mas, eu não me arrependo de ter calado a boca daquele idiota. — desconverso, sabendo o quão aflorada a sua sensibilidade está. Provavelmente, ela se sentiria péssima ao saber o que pensam da nossa amizade.

— É, mas agora você está chateado por não estar logo no jogo de volta dos Wolves. — ela retruca, no entanto, limito-me a dar de ombros.

— Eu supero isso.

[...]        

Surpreendentemente, em pouco mais de quarenta minutos estamos à caminho da casa dos Pietersen, em um tempo recorde de rapidez para Selena se arrumar. Em sua habitual guerra com o rádio do carro, ela pressiona os botões do mesmo, passando por todas as estações até encontrar uma ideal.

— Quer me contar o motivo de você ter ficado daquele jeito?

— Tive uma briga com a minha mãe. — responde e, apesar do tom indiferente, sinto que o assunto não fora resolvido. 

— Nossa, foi tão séria assim? — indago, surpreso. Apesar das desavenças comuns de mãe e filha, ambas sempre foram muito cúmplices e, não consigo recordar-me de uma só briga entre as duas que possa ser considerada realmente grave.

— Ela me disse coisas pesadas mas, no geral, acho que foram importantes. — Selena pondera, tornando a sentar-se corretamente sobre o banco ao identificar uma música de seu gosto. 

— Ela quer a sua felicidade, você sabe disso.

Ouço-a suspirar e espio pelo canto dos olhos sua feição desanimada. A morena escora a cabeça contra o vidro da janela, observando as imagens distorcidas que cruzam o trajeto.

— Às vezes eu sinto que ninguém me compreende.

— Nem você mesma se compreende. — brinco, provocando-a uma leve risada. 

— Você brigava muito com a Pattie? — sinto seu olhar atento em meu rosto, contudo, mantenho o foco na avenida movimentada.

— Eu não tive tempo pra isso.

— Ah, mas você tinha doze anos quando ela morreu, vocês não brigavam por alguma coisa? — balanço a cabeça negativamente, porém, a morena insiste: — Talvez por você não querer comer legumes ou por passar tempo demais no banheiro?

— Eu sempre gostei de legumes. — argumento. Ela bufa, no entanto, acabamos rindo.

— Você sente falta dela?

— Sim, mas eu tento focar nas boas lembranças, em tudo o que ela me ensinou enquanto esteve aqui. De qualquer forma, eu sinto que ela nunca me deixou. — a garota emite um som indecifrável e, ao desviar o olhar, vejo-a sorrir abertamente. — O que foi?

— Eu gosto quando você fala da sua mãe, seus olhos brilham. — ela parece admirada, apreciando o meu breve momento sentimental. 

Pattie é um assunto pouco citado, pois havia perdido-a de forma precoce e brutal. Um câncer no estômago a levou sete anos atrás e o que me restara foi a imagem de uma linda mulher, amorosa e dedicada à sua pequena família. É o que me conforta com a certeza de que ela está em um bom lugar.

— Como você acha que vai ser para os pais do Noah? — consulto-a. — Quero dizer, mesmo aceitando o que aconteceu, é um pouco estranho estarmos indo jantar com eles.

— Acho que vai ser importante. — Selena responde com convicção. — De alguma forma, isso pode diminuir a dor deles, vai ser como se o Noah estivesse ali outra vez.

Noto a hesitação em seu tom vocal quando o nome dele é mencionado e assim, algumas de suas frases desconexas ditas na minha casa se esclarecem em minha mente. Ela quer superá-lo.

— Você ainda o ama?

A garota suspira e, sua fala posterior soa como uma resposta afirmativa.

— Não é fácil esquecer alguém de um dia pro outro.

 

*        

Estarmos reunidos entorno de uma mesa seria, possivelmente, um dos momentos mais estranhos ou melancólicos de nossas vidas, contudo, um inesperado clima agradável se propaga durante o jantar enquanto desfrutamos de conversas triviais. O Senhor e a Senhora Pietersen parecem perfeitamente confortáveis com a nossa presença barulhenta. 

— Sua mãe não te deu modos? — o louro repreende o garoto sentado à sua frente, que devora a comida posta a pouco na porcelana branca.

— Deixa ele, Ryan. — Melissa o defende e, em provocação, Alfredo mostra a língua para o amigo. — Ai, crianças, ter todos vocês aqui me traz lembranças tão boas. — sua voz é terna, beira à um tom emocionado.

— Eu adoro que ela fala como se ainda tivéssemos doze anos. — Chris brinca, referindo-se ao modo como a Senhora Pietersen persiste em nos chamar.

— Ah, mas vocês não estão muito diferentes de quando tinham doze anos. — ela alega, vagando o olhar por cada um de nós. — O Charles ainda mancha a própria camisa de molho pra comer, por exemplo.

Rimos, zombando do garoto que envergonha-se, pendurando o guardanapo de papel na gola da camisa.

— Obrigado por se importarem em nos fazer companhia, essa casa tem sido solitária depois que o Noah nos deixou. — Richard confessa e, com o intuito de confortá-lo, Melissa acaricia sua mão sobre a mesa.

— É por isso que eu lhes trouxe um presente! — Alfredo anuncia, atraindo a atenção de todos. Ele sorri com um entusiasmo que eu consideraria assustador. 

— Presente? — repito, confuso já que o mesmo não havia avisado anteriormente.

— Está no carro, eu vou buscar. — sem quaisquer explicação adicional, ele levanta e se retira da sala de jantar, deixando-nos encarando uns aos outros com os maiores pontos de interrogação na testa.

— Estou com medo. — Selena comenta, aumentando o suspense formado.

— Ah, se eu soubesse que trocaríamos presentes, teria falado sobre o jogo novo que eu quero para o meu xbox. — Chaz reclama, com seu típico tom brincalhão.

Em menos de um minuto, o moreno retorna com uma caixa de papelão nas mãos, parando de pé a nossa frente.

— Eu acho que esse é um bom presente, não avisei a ninguém porque, na verdade, tive a ideia essa tarde. — Alfredo justifica, enfiando uma das mãos dentro do objeto quadrado. — Conheçam o Mike. — diz, retirando dali um filhote de bearded collie.

Reagimos com espanto, enquanto ele segura o pequeno animal em seus braços. 

— Meu Deus! — Melissa exclama, cobrindo a boca com as mãos. — Um cachorro.

— Eu passei por um abrigo de cães abandonados e decidi entrar, foi como se ele tivesse me chamado.

— Fredo, mas por que um cachorro? — questiono, visto que todos estão receosos demais para proferir qualquer palavra. De fato, esperávamos que ele aparecesse com um porta-retratos e não com um animal.

— Porque cachorros são dóceis e carinhosos, além disso, essa raça é bem calma e companheira. — explica, demonstrando ao brincar com o focinho do filhote e, posteriormente, acariciar sua pelagem mesclada entre as cores branca e caramelo. — Pensei que seria bom pra vocês ter mais alguém em casa.

— Não temos palavras, nossa, isso foi tão doce. — Melissa balbucia e, rapidamente, enxuga as lágrimas que se acumulam nos cantos externos de seus olhos. Erguendo seu corpo, ela caminha até o moreno e após receber um abraço apertado, rouba o cãozinho dos braços do mais novo. —  Obrigada, querido.

— Foi um ótimo presente. — Richard opina, seguindo os passos da esposa. — Eu tenho certeza que ele irá nos fazer muito bem, na verdade, não sei porquê nunca tivemos um animal de estimação.

— Escolhi o nome Mike por causa do Mike Bossy, o jogador de hóquei favorito do Noah.

— Vamos levá-lo para conhecer sua nova casa. — Melissa fala com empolgação, parecendo radiante com a chegada do mais novo membro da família. Puxando Richard consigo, ambos desaparecem de nossas vistas, iniciando um tour pelos outros cômodos da casa.

Alfredo sorri satisfatoriamente e move os lábios, gabando-se com um "eu sou foda" sem som. 

— Vai ficar se achando só porque teve uma boa ideia. Mané. — Ryan desdenha, atirando seu guardanapo no moreno.

[...]        

— Vocês sentem uma sensação esquisita? — Chaz questiona, movendo o rosto ao redor de todo o quarto. 

— É, mais ou menos. — Chris murmura, fixando o olhar em um quadro de fotos que optei por ignorar desde o primeiro instante.

O silêncio denuncia todos os sentimentos que somos incapazes de expressar ao nos depararmos com o antigo quarto de Noah, cada um revivendo suas próprias lembranças. 

— Ele era muito fã do 'N Sync. — rio, observando a grande quantidade de posteres espalhados pelas paredes pintadas em um tom de verde água.   

— O que é isso? — o tom vocal grave de Alfredo atrai a nossa atenção, ele puxa um pedaço de papel rasgado entre os livros empilhados na estante de madeira e parece ler algo nele. — Que porra é essa?

Aproximo-me, forçando a vista para compreender o que havia sido rabiscado em uma caligrafia descuidada. 

"Acho melhor que não esteja tentando me provocar. Você não sabe com quem está mexendo, playboyzinho de merda."

— Será que era do assassino? — Chaz pergunta retoricamente, pois não há qualquer dúvida de que o bilhete deixado para Noah fora uma ameaça, premeditando sua morte.


Notas Finais


That's all folks!

OI GENTEN! Tudo bem? Demorei só um pouquinho dessa vez e voltei com um capítulo um pouco chato, mas extremamente necessário. Perceberam que o Justin fez peregrinação na casa de geral hoje? Hahaha. E agora, mais uma pista sobre a morte do Noah, hein? Ah, aliás, eu coloquei o Logan na capa porque pensei que vocês precisavam ter uma imagem "fixa" do Noah. Mas, pra falar a verdade, o Noah de verdade só existe na minha cabeça e eu nunca encontrei alguém com todas as semelhanças físicas que imaginei, hahahaha.
Prometo um pouco mais de emoção no próximo capítulo e já deixo avisado que jelena está bem próximo de dar seu passo inicial.
Muuuito obrigada pelos comentários de vocês, eu fico muito feliz de ler cada um deles, continuem os deixando aqui, isso me incentiva demais.

Até o próximo! Um beijo e um queijo! ❤


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