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História Lua Negra. (Renesmee e Jacob) - Fogo e Calor


Escrita por: LilitaBrita

Notas do Autor


Meninas, mil perdões pela demora monstruosa. Aconteceu uns problemas comigo e eu fiquei sem meu notebook e celular. Arranjei um celular bem baratinho e simples só pra escrever. O teclado é muito pequeno, gente! Terrível pra escrever. Então, ignorem os erros. (Principalmente a substituição do travessão pelo hífen, não acho nada aqui. Se alguém souber onde fica, avise. Please! Chega de falar e ruminar. Boa leitura!

Capítulo 30 - Fogo e Calor


Renesmee... 

Alguns dias depois

 Não me lembrava que a praia cinzenta de La Push tivesse tanto de Jacob. A areia gelada, o aspecto cinzento e cada tronco deitado no chão possuíam uma história pra contar. O penhasco, a água verde e borbulhante na beira. Caminhei pela orla, com um suspiro triste nos lábios. Queria encontrá-lo, mas me sentia magoada demais para ir atrás dele. Ele havia me ferido, mentido para mim, quando seus sentimentos não passavam de uma falha tentativa de superar ser segunda opção. Assim como eu era para ele. Meu coração tentava de alguma forma, rejeitar a dor, mas não havia como. A dor não estava somente ali. Cada célula do meu corpo queimava, e eu sentia que todo o meu organismo reagia com a falta de Jacob. Haviam se passado apenas uma semana e eu não aguentava mais esperá-lo. Minha mente vagava enquanto eu esperava encontrar com o sono e me livrar da angústia que insistia em corroer o meu estômago. Mas, o meu inconsciente ou subconsciente, seja lá o que for, fazia questão de relembrar a cena que eu tentava esquecer. O beijo. Minha mãe e Jake...apaixonados. Mordi o lábio inferior querendo conter um gemido de irritação. Suspirei quando seu rosto tão apreciado por mim, surgiu em minha mente. Perfeitamente nítido. Nariz, lábios, olhos e dentes. Os olhos negros me encaravam com pena, entretanto, logo atingiram um brilho excessivo quando o rosto da minha mãe surgiu ao lado do dele. A sua face parecia uma mistura de sua face humana com a vampira, ainda mais bonita. Os traços impecáveis, a pele pêssego- claro, e os olhos castanhos. Muito, mais muito parecidos com os meus. Um breve sorriso reluziu o rosto perfeito de Bella, embora Jacob ainda tivesse a testa vincada, me encarando, como se eu estivesse sobrando ali. Os dois se entreolharam e lançaram um olhar dual de pena. Meus olhos ficaram úmidos, senti um aperto forte na garganta e tive vontade de chorar. Todo esse tempo, eu servira apenas de objeto de consolo para Jake. Seria tão mais fácil se ele me dissesse desde o início, certamente não nutriria sentimentos por ele. Meu corpo tremia contra a minha vontade, tive de reprimir a raiva para não surtar. Eu o amava. Não era justo. Como ele pôde empurrar a ideia do imprinting só para me enganar mais ainda? Bella devia ser seu imprinting, por isso ele não saía de nossa casa, por isso meu pai sempre rosnava para ele, mas teve compaixão por mim. Por saber que eu o amava desde sempre. 

-Nessie?-escutei uma voz familiar me chamar pelo apelido. Virei-me rapidamente à procura da voz que havia me chamado. Arregalei os olhos ao encontrar um Quil todo molhado com uma Claire sapeca, também ensopada de água. Os dois tinham os cabelos bagunçados e um sorriso sincero no rosto. Por um segundo, pensei ter visto um vislumbre de encantamento escapar da expressão de Claire, que fitava os olhos de Quil.

 -Quil e eu estávamos brincando aqui.-Claire apontou para o mar efeito.r

 -Estou vendo. -sorri.-Tudo bem com você, Claire? Quil? 

Os dois assentiram sorridentes. Quil agachou na direção do ouvido de Claire e sussurrou algo para ela, como se eu não pudesse ouvir. Revirei os olhos pra ele, brincando.

 -Você sabe que ouvi isso, não sabe?

 -Claro, claro. Quil riu. Por que aquela frase era tão Jacob?

 "Claro, claro..." todo mundo parecia imitá- ao falar assim.

 -Pensando no Jake?-ele perguntou e eu corei intensamente. Sim, eu estava pensando nele. Parecia tão óbvio assim? 

-Errr...n-não.-gaguejei e me amaldiçoei por isso. 

-Não precisa mentir pra mim, você sabe mentir tão bem quanto Bella.

 -Sabe onde ele está? Bem, vocês tem acesso à cabeça um dos outros, pensei que...-ele me interrompeu. 

 -Calma. Ele não nos deixa saber de nada, absolutamente nada, Ness. Você ordenou o que ele se afastasse de você, que fosse embora. Ele só está cumprindo o que pediu.

 -Ele me enganou, Quil. Eu criei um sentimento tão forte por alguém que me tem como segunda opção, ele foi ganancioso, posso ter os olhos da minha mãe e ser muito parecida com ela. Mas ainda assim, eu não sou a Bella. Nunca serei suficiente para ele, nunca alcançarei o que ele tanto quer. Eu sou Renesmee, não Bella Swan. Quil me encarou por incontáveis segundos e respirou fundo.

 -Imagina, Quil. Se você estivesse com alguém, amando verdadeiramente e descobrisse que aquilo não é real. Que só você sentisse a magia, as borboletas no estômago...enquanto a outra pessoa, só estivesse te usando para...esquecer alguém. As lágrimas que eu tentava segurar, caíram antes que eu pudesse me dar conta. Quil se aproximou e me abraçou afetuosamente, chamando Claire para que pudéssemos nos abraçar em grupo. Entretanto, a voz grave de Quil me acordou novamente.

 -Agora imagine, Nessie. Se você fizesse de tudo para aquela pessoa especial te notar, enquanto ela não consegue te ver, pois está ocupada demais com os errados, enquanto somente ele é o certo. Como se você brincasse com um quebra cabeça, tentando encaixar peças que não se encaixam, porque o formato, o tamanho e a imagem não combinam. Não montam o quebra cabeça pefeito.

 -Seth não é o garoto errado. Só nunca foi o certo pra mim.

 -Isso o torna errado.

 -Talvez.

 Ele suspirou.

 -Não consegue mesmo perceber, não é? Franzi o cenho.

 -Do que está falando, Quil?

 -Leah. Não acha estranho? Qual seria o seu interesse em separar os dois, não acha nem um pouco suspeito? Você sabe, Nessie, Leah nunca gostou muito de você. A filhote de sanguessuga, como ela te apelidou.

 Leah, Jacob e eu. Todo o fato narrado segundo o ponto de vista de Quil, fiquei curiosa para saber quais seriam as opiniões dos outros.

 -Está me dizendo que Leah é apaixonada pelo Jake?-perguntei, sussurrando para que só ele ouvisse. 

-É o que parece, temos alguns vislumbres do que ela pensa e são em sua maioria sobre Jacob. -ele disse, dando de ombros. 

-Jacob nunca percebeu isso? Perguntei, tendo um rápido acesso de raiva. Trinquei os dentes.

 -Talvez tenha percebido. Mas ele estava tão feliz, Ness. Soltei um gemido triste e coloquei a minha mão em seu rosto.

 "Está insuportável, Quil...preciso dele."

 -E ele precisa de você. Não perca mais tempo, Nessiezinha.-brincou. -Traz o nosso melhor amigo de volta, ele só vai voltar se você pedir. 

O vento soprou trazendo um perfume um pouco parecido com o de Jacob, mas de longe, igual. As rodas da cadeira de Billy rolavam na areia molhada, criando um som ruminante e perturbador. Sam estava com ele, empurrando seu corpo cada vez mais próximo de onde eu estava. Billy tinha um rosto sereno, mas ainda assim, eufórico. Arrumou os cabelos no chapéu de couro e me olhou com sensatez.

 -Nessie, querida, meu garoto mandou uma correspondência para você. Importa-se?-ele abriu a carta e fez a menção de lê-la em voz alta. Eu fiz que não, queria e deveria ler aquilo sozinha.

 -Importa-se? 

 Peguei a carta de suas mãos e fiz um gesto como se precisasse me retirar.

 -Vamos pra casa.-Billy disse.-Lá você terá mais privacidade. 

-Nos informe qualquer coisa.-pediu Sam.-Estamos preocupados com Jacob. Meneei a cabeça, fazendo que sim. 

-Claro, claro. Jacob. De novo. 

Passei os dedos pelo papel. Amassado e cheio de marcas de caneta, quando a mesma falha e ficamos riscando rabiscos desconexos até que a cor da caneta volte a pegar. Eu podia imaginar sua testa vincada, enquanto ele pensava e escolhia as melhores palavras. Podia imaginar a frustração invadindo seu rosto e unindo suas sobrancelhas. Finalmente abri o pacote da correspondência. Billy foi para seu quarto, tentando ceder algum tipo de privacidade para mim. 

 Nessie, 

 Não sei por que você ainda está fazendo de conta que não existiu e de que não existe nada entre nós. Foi você mesma quem escolheu isso, tá legal? Saiba que as coisas só ficam cada vez piores quando penso demais em você, e é isso que acontece toda hora. Seria tão mais fácil se você me escutasse, se parasse de ser tão cabeça dura  e me deixasse explicar as coisas... Não há mais ninguém no mundo que faça meu coração ficar tão disparado, ou alguém que faça eu me sentir novamente como um garoto bobo de dezesseis anos, prestes a dar o primeiro beijo. O que aconteceu entre Bella e eu, é insignificante para nós dois agora. E não pense que você é a substituta dela, nunca. Pra mim, você é tudo. Mais que tudo, porque até a palavra tudo parece minimamente ridícula perto do que eu sinto por você. Cada pedacinho seu combina com o meu, cada parte, cada toque, cada beijo...porque nós temos a sincronia perfeita. Porque nascemos para ficarmos juntos, porque nós  pertencemos um ao outro. Não tente adiar um sentimento que não tem como escapar. Se quiser que eu fique longe, farei como pedir. Ainda que seja difícil, ainda que cada quilômetro signifique uma facada no meu peito. Farei por você, Nessie. Porque eu te amo e estarei eternamente apaixonado por você. Do seu Jacob, como você sempre dizia... 

 Peguei a carta analisando-a com muito cuidado, aquelas palavras estavam tão carregadas de sentimento,  que pareciam mais pesadas que as cartas comuns. Sem que eu percebesse, fios grossos de lágrimas escorreram  por meus olhos. A lembrança veio. E ardia, latejava. Queimando-me num espaço onde somente havia lugar para a dor. O calor de sua pele, o gosto tão familiar e certo de de seus lábios, as memórias eram tão fortes e claras que foi difícil me recordar que ainda estava em La Push, na casa de Billy. E dele. O seu cheiro estava impregnado em todo o lugar, trazendo à tona a sua fragrância inesquecível. O cheiro amadeirado, tão culminante com o clima ameno da floresta. A lembrança estava cada vez mais nítida e perturbadora, dilacerando o pouco controle que me restava. O calor disparou em minhas veias, e um medo profundo quase me sufocou. Eu nunca tinha sentindo algo tão forte e destruidor  em toda minha curta vida. A minha mente insistia em gritar as inúmeras formas de perdê-lo. E a dor só piorou ainda mais, tanto que já não parecia somente emocional. Sentia-me dolorida, a garganta queimando com uma obstrução, com um nó que se fosse desfeito derramaria palavras e verdades que eu tentava esconder de todos. Que eu também o amava, e o queria por perto com todas as minhas forças. Queria que ele voltasse, que me apertasse contra o seu corpo e me beijasse até que precisássemos de ar para respirar. Queria a sensação de suas mãos explorando cada centímetro meu, o calor inexplicável de seus lábios sobre os meus, o sorriso reluzente que me  fazia ver estrelas. Senti o sangue pulsar em meu pescoço, martelando frenético em meus ouvidos. Queria gritar. Berrar. 

  


Notas Finais


 


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