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História Luas e Folhas - Universo invertido


Escrita por: alternativemind

Notas do Autor


Desculpe pela demora *3*

Capítulo 9 - Universo invertido


Dezoito anos de idade.

Stiles passou os próximos dias pensando sobre o assunto, e tudo se resultava em um final desastroso.

Eles não nasceram para ficarem juntos, para serem um casal. Suas vidas sempre correram em direções opostas, dois rios que se separam em uma bifurcação. Ele não podia aceitar isso na sua vida, e tinha certeza de que Derek também não aceitaria.

As horas se passam e ele continuava inercie em seus pensamentos. Até que uma batida em sua na porta o faz despertar para o mundo fora de sua mente. Ele não tinha percebido o quanto estava tão perdido e longe da realidade, tanto que quando se mexeu na cama caíram ervas daninhas e pequenos botões de flores.

– Sim? – Ele se vê falando, mesmo sabendo que o único que poderia estar batendo em sua porta era seu pai.

A porta se abre com cuidado e rosto de John fica visível.

– Queria lhe entregar algo. – Stiles se senta mais ereto, prestando atenção em seu pai. – Sua mãe lhe deixou algo, é algo que ela escreveu há algum tempo para ser entregue nesse momento. – Os olhos de seu pai tem marcas sutis de vermelho, como se estivesse chorando até agora pouco.

– Pai. – Stiles sussurra e abraça John com toda força.

John dá um último aperto em seu filho e lhe entrega o envelope. Stiles pega de bom grado e seu pai sai do quarto. É quando ele olha para baixo e seu coração aperta ao ver a letra de sua mãe, mas também sorri ao se lembra do quanto seu pai gostava de lhe dizer que era impossível ler o que Claudia e Stiles escreviam, porque Stiles não herdou apenas os poderes de sua mãe, mas também a caligrafia pequena e arrastada, como se estivesse sempre correndo ao escrever.

Ele carrega toda energia necessária para abrir o envelope. Agora ele se encontra todo amontoado no meio de vários travesseiros e cobertores, como se estivesse tentando se proteger de algo.

Por fim quando não aguentava mais sua própria hesitação, ele começa a ler.

 “Stiles,

Eu estivesse pensando em como começaria essa carta, em como eu começaria a lhe dizer tudo que guardei por tanto tempo. Mas no final não consegui encontra nenhuma forma fácil, eu deveria ter lhe contado tudo cara a cara, mas não fiz... enfim vamos lá.

Espero que não esteja me odiando nesse momento.

Bem meu querido, provavelmente a essa altura eu já não esteja mais ai para lhe confortar e lhe dar conselhos sobre o que está por vir, eu sinto muito. E também seu pai e os Hales já devem ter conversado com você e Derek, sinto muito por isso também. Então concluído, já sabe sobre a união de espécies, e sobre o seu papel nesse mundo.

Tudo começou quando você nasceu, eu estava tranquila e radiante por ter gerado a criança mais lindo desse mundo. Você mal tinha completado um semana de vida, quando os anciões bateram em minha porta, e só eu sei o quanto fiquei assustada. Anciões não saem no meio da tarde e te visitam, a menos que a notícia seja ruim, e naquele momento nunca me passou pela cabeça que meu pequeno bebe seria o escolhido para continuar uma aliança de séculos, então tudo que pude registrar foi um desastre que estava vindo bater na minha porta. Mas como sempre seu pai estava lá para me acalmar.

Os anciãos entraram e eu fiquei ali estática tentando entender o que ele poderiam querer comigo, uma simples fada que nasceu, cresceu e viveu em uma cidade pequena.

Foi quando a notícia de que seu nome tinha sido escolhido no fogo celestial, e você meu amado filho seria alguém tão importante no futuro. E foi quando me lembrei que a outra espécie escolhido para essa união seria um lobisomem, nada poderia me fazer mais feliz. Você sabe o quanto sempre fui apaixonada pelos lobos e seus costumes.

Mas mal podia imaginava que quem tinha sido escolhido era o filho da minha melhor amiga. Era algo engraçado e se eu tivesse parado para pensar poderia ter adivinhado antes que eles me contassem. Porque meu filho, por mais que você persistia em dizer que você e Derek fazerem aniversario no mesmo dia era uma brincadeira de péssimo gosto do universo, nada mais é que a confirmação de que são os escolhidos.

Quando os anciões me contaram que o filho mais novo na época de Tália era quem cumpriria a união entre espécies, meu mundo se ilumino ainda mais, e creio que o dela também quando disse que era você o escolhido, por mais que nesse momento você deve estar odiando esse fato. Apenas entenda que naquela nunca poderíamos imaginar o que estava por vir.

E apenas quem nos conhece sabe o quanto foi difícil unir vocês. Sabia que quando você mal conseguia pronunciar uma palavra, já era capaz de tacar as coisas em Derek, e nem vou falar sobre os berros que ele dava quando você estava por perto.

Por anos continuamos assim, a todos custo fazer vocês enxergarem que não podiam continuar com esse ódio para sempre, que no fundo tudo isso talvez nem fosse mais ódio, apenas se acostumaram com essa rotina de sempre se implicarem.

Mas então você tinha dezesseis anos e chegou devastado em casa, chorando e xingando Derek, sempre lhe vi reclamando sobre ele, mas nunca o vi com tanta raiva e dor. E naquele dia eu escolhi que não persistiria em tentar unir vocês. Tália ficou chateada, mas no fim entendeu (não precisei contar o motivo, apenas expliquei de uma outra maneira). Até mesmo ela estava perdendo as esperanças e estava começando a acreditar que talvez os anciões tivesse errado sobre vocês.

Deixamos as coisas esfriarem e o tempo passar, e ele passou e você nunca mais falou sobre Derek, ou zombou quando tocávamos no nome dele, nunca mais foi a casa dos Hales, e Derek nunca mais veio a nossa.

Decidimos que quando vocês completassem os estudos nos colégio contaríamos tudo, e deixaríamos por conta de vocês a escolha. Porém mais uma vez nada funciona como planejado, e minha doença se agravou, minha hora estava chegado ao fim, e eu não tinha mais tanta força como antes.

No final não fui verdadeira com meu próprio filho, e o deixei cego diante de toda essa situação. Eu ainda queria te proteger, mas nem isso eu estava fazendo corretamente.

Eu sinto tanto meu pequeno, sinto muito mesmo.

Eu estou lhe escrevendo essa carta apenas para lhe dizer que você tem uma escolha, que apenas você pode decidir. Se quer continuar com essa ritual ou não é sua decisão, ninguém ira te obrigar. Você e Derek podem continuar seguindo seus caminhos distantes um do outro, e não será eu, a família dele ou uma lei antiga que irá lhe dizer o fazer.

Eu te amo meu pequeno, e eu sempre estarei nas folhas.

Com amor sua mãe.”

No final ele entende o porquê de seu pai estava com os olhos tão tristes e vermelhos, porque agora Stiles esta da mesma forma, ou pior. Ele molhou todos o papel enquanto lia as palavras de sua mãe, e de alguma forma ele sabe o que tem que fazer, sabe que decisão tomar.

Stiles se troca muito rapidamente, e corre escada a baixo, seus olhos ainda molhados e inchado de tano chorar. Entrando em seu jipe ele sengue um rumo calculado. Seguindo com calma e certeza para cada do Hales. Stiles freia bem na entrada e não se importa muito se esmagou algumas flores no processo, ele pode faze-las nascer depois.

Stiles sente agitação em toda parte do corpo. Ele nunca veio até a casa dos Hales sem seus pais antes, é uma sensação estranha, tudo parece diferente de alguma forma, como se tivesse fora do lugar e ao mesmo tempo tão familiar e confortável.

Ele toca a campainha e não demora muito para Laura estar atendendo. Sua barriga está maior que ele se lembrava. Ele se pergunta se está muito próxima dela dar a luz.

– Olá. – Ela sorri e da passagem para Stiles entrar. Ele sabe que ela sentiu ele se aproximando, mas mesmo assim não deixa de ser desconfortante o fato dela não parece surpresa com sua presença. E isso faz ele demorar um pouco para entrar, se sentido desconfortável ali no batente da porta. – Vamos. – Laura persiste com delicadeza, e ele entra.

Logo na entrada, no primeiro cômodo da casa ele encontra os pais de Derek, sentados e encarando Stiles com um sorrido. Cora está com um PSP nas mão e apenas acena pra ele quando passa rumo a cozinha.

– Oi. – Ele diz timidamente. Seu corpo por dentro está correndo a mil, Stiles tem certeza que pode sentir seu sangue circulando. – Não queria incomodar, estou apenas procurando pelo Derek.

– Você não atrapalha. – Robert fala e se levanta. – Ele está em seu quarto, pode ir. – E com isso Stiles caminha lentamente.

Ele sabe que estão sussurrando atrás dele, sabe que estão com esperanças, e Stiles se sente mal por isso.

Quando ele chega na porta do quarto Derek ele bate sem medo, mas nenhuma resposta vem do outro lado. Ele está prestes a bater novamente quando Cora aparece.

– Ele não vai ouvir, é melhor você entrar. – E do mesmo modo que ela apareceu, somente também.

Stiles respira fundo e abre a porta. Ele não se lembra da última vez que entrou no quarto de Derek, talvez quando tinham oito anos. E sua lembrança daquele dia não é muito satisfatória. Assim que ele atravessa a porta a imagem de Derek o faz perder toda agitação que estava sentindo, e até mesmo aquela pequena coragem que ele ainda tinha, se foi.

Derek esta deitado em sua cama, com apenas bermuda de basquete, e parece que acabou de sair de um treino, sua cabeça está tombada para trás na beira da cama, e ele está com fones de ouvidos enormes e com olhos fechados, apenas sussurrando palavras enquanto balança os pés. Vê-lo tão confortável e distraído é algo novo para Stiles, e é isso que o faz perder o folego.

Quando Stiles está prestes a falar algo, Derek respira fundo, e é o necessário para sentir o cheiro do intruso, e seu instinto fala mais rápido. Stiles não tem tempo de reagir até que Derek está em seu espaço pessoal, com grandes olhos amarelos e presas amostra. Mas tudo durou por breves segundos.

– O que você está fazendo aqui? – Ele pergunta, suas feições voltando ao normal, mas o coração acelerado e assustado de Stiles não passa despercebido por ele. – Me desculpe, mas você não sabe bater.

– Eu bati, você que não ouviu por causa desses fones de ouvido. Cora disse que eu poderia entrar. – E em um passe de mágica Stiles voltou ao normal também.

– Abafadores de ruídos. São muito uteis quando se mora em uma casa apenas com lobisomens. – Ele termina de falar e olha para Stiles, percebendo agora que o outro ainda está quase pressionado na porta, e que ele ainda está sem camisa. Porém sua mente não foca nisso, e sim no fato de que Stiles está no seu quarto, ele não sabe qual foi a última vez que ambos estiveram aqui.

Stiles está olhando para todos os lados que não seja no rumo de Derek, e com isso ele resolve colocar uma camisa.

– Desculpe invadir assim. – Stiles quebra o silencio. – Precisamos conversar.

– Concordo. – Derek se senta em sua cama, e aponta para Stiles se sentar também, e ele faz, mas não ao seu lado e sim do outro lado do quarto, em uma poltrona no canto.

– Aquele dia foi difícil, não tivemos a chance de pensar direito. Tudo isso que está acontecendo eu continuo a pensar que é alguma brincadeira, uma que eu não estou gostando do rumo que vai tomar, mas...

– Eu também estou assustado Stiles. – Derek o corta. E ele está mesmo assustado e com medo até de onde essa conversa vai dar. Depois que chegou da casa do Stilinskis seus pais conversaram com ele, e ele tentou ser o mais compressivo possível, mas sua cabeça ainda não tinha achado o rumo certo, até ontem.

– Acho que devemos fazer. – Stiles solta as palavras muito rápido, e pega Derek de desprevenido.

– O que? – É quase um sussurro sua voz.

– Quero dizer, acho que devemos seguir como manda as normas, devemos nos casar. – Ele mal reconhece essas palavras, parecia mais fácil na sua cabeça do que quando ele fala. Nunca, nem em milhão de anos Stiles imaginou falar isso para Derek. O mundo de alguma forma deve estar invertido.

– Você... você está falando sério? – Derek parece atordoado, mas aliviado.

– Sim, eu não quero ser culpado por gerações que vão se odiar apenas porque fomos egoístas em não aceitar a união. – Ele acredita mesmo nessas palavras.

– Eu estive pensando a mesma coisa. Somos apenas insignificantes agora, mas quando a notícia de que a união entre lobisomem e fada foi quebrada, qualquer possibilidade união por vontade própria da nossas espécies será abalada com nossa decisão. – Derek continua.

– Exato, mesmo que seja ridículo, essa união nada mais é que um tratado de paz eterno entre todas as espécies, e eu não quero ser culpado por quebrá-la. – Stiles concluia, e ambos se olham sorrindo e realmente aliviados.

– Ninguém pode saber que será uma armação, certo? – Derek fala. Seu sorriso já não é mais presente.

– Armação?

– Para todo mundo que nos conhece estamos sendo civilizados e adultos, que deixamos nossa diferenças e raiva de lado, e vamos nos casar para o bem de todos e até mesmo o nosso. – Derek olha pra sua porta desviando o olhar.

– Sim é claro, nos casaremos e continuamos com a fachada até ser necessário. E depois seguimos rumos diferentes. Não vamos parar com nossa vida pelo outro, você pode continuar normalmente com a sua, e eu com a minha. – Stiles começa a entender onde Derek quer chegar com essa conversa, mas não fala nada.

E eles permanecem assim calados, olhado para todos os lados. É estranho tudo isso e está acontecendo rápido demais, mesmo que nada ainda tenha acontecido, ainda é muito para cabeça de ambos.

– Espera, e seus pais, se vamos manter isso em segredo, esquecemos que os que tem super audição moram nessa casa, e estão lá em baixo. – Stiles perece alarmado por um momento.

– Eles saíram assim que começamos a conversar. Queriam nos dar privacidade. – Derek se levanta, e Stiles tem certeza que o viu corar, mas logo ele descarta essa possibilidade.

– Legal. – Sem entender o porquê Stiles ficar sem jeito.

E o silencio cai sobre eles novamente.

 


Notas Finais


Me deixem saber de qualquer erro. Deus eu preciso de um beta urgente kkkkkkkkk


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