1. Spirit Fanfics >
  2. Luba X Orochi >
  3. Detetive Orochi: O Site

História Luba X Orochi - Detetive Orochi: O Site


Escrita por: Dncris

Notas do Autor


Jean revela uma informação crucial para a investigação.

Capítulo 31 - Detetive Orochi: O Site


Fanfic / Fanfiction Luba X Orochi - Detetive Orochi: O Site

A gente só devia ter saudade das coisas depois de perdê-las.

 

Sabrina Spellman, O Mundo Sombrio de Sabrina.

 

[Tubarão, 12:45 da tarde]

Jean imediatamente começou a ficar na defensiva:

— Isso não quer dizer nada. Um gesto insignificante como dar de ombros é prova de que eu tô mentindo? Orochi, faça-me o favor.

Eu tive que tirar Vítor de cena, para poder atacar à partir de agora:

— Vítor, muito obrigado. Você foi de extrema importância, obrigadaço mesmo. Só que eu preciso desligar a chamada, eu assumo as responsabilidades daqui pra frente.

— Que isso Orochi, me deixo a disposição. Se precisar de mim de novo é só chamar. Jean, isso não foi nada pessoal, espero que entenda que fui estritamente profissional e analítico. Até mais ver. - disse Vitor antes deu encerrar a chamada.

— Pedro, por que eu estaria mentindo? Sério, não faz sentido algum. Vai acreditar mais nesse Vítor que em mim? - Jean apelava emocionalmente, mas eu sabia que era uma tática usada por réus para escapar da culpa, eu iria extrair tudo dele.

— Você quer que eu descredite uma análise técnica de um especialista em mentiras e confie somente na sua palavra? Eu juro que eu gostaria que fosse assim, Jean. Só que é a vida de alguém que está em risco. Pensa bem se a integridade física do Luba vale mais que o seu silêncio. - se ele usaria o apelo emocional, eu também faria o mesmo.

— Eu não menti, juro pela minha mãe mortinha. Quer chamar o Vítor de novo para fazer o teste? Eu repito tudo se é isso que você quer. - Jean alterou seu volume agora, estava quase aos berros. Quem não devia, não tinha o que temer.

— Acredito em você. Não estava mentindo, talvez apenas omitindo informação. O que de qualquer forma cabe como falta de honestidade. E eu pedi que fosse totalmente honesto com suas respostas. Eu não vou te agredir, nem vou te maltratar verbalmente. Só quero que diga o que sabe. Lembre que não é por mim, e sim, pelo Luba. - eu só tava com uma vontade louca de te esganar, mas ainda assim eu consegui frear meus impulsos animalescos.

— Talvez eu tenha mesmo omitido alguma coisa.... - Jean desviou o olhar de mim.

— Jean.... - era melhor ele contar de uma vez ou eu não poderia mais me conter.

— Tá bom. Eu não contei tudo o que eu sabia. É só que... eu fiquei com medo de que achasse que foi por minha causa, tá? Vai que isso pode ser só alguma maluquice da minha cabeça e uma coisa não tenha nada a ver com a outra e a gente só perca tempo. - ele voltou a olhar pra mim, suas mãos estavam ligeiramente trêmulas, acho que tínhamos chegado em algo denso, finalmente.

— O que seria maluquice da sua cabeça? Por que resolveu omitir isso? - as perguntas pipocavam uma a uma, o que poderia fazê-lo ficar tão ansioso de repente?

— Foi há um mês à trás. Luba veio com um ideia bem doida pra um vídeo.

...

[Cerca de um mês antes]

.

.

.

— Jean, já ouviu falar de uma seita cibernética que tá todo mundo comentando? - Luba falou virando sua cadeira de rodinhas pro meu lado.

— Seita? Tipo naqueles filmes que o povo cultua o demônio?  Que nem a série do Mundo Sombrio de Sabrina. Ai, eu amo essas coisas. Morro de medo, mas adoro. - falei fazendo um chifrinho com uma das mãos.

— Não sei bem se é satânica. Só li que eles tem um site todo cheio de símbolos e desenhos ocultistas.  Você posta alguns dados sobre você e parece que ele adivinha coisas que ninguém mais sabe. Pode revelar seu futuro. Bem sobrenatural. - ele disse colocando o endereço na aba do navegador.

— Ai amigo, eu tenho um pouco de receio de ficar colocando dados pessoais meus nesses sites. Sei lá quem tá tendo acesso. E se for um psiciopata assassino? Deus me dibre. Tá amarrado no Sangue do Cordeiro. - fiz uma cruz pedindo proteção.

— Você acredita mesmo que é algo desse tipo? É só uma brincadeirinha boba de algum nerd. Pensei que podiamos usar isso pra gravar um vídeo pro meu canal. Você topa? - ele se levantou ajeitando a câmera e a iluminação, quando o Luba botava uma ideia na cabeça, ninguém podia tirar. Restava eu seguir a onda.

— Eu gravo. Só que eu já adianto de cara que eu não vou dar informação nenhuma minha. Se quiser, põe você. - disse antes que ele insistisse em me comprometer.

— Tá. Eu alimento o site, não se preocupe. Não vou colocar nada seu. Chega mais perto, ou não vai ficar no enquadramento do vídeo. - falou ele dando um zoom na lente da câmera em direção ao seu computador.

— Não era melhor fazer um teste antes de começar a gravar? Vai que o site é uma merda e não dê conteúdo que preste pros dez minutos. - falei dando uma olhada no site aberto no navegador. Fora os símbolos esquisitos, era uma tela preta com uma única tarja branca para digitar com o teclado. - Que site macabro, migo. Ai, já tô com medo antes de começar. Cruzes.

— Eles são feitos para serem assim mesmo, aterrorizantes. Toda seita pagã que se preze tem que ter um visual impactante. Vamos lá. Vou botar meu nome. "L-U-C-A-S / F-E-U-E-R-S-C-H-U-T-T-E" - Luba digitou seu nome no site que quase que instantaneamente retornou um pop-up em resposta.

"Bem-vindo, Lucas. Nós vemos tudo, ouvimos tudo e conhecemos tudo. O que quer saber?" - eu li na tela, a fonte era vermelha viva. Lembrava algo escrito em sangue.

— Migo, já não gostei dessa tipografia. Não tô sentindo uma vibe boa vindo desse negócio. Bora mudar o tema do vídeo. Que tal vermos fotos de cachorros fofinhos, ou gatinhos brincando com novelos de lã? Deixa esse site pra lá. - falei sentindo um calafrio.

— Você é muito cagão. Humm... deixa eu ver o que devia perguntar. "Quantos gatos eu tenho?" Se eles sabem tudo, eles vão conseguir responder. - Luba digitou a pergunta na lacuna branca.

"Duas gatas. Galadriel e Misty." 

— Ai não migo, como que eles sabem até o nome das suas gatas? Isso não é um site tão inofensivo assim. Como eles teriam acesso a isso? - minhas pontas dos dedos estavam geladas de nervoso.

— Eles podem acessar minhas redes sociais, isso com certeza é algum banco de dados. Já ouvi falar nessas tecnologias antes. Nunca acessou o Akinator? - Luba mencionou um site famoso, Akinator. Onde um gênio da lâmpada tentava adivinhar uma  personagem com uma série de perguntas de eliminação.

— O Akinator te faz pelo menos umas vinte perguntas, antes de responder. Ele não te dá uma resposta imediata. Não tem nem comparação. Se ele usa o mesmo sistema, então é dezenas de vezes mais avançado.

— Vou dificultar mais ainda. "O que eu comi hoje no almoço?"- Luba digitou no espaço em branco novamente e o site respondeu.

"Lasanha de frango, livre de glúten ou lactose."

— Ah não! Já chega, migo. Tô achando esse site muito suspeito. Desisto de gravar esse vídeo. Não tem cabimento ele saber umas coisas dessas. Só se ele tivesse te vigiando pra ter essas informações. Têm certeza que isso é seguro? - eu mal acabei de falar e uma segunda janela apareceu sem que nós digitássemos nada.

"Jean, não tem o que temer. Tudo está escrito, faz parte do seu destino." 

— Como ele sabe meu nome? Você digitou alguma coisa? Migo, pela Virgem Santíssima, não diz que você colocou coisa minha nesse site... - Eu me levantei de chofre, minhas pernas fracas como se fosse desmaiar.

— Não, eu não botei. Eu juro. Ele mandou essa mensagem por conta própria. Tem razão, acho que não deviamos mexer com isso. Vou fechar a aba dele agora. - Luba fez menção em apertar o "x" do lado direito do navegador para fechar a aba em que o site se encontrava aberto e outra mensagem apareceu sem ser solicitada.

"Não pode mais nos ignorar. Uma vez iniciado o ciclo ele não pode mais ser fechado. Sua alma agora nos pertence. Iremos buscá-la mais cedo ou mais tarde. Fati Manus Inexorablis." - eu li aquilo e rapidamente puxei o cabo do computador da tomada, desligando ele de súbito.

— Jean, por que fez isso? Era só fechar a aba do navegador. Achou que ia acontecer o que? A menina do chamado ia sair do monitor pra me pegar? - Luba riu, mas eu tremia feito vara verde.

— Eu sei lá, você não leu o mesmo que eu li? Que sinistro, tô todo me tremendo. Luba e se isso for de fato alguma ameaça? Tinha até uma coisa em outra língua que eu não consegui entender. - larguei a tomada no chão, esfregando as mãos nervosamente.

— Era latim. Do pouco que eu estudei no seminário acho que consigo traduzir: "As mãos do destino são implacáveis" ou "Não se pode escapar das mãos do destino" qualquer coisa nesse sentido. Frases de impacto pra botar medo em pessoas como você. Liga o computador na energia, anda. Fica de boa, não vou abrir o site de novo. Eu prometo. - Luba juntou as duas palmas da mão como numa reverência, eu não entendia como ele poderia estar tão calmo.

— Tomara que seja só um site engana-trouxa que nem você tá dizendo. Ou podemos estar em sérios apuros. - botei a tomada de volta no lugar.

— E o que eles poderiam fazer? Criar um boneco de voodoo e me amaldiçoar a distância? Cai na real, Jean. Isso não passava de uma droga de robô. Um algoritmo. - Luba se virou pro teclado do computador novamente, digitando seu usuário e senha pra logar na área de trabalho.

— Um robô que foi criado por uma pessoa. E pessoas são más por natureza. Não duvide da capacidade que o ser humano têm de fazer mal uns aos outros. Vou tomar uma água com açúcar. - disse deixando o quarto do Luba, que continuou navegando na internet como se nada tivesse de fato acontecido.

...

— Você lembra o endereço desse site de cor? - perguntei ao Jean no fim do seu relato.

— Ai, eu nem prestei atenção nisso. Por que eu decoraria o endereço de um site tenebroso como aquele? - pude ver Jean sentindo um arrepio na espinha.

— Tudo bem. Você sabe a senha do computador do Luba? - perguntei ligando ele com o dedo indicador.

— Sei, sim. É "OrochinhoSenpai". Brega né? - informou Jean abafando um risinho.

— Ele sabe mesmo como me homenagear. Vou acessar o histórico de navegação dele. Espero que isso esteja lá. - disse digitando a senha informada pelo Jean.

— Eu esqueci de falar. Você não vai encontrar esse site assim. Ele está hospedado na Deep Web. -   Jean falou aquele pequeno detalhe como quem tinha lembrado do arroz no fogo.

— Ah, mas é claro. Um site da Deep Web que fala dados confidenciais de uma pessoa não era nada com que se preocupar. O Luba fuma esterco, que doença! - falei esfregando o rosto, desacreditado.


Notas Finais


Deixem suas considerações nos comentários.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...