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História Luba X Orochi - Detetive Orochi: Os Anéis


Escrita por: Dncris

Notas do Autor


Orochi e Jean tentam reaver seu anel perdido.

Capítulo 37 - Detetive Orochi: Os Anéis


Fanfic / Fanfiction Luba X Orochi - Detetive Orochi: Os Anéis

Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.

 

Ditado Popular

 

[Tubarão, 4:50 da tarde]

Minha vontade era de bater minha testa no painel do carro até ela se abrir. Eu não via como eu podia recuperar um objeto pequeno e quase invisível como um anel e pra piorar, que tinha sumido da minha vista a mais de um mês atrás. Jean ao contrário de mim, estava mais esperançoso:

— Você não lembra quando estava com ele pela última vez? Quem sabe não tem como a gente procurar ele, não sei. Eles não iam te pedir por uma aliança sem que eles mesmos soubessem onde ela está... - ele tinha chegado num ponto importante e totalmente plausível. Por que uma seita me mandaria procurar uma aliança se eles não tinham ideia de onde estivesse? Eles talvez até teriam alguma coisa a ver com o sumiço dela, quem poderia adivinhar. Tudo parecia irreal naquela situação toda de qualquer maneira. Eu então tentei aguçar minha memória, revisitando onde eu estava há dois meses atrás.

— Eu penso que foi no apartamento do Luba. Estávamos jantando, lembro de estar com ela no começo da noite e quando íamos comer a sobremesa, ela já não estava mais no meu dedo. - eu falei com as mãos na têmpora, perscrutando os detalhes que deixei passar. —  Acho que ela possa estar lá ainda, em algum lugar. No chão, na fenda do sofá. Teríamos que revirar tudo.

— Você tem certeza disso? E se perdeu numa de suas viagens, na sua casa em Maringá, na rua? Temos que ter um plano B, Orochi. Não podemos ter só essa alternativa. - Jean deu um murrinho no volante acionando a buzina.

—  Bem, tive uma outra ideia... Pode ser que eles não estejam falando da minha aliança em específico. Mas um anel qualquer. Tipo, de um artesão. Lembro que o Luba me falou aonde ele comprou nossos anéis. Tenho o nome aqui, ele me mandou mensagem no dia. Pode ser que eles queiram que eu vá até lá e compre algum anel com ele. Não sei, é o meu segundo palpite.

— Ok, temos dois caminhos. Não podemos perder mais tempo. O comércio está quase fechando. Eu vou deixar você na joalheria, enquanto eu volto ao apartamento e vejo se encontro o seu anel sumido. -  falou ele dando partida no carro e acelerando cantando os pneus. Eu não sei se já estava me acostumando com a roda dura do Jean ou se estava anestesiado com toda a tensão que sentia borbulhando na minha barriga.

...

Jean me deixou na porta da Joalheria, avisou que me mandaria mensagem se encontrasse alguma coisa e me pediu que fizesse o mesmo quando quisesse que ele voltasse para me buscar. Uma placa logo na entrada pedia para entrar sem bater e assim o fiz. Rodeado por jóias, pulseiras e todo tipo de ornamentos, estava um senhor de idade, com um monóculo. Tinha alguma peça em mãos, que ele revirava de uma lado pro outro com uma espécie de micro-pinça, cravando alguma coisa na sua superfície. O som da porta distraiu sua atenção do seu afazer e ele me olhou através da sua lente, que deixava seu olho cem vezes maior.

— Pois não? - a boca dele formava um grande "o" esperando por uma resposta.

—  Eu vim comprar um anel. - falei sem muita certeza.

—  Para sua namorada? - ele me deu um sorriso meio desdentado.

—  Não necessariamente, eu queria ver seu mostruário. - falei indicando as prateleiras forradas de bijuterias.

—  Ah, por que não falou antes? - ele saiu da sua bancada de trabalho e foi até mais perto de mim tirando um dos estojos de sua prateleira. —  Ela gosta de quê? Ouro Branco, Prata? Tenho algumas cravejadas com esmeralda, ou se não quer gastar muito tenho uns rutilos ou espinelas. - o senhorzinho começou a me explicar tudo sobre gemas,cristais e metais refinados. Aquilo só ia me tomar mais tempo, que eu não tinha de sobra.

—  Anéis simples, senhor. É uma aliança de compromisso. Qualquer uma que o senhor tiver. Ninguém, sei lá, pediu que o senhor guardasse um anel com você. Algum pedido estranho que não esteja acostumado? - olhei para cara do senhor que guardou o estojo de volta no lugar e foi até seu espaço de criação outra vez.

—  Acho que você é o Pedro Orochi, não  é esse seu nome? - disse o senhorzinho pegando uma caixinha de veludo guardada numa gaveta de ferramentas. — Um rapaz mascarado, que não quis se identificar, me pagou adiantado para que eu fizesse esse serviço e entregasse para você, caso viesse aqui.

— Você aceitou atender um cara de máscara? - eu não teria como extrair muito se ele não pudesse me descrever como ele era.

— Eu não julgo ninguém, sabe garoto, me pagando bem eu faço todo tipo de grafia em metal. Não perguntei muito, nem quis saber quem se tratava. No nosso ramo existem muitos segredos, homens casados que presenteiam amantes, fortunas de família, penhoras. Não fazemos muitas perguntas. Só damos ao cliente o que eles pedem.

— Não vou julgar o senhor, também acabo aceitando trabalhos dos quais não me orgulho muito do resultado. Quando se têm boletos pra pagar no fim de todo mês, o que importa é o dinheiro no banco. Obrigado, de qualquer maneira. Tenha uma boa tarde. - disse pegando a caixinha da mão dele e saindo da loja, curioso para ver o que tinha dentro.

Sentei num banco de esquina e abri a caixa aveludada que continha um anel prateado dentro. Muito parecido com a aliança que eu e o Luba escolhemos usar. Na parte interior dele tinham letras cravadas formando uma palavra:

"R O L A"

Poderia muito bem ser uma piada, um afronte. Mas eu sabia muito bem que aquele insulto não era o que aparentava. Com certeza era mais uma pista, disfarçada de brincadeirinha. O que eu conseguiria apenas com "ROLA". Um consolo, um pinto de borracha era a próxima pista? Eu tinha que achar algum pênis tatuado pra chupar? Ou eu tinha que enviar alguma nude pra alguém? "Não, para de pensar besteira, Orochi." Deve ser algo mais objetivo. Meu dedo coçou para mandar mensagem pro Cellbit de novo. "Não, não pode depender do Cellbit para tudo... Ele já tá muito envolvido, te ajudou duas vezes. Essa você tem que desvendar por conta própria." Só que eu não via como "ROLA" me ajudaria nesse momento.

Uma notificação no meu celular acendeu e eu tirei ele do meu bolso. Era o Jean.

"Encontrei sua Aliança, mas ela tá riscada. Vou te mandar uma foto."

Na foto da Aliança que o Jean mandou, meu nome todo parece que tinha sido vandalizado com uma faca e só sobravam as letras F e A do meu sobrenome Frade, sendo que o A tinha um pequeno X debaixo dele.

"Eu também consegui algo. O joalheiro me entregou um Anel com uma ROLA."

"Quê? Ele te deu uma rola? Como assim, migo?" - eu queria rir, imaginando a expressão na cara dele.

"Não uma rola de verdade. Escrito ROLA. É a pista." - Jean era muito literal às vezes.

"Então acho que é uma pista dupla não é? O anel que eu tenho comigo complementa o seu... Tira uma foto também para a gente comparar." 

Mandei uma imagem do anel que tinha em mãos.

"A posição é quase a mesma, talvez indique que precisamos incluir alguma letra na sua para ela virar outra palavra. Como o A tem um x, pode ser que a gente só precise usar o F. Vê como fica?" - ele sugeriu

"Fica escrito FROLA, Jean. Essa palavra não faz sentido." - nada fazia sentido naquela conversa.

"Pode ser um anagrama. Se invertermos as posições das letras pode virar alguma palavra significativa" - Eu fiz isso mentalmente, e foi como se uma lâmpada se acendesse na minha cabeça.

"FAROL... É isso!" - falei rindo no banco com essa epifania. "Deve ser que precisamos ir no Farol de Santa Marta, isso fica há mais de 40 quilômetros daqui. Mais de uma hora de viagem."

"Me manda sua localização, eu passo aí de carro e nós vamos." - digitou Jean para mim.

"Nem pensar, até chegar aqui vai demorar muito. Eu dou um jeito, me espera aí no apê. Volto assim que conseguir alguma coisa."

Digitei e guardei meu celular de volta no bolso, a bateria quase no fim. Eu logo ficaria incomunicável. Parei um motoqueiro me lançando contra a moto dele quase sendo atropelado.

— Tá querendo morrer, guri? Se eu não freasse você tinha tomado um baque daqueles. - falou o homem sem tirar o capacete.

—  Preciso que me leve ao Farol de Santa Marta. Rápido, é uma emergência. - disse sem pensar muito, eu não estava raciocinando bem, efeito da adrenalina.

—  Por que não chama um Uber, sei lá? Tá ficando maluco? Sai da minha frente ou quer mesmo que eu passo por cima de você? - ele acelerou sua moto, ameaçador.

— Talvez eu esteja mesmo enlouquecendo, olha aqui. - tirei uma nota da carteira. —  Te dou 100 reais pra me levar até lá. Não gosta de dinheiro fácil?

—  Monta aí... Sorte sua eu estar com meu outro capacete. Tava indo buscar minha namorada. - disse ele ao me ver montar na garupa da moto.

—  Eu também. Estou indo atrás do meu. - disse e o homem desconhecido fez o retorno na rua em direção ao sul que dava pra estrada que levava ao litoral.


Notas Finais


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